A propósito da proximidade da apresentação pública do livro “Ciclistas de Felgueiras”, a ser apresentado na Biblioteca Municipal de Felgueiras no próximo sábado, dia 7 deste mês de março, vem a calhar nestas partilhas, em parcelas de memorização, uma vista de olhos por um número antigo do já extinto jornal O Porto, anterior órgão oficial informativo do FC Porto. Porque dos ciclistas biografados um deles consta realçado também nessas páginas de O Porto.
No livro escrito pelo autor deste blogue, também, com memorização das carreiras de quatro ciclistas naturais do concelho de Felgueiras, que correram na Volta a Portugal em bicicleta e todos eles mais que uma vez (além de haver matéria mais vasta sobre outros nomes e motivos), tem natural saliência Artur Coelho, histórico ciclista do FC Porto e que por diversas vezes foi camisola amarela da Volta portuguesa, assim como venceu a Volta a São Paulo no Brasil. Emparelhando ao longo das páginas desse volumezinho com dois felgueirenses que correram pelo Académico do Porto, Joaquim Costa e Albino Mendes, mais um que correu pelo Paredes, Miguel Magalhães (bem como ainda vestiu a camisola da Zala, depois, noutras provas).
Ora Artur Coelho, por ter sido o primeiro camisola amarela da Volta a Portugal de 1956, tem uma foto referente ao caso no jornal O Porto de 22 de agosto de 1956. Numa foto até interessante mas que por acaso não foi incluída no livro por no mesmo haver entrado uma imagem relativa ao mesmo facto mas em banda desenhada, do álbum Os Heróis da Estrada. Sendo que em publicações como livros destes tem de se fazer certa seleção, para não onerar demasiado os custos com maior paginação, tornando-se assim necessário fazer opções. Contudo regista-se aqui e agora essa foto, também por uma curiosidade extensiva. Pois que no mesmo número do jornal aparece uma fotografia da equipa de ciclismo do FC Porto, que por acaso era de 1955, quando o exemplar em apreço é de 1956. Podendo-se explicar tal coisa porque em tempos idos as fotos de jornais para serem impressas tinham de ser impregnadas em zincogravuras, as quais para serem feitas custavam dinheiro obviamente e os jornais particulares, como no caso dos clubes, não viviam com muitas folgas orçamentais. O que levava a que fossem publicadas as mesmas fotos em diversas oportunidades, repetindo muitas vezes até as mesmas imagens em diferentes situações. Referindo-se isto por no livro aparecer a mesma fotografia da equipa com referência verdadeira de ser de 1955 – como se pode ainda conferir por assim constar numa revista publicada por esses tempos (dedicada a um outro ciclista, Sousa Santos).
Sem se tratar de romantismo barato, mas apenas constatação extensiva de factos, partilham-se pois mais estas imagens, no alvoroço da memória feita.
Armando Pinto
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