No âmbito comemorativo da implantação da República, e no
vasto programa “Outono Cultural” em desenvolvimento na sede concelhia, foi no
dia 5 de Outubro assinalada em Felgueiras a comemoração dessa histórica
ocorrência, com a inauguração duma exposição, na Biblioteca Municipal, a fazer
memória de um republicano felgueirense, José Joaquim Oliveira da Fonseca,
juntando essa sua faceta de cidadania com o fator de ter sido um benemérito da
antiga vila de Felgueiras.
Com efeito, Felgueiras comemorou a Implantação da República
perante uma homenagem a um republicano e benemérito do concelho - José Joaquim
Oliveira da Fonseca. Além de mais um ou outro número de programa, como sucedeu
também através duma outra homenagem a um nome relacionado com o 25 de Abril de
1974 (Zeca Afonso), sem relação com o 5 de Outubro de 1910.
Ora, no dia 05 de outubro a Biblioteca e Arquivo Municipal
foi palco da cerimónia de homenagem a José Joaquim Oliveira da Fonseca que se
traduziu numa exposição que marca os 150 anos do seu nascimento.
No evento referiu-se que José Joaquim Oliveira da Fonseca
nasceu em Felgueiras em novembro de 1869, emigrou para o Brasil e, após alguns
anos, lá fez fortuna e regressou à sua terra. Construiu os edifícios de Belém e
a Casa das Torres, esta última de arquitetura chamada brasileira, embora no
caso mais propriamente em estilo Arte Nova. Destacando-se então como benemérito
da terra, tendo oferecido terreno e mobília para a construção da escola
primária de Margaride, da qual recebeu louvor da República Portuguesa; e como
vereador da Câmara Municipal, onde exerceu os seus ideais republicanos. Além de
ter feito parte de diversas comissões, como ficou referido no livro “Luís Gonçalves:
Amanuense-Engenheiro da Casa das Torres” (publicado em 2014), a memorizar também
o arquiteto encarregado por Oliveira da Fonseca na edificação de seu palacete
das Torres.
A família Oliveira da Fonseca esteve bem representada, tendo
sido por um dos sucessores deveras bem narrada e justificada toda a envolvência
que a figura de José Joaquim Oliveira da Fonseca transporta na memória coletiva
felgueirense. Justificando sobremaneira o facto dele estar honrado na toponímia
felgueirense com seu nome numa rua da atual cidade de Felgueiras. Aliás a mesma
família Fonseca foi naqueles tempos de inícios do século XX preponderante na
vida urbana da então vila de Felgueiras, como se nota num seu irmão, Henrique
Oliveira da Fonseca, haver ficado ligado à construção do Coreto de ferro, erguido
em 1912 a substituir os antigos do largo da Corredoura, poiso da feira e arraial
de festas nesses lustros.
= Nota noticiosa n’ O Jornal de Felgueiras de 15 de Junho de
1912.
A exposição, inaugurada no sábado e feriado 5 de Outubro, patente
ao público ainda durante mais algum tempo, mostra diversa documentação e
imagens relacionadas com a vida e obra do homenageado, algo que é de interesse
felgueirense.
De assinalar que as comemorações encerraram no dia 5 de
outubro, na Casa das Artes com o Concerto Comemorativo da Implantação da
República, interpretado pela Banda de Música de Felgueiras.
Armando Pinto
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