Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 8 de março de 2019

Trabalho escrito para uma publicação – Resumo de apresentação da freguesia-natal


A pedido de pessoa amiga, solicitando obséquio de um pequeno texto com dados referenciais sobre a freguesia natal, eis um resumo de apresentação e enquadramento sobre 

A MINHA TERRA – RANDE

1 - Caraterização
2 - Património
3 - Festividades
4 - Coletividades / Associações

1- Caraterização

Rande, antiga freguesia do concelho de Felgueiras, está situada na região do Vale do Sousa, atual Comunidade de Tâmega e Sousa, em terreno que abrange parte de planalto e outra de vale. Descendo desde a encosta do alto de Santana até ao vale da Longra e por fim subindo para o outro lado em pequeno monte, por isso mesmo chamado de Montinho, no antigo lugar de Cimalhas, onde apareceram recentemente vestígios arqueológicos, mas que voltaram a ser soterrados. Sendo, pela sua posição morfológica, região de clima geralmente ameno, abrigada a terra como está pelas duas encostas. Área esta que se sente como de transição na região de Entre Douro e Minho, na histórica província do Douro Litoral.

Rande, como paróquia é S. Tiago de Rande, e nesse aspeto já teve também como paróquia anexa a vizinha de S. João de Sernande. Enquanto como área administrativa está atualmente como freguesia extinta, integrada na chamada União de Freguesias de Pedreira, Rande e Sernande, embora haja esperança que volte ainda a ser reposta a verdadeira independência de direitos históricos (caso se possa ainda confiar em políticos). Porque não há afinidades entre todas, visto as duas freguesias que desde inícios do século XX sempre tiveram pároco comum, nunca antes tiveram grande afinidade com a outra imposta pela lei da reorganização administrativa de 2013.


2 – Património

Na freguesia de Rande existe como património, quanto a elementos patrimoniais públicos:

- A igreja paroquial, edificada em 1730, construída sobre ruínas de uma antiga igrejinha que ruiu. Mais o cruzeiro paroquial, o qual sofreu entretanto diversas alterações, sendo ainda réstia da comemoração do tricentenário da dedicação da Padroeira de Portugal, na grande campanha de edificação de cruzeiros entre 1940 a 1946.

- Os Nichos de Alminhas, um perto da igreja, conhecido por Alminhas da Renda, por estar na parede da antiga casa com esse nome (por ser onde antigamente eram pagas as rendas ao pároco) e monumentozinho já referido nas Memórias Paroquiais de 1758; e outro na Longra, as Alminhas das Quatro Barrocas, construído e benzido em 1961.

- As capelas do miradouro de Santana, com cruzeiro sobre grande penedo, no sopé do qual estão desde 1930 as antigas capelas, mais uma mais recente já de finais do século XX. Local que em tempos levou a alguma confusão administrativa, por confusões da Junta de Freguesia de Idães nesse tempo, contudo com direito legal reconhecido a favor de Rande por decisão de tribunal de 2002.

- Nicho de Nossa Senhora de Rande, edificado e benzido em 2003; sito no lugar do Outeiro, como antigamente era chamada toda essa área que engloba o antiquíssimo caminho da Calçada, também.

- Caminho antigo da Calçada, assim conhecido, que é réstia do percurso do Caminho de Santiago (para Compostela) que passava ali, na via do Caminho do Baixo Douro, em direção a Pombeiro (conforme relata em pormenor o Padre Arlindo Magalhães no seu livro sobre os Caminhos de Santiago; e ficou ilustrado no livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras, de Armando Pinto).

- Algumas casas brasonadas, como a Casa de Rande, que deu nome à freguesia, e a Casa da Torre, onde nasceu o aviador pioneiro Francisco Sarmento Pimentel, piloto da primeira travessia aérea de Portugal à antiga Índia portuguesa. Mais as também antigas Casas de Santiago, da Quinta e do Outeiro, essas sem brasão de família original.


3 – Festividades

Na freguesia a festividade mais tradicional é a festa paroquial em honra do padroeiro S. Tiago Maior. Além de episódicas ocorrências festivas, como anualmente é organizado o Festival de Folclore da Casa do Povo da Longra, por exemplo.

4 – Coletividades

Quanto a colectividades e Associações, atualmente, a mais histórica e existente há muito, é a Casa do Povo da Longra, criada por despacho ministerial de 1939. Dentro da mesma, desde 1994 considerada como Associação Casa do Povo da Longra, existe o Rancho Folclórico Infantil e Juvenil da mesma casa, criado também em 1994, e um grupo de tocadores de concertinas ainda recente.

Armando Pinto
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2 comentários:

  1. Prezado Sr Armando Pinto,
    Eu me chamo Renato e venho por meio deste parabenizá-lo pela dedicação com que faz este trabalho admirável!
    Eu acompanho este vosso blogue desde março de 2018, quando o descobri após uma rápida visita que fiz ao senhor naquele mês e ano.
    Naquela ocasião, eu e a minha esposa estivemos em vossa residência, acompanhados por alguns estimados moradores de Sernande, que voluntariamente se ofereceram para me ajudar a encontrar informações sobre os meus antepassados portugueses (eu resido no Rio de Janeiro, Brasil), particularmente os ancestrais do meu bisavó João Macedo Guimarães, que era natural do Lugar da Bovista, em Sernande.
    Ainda naquela ocasião, o senhor muito gentilmente procurou informações a respeito dos Macedo Guimarães, em seu livro "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras", mas, infelizmente, nada foi encontrado que relacionasse os Macedo Guimarães que ainda residem em Pedreiras, Rande e Sernande com o meu bisavô João.
    Eu, entretanto, continuei as minhas pesquisas e venho por meio deste compartilhar as informações que encontrei. São elas:
    - o meu bisavô João Macedo Guimarães, nascido naquele Lugar da Boavista, em Sernande, em 10.abr.1892, era filho da minha trisavó Angelina Rosa de Macedo;
    - a minha trisavó Angelina, embora natural do Lugar de Babais, em Airães (nascida em 29.mar.1850), foi residente naquele Lugar da Boavista, em Sernande, pelo menos de 10.abr.1892 a 25.jan.1911, quando veio à óbito; os restos mortais dela foram sepultados no Cemitério de Rande, em túmulo da família, sobre o qual ainda não tenho maiores informações;
    - a minha trisavó Angelina era filha do meu tetravô Albino Ribeiro Guimarães e da minha tetravó Raquel Emília de Macedo;
    - é possível que o meu tetravô Albino tenha falecido em Rande e esteja enterrado naquele mesmo túmulo da minha trisavó Angelina, mas ainda não tenho maiores informações (encontrei o inventário por óbito dele, mas ainda não tive acesso ao conteúdo);
    - o meu tetravô Albino tinha um irmão, o meu tio-tetravô Antonio Ribeiro;
    - a minha tetravó Raquel tinha uma irmã, a minha tia-tetravó Metilde (Matilde?) Rosa;
    - o meu tio-tetravô Antonio se casou com a minha tia-tetravó Metilde na Igreja de Pedreiras, em 09.nov.1850; e
    - embora eu ainda não possa afirmar, acredito que os Macedo Guimarães que ainda residem em Pedreiras, Rande e Sernande sejam descendentes do meu tio-tetravô Antonio e da minha tia-tetravó Metilde.
    Faço votos de que estas informações sejam úteis a futuros trabalhos do senhor e espero, em breve, poder compartilhar novas informações advindas das minhas pesquisas genealógicas.
    Desde já, agradeço a atenção dispensada.
    Atenciosamente,
    Renato Henrique Guimarães Dias
    (email: rhguimaraesdias@gmail.com)

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  2. Muito obrigado por estas informações. Gostei muito de saber que está a conseguir avançar com as pesquisas sobre sua genealogia. Dos Macedo Guimarães de Rande (e que eram proprietários também duma quinta na Pedreira, depois vendida a outrem), o mais velho dos que ainda estavam vivos aquando sua visita, esse faleceu recentemente. Agora restam alguns filhos, pois alguns outros entretanto também já faleceram. Eles viviam até há poucos anos em sua casa chamada de Casa de Valdomar de cima, mas essa mansão há uns anos foi demolida para a construção da auto-estrada que passa aqui na região, sendo naturalmente a família indemnizada, mas depois foram viver para outras localidades. Sobre os sepultamentos no cemitério paroquial de Rande, como da outra vez conseguiu contactar com a Junta de Freguesia (da atual união de freguesias de Pedreira, Rande e Sernande), se colocar essa questão os membros da mesma Junta de Freguesia poderão investigar, visto haver livros antigos de registo das pessoas sepultadas. O cemitério de Rande foi construído em 1885, portanto é bem possível esse enterramento em 1911 ou por aí, sensivelmente.
    Sempre ao dispor
    Armando Pinto

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