Passaram já 44 anos desde que aconteceu o 25 de Abril, desde
o dia do golpe militar que derrubou o regime do Estado Novo, que por sua vez
durara 48 anos.
Assim sendo, já estamos quase há tantos anos no chamado
sistema da democracia, como os que viveram esse tempo conheceram e afinal o país
esteve no chamado regime fascista, a ditadura de Salazar e que Caetano ao lhe
suceder chegou a entreabrir com a primavera Marcelista, entretanto depressa desaparecida,
ante recuo político que deu origem a descontentamentos e consequentemente ao
derrube, em 1974.
Passados estes anos, contudo, o espírito de Abril de 74 que
abriu novos horizontes, como se dizia, também despareceu entretanto e hoje já
nem se sabe ao certo em que regime se vive em Portugal, a não ser que está a
ser um país de corrupção de altos poderes, a pontos de ser considerado um regime
de domínio de sistema, quer politica, como social e até desportivamente, com a
capital do país a dominar tudo e o resto a ser paisagem, apenas.
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De permeio, o 25 de abril em Felgueiras foi um tempo
romântico, de grandes esperanças. Tendo passado demasiado tempo sem se cumprir tais
anseios. Bastando ver que à época a vila de Felgueiras não era inferior a outras
vilas vizinhas e os concelhos se equiparavam, enquanto até anos ainda bem recentes
se acentuaram diferenças, como se sabe.
Exemplo disso é a imagem que a anexa foto transmite, em
coeva reprodução fotográfica, vendo-se parte do terreiro do antigo campo da
feira – onde nesse tempo, ao que se dizia, ia haver uma intervenção urbanística
condizente a dar outro aspeto ao centro da então vila, quando passados anos foi
feito o que foi… até a estragar a fisionomia do cenário de enquadramento (por trás) ao edifício da Câmara
Municipal, que por sua vez também sofreu por tabela, depois, como é familiar aos olhos da
atualidade.
E pelas freguesias, em parte, então nem é bom falar, chegando ao cúmulo de terem feito desaparecer algumas oficialmente, estando para se saber ainda como foi o diferente tratamento entre umas e outras – assim como estará a ser ou não feita qualquer coisa para repor a justiça e igualdade que se pensava advir do 25 de abril.
Coisas que são do domínio público. Algo que um dia a
história analisará devidamente com distância de tempo. Com culpas não apenas de um partido, mas vários, afinal dos partidos e políticos ao tempo no poder e com representações nas Assembleias, mais memnbros das Juntas e Assembleias de Freguesia da época, etc.
Posto isto, recorde-se o discurso do Dr. Machado de Matos,
figura localmente associada a esses tempos, na sua oração entusiasta na
primeira manifestação ocorrida em Felgueiras, passados dias, sobre os novos
tempos dessa época.
ARMANDO PINTO
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