Como é da praxe tradicional, na habituação do calendário
estabelecido pelos governantes do país desde há décadas de anos, celebra-se a
10 de junho o Dia de Portugal, dedicado a exaltar a Raça portuguesa e, desde alguns
anos já, também as Comunidades Portuguesas espalhadas pelo mundo. Sendo o
sentimento pátrio algo misturado com espírito e afeição, mas também sentido
através da ligação com factos e personagens que nos atraem nessa interligação,
incluindo adereços e objetos que remetem a algo carismático da mística
nacional.
Nessa perspetiva, por quanto é de valorizar tudo que
registe o que seja digno de memória, colocamos a propósito uma fixação visual relativa
com um nome que ficou associado a momentos épicos da Nacionalidade, como foi
João Sarmento Pimentel – em sua juventude interveniente, em Lisboa, no movimento da
Implantação da República portuguesa, em 1910, e volvidos anos herói da
manutenção da mesma República, no Porto, como comandante da Derrota da
Monarquia do Norte, em 1919 (que lhe valeu reconhecimento público com a oferta
da Espada de Honra da cidade portuense), além de outras intervenções político-sociais
e cívicas. Um vulto da história pátria que, por motivos políticos, após a instauração
do regime do Estado Novo, teve de sair do país e se radicar no Brasil, num
longo exílio político que o tornou também figura célebre da comunidade
portuguesa com raízes deixadas de outro lado dos mares.
Ora João Sarmento Pimentel ligado por laços familiares a Felgueiras, onde viveu na casa-mãe de sua família, na solarenga Casa da Torre, em Rande, bem como em Lisboa ajudou Machado dos Santos a proclamar o regime republicano e depois foi personagem histórico na memória heroica da cidade do Porto na revolta de 13 de Fevereiro de 1919, é pois o motivo de mais um registo memorial. Aqui e agora através de memorização que fica,
neste caso, por meio de um objeto de apreço, como é um pequeno livro que ficou a
assinalar a recente exposição dedicada a homenagear tal figura histórica da Grei,
com lugar episódico em Lisboa na Associação 25 de Abril, através de várias
vontades, sob a louvável iniciativa da escritora e investigadora Dr.ª Estela
Guedes.
Armando Pinto
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