Com o Natal no horizonte e procurando olhar ao espírito da
atração do Natal, festa da família com mais encanto quando há filhos e netos a
juntar à reunião familiar que faz embalo das memórias, associamos a tal enlevo
uma antecipação por via escrita, através duma das habituais crónicas. Cujo
texto, escrito ao início do mês, teve vez nas páginas do jornal Semanário
de Felgueiras, em sua edição antecedente ao Natal, no número desta sexta dia 23 de dezembro.
Luz de Espírito Natalício
Entrado o mês de dezembro, já pairam indícios anunciadores
do espírito ambiental de Natal, aquecendo de certa forma algum ânimo,
entretanto arredio do povo comum. Este ano com mais luz colorida à vista, tal
as iluminações natalícias que embelezam as cidades e algumas vilas e povoações,
por esse país ainda de Cristo.
A celebração do Natal, entre outros aspetos e fora
alterações de costumes, continua a ser afinal um sinal da história de Deus com
a humanidade. Porque tudo é composto de mudança, mas com raízes históricas
entranhadas. Quanto a memória faz e fará parte do ser comum.
Vem a propósito assinalar o ambiente mais luminoso que
ostenta o atual semblante das cidades de Felgueiras e Lixa, mais uma parte da
vila de Barrosas e a rotunda de saída da Longra, no meio ambiente da área
urbana felgueirense. Acontecendo, como por muito lado, que este ano na
generalidade das Câmaras Municipais houve mais atenção para a animação
decorativa durante a quadra natalícia, algo louvável perante anterior
desinteresse, ao acontecido noutros anos. Com o senão de alguns sítios terem
perdido essa consideração, como sucede com o Largo da Longra, local mais
tradicional da vila da Longra que, por exemplo, desde o surgimento da união das
freguesias, no ainda presente mandato autárquico local, tem sido votado ao ostracismo,
contra natura.
Há certa energia, além da parte física, na têmpera que a luz
provoca, mais neste caso pela simbologia inerente das decorações, qual ânimo
influenciado, quer no comércio local, como na convivência ambiental. Tal o
destaque chegado aos sentidos em tal luminosidade, já que isso tem subjacente
simbolizar a luz que guiou os passos até ao presépio do nascimento do menino
Jesus. Enquanto a árvore de Natal chegou até nós numa assimilação de símbolo da
vida, da natureza.
Com o Natal à vista, a Câmara Municipal de Felgueiras
instalou desde finais de novembro, no período do Advento, atraente iluminação
natalícia nalguns polos urbanos do concelho, com o objetivo de cativar mais
visitantes ao centro citadino e dinamizar a economia local. Como que
procurando, através das luzes e ornamentos das ruas, alguns motivos para
expressar a quadra dedicada à Luz do Mundo.
Obviamente que o sentimento natalício sente-se mais no calor
da intimidade da graça que traz o Natal. Havendo alegria possível na diferença
que este tempo provoca, afinal. O sabor da tradição transporta melhor um bem
estar mais sereno, sendo de harmonia o Natal, com os olhos no presépio familiar
e coletivo que deve identificar a unidade conterrânea, no caso.
Visto assim, como compôs em cântico o mestre de música sacra
Padre Luís Rodrigues, ilustre felgueirense: “Vamos ao presépio, / vamos a
Belém: / louvar o Menino / que salvar-nos vem”!
ARMANDO PINTO
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