Faleceu recentemente, a 5 de Setembro, o felgueirense Dr. José
da Silva, antigo político nacional, advogado e escritor radicado na cidade do
Porto, tornado conhecido como elemento parlamentar da Ala Liberal que colocou
em causa certos aspetos do último período governativo do Estado Novo e
especialmente por ter, de modo particular, ficado ligado ao caso do conhecido
Padre Mário da Lixa.
O Dr. José da Silva anteriormente escrevera já alguns
artigos sobre assuntos felgueirenses nos jornais locais da época, como a nível
regional no boletim do distrito do Porto; e a nível nacional era referido como
elemento com voz ativa na Assembleia Nacional, mas foi através do processo
relacionado com o Padre Mário que ganhou outra popularidade. Esse antigo
sacerdote, Mário de Oliveira, era então pároco em Macieira da Lixa, como foi de
1969 a 1973, motivo por que ficou conhecido por Padre Mário da Lixa;
salientando-se entretanto, desde que com seus sermões arrojados se envolveu em
política social, nos finais do regime do Estado Novo. E devido a essa
atividade, tendo sido preso pela antiga polícia política, PIDE, como acabando
por ser julgado na barra judicial, foi tema de dois livros do referido
felgueirense Dr. José da Silva, que escreveu e publicou “Subversão ou
Evangelho-O processo do pároco de Macieira da Lixa no Supremo Tribunal de
Justiça”, em tomos de I e II Parte, referentes a peças do respetivo 1º
julgamento no Plenário do Porto (tendo do 2º depois havido um outro livro, numa
edição de um grupo de jornalistas).
De permeio desenvolvera o Dr. José da Silva alguma atividade
literária, sobretudo tendo colaborado no boletim Douro Litoral, onde, entre
outros artigos, escreveu sobre Santa Quitéria em Terras de Felgueiras, como
Notas Históricas, Bibliográficas e Etnográficas.
José da Silva, nascido a 5 de fevereiro de 1924, em Friande, concelho de Felgueiras, diplomado com o Curso de Teologia do seminário diocesano do Porto, mais Licenciaturas em Filosofia pela Universidade Católica de Salamanca, em Direito pela Universidade de Coimbra e o Curso Complementar de Ciências Jurídicas, foi distinto advogado, tendo ainda antes de se dedicar à advocacia sido Professor do ensino particular e diretor de um colégio no Porto. Em cujo percurso político-ideológico, como católico assumido, desenvolveu intensa atividade através de conferências e colóquios centrados na defesa dos direitos individuais à luz da doutrina social da Igreja e da Declaração dos Direitos do Homem. Enquanto na base política participou no histórico I Congresso Republicano de Aveiro. Havendo então se destacado também pela sua intervenção cívica como deputado na Assembleia Nacional (em tal período que antecedeu o 25 de Abril de 1974), juntamente com outras figuras do Porto, como Francisco Sá Carneiro e Joaquim Pinto Machado, que integraram a chamada “ala liberal” da Assembleia.
José da Silva, nascido a 5 de fevereiro de 1924, em Friande, concelho de Felgueiras, diplomado com o Curso de Teologia do seminário diocesano do Porto, mais Licenciaturas em Filosofia pela Universidade Católica de Salamanca, em Direito pela Universidade de Coimbra e o Curso Complementar de Ciências Jurídicas, foi distinto advogado, tendo ainda antes de se dedicar à advocacia sido Professor do ensino particular e diretor de um colégio no Porto. Em cujo percurso político-ideológico, como católico assumido, desenvolveu intensa atividade através de conferências e colóquios centrados na defesa dos direitos individuais à luz da doutrina social da Igreja e da Declaração dos Direitos do Homem. Enquanto na base política participou no histórico I Congresso Republicano de Aveiro. Havendo então se destacado também pela sua intervenção cívica como deputado na Assembleia Nacional (em tal período que antecedeu o 25 de Abril de 1974), juntamente com outras figuras do Porto, como Francisco Sá Carneiro e Joaquim Pinto Machado, que integraram a chamada “ala liberal” da Assembleia.
Em sua carreira parlamentar nesse tempo, de 1969 a 1973,
teve o Dr. José da Silva intervenções que fizeram doutrina, havendo integrado
comissões de âmbito da Educação Nacional, Cultura Popular e Interesses
Espirituais e Morais. Bem como fez considerações acerca da defesa do património
arqueológico nacional.
Enquanto isso e depois, o Dr. José da Silva foi ainda membro
ativo na vida da diocese do Porto, à qual prestou relevantes serviços no âmbito
da sua atividade forense.
O seu funeral, com missa de corpo presente celebrada pelo
bispo diocesano do Porto na igreja do Santíssimo Sacramento, na cidade Invicta,
veio por fim para Felgueiras, rumando a Friande, onde ficou a repousar seu
corpo em terra felgueirense.
Desaparecido assim da vida terrena, o Dr. José da Silva
permanece no relevo de ter feito jurisprudência digna de o deixar lembrado.
ARMANDO PINTO
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“As páginas de um jornal morrem no mesmo dia em que nascem. E, no entanto, renascem no mesmo momento em que morrem. A cada volta que o mundo dá, o jornal cumpre o seu ciclo de vida. E leva a todos os seus leitores todas as informações que eles precisam para entender as voltas do mundo em toda a sua dimensão e grandeza. Esta é a história diária de um jornal. As páginas de um jornal são páginas de história. E não morrem jamais”
ResponderExcluirMoacyr Andrade, “As páginas de um jornal podem ir para o lixo ou entrar para a história”.
Muito bem!
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