Na pertinência da grande manifestação de religiosidade que
foi a recente vinda ao concelho de Felgueiras do andor com a “Imagem Peregrina de Nossa Senhora de
Fátima”, vem a propósito recordar anteriores acontecimentos marcantes na
memória felgueirense, sendo assim esse o mote do artigo desta semana na colaboração do
autor destas linhas no Semanário Felgueiras:
Visita da imagem Peregrina de Fátima
O concelho de Felgueiras acolheu ao início desta semana a
presença da Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Fátima, na sua passagem pelo
território felgueirense em visita à Diocese do Porto. Acontecimento incluído no
âmbito do programa de preparação para o centenário das aparições de Nossa
Senhora em Fátima.
A imagem peregrina de Fátima, idêntica à original (da
Capelinha das Aparições) e também talhada pelo mesmo escultor da primeira, José
Thedim, foi feita segundo indicações da Irmã Lúcia, vidente das aparições, em
1947. A partir de então percorreu, por diversas vezes, o mundo inteiro, levando
consigo a mensagem do que representa Fátima. Depois de mais de meio século de
peregrinação, em que a Imagem visitou a maioria dos países dos vários
continentes, alguns deles por diversas vezes, a Reitoria do Santuário de Fátima
entendeu que ela não deveria sair mais, a não ser por alguma circunstância
extraordinária. Em maio de 2000, foi colocada na exposição Fátima Luz e Paz,
onde foi venerada por dezenas de milhares de visitantes. Passados três anos,
mais precisamente no dia 8 de dezembro de 2003, solenidade da Imaculada
Conceição, a Imagem foi entronizada na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de
Fátima, tendo sido colocada numa coluna junto do altar-mor. Entretanto, a fim
de dar resposta aos imensos pedidos provenientes de todo o mundo, foram feitas várias réplicas da primeira Imagem Peregrina. Até que a
primeira voltou a sair no dia 12 de maio de 2014, primeiramente para uma visita
às comunidades religiosas contemplativas existentes em Portugal, que decorreu
até ao dia 2 de fevereiro de 2015, e depois a todas as dioceses portuguesas, de
13 de maio de 2015 a 13 de maio de 2016. Em cujo itinerário passou esta semana
por Felgueiras, no périplo pela diocese portucalense, tendo como objetivo um
maior envolvimento na celebração do Centenário das Aparições de Fátima, a
comemorar no próximo ano.
Não foi agora, desta vez durante pouco mais de um dia, a primeira vinda dessa imagem a terras de Felgueiras. Assim como outras ocorrências de cariz religioso se deram entretanto.
Não foi agora, desta vez durante pouco mais de um dia, a primeira vinda dessa imagem a terras de Felgueiras. Assim como outras ocorrências de cariz religioso se deram entretanto.
= Na estada da imagem de Nossa Senhora de Fátima em
Felgueiras por ocasião da grande peregrinação da imagem peregrina em 1969,
estando na Guarda de Honra o Chefe Antero, dos Bombeiros de Felgueiras (foto de
arquivo pessoal de seu filho, sr. Armando Silva). =
Faz o caso recordar anteriores vezes que Felgueiras teve oportunidade de ter acontecimentos destes. Como aconteceu em 1969 e então com mais tempo e amplitude, quando a mesma imagem andou pelas paróquias todas e em cada uma mereceu honras de celebrações próprias culminadas com procissões paroquiais, em ambientes decorados a preceito, metendo arcos floridos à maneira antiga portuguesa, conjuntamente com visitas pastorais dum bispo da diocese, na mesma ocasião.
= Arco tradicional florido, de recepção à visita da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, na paróquia de S. Tiago de Rande - Fevereiro de 1969 =
Sobre aquela visita contemporânea também, há imagem da
procissão paroquial correspondente na paróquia de S. João de Sernande, da qual
se mostra panorâmica visual, vendo-se o andor em ombros de soldados, jovens ao
tempo a prestar serviço militar e que eram da mesma freguesia, mais aspetos
figurativos de Nossa Senhora e dos pastorinhos de Fátima.
= Procissão de Sernande, a passar sobre tapete de flores à maneira tradicional - Fevereiro de 1969 =
Assim como antes ainda, corria a primavera de 1961, por ocasião
da peregrinação das relíquias do Santo Condestável por terras de Portugal, houve
grande impacto na receção às relíquias do então Beato Nuno Alvares Pereira, em
campanha de sensibilização nacional, qual jornadas de culto português ao Beato
Nuno de Santa Maria.
Essa passagem das relíquias de Nun’ Álvares foi um
acontecimento que ficou na memória, tal o aparato que ao tempo gerou. Tanto que
a passagem de seus restos, em viatura oficial, teve alas de crianças de escolas
e catequese a ladearem as estradas por todo o trajeto dentro do concelho de
Felgueiras, bem como representantes de instituições e agrupamentos, a honrar a
ilustre figura desse português herói e santo. Tendo sido construídos tapetes de
flores, com todo o povo afadigado na sua execução na noite antecedente, e que
só deixaram ser depois pisado na passagem das relíquias veneradas, sob entoação
dum hino litúrgico próprio, que o Padre Moreira das Neves compôs para a mesma
Peregrinação Nacional das Relíquias.
ARMANDO PINTO
((( Clicar sobre as imagens )))
Este trabalho é digno de comentário da História viva. Para complementar tão ilustrativa exposição.
ResponderExcluirAs relíquias de D. Nuno, o S. Nuno de Santa Maria, foram trasladadas numerosas vezes do sepulcro original para a Igreja do Carmo, em Lisboa, até que, em 1961, por ocasião do sexto centenário do nascimento do Beato Nuno, se organizou uma peregrinação nacional do precioso relicário de prata que as continha; mas pouco tempo depois foi roubado, nunca mais tendo sido encontradas as relíquias que contivera, tendo sido depostos, em vez delas, alguns ossos que tinham sido conservados noutro lugar. A descoberta em 1966 do lugar do túmulo primitivo contendo alguns fragmentos de ossos compatíveis com as relíquias conhecidas reacendeu o desejo de ver o Beato Nuno proclamado Santo da Igreja.