Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Felgueiras em Poema - Amém Felgueiras !

 

Ser felgueirense é algo que se sente. E mais ainda sempre que se sente elevação do que nos faz ter esse sentimento de identidade e união. Como volta a haver, além das esperanças que se deparam no horizonte dos anseios, após mais um ato eleitoral autárquico muito concorrido e bem sentido, mais extensivamente pelo que se almeja no que os olhos dos sentidos vão já experimentando. Tal o caso da grande obra do espaço de merendas e lazer que está a vislumbrar-se já no monte de Santa Quitéria. Algo que há muitos anos foi do desejo pessoal e inclusive em diversas ocasiões coisa lembrada pelo autor destas linhas, desde tempos da colaboração escrita no antigo Notícias de Felgueiras e mesmo depois até no Semanário de Felgueiras por vezes, ao longo dos anos. Que este ano, finalmente, está a acontecer, estando a concretizar-se neste ano de 2021.

Nessa amplitude, em que tudo o que é felgueirense atrai quem sente felgueirismo, apraz elevar essa mística em moldes também deveras sensíveis. Elevando, além da altura da elevação do terreno desse local, mais ainda pelo que o mesmo representa na unidade concelhia.

Assim sendo, num espaço destes, qual cantinho de enaltecer temas da região do autor, através de escrita própria, incluindo motes relacionados com o concelho pátrio (pois a Pátria é a terra que nos viu nascer!), caberá de quando em vez, como complemento, vincar mais qualquer motivo pouco usual na nossa atividade literária. Como desta feita nos lembramos de acrescentar, num acrescento relativo. Quão no caso dum poema dedicado a Felgueiras. Derivado a uma menção feita numa revista de poesia, corria o ano de 1996. Sendo que o autor prefere mesmo a prosa de modo poético, a respirar espírito de poesia, mas ao correr da escrita, sem restrições métricas nem talhe de rima. Embora sem voltar costas a esse estilo, ainda que muito raramente, quando calha. (Não por não sentir afinidade, mas por não estar à altura da boa poesia. Sendo o autor apologista da poesia melodiosa, com mensagem que se entenda, rimada e detentora de outros atributos das regras comuns. )

Ora, entre escasso material poético pessoal, houve um poema publicado em 1986 no jornal Notícias de Felgueiras, desde logo destinado a incluir o início do livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras” – sobre Felgueiras. Poema esse que mais tarde, passados cerca de 10 anos, uma publicação vocacionada a tal campo literário, a revista “Poetas de Todos os Tempos”, incluiu na sua edição de Junho de 1996.

De tal raridade, em todos os sentidos junta-se visualização da capa (no início deste artigo) e a respetiva página, a seguir, sem pretensiosismos, mas apenas como registo, para constar.


 


 Armando Pinto 

 

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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

Em 1928 Felgueiras era referência no ciclismo (com a realização do "Porto-Felgueiras-Porto", ganho por Manuel Nunes de Abreu, do FC Porto)!

 

Pode perder-se na poeira da memória dos tempos, mas há provas escritas de efetivamente em 1928 ter havido uma corrida com percurso do Porto até Felgueiras, retornando ao Porto. Cujo itinerário se alongou pelas estradas daquele tempo ao longo de 117 quilómetros, que foram então percorridos pelos ciclistas em cinco horas e tal. Havendo ao tempo duas categorias de corredores, Fortes e Fracos. Saindo então vencedor o “Forte” Manuel Nunes de Abreu, do FC Porto.

A notícia dessa realização também já por algumas vezes havia sido entretanto referida pelo autor destas linhas em diversas publicações, porque estava referenciada num dos volumes da “História do Futebol Clube do Porto”, por Rodrigues Teles (nos anos 1950), e também numa das pequenas revistas das Seleções Desportivas (de 1978) sob título “A Vida do Grande Clube Nortenho”, em textos de Luís César. Aumentando a informação com a chegada de imagens duma publicação dessa era, do “Almanaque de Sports 1929”, contendo dados desportivos do ano de 1928 – cujo original faz parte da coleção do amigo Paulo Jorge Oliveira, do Porto, através do qual chegou o respetivo conhecimento com o envio das mesmas imagens.

Foi então vencedor dessa grande prova o ciclista portuense Manuel Nunes de Abreu, a correr pelo F C Porto, o qual em 1927 ficara em 2º lugar na Iª Volta a Portugal. Ocasião em que foi fotografado junto com os 1º e 3º classificados da Grandíssima Portuguesa, conforme a imagem que chegou à posteridade.

O “Almanaque de Sports” em 1929 ia no terceiro ano de publicação, em sua 3.ª edição, sob a direção de Oliveira Valença, com desenho de capa da autoria de António Cruz Caldas (caricaturista fundador do jornal “Sporting”, da cidade do Porto. Jornal cujo título tinha o significado de “Desportivo”, conforme a tradução literal do termo inglês). E o ciclista vencedor do Porto-Felgueiras-Porto, no mesmo ano de 1928 havia também ganho o 1.º Circuito do Cávado, mais o Campeonato Distrital, na categoria dos Fortes, conforme se pode ver também pela mesma página das provas oficiais constantes do Calendário Regional de 1928, da área portuense, em que participaram equipas do Norte e do Sul.

Por tal publicação de 1929, desse anuário que em linguagem atual seria Almanaque dos Desportos, fica-se com dados do próprio tempo. Ficando-se a saber da existência desse grande circuito corrido entre o Porto e Felgueiras, com retorno à Invicta, sendo Felgueiras referência do mesmo trajeto, até onde foram os ciclistas, de modo que o próprio nome da prova continha a indicação: Porto-Felgueiras-Porto. Prova que teve como organizador o C.C. R. Meio (Clube de Ciclismo de Ramalde do Meio), da cidade do Porto. Tendo sido vencedor o ciclista do FC Porto Manuel Nunes Abreu, que gastou 5 horas e seis minutos (5, 06 h) ao completar em 1º lugar os 117 km, em Fortes, enquanto em Fracos foi vencedor Manuel Gomes, do Boavista, chegado à meta 21 minutos depois, em cinco horas e 27 minutos (5, 27 h) – como se verifica pelas imagens da página respetiva e ampliação da linha do local informativo correspondente. 

Armando Pinto

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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Nuno Fonseca reeleito presidente da Câmara de Felgueiras e José Campos para presidente da Assembleia Municipal, mais Lúcia Ribeiro eleita presidente da Junta da união de freguesias da área da Longra (Pedreira, Rande e Sernande), com maioria absoluta

As Eleições Autárquicas de 2021, realizadas este domingo passado (26 de setembro), ficam como mais um marco da história local. Resultando do sufrágio popular de mais este ato de eleições livres que o povo se pronunciou, tendo por via disso, no concelho de Felgueiras e para o Município, Nuno Fonseca sido reeleito presidente da Câmara de Felgueiras, José Campos reeleito para presidente da Assembleia Municipal e Lúcia Ribeiro eleita presidente da Junta da união de freguesias da área da Longra (Pedreira, Rande e Sernande), com maioria absoluta. 

O Sim Acredita conseguiu uma vitória concludente em toda a linha nas eleições deste domingo, infligindo uma pesada derrota à Coligação PSD-PPM. A Coligação de Nuno Fonseca venceu nos polos urbanos e em quase todas as freguesias do concelho na votação para a Câmara Municipal. Tendo no polo urbano da Longra, integrante da união de freguesias vigente de Pedreira, Rande e Sernande, sido também a candidata do Sim Acredita, Lúcia Alexandra Sampaio Valente de Melo Ribeiro, a grande vencedora.

= Panfletos da campanha eleitoral - manidfestos recebidos em casa, na caixa de correio...

Com efeito o povo disse de sua justiça pela manifestação através do voto, depositando suas esperanças e anseios em quem elegeram por maioria. Como até o autor deste blogue também apoiou as candidaturas que, por sinal, acabaram vencedoras. 

Aliás, numa exceção a outras vezes em que não tem sido vulgar tornar público quaisquer apoios de índole pessoal, ao longo dos anos. Como sinal que desta feita havia confiança plena e vontade de marcar também posição, ante outras possibilidades. 

= Apresentação dos candidatos da região, conforme publicação no Semanário de Felgueiras de sexta-feira 24 de setembro.

Resultados gerais:


UNIÃO DE FREGUESIAS DE PEDREIRA, RANDE E SERNANDE     

 

Inscritos - 2984

Votantes - 1801             

(Votos) Brancos - 38    

Nulos - 31

Abstenção -1183

Percentagem de Abstenção % - 39,64%                            

PCP-PEV (CDU) - 156         

Sim Acredita - PS/Livre – 928: 5 eleitos

Juntos por Felgueiras - PSD/PPM – 648: 4 eleitos

Total de Votos - 1801         



CÂMARA MUNICIPAL:

Sim Acredita - L/PS - 7 eleitos - 22.074 votos - 67,89%

Juntos por Felgueiras - PSD/PPM - 2 eleitos - 7.057 votos - 21,71%

Chega - 639 votos - 1,97%

PCP-PEV (CDU) - 607 votos - 1,87%

CDS/PP- 606 votos - 1,86%

IL- 480 votos - 1,48%

Abstenção - 37,14% 

(19.208 de 51.721)

Brancos - 1,93%

(628 de 32.513)

Nulos -1,30%

(422 de 32.513)



Para a ASSEMBLEIA MUNICIPAL (abreviando): Com pequenas diferenças, os resultados foram idênticos em números e percentagens. Daí resultando que fica o Sim Acredita-L/PS com 20 mandatos (mais 17, das presidências de Junta) e o Juntos por Felgueiras-PSD/PPM com 7 (mais 2 de presidentes de Junta), enquanto as restantes coligações e pequenos partidos (PCP-PEV, CDS-PP, CH e IL) não elegeram ninguém.


Com tudo isso e isto, depois a noite foi naturalmente de festa pelo concelho, com epicentro comemorativo diante dos Paços do Concelho, na cidade de Felgueiras.


 Agora que Felgueiras e a área da Longra vençam o futuro!


Armando Pinto

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Lembrando… De vez em quando: - Uma foto com história, da histórica “Felmostra”

A realização da FELMOSTRA – Mostra das Potencialidades do Concelho de Felgueiras e Feira do Vinho Verde, ocorrida de 1986 até 1991 e anualmente em finais de junho de cada um desses seis anos, a coincidir com o ambiente das festividades do S. Pedro de Felgueiras, foi algo que marcou a época em que a sede concelhia de Felgueiras alcançou o estatuto de cidade. Sendo, como tal, referência histórica em diversos aspetos, inclusive com a comprovativa importância revelada na preservação de adereços que ainda subsistem. Tal como imagens que transportam indicações memorandas do certame inesquecível. Quão se pode ver mesmo em certas publicações. E como consta no Livro dos “Presidentes de Câmara de Felgueiras e Eleitos do Concelho de Felgueiras 1834-2017", publicado em junho de 2017 numa edição municipal dessa era.

(Obs.: Na imagem algumas anotações, derivado a incorreções e faltas, como se notam em diversos locais dessa publicação)

Armando Pinto

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quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Em tempo do FC Felgueiras estar em grande no início da participação na Divisão Liga 3 Nacional – um vislumbre pelo simbolismo histórico felgueirista!

 

É pois, nesta temporada em que o "FC Felgueiras 1932" está em grande no início da participação na Divisão Liga 3 Nacional, bem oportuno fazer uma espécie de mini-retrospetiva, num vislumbre pelo simbolismo histórico felgueirista.

Já há muito que o FC Felgueiras não tinha um início de temporada tão entusiasmante como está agora, que à chegada do outono é comandante do campeonato atual da nova Liga 3 Nacional. Algo que leva a uma rememoração sobre a dimensão histórica do clube, na linha que respeitando o passado se valoriza o futuro.

Ora, um destes dias, questionado por alguém sobre quais os nomes mais importantes do passado felgueirista, de modo a apontar uma meia dúzia de personagens de outrora, elegendo 6 figuras míticas que fizeram parte da história do FC Felgueiras, eu escolhi, dentro dessa limitação:

- Verdial Horácio de Moura, o fundador histórico do inicial FC Felgueiras e seu primeiro treinador da fase de entrada em jogos oficiais;

- Joaquim Carvalho (dos armazéns conhecidos por Sebastião Carvalho, conforme o nome de seu pai; e ele pai do Padre Hernâni Carvalho, que foi presidente do clube em substituição do progenitor) por ter sido financiador do clube em muitos e difíceis momentos;

- Dr. Machado de Matos, por ter sido advogado defensor do clube em muitos casos junto da Associação, a pontos de ter merecido o nome para o antigo campo da Rebela e atual estádio;

- Sabú, por ter sido o ídolo dos tempos da primeira subida de divisão, em 1965;

- Alberto Pimenta, por ser jogador carismático dos tempos áureos; 

- Sérgio Conceição, este dos tempos modernos ou menos distantes, pela ligação histórica no mediatismo atingido, quão orgulho haverá por ter representado o Felgueiras um nome assim importante do futebol português.

(Isto no limite de 6, se fosse de 7 acrescentava o Caiçara, pelo seu famoso pontapé de canhão que ficou na memória de todos os que seguem o Felgueiras desde sempre; e se o número crescesse, na possibilidade de escolha ou seleção, haveria ainda Adriano Sampaio Castro, um dos mais famosos entusiastas integrantes da primeira equipa da fase de jogos oficiais, pelos anos 50; mais o Adão Soares, este o Adão dos anos 70’s, como paradigma do atleta que continuou como adepto fervoroso, etc. etc. ).

Armando Pinto

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quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Recordação dum antigo blogue (“Vila da Longra”): Memórias escritas do Historial da Junta de Freguesia de Rande e eleições históricas de tempos idos…

Recordando o que foi escrito e publicado no antigo blogue “Vila da Longra” em 2009, já lá vão uns anos, com muitas ocorrências de permeio e posteriormente, como se sabe e pode verificar… apraz agora relembrar o que até então constava do historial da instituição – muito antes de ter havido a união de freguesias permitida no tempo da que foi última gerência da Junta de Freguesia de Rande, pela anuência à "Lei Relvas" discutida e levada à prática em 2012 / 2013, como se sabe também (e "coisa" obviamente aprovada pelo executivo da Câmara Municipal dessa época e membros da Assembleia Municipal também desse tempo).

O blogue "Vila da Longra", que era dum elemento da Junta de Freguesia desse tempo (criado e gerido por esse amigo conterrâneo, como foi do conhecimento público), mas no qual colaboravam outras pessoas, teve ao tempo a virtude de puxar por algumas sensibilidades. Enquanto depois de ter desaparecido do mapa (ou seja, a partir que deixou de ser atualizado com novas publicações), muita coisa foi ficando no esquecimento, até terem deixado que houvesse o silêncio de que resultou a anexação da freguesia noutras vizinhas, como é do conhecimento geral.  

Algo que ao tempo do artigo que agora se recorda ainda não estava definido. Tendo sido apenas relembrado o que era da história passada até essa época. E, assim, se recorda, como foi publicado (e ao tempo foi impresso particularmente pelo autor destas linhas, para memória futura, como se pode fazer de tudo o que é publicado). Sem esquecer que da eleição de 2009 ficou o Executivo da Junta de Rande que teve em mãos a última gerência da freguesia independente. 

Eis então o que se pode rever, até 2009 – recorde-se:

Armando Pinto

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quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Arquivo pessoal sobre Felgueiras – “dossiers” das Autárquicas Felgueirenses

Começada a campanha eleitoral para as “Autárquicas/2021”, aumenta o pecúlio documental reportado ao tema, com enriquecimento de literatura alusiva começada a chegar à caixa de correio aqui de minha casa. Engrossando assim as pastas arquivísticas de apreço pessoal, do que tem sido guardado pessoalmente desde 1974/76, até agora, e através de cujo acervo se pode analisar e recordar o que ficou e permanece subjacente ao longo de tantos anos. Estando já guardado o primeiro manifesto recebido destas eleições em que naturalmente se depositam grandes esperanças e muita confiança.

Armando Pinto

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sábado, 11 de setembro de 2021

Falecimento do Dr. Jorge Sampaio - antigo Presidente da República que visitou Felgueiras e teve apoio felgueirense

Falecido na manhã de sexta-feira, dia 10 de setembro deste ano de 2021, o antigo Presidente da República Dr. Jorge Sampaio é motivo de atenções e recordações por estes dias. Vindo assim também a talhe aqui evocar algo de sua memória, tendo ele sido um dos Presidentes de Portugal que vieram a Felgueiras em visitas protocolares.

O Dr. Jorge Sampaio, tempos depois de sua primeira eleição, veio a Felgueiras em visita oficial, a cujo ato esteve também presente o Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra, com as crianças e jovens a formarem alas por onde ele passou. Havendo inclusive na oportunidade a representação de meninas e meninos da Casa do Povo da Longra lhe feito entrega de um ramo de flores e do livro oficial do Festival desse ano, do jovem Rancho da Longra.

Não vem ao caso qualquer evocação laudatória, ao género de se falar bem de gente importante à sua morte, nem deixar subentendidas apreciações político-partidárias ou mesmo de simpatias ou não. Havendo sempre alguma coisa que não agradou a toda a gente, como no caso do Dr. Sampaio aconteceu com sua oposição e consequente veto à criação de novos municípios, por exemplo. Apenas se relembra que aquando de sua reeleição, porque havia antes estado em Felgueiras, também teve apoio manifesto em Felgueiras, como se pode recordar pelo panfleto da ocasião eleitoral de sua recandidatura para o segundo e último mandato.


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A propósito, recorde-se o que está historiado sobre as visitas oficiais de representantes da nação a Felgueiras – através duma das crónicas do autor destas linhas, também. Conforme está escrito em artigos publicados entretanto no Semanário de Felgueiras, e desses textos de há anos se juntou tudo numa narrativa que tem estado guardada, para outro fim em vista.

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Visitas Reais e Presidenciais a Felgueiras

No espírito destas anotações, calha vez de lembrar, desta feita, as Presidências que fazem parte da História de Felgueiras. Para remeter recordação às Visitas Presidenciais com que Felgueiras foi presenteada pelos Presidentes da República Portuguesa, supremo ícone social da Nação, como extensivamente por um Primeiro-Ministro, atendendo ser imediata figura política e constitucionalmente responsável governativo do País. E a propósito, recuando no tempo, focar as vindas de Monarcas Reais à terra Felgueirense da origem Sousã.

Tanto o que é do conhecimento histórico, só depois de 1910, com a implantação da República, passou Portugal a ser representado ao mais alto nível por um Presidente. Até aí fora a Monarquia, com quatro dinastias de soberanos, dos quais apenas o último, ao que se sabe, visitou oficialmente Felgueiras. Naturalmente que em eras recuadas outros reis por aqui possam ter passado, a caminho de batalhas ou em viagens pelo reino ou visitas a casas nobres, sabendo-se da importância havida nos alvores da nacionalidade por famílias feudais, como os Sousões, por exemplo. No entanto, do que está documentado, apenas se sabe de D. Afonso Henriques ter pernoitado no Paço do Conde do Unhão, e aí foi intérprete de certa cena menos lícita no relacionamento conjugal do fidalgo anfitrião... Adiante isso, passada toda a Idade Média, chega-se à era contemporânea sem mais novidades, quanto ao tema. Também porque a História de Felgueiras está deveras ofuscada em períodos como os séculos XVIII, XIX e até do XX, ou seja não está completamente estudada e obviamente escrita, não havendo assim muitos informes. Contudo fala-se, de se ouvir a pessoas antigas, que anteriormente, no tempo de D. Carlos, a rainha consorte D. Amélia esteve em Felgueiras. E tambem D. Carlos terá passado e parado numa passagem rumo a Amarante. Mais ao certo e demorada há notícia da vinda do então Príncipe D. Manuel de Bragança que, quando era ainda príncipe segundo na sucessão, esteve no concelho de Felgueiras em 1907 (conforme demos conta no “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, a propósito da biografia de Guilhermina Mendonça, em cuja festa de debutante esteve o mesmo representante da Coroa, na Casa de Rande). Como depois da sua ascensão ao trono, por morte do pai e do irmão, já como rei D. Manuel II passou por Felgueiras em 4 de Julho de 1909 (aquando duma vinda ao Norte, por motivo de presidir no Porto e Amarante às comemorações do centenário das invasões francesas), tendo-lhe sido prestada recepção no então chamado Largo D. Carlos, na vila de Felgueiras.

Extinta a Monarquia, a República teve os mais diversos Presidentes que ascenderam ao alto cargo superintendente de Portugal, desde Manuel Arriaga, Teófilo Braga, Bernardino Machado, Sidónio Pais, João Canto e Castro, António José de Almeida, Manuel Teixeira Gomes (na I República), Mendes Cabeçadas, Gomes da Costa (durante a ditadura militar saída do 28 de Maio de 1926), Óscar Carmona, Francisco Craveiro Lopes, Américo Tomás (na ditadura do Estado Novo), e (com a instauração da democracia, após o 25 de Abril de 1974) António Spínola, Francisco Costa Gomes, Ramalho Eanes, Mário Soares, Jorge Sampaio, Aníbal Cavaco Silva e Marcelo Rebelo de Sousa, dos quais os cinco mais recentes foram votados em eleições livres – até ao tempo destas anotações.

Ora, entre os momentos cíclicos do exercício da cidadania nacional, também os Felgueirenses obviamente têm tido oportunidade de participar na escolha da personalidade que corporiza o simbolismo da representatividade portuguesa, ou seja as eleições presidenciais, como naturalmente nas eleições legislativas para formação dos Governos constitucionais, entre outros actos eleitorais do calendário político-partidário português. Nessa quota-parte de responsabilidade e dever, há também natural afinidade a tal ícone da Pátria, que é o lugar da Presidência da República. Atento ao facto, e porque importa focar todos os assuntos possíveis de memorizar, nos fastos e datas festivas da mística Felgariana, apraz aqui recordar algo relacionado. Recuando às Presidências de Honra que Felgueiras recebeu de alguns dos sucessivos Presidentes, como Chefes de Estado do nosso País. Com ressalva de que, para o caso, não contam obviamente as passagens acontecidas em campanhas eleitorais dos candidatos, presidenciáveis ou não, ao longo dos tempos.

Não há informes de visitas a Felgueiras dos primeiros Presidentes que assumiram o mais alto cargo do país. Aliás esta região nunca teve grande peso no panorama político luso, daí que mesmo depois, com os que se seguiram, as deslocações desses magistrados supremos, em visitas oficiais, se possam contar pelos dedos de uma só mão, tão poucas foram essas ocasiões.

Assim (salvo remota possibilidade de poder ter havido qualquer outra, que possa ter ficado desconhecida da generalidade, ao que tem sido possível estudar), a primeira estada de um Presidente da República Portuguesa em Felgueiras, de que temos notícia, ocorreu em 1918, aquando da visita do Presidente Sidónio Pais. Para a qual o Presidente da Câmara de Felgueiras, ao tempo, solicitou a colaboração do então Capitão (e mais tarde General) João Sarmento Pimentel, figura importante da época nos meios político-militares, para que o «acompanhasse na recepção que desejavam dispensar ao Presidente da República». Sidónio viera em périplo pela região, por causa do surto da pneumónica ("Gripe Espanhola") que na época grassou no norte do país – porque «andava a visitar os hospitais para tomar conhecimento da extensão do desastre e de algum modo confortar os doentes» (conforme é narrado no livro “Sarmento Pimentel ou Uma Geração Traída”, de Norberto Lopes).

= Aquando da vinda do Presidente Américo Tomás a Felgueiras: Na receção oficial, em frente aos Paços do Concelho, com raparigas e rapazes da Longra na representatividade concelhia (do Rancho formado anualmente nesses tempos para a  Festa do S. João da Longra e do S. Pedro de Felgueiras, como todos os anos acontecia)!

Depois disso, já com o Estado Novo há muito instalado, o então Presidente Craveiro Lopes esteve para vir efectuar a inauguração do novo (e ainda actual) edifício da Câmara Municipal, mas (por estar quase de saída do cargo, pois estava-se em período de eleições, quando surgiu a campanha de Humberto Delgado, sendo nomeado por Salazar como candidato da situação o almirante Américo Tomás), tal cerimónia em Felgueiras acabou por ser presidida pelo Ministro da tutela das Obras Públicas, Eng.º Arantes de Oliveira, que teve a honra do corte da fita inaugurativa dos Paços do Concelho, nessa festiva data de 1 de Junho de 1958. Como, ainda nessa tarde, o mesmo titular inaugurou o depósito das águas de abastecimento à vila, na encosta do monte de Santa Quitéria, e dois postos de energia eléctrica. No mesmo dia, por fim, o Ministro da Justiça, Dr. Antunes Varela, inaugurou o então novo Tribunal Judicial da Comarca local. Felgueiras teve, mais tarde, a dita de compensação do Presidente Américo Tomás se ter deslocado a este concelho, em Junho de 1959, para visita em que foi recebido numa apoteose popular, por meio de grupos etnográficos representativos.

= Chegada do Presidente da República General Eanes – Receção oficial, em frente aos Paços do Concelho, ladeado pelo Dr. Machado de Matos, então Presidente da CMF.

= Recorte da 1ª página do “Boletim Municipal”, nº 2, de Agosto de 1982, com reportagem referente ao acontecimento (embora com imprecisão de erradamente considerar essa a primeira visita…)

Com grande hiato de tempo pelo meio, só passadas mais de duas décadas se repetiu a dose, prosseguindo em 1982 essa ementa, quando Felgueiras voltou a conhecer a honra de receber o mais alto dignitário da hierarquia portuguesa. Aconteceu em pleno dia da Festa do Concelho e Feriado Municipal, a 29 de Junho desse ano. Entretanto já Portugal passara para o regime democrático havia uns bons anos, quando na referida data o General Ramalho Eanes, Presidente de todos os Portugueses nessa época, recebeu autêntico banho de multidão no concelho. Foi recebido com honras na fronteira concelhia, ao alto do Unhão, para na passagem pela Longra a respectiva comitiva ter feito breve paragem, correspondendo a entusiasta manifestação popular; até que na chegada à sede concelhia de Felgueiras se fez sentir euforia da população, entre números protocolares de guarda d’honra e sessão solene. Eanes, sempre muito aclamado, passou o resto do tempo, nesse dia, em cumprimento de um programa oficial que, além de visita à casa do Pão de Ló de Margaride e ao Quartel dos Bombeiros de Felgueiras, se estendeu depois também à Lixa e aos seus Bombeiros.

= 1ª Página do Jornal de Notícias do dia seginte à visita oficial do Presidente Eanes a Felgueiras

De permeio, passaram-se as eras das chamadas primeiras Presidências Abertas, sem que Felgueiras fosse contemplada. Intervalo tal apenas mediado no tempo com a vinda do Primeiro-Ministro, ao tempo, Aníbal Cavaco Silva, na primeira visita oficial de um Chefe do Governo ao concelho de Felgueiras, acontecida em 21 de Maio de 1989. Visita essa realizada numa tarde, em que o mesmo permaneceu algumas horas na cidade de Felgueiras e na então vila da Lixa.

Até que, por fim, volvidos mais uns quantos pares de anos, voltou a acontecer uma visita presidencial, com a vinda até Felgueiras de Jorge Sampaio, no papel de máximo representante nacional. Ampliando enfim esses honrosos momentos com sua estada protocolar na terra do pão-de-ló e do calçado, em visita oficial efectuada a 28 de Novembro de 1998, em cuja manhã desse sábado teve lugar a recepção oficial de boas vindas (depois de chegada de véspera, para um jantar de encontro com empresários locais). Sobressaindo, no decurso de sua permanência nestas paragens, o contacto havido com a população, na deslocação do Presidente Sampaio para a piscina municipal, que contou sobretudo pelo simbolismo da presença de representações de colectividades do concelho, ao longo do percurso.   

= Capa do boletim “Felgueiras Municipal”, retrospectivo à visita em apreço

Refeita a recordação, sobre esses breves instantes de calorosa honraria, já passada, fica sintetizada uma galeria a merecer ser guardada na retina historiadora dessas horas, em seu tempo vividas pelas gentes de Felgueiras.

ARMANDO PINTO

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sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Remembranças de diversos tempos: Livros publicados em setembro - mais lendas e narrativas da região…

Ao longo dos anos de escrita de livros publicados, pelo autor (destas linhas, deste blogue e das publicações a recordar agora, também), contam-se dois que saíram do prelo e chegaram ao público em setembro, com anos de intervalo obviamente: um aquando do 2º Festival de Folclore do Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra, em setembro de 1998, conforme ficou na própria capa do respetivo livro oficial; e outro em setembro de 2007, esse dedicado a historiar o Futebol de Felgueiras.

Ora, se do livro do futebol já aqui têm sido feitas referências várias (quanto à história do futebol felgueirense, até então, sob título “Nas Fintas do Tempo – 1932/2007”, em que ficou registo escrito a descrever as diferentes fases do futebol em Felgueiras e sobremaneira o original Futebol Clube de Felgueiras e sua continuidade através do episódico CAF-Académico de Felgueiras, antes portanto da retoma histórica com o sucessor FC Felgueiras 1932)… desta vez calha de acertar o passo da história com o anterior livrinho sobre o 2º Festival da Longra. No qual, além de natural resenha historiadora da Associação-sede e do Rancho anfitrião, mais dos agrupamentos participantes no certame, ficaram ainda descritas algumas curiosidades relacionadas com a região envolvente, por meio de recolhas, conforme ficou no conteúdo expresso – que aqui se relembra.

Armando Pinto

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