O Carnaval da Longra, na “baixa” sul do concelho de
Felgueiras, cujo Corso Longrino neste ano de 2025 desfila pela 28.ª vez como cortejo
carnavalesco organizado, transporta muito tempo já de história interessante,
desde que começou a desfilar em 1997 devidamente oficializado, já em estilo de desfile alegórico.
Antes disso havia desfiles populares em caminhadas de carnaval pelas artérias da Longra mas a título de pessoas individuais ou pequenos grupos de familiares e amigos, através de figurantes esporádicos. Com gente mascarada, quer adultos como crianças, a que se chamavam “Caretas”, normalmente incluindo homens vestidos de mulheres e mulheres a fazer de homens, entre variantes diversas. Através de roupas velhas e cara coberta, antigamente por uma meia metida pela cabeça ou algum pano que deixasse ver, bem como caretas desenhadas em papel tosco, por vezes pintadas com borras de sumo das amoras silvestres, como tinta; e mais tarde por máscaras bem feitas e estilizadas a encobrir os rostos. Vindo as pessoas para a frente das suas casas, e os de mais longe vinham para junto das casas de amigos ou familiares, como espetadores, a assistirem a essas passagens. Com acrescentos nalguns anos em que se juntavam os chamados enterros de viúvos, quando na proximidade do tempo havia realização das antigas festas de noivados de viúvos e viúvas, com a proclamação do chamado testamento no fim. Tal como no Carnaval sempre houve e há o enterro e queima do Entrudo.
Ora, então em 1997 houve pela primeira vez Cortejo de
Carnaval organizado na Longra. Tendo começado numa organização da Casa do Povo
da Longra, em ideia e esforço conjunto da Direção e dos dois grupos então
existentes na mesma Associação, o Grupo de Teatro e o Rancho. E desde aí tem sucessivamente
acontecido, posteriormente e entretanto já com parceria da Junta de Freguesia, saindo à rua pelos seguintes anos adiante, com exceção de um ano
devido à pandemia do Covid.
Começou com carros artesanais, feitos pelos membros dos grupos da Casa do Povo, mais outros veículos e quadros de cenas de confeção dos próprios participantes, tal como mais adereços e roupas, tudo de cada um dos aderentes, até que com a seguinte parceria da Junta da Freguesia começaram a ser incluídos grandes carros alegóricos. Passando a ser um cortejo alegórico consentâneo com o ser do Corso de Carnaval.
É assim essa uma honra também pessoal, mas não só, contando
toda a gente que nesse tempo dos finais dos anos 90 e tal pertencia aos quadros
da instituição. Tendo sido na minha primeira presidência, na Associação Casa do
Povo da Longra, o princípio do Corso Longrino, ou seja ainda nos inícios de gerência da Direção a que presidi (desde
dezembro de 1996 e depois reeleito, até ter saído em outubro de 2006), que teve início o Carnaval da Longra, em fevereiro
de 1997. Sendo de recordar especialmente o labor de uns Joaquim Sousa, Isabel
Costa, Anita Fernandes, Carlos Teixeira, César Ferreira, Carlos Moura, Adelino
Ferreira, Alberto Ferreira, Vasco Fernandes, etc. e obviamente Armando Pinto. Mais
todos os aderentes e concorrentes. Sabendo-se que logo nesse primeiro ano houve
um concurso, com júri para escolha dos melhores figurantes e grupos de foliões.
Como curiosidade memoranda: Formaram a mesa do júri representes
da Câmara Municipal de Felgueiras e da Junta de Freguesia de Rande, respetivamente Prof. António Pereira e Adriano Coelho; do jornal
Semanário de Felgueiras, Dr. Manuel Faria; da Rádio Felgueiras, Abílio Pedro; o anterior presidente da casa, Artur Barros; e o então presidente
da Casa do Povo, Armando Pinto; mais um representante do comércio local, Joaquim Cerqueira – como se
pode recordar por imagens constantes do álbum pessoal do autor destas
lembranças.
Desse primeiro Carnaval da Longra, como lembrança, evocam-se alguns dos momentos vividos e fotografados. Desde instantâneos até à memória do pequeno trofeu que ao tempo serviu de recordação, oferecido pelo Grupo de Teatro da Casa do Povo da Longra.
Armando Pinto
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