Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

Entre curiosidades locais - de vez em quando… O alto do Calvário, em Rande.

Por entre lugares conhecidos de alguns, mas possivelmente de nem todos os conterrâneos, há sítios menos falados no domínio público e possivelmente algo desconhecidos. Como é a mata do Calvário, da paróquia de S. Tiago de Rande. Da qual foi entretanto feita referência no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997, deitando olhos aos documentos vislumbrados aquando das pesquisas para esse trabalho histórico-monográfico, além de algum conhecimento transmitido por pessoas mais velhas, à época. Vindo isso à ideia por estes dias, em que nas andanças à busca de musgo e outros materiais para o presépio natalício, houve oportunidade de andar por esses sítios da freguesia com réstias ainda visíveis do passado.


Nota: Local sito no alto das matas existentes por trás da capela mortuária de Rande, mais para o lado das proximidades traseiras, sendo um terreno que pertencia à paróquia e onde em tempos existiram diversas cruzes de pedra e outras construções, a formar o Calvário da Paixão Pascal. Daí o nome porque era conhecido o sítio, onde em tempos idos na semana santa, por exemplo, se celebravam cerimónias próprias. Tendo recebido essas informações verbalmente de pessoas antigas, e de modo mais vincado de uma vez que, pelo meio dos anos 60 (por volta de 1964), andamos ali ao musgo para o presépio grande feito na igreja de Rande pelo sr. Góis e pelos rapazes da “Liga Eucarística dos Homens de Rande”, com ajuda de crianças da “ Cruzada”. E entre os que andamos à procura de musgo e arvoredo ter andado o sr. Elísio da Fonte, senhor já idoso nesse tempo, que nos contou isso.

Quando fiz pesquisas para a escrita do livro “Memorial…” vi a escritura respetiva entre os documentos da paróquia, que estavam guardados no arquivo paroquial feito pelo Padre João (se bem que depois com o Padre Oliveira e o Padre Jorge aquilo já estivesse muito desorganizado, para não dizer outra coisa…) e inclusive havia uma relação feita pelo punho do Padre João com os bens da paróquia, em que a mesma mata estava devidamente descrita. Mais tarde, por trocas havidas com o proprietário das matas vizinhas, houve trocas de terrenos, deixando de pertencer à paróquia, aquando da construção da capela mortuária (por acordo de troca com o terreno mais atrás e assim haver arredondamento e junção de terrenos dessa parte), para a capela funerária ser edificada junto à estrada. 

Armando Pinto

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