Espaço de atividade literária pública e memória cronista

domingo, 19 de março de 2023

Dia do Pai - meu também, em ambos os sentidos naturais, de filho e pai!

Mais um Dia do Pai chega agora. Fazendo voar, com a chegada das andorinhas pela Primavera, um aconchego ao ninho familiar, esvoaçando nas memórias o sentimento da vida em família. Uma vida de sorriso radiante como sorri a lembrança dos olhinhos dos filhos, outrora, que perduram na retina da memória. 

Entre as diversas prendas do Dia do pai, que recebi de meus filhos ao longo dos tempos, há um cartão recebido ainda na infância do meu casal, há muitos e bons anos, com uma frase interessante a dizer que tudo começou no pai. No sentido, em nosso caso, na vida da nossa família, também. Sendo o meu pai o meu herói e eu gostando muito que meus filhos sintam por mim o que sentem, naturalmente. Porque a vida é assim, ao menos, vivida pela sensação de valer a pena viver, havendo alma e história comum na vida que brotou e tem sucessão, abraçando-nos assim à nossa vida como ao que mais queremos. 

Com efeito, desde que meus filhos começaram a saber esboçar letras, foram desenhando sua afeição em provas de amor filial. Como foi acontecendo enquanto crianças de infantário, escola e depois pela vida adiante. Com coisas, de diversas feições, que gostei de receber, naturalmente, e guardei. Como tenho ainda. Quão, neste tempo de renovação da natureza, brota das lembranças como flores e frutos de nossas vidas.  

Assim tal qual, olhando mais atrás, relembro tempos desde que andava pela mão de meu pai e gostava de o admirar e sentir como meu pai.

 Assim sendo...

 19 de março, anualmente dia dedicado aos pais, é Dia do Pai. Sendo mais um dia para recordar também o meu pai. Pois, como meu eterno herói,... não há pai como o meu pai, para mim !

  

Ora hoje é Dia do Pai. Tradicionalmente evento comemorado no dia 19 de Março entre nós, em Portugal. Celebrando-se no dia de São José, santo popular da Igreja católica e pai de Jesus na terra, como esposo de Maria, mãe de Jesus Cristo. Cuja celebração nesta data é comum a diversos países, variando contudo de uns para outros. 

Sendo o autor destas linhas também já pai e avô… não esqueço meu pai. Recordando, a propósito, aqui e agora, sua fisionomia em diversas fases da vida, desde jovem até uma época em que nossa vida não chegara ainda ao tempo dos pensamentos profundos e tudo parecia ir durar sempre. Tal a ideia das ilustrações expostas, em cuja rememoração subjacente dedicamos agora as faces dum género de cartão alusivo, com que ilustramos esta especial missiva.

  

Importa então, para o caso, em dia de S. José e do Pai, que esta data é dedicada a homenagear os pais, pois, como diz o povo, falando em nome de todos e de cada um: não há pai pró meu pai…! Pai só há um. E o meu, desaparecido fisicamente desde 2006, continua sempre presente. Como quando viveu, nos seus quase noventa anos de vida, é sempre o meu herói. 

   
Numa singela mas sentida homenagem a meu pai, lembrando como ele gostava de ver as fotografias antigas e documentos que eu conseguia descobrir e divisar, aqui arranjo maneira de mais uma vez mostrar uma - acima - como recordação. Esta do local da “fábrica nova”, a Metalúrgica, na Arrancada da Longra (sabendo-se que a "velha" era a inicial, respetiva, do largo da Longra), onde ele inventou e construiu a sirene que era ouvida a grandes distâncias; e, sendo coisa rara à época e mais com aquela potência, sempre foi tida como referência da Metalúrgica da Longra… numa das suas facetas que lhe valeram, a Joaquim Pinto, meu pai, o Prémio da Associação Industrial Portuense, de 1959 (e que recebeu depois no Porto em 1960). 


Enquanto isto ainda permanece na retina, por fim, votamos ao além uma deposição dum texto, qual ramo florido lançado aos ares da saudade, através do qual relembramos algo que em nossa meninice nos sensibilizou na leitura do livro de ensino primário. Sempre com nosso pai no sentido… Como ele sabia e continuará a saber, nos insondáveis mistérios da eternidade!

  
  

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Na viagem da vida, chegados a lugares e horas comuns de convivências posteriores, ou mais recentes à vista da retina da recordação, trocando palavras pelo silêncio da memória, alimenta-se o afeto com imagens de uma das vezes em que demos largas a temas de nosso comum interesse, do que também nos dizia a vida.


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Pai, figura paternal, ente querido grande, porto seguro como casa paterna onde queremos estar. Num eterno regresso de saudade, onde sempre regressamos em pensamento, como que desejando que o tempo não passe, voltando a tempos de sonhos de crianças. Agora em nosso mundo adulto, cheio de histórias, aquecendo-nos à lareira dos serões de família, no lar que sempre é da nossa história.  

Armando Pinto 

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