Chegou agora ao conhecimento do autor deste blogue a triste novidade
de ter falecido há alguns meses o antigo futebolista Pacheco. Como era
conhecido esse histórico avançado goleador da equipa da primeira subida de Divisão Distrital do FC Felgueiras, na época de 1964/1965; bem como na seguinte temporada
de 1965/1966 do primeiro título de Campeão obtido pelo FC Felgueiras, quando
então o Felgueiras foi Campeão da 2ª Divisão Distrital da AF Porto e subiu da 2ª
à 1ª Divisão dos campeonatos distritais.
Natural e residente de Braga, onde era popularmente
conhecido por Tone King, e no mundo do futebol era mais conhecido por Pacheco,
faleceu no passado dia 15 de abril, nos primeiros tempos da pandemia do Covid
19 / Coronavírus.
De nome António da Silva Barbosa, conhecido no futebol como
Pacheco, tinha sido um avançado centro que se formou no Sporting de Braga, clube
do qual fez parte do plantel principal nas primeiras temporadas da década de
1960. Depois rumou a outras paragens, para representar outros clubes, havendo
ingressado no Futebol Clube de Felgueiras em 1964 e criado raízes afetivas na
terra do pão-de-ló de Margaride.
Tanto assim foi que ainda em 1966 teve uma festa de
homenagem em Felgueiras, com um jogo de cartaz do FC Felgueiras com o Braga.
Acontecimento que ficou registado num jornal de Braga (com a nota de reportagem
a só conter a constituição da equipa bracarense). Do qual se respiga um
recorte, a assinalar o facto.
Nascido em Braga, na freguesia de São Victor, a 4 de
dezembro de 1938, ao longo da sua carreira representou Sporting de Braga, AD
Limianos, AD Fafe, Leões FC, FC Vizela, FC Felgueiras, Rio Ave FC, Santa Maria
e CF Fão. E faleceu em Maximinos, na cidade de Braga, a 15 de abril de 2020,
aos 81 anos.
Ora, o Pacheco, aquele alto avançado centro, que entre a
catraiada que ia aos jogos do Felgueiras era conhecido por Careca, foi um dos
ídolos de minha infância, quando eu, em tempo de escola e no ano em que fiz a
4ª classe, vibrei com a carreira do Felgueiras, à época da primeira subida de
divisão do clube azul-grenã. Fazia célebre grupo de ataque na linha avançada com
os extremos César Roda, de um lado, e Sabú do outro, com ele ao centro como bom
cabeceador e oportuno rematador, além de prender os defesas adversários, de modo
que alguns colegas ficavam mais soltos, a pontos de se dividirem entre a equipa
os goleadores, no decurso do campeonato da subida de divisão (terminado na
finalíssima de Amarante, com o Lixa, em que Sabú foi autor dos 2 golos do jogo).
Enquanto no ano seguinte, com Caiçara como jogador-treinador (celebre defesa
brasileiro vindo do Guimarães) Pacheco continuou no centro de ataque a
concretizar os centros, então já assistido pelo extremo Fernando Mesquita
(visto Sabú ter ido para a guerra colonial, onde foi ferido em combate), mais
Franklim, e os restantes do plantel afinal. Havendo ficado para a história desses
tempos os astros que ficaram na memória, tais como Pimenta, Cardoso, Zé Manel Estebainha, Monteiro, Zé Maria, Mário, Mendes, Rocha, Zé Carlos “mãos de ferro”,
além dos referidos, do ano da subida; e de seguida já no ano do título distrital
ainda uns Jorge, Augusto, Moura, Loureiro, etc.
Esses fastos da história do clube felgueirense foram mais tarde
evocados quando, em junho de 2013, houve uma homenagem às equipas do FC
Felgueiras de 1965 e 1995, por ocasião do 83º aniversário do clube. Tendo na
ocasião Pacheco sido agraciado com uma camisola comemorativa – como ficou
registado em reportagem noticiosa do jornal Semanário de Felgueiras, que aqui
se recorda.
Pessoalmente, como autor destas linhas, admirador do Pacheco
que vi jogar na minha meninice e com ele rejubilei tantas vezes, manifesto o meu
pesar pelo falecimento do Pacheco, curvando-me diante de sua memória.
Armando Pinto
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