Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 7 de julho de 2021

Foto com História (e do ano em que nasci): A antiga Sirene da Metalúrgica da Longra – do cimo da secção de eletricidade aos ares meteorológicos da região

Após a primeira experiência na MiT, Fábrica de Móveis de Ferro do Largo da Longra, com a passagem da mesma MIT, já como Metalúrgica da Longra, para a reta da Arrancada, foi depois instalada na então “fábrica nova” uma mais potente sirene, também da lavra de Joaquim Pinto, ao tempo já o operário mais antigo da fábrica, eletricista e também construtor de maquinaria da mesma fábrica (e de outras). Sirene essa que passou a ter característica de ser dupla, conforme saiu da cabeça de seu autor, tendo Joaquim Pinto posto o seu respetivo motor entre duas sirenes de cada lado, presas ao mesmo veio e com sons diferentes que se misturavam, fortaleciam e complementavam no brado produzido. De tal modo que a partir que se começou a ouvir, desde 1954, sendo ouvida muito longe, ficou como sinal meteorológico da região. Algo que está ainda na memória coletiva, nas lembranças das pessoas desse tempo, até aos anos oitentas, do século XX, ainda.

Recorde-se que o autor da Sirene da Metalúrgica da Longra foi galardoado em 1959 com o Prémio da Associação Industrial Portuense, recebido depois em 1960. Distinção em que Joaquim Pinto foi o único felgueirense que tal recebeu. Algo também já registado neste espaço através de imagens documentais, em artigo anterior. Além de constar no livro "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras", quer na parte dos naturais de Rande salientes, bem como no capítulo da indústria local.

Essa sirene estava instalada sobre o edifício da “Secção de Electricidade e Manutenção” da "Metalúrgica da Longra, L.da". Edifício contínuo ao pavilhão grande da fábrica, com anexa cabine e no terreiro do depósito, em frente a um pavilhão mais pequeno do complexo fabril, à época. Como ficou registado em fotografia (vendo-se de baixo, em tamanho reduzido naturalmente, à esquerda superior da imagem), na captação fotográfica coeva a que se reporta a foto, que se publica aqui agora, como lembrança adjuvante à visualização memorial dessa antiga realidade célebre da região.

Armando Pinto

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