Em dia de inauguração, da renovação operada na apalaçada casa considerada referencial da arquitetura antiga felgueirense, dedicamos mais algumas notas descritivas, da mansão em apreço, num outro artigo saído a público no jornal Semanário de Felgueiras, no seu número desta sexta-feira. Do qual aqui partilhamos recorte da respetiva coluna incluída na página 12 da edição impressa do SF desta sexta-feira, dia 30 de Novembro.
(Clicar sobre este recorte digitalizado, para ampliar e ler)
Do mesmo, para mais fácil leitura, como tem sido norma,
colocamos o texto revertido conforme o original datilografado:
Casa das Torres
Perante este imóvel emblemático do concelho, refira-se que o
mesmo palacete, de arquitetura chamada brasileira, remonta à década anterior
aos anos 20 do século XX, sensivelmente pelos anos de 1915 até 1917/18 e foi
construído por um dos emigrantes portugueses no Brasil, conhecidos como
“Brasileiros de Torna-Viagem”. Sendo proprietário edificador o sr. José Joaquim
de Oliveira da Fonseca, nome que mais tarde, como Oliveira da Fonseca, ficou
honrado na toponímia da sede do concelho de Felgueiras (na denominação da Rua
que sai de frente à mesma sua antiga casa apalaçada e segue na direção de Fafe,
passando pelo tanque das Colherzinhas, até ao entroncamento das Tomadas).
Recorde-se que esses portugueses regressados à pátria eram conhecidos por
brasileiros, em virtude de terem amealhado seu pecúlio no Brasil, tornando-se
por isso, na altura, construtores deste tipo de palacetes no país.
A casa era já referida como o mais lindo palacete existente
na vila-sede do concelho de Felgueiras, pelo menos desde meio da segunda década
do século XX, quando a casa foi mandada construir. Palacete esse, «o mais
bonito da vila de Felgueiras. Edificado n’um local admirável e d’onde se
disfruta um panorama encantador», conforme era narrado na referida publicação
histórica. No andar do tempo, depois a casa das Torres tornou-se num prédio
muito apreciado pelos felgueirenses, na medida em que apresentava uma
imponência pouco vulgar na área. Surgindo na atualidade como emblemática
construção daquela era antepassada, agora propriedade municipal, com
significativa importância no ambiente citadino.
O edifício é constituído por um volume principal de três
pisos, no qual se encontram formalizadas as duas “torres” que dão nome à casa –
uma com quatro pisos e outra apenas ligeiramente saliente relativamente ao
volume principal, mas perfeitamente definidas pelas suas coberturas individuais
em pináculo.
Ora, tal imponente construção, da autoria do felgueirense
Luís Gonçalves, é pretexto atual, na conclusão da grandiosidade ora posta ao
dispor de Felgueiras e dos Felgueirenses.
Há curiosidades, assim, que ilustram bem uma certa forma de
ser e estar, quanto ao panorama da identidade felgueirense, a partir do que
sobrevive no espírito do tempo.
(Legenda da foto: )
= Imagem primitiva da Casa das Torres, em 1919-retirada
duma página da revista Ilustração Portuguesa. =
Armando Pinto
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