Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Falecimento da “Prima Margarida de Janarde”- Maria Margarida de Jesus Pinto, histórica Zeladora da igreja de Rande !

Antes de mais, em preâmbulo, seja entendido que, depois de entre tantas lembranças e homenagens a pessoas conterrâneas, haja também tempo e espaço para referência a pessoas de família. Como no caso pessoal ocorre com esta menção mais que justificada a uma pessoa de família, conforme é o tema presente. Tratando-se de aqui deixar um justo preito conterrâneo também à Margarida de Janarde, minha prima e pessoa muito devotada à terra natal, com realce para seu enlevo pela missão de zeladora de um altar e outros itens da nossa e sua igreja paroquial de S. Tiago de Rande.

A Margarida era a prima mais nova de meu pai, sendo a filha mais nova do meu tio Quim (Joaquim de Jesus Pinto), irmão de minha avozinha Júlia. E era irmã do conhecido Luisinho da Torre, que durante anos pertenceu a diversas comissões da paróquia, incluindo a Comissão Fabriqueira, por exemplo, e também à Assembleia de Freguesia de Rande. Enquanto ela era uma assídua zeladora da igreja e colaboradora em diversas outras facetas, incluindo arranjos de andores e limpezas. Ao passo que, particularmente, era ela também muito ligada à família, tendo grande afeto pelos primos da Longra, pai e filhos. Tendo, por toda essa ligação, já depois de minha avozinha ter falecido, quando anos depois tive meu primeiro filho, fui com muito gosto visitar a Margarida e mais sua mãe, a tia Joaquina Rodrigues, então viúva do tio-avô de Janarde, para lhes mostrar essa minha parte da continuidade da família. De cujo momento há inclusive uma foto alusiva, com a tia-avó a ter nos braços o novo rebento, do qual passava a ser tia-bisavó. E ainda me lembro bem como a Margarida gostou!

Ora a Margarida – que sempre tratamos assim, apesar da diferença de idades, pelo carinho mútuo sempre mantido – era mesmo na freguesia pessoa muito respeitada. Além de ser uma tia de seus sobrinhos muito querida, tendo na sua casa materna de Janarde praticamente criado a geração filial e descendentes de seu irmão. Bem como era especialmente conhecida pela sua dedicação de zeladora dos bens paroquiais, nomeadamente pelo altar de Nossa Senhora de Fátima. Tendo, por isso, sofrido grande desgosto, quando, durante a administração do Padre Joaquim Oliveira, foi destruído esse altar, de tanta tradição e história, e substituído por uma mísula. Que ela continuou a assear.

Dessa sua função comunitária, assim como da missão das zeladoras de Rande, ficou registada menção no livro historiador “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, narrando a realidade ao tempo da respetiva publicação, em 1997.

A “Prima Margarida de Janarde”, por quanto representou, merece ser assim recordada. E eternamente ser um exemplo aos vindouros.

Descanse em paz, Margarida. E até sempre!

Armando Pinto

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