Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sábado, 4 de maio de 2019

Bodas de Prata da Fundação do Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra – 5 de Maio de 1994 - 2019


Já passaram 25 anos! Parece que foi ainda há pouco, mas como no decurso da vida, depois das coisas ocorrerem até parecem ter corrido. Ena!  Realmente já passou entretanto um quarto de século, e isso decorrido também em dois séculos.

Com efeito, criado em 1994, no século XX, o Rancho da Longra está em pleno século XXI a comemorar os correspondentes 25 anos de existência.


Passa então este domingo, dia 5 do corrente mês de Maio, a efeméride jubilar das Bodas de Prata do Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra. Fundado a meio de semana, mais precisamente na quinta feira da primeira semana  do mês das flores e dos amores, no já distante ano de 1994. Tendo sido criado por proposta apresentada pelo autor na reunião da Direção da Associação Casa do Povo da Longra, na noite desse dia. A partir daí, de permeio com os primeiros passos de angariação de gente, primeiros ensaios e solidificação do projeto, foi o corre-corre do casal de fundadores em andanças pelas feiras e lojas de retrosaria e bijuteria a adquirir adereços e peças, para que na apresentação já houvesse trajes e outros objetos precisos. Enquanto, como o autor estava a realizar trabalho historiográfico para o livro Memorial Histórico da região, foi sendo feito paralelamente um levantamento etnográfico atinente ao fim em vista. O resto ainda está na lembrança dos intervenientes e elementos iniciais do Rancho, desse tempo.


Agora, comemorando-se esta data feliz, com a noção de se ter feito alguma coisa pela terra, especialmente, há compensação na sensibilidade daí decorrente. Sendo ocasião de reencontros com a história e a memória, mais afetos, na feição da vida.

Armando Pinto
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terça-feira, 30 de abril de 2019

Mantendo a Tradição das “Maias” – Dia de giestas floridas à porta…



Como vem de tempos imemoriais (e se não fizer bem também mal não faz…), nesta noite da passagem para o mês de Maio é costume antigo colocar-se um ramo de giestas, com suas flores campestres, à entrada do mês de Maio. De modo que o dia 1º de Maio amanheça com essa sinalização tradicional, como é da praxe dos usos e costumes de antanho.

Mantendo então essa tradição, também ficou colocado um ramo na porta duma casa da Longra, na entrada ao lar doméstico do autor. Segundo o que faz parte das antiguidades memoriais da região, como já se recordou aqui.

Armando Pinto

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terça-feira, 23 de abril de 2019

Dia Mundial do Livro


A 23 de abril celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.

Segundo foi estabelecido com essa celebração oficial, tal «data tem como objetivo reconhecer a importância e utilidade dos livros, assim como incentivar hábitos de leitura na população». Sendo que «os livros são um importante meio de transmissão de cultura e informação, e ainda, elementos fundamentais no processo educativo.»

A nível nacional esse festejo público será sob influência memoranda da célebre poetisa portuense Sophia, na calha do centenário do nascimento de Sophia de Mello Breyner Andresen. Enquanto a nível de bibliotecas públicas decorrerão outros programas, como no caso de Felgueiras, onde haverá visita guiada à Oficina de Conservação e Restauro de Documentos Gráficos da Biblioteca e Arquivo Municipal, além de sessão no âmbito dos Saraus Literários do Vale do Sousa.

Escreveu Eça de Queirós que “Só um livro é capaz de fazer a eternidade de um povo”. Ora o autor deste blogue já conseguiu, felizmente, fazer algo com esse fim. Pese as dificuldades de edição, pelos custos de publicação, à falta de apoios. Tendo mesmo assim alguns livros entretanto saído a público, numa boa parte em edições de autor, motivo de não ter publicado mais entretanto, visto que de todos esses (como a imagem documenta visualmente) apenas três tiveram edições patrocinadas por entidades.

Assinalando a data e consequente celebração, ilustra-se esta referência, ao Dia do Livro, com imagens correspondente à comparticipação pessoal para a preservação histórico-literária, através dos livros.

Armando Pinto
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segunda-feira, 22 de abril de 2019

E a Páscoa já lá vai…


Passou mesmo mais uma Páscoa. Assim como se diz do Compasso, à saída de casa, após efetuada a Visita Pascal com toda a família reunida, também a Páscoa já lá vai. Para trás ficou a manhã com a caça aos ovos de Páscoa, em alegres momentos com netos e filhos, e mais obviamente… como depois o almoço pascal de reunião da família e de tarde a receção ao Compasso. Até que por fim, então, a Árvore de Páscoa familiar passou à história, depois dos netos terem finalmente podido tirar os ovos de chocolate ainda pendentes dos ramos. E assim a vida continua, na roda do ano e à roda das afeições.

Armando Pinto
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domingo, 21 de abril de 2019

Páscoa de 2019 – Compasso Pascal de S. Tiago de Rande (Felgueiras)


Ao findar o dia festivo de apoteose à semana maior do ano, como faz parte da sensibilidade cristã e do maravilhoso clássico de sentido coletivo, esvai-se no sentimento humano o semblante entusiasta, para voltar a normalidade do calendário.


Então, mais um dia de Páscoa passou e assim já decorreu esse acontecimento anual. Tendo-se mantido a tradição do Compasso, com o é usual pela região nortenha e particularmente tem sido vivido por terras de Felgueiras. Tal como costuma acontecer e, pelo conhecimento pessoal, continuou a fazer parte da vida comunitária, na vivência paroquial e arreigo pelo que dos antepassados vem. Conforme fica a assinalar a pagela desta Páscoa, entregue na Visita Pascal respetiva, com a qual fica encimado este apontamento.


Em registo deste ano, ainda, como quem escreve mais uma página no livro comunitário de afinidade comum, juntam-se algumas imagens relacionadas ao caso. Recordando-se as Visitas Pascais do século XX, a partir que houve entrega de pagelas alusivas, a entrar pelos anos da paroquialidade do Padre Manuel Joaquim Ferreira em Rande. Enquanto se ilustra esta memorização através de algumas fotos da Visita Pascal à chegada e durante a mensagem de Aleluia e no beijar da cruz, em casa do autor signatário.


Armando Pinto
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sexta-feira, 19 de abril de 2019

Votos de Feliz Páscoa – com imagem da pessoal Árvore de Páscoa


Já está pronta a doméstica decoração própria da quadra pascal, de lavra pessoal. Estando-se na Páscoa e início da Primavera. 

Desta vez, para alterar o semblante, em vez da tradicional cruz de feição artesanal decorada com motivos da natureza relativa à época, calhou de ser uma espécie de árvore da estação, decorada com ovos de Páscoa e outros itens apropriados ao renascimento da vida.

Aos Amigos acompanhantes deste espaço de memória histórica, qual cantinho de convívio virtual e particular entre pessoas com o mesmo denominador comum e extensivo exercício literário, deseja o autor uma Feliz Páscoa, com muitas amêndoas na doçura da vida e vitória do bem sobre o mal.

Uma santa e feliz Páscoa!

Armando Pinto
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quinta-feira, 18 de abril de 2019

Crónica Pascal no Semanário de Felgueiras


Em plena semana santa da Páscoa, naturalmente versa sobre a temática pascal o artigo desta vez escrito pelo autor signatário, no âmbito da tradicional colaboração publicista no jornal Semanário de Felgueiras. Em crónica publicada na edição datada do feriado de sexta-feira santa, dia 19. Embora o jornal possa chegar às mãos dos assinantes e leitores antes ou depois, conforme a distribuição dos correios (sem contar a falta de gasolina ou gasóleo pela greve que por estes dias assola o país, com maior impacto que alguma da área da saúde, por exemplo).

Sendo próprio da época, o Pão de Ló merece honras de primazia, como doce tradicional da época de Aleluia, fabricado artesanalmente em Felgueiras e reconhecido como produto da região, através da marca certificada Pão de Ló de Margaride.


Então, em período de sensibilidade entre usos e costumes tradicionais reportados ao período pascal, o artigo desta semana reflete aspetos relacionados com essa vertente dentro da original Felgaridade:


Páscoa da Ressurreição da Vida

Estamos na Páscoa, ao findar da chamada semana maior, a tradicional Semana Santa Pascal. No aspeto da religiosidade popular e institucional, não se podendo dissociar porque, afinal, a Páscoa tem laços fortes ao vínculo religioso. Pese derivar de antigas festividades relacionadas na antiguidade histórica com o equinócio da Primavera, mas sobretudo pela vitória da vida sobre a morte que encarna a mensagem da Ressurreição.

Provinda então desde eras praticamente imemoriais, a Páscoa está associada também a este período de renovação da natureza, a partir da marca do início da Primavera no hemisfério norte do globo terrestre, no crescimento dos dias de luz solar de reforço à vitalidade natural. Extensiva à fecundidade e fertilidade. Relacionando-se o imaginário pascal com ovos, os também chamados ovos de Páscoa, precisamente pela ideia de nascimento e ressurgimento, mais coelhinhos ilustrativos na iconografia relativa, por ser espécie de boa reprodução.

Acresce, no panorama local felgueirense, que a Páscoa é época em que o pão de ló é rei da festa. Algo que calha a preceito, sendo a tradicional rosca de pão leve em formato redondo, como um ninho bem aconchegado e atraente. Resultando que desde longos tempos o pão de ló marca território pascal, sendo doce acotiado na mesa familiar do dia de Aleluia, além de ser presente na receção ao Compasso, compondo a mesa posta para os elementos da Visita Pascal. Acrescendo antigamente haver também o chamado folar de Páscoa, de massa de regueifa a envolver um ovo, enquanto os padrinhos no dia de Páscoa davam aos afilhados uma regueifa, rosca de pão de trigo que fazia o encanto da pequenada em tempos que lá vão.

Então, perante ambiente doce misturado com odores da floração das plantas na imagem ambiental, associando-se ainda às glicínias que costumam surgir por esta altura do ano, a Páscoa diz muito aos costumes comuns. Sendo este um tempo de revigoramento, mas também de apaziguamento ambiental. Calhando muito de se recordar outros tempos de maior relevância de afetos, como da reunião familiar nas casas tradicionais em torno da espera ao Compasso. Quando no íntimo se vai até ao céu buscar ente queridos entretanto desaparecidos, bem presentes no infinito das memórias e vivos na saudade, transportando lembranças avivadas na sonoridade da campainha do Compasso e sinos de sinalização da visita paroquial. Estando na retina de boa parte das pessoas toda a envolvência à andança da florida cruz pelas casas, a pontos das opas do juiz da cruz e seus acompanhantes parecerem tecidas de afetos nos hábitos mais arreigados.

Assim sendo, como quem corta à mão um pedaço de pão de ló, apanha-se um punhado de amêndoas açucaradas para enfeitar um ninho de ovos de Páscoa. Numa mescla em que também fazem bom acompanhamento as cavacas tradicionais de Margaride, que Camilo Castelo Branco saboreou em suas visitas a Felgueiras, das vezes que veio a casa da Alegria de seu amigo Padre Casimiro Vieira. E, como narrou no livro de suas Viagens o grande escritor brasileiro Afrânio Peixoto, o pão de ló e as cavacas de Felgueiras estão entre as melhores iguarias da doçaria, como ele mesmo conta(va) a quem tem apetite… pela leitura e conhecimento cultural. Tanto que esse também célebre literato, após referir que Portugal o extasia(va) «na delícia da sobremesa»  acrescentava: «Sempre tive a ideia que é falta de gosto não começar as refeições pelos doces...» Enquanto explicava quão «os doces portugueses, como tanta coisa aqui, são os melhores ou mais gostosos do mundo. Umas cavacas de Felgueiras…. E o pão-de-ló? Felgueiras... não me deixeis em pecado de ingratidão!»

Ora, como o que é doce nunca amargou, mais saborosa é assim a ambiência própria da quadra, nesta nossa zona do genuíno pão de ló típico da Páscoa.

ARMANDO PINTO


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