Espaço de atividade literária pública e memória cronista

domingo, 13 de dezembro de 2015

Ophiussa (nome antigo da região que veio a chamar-se Portugal) - A terra das Serpentes...




Pois é... ou melhor, foi. A região antiga que veio a ser Portugal, em tempos remotos foi terra de povos identificados por Serpes, e, entre outros sucessores, também pelos Draganos. Tal como narramos no início da descrição do livro "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras", publicado em 1997. No qual, quase logo no início, na parte das origens e antecedentes, referimos a antiga existência de Ofiussa.

Como ilustração comprovativa, recordamos agora o caso, com um filme explicativo que consta presentemente dos arquivos do You Tube, na Internet - conforme se pode visionar, acima, clicando na seta central.

Armando Pinto

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Crónica Natalícia, no Semanário de Felgueiras


No âmbito do sortilégio da quadra que anda no ar, já, e a propósito da decoração alusiva que este ano dá outro ar ao centro ajardinado da cidade de Felgueiras, mais um artigo do autor destas linhas faz parte da mais recente edição do jornal concelhio Semanário de Felgueiras. Com algo mais a apontar, como se pode ver por leitura atenta da respetiva coluna, inserta na página 10 do SF desta sexta-feira, dia 11, antecedente ao Natal de 2015.

Da crónica se junta imagem do recorte correspondente:

((( Clicar sobre o recorte digitalizado, para ampliar )))

... E se anexa o texto datilografado, para melhor acesso à leitura:

Natal à vista…

Com o Natal no horizonte e na proximidade do cintilante encanto natalício, piscando luzes decorativas apropriadas à quadra, brilham no alto do firmamento constelações de pessoas e coisas que nos são queridas, no relacionamento afetivo. Algo que, no aspeto mais terno, caso do sentimento pessoal, nos traz memórias diletas, enquanto no plano telúrico, quanto à circunstância local de ligação à terra natal e afetiva, nos transporta às tradições que fazem parte das recordações e do próprio imaginário coletivo.

Pode dizer-se que Natal é quando se quiser, sobretudo no espírito caritativo e misericordioso da bondade lembrada nestas ocasiões, mas, no encantamento da quadra da festa da família, o Natal ainda é um profundo sentimento anual, qual mistério natalício da Noite Feliz da consoada e tudo o mais que, nessa noite e pelo seguinte dia adiante, faz apetecer estar em família e reviver a ânsia e convicções vindas da infância. Com um tempo antecedente de expetativa e anseio, que faz do período natalício uma época especial.

Nas mesas de Natal, para lá dos pratos tradicionais e iguarias, sentam-se as pessoas à volta de um ambiente propício, com uma disposição terna. E enquanto as crianças têm no pensamento as prendas a receber, os adultos por norma não esquecem também os seus brinquedos de bons velhos tempos, quanto lembram quaisquer pequenas coisas que tiveram. E então histórias ouvidas aos avós e pais, como também a outras pessoas idosas que deram encantamentos a sonhos idílicos?!

Ora, na pertinência de este ano estar mais enfeitado o ambiente citadino de Felgueiras, vendo-se a decoração natalícia da cidade de Felgueiras com mais luz e cor, estando as ruas da cidade mais animadas e coloridas, como que encorajando à socialização e procura do comércio tradicional, vence e convence melhor no presente a sensação de paz que norteia os bons momentos. Deixando de soar momentaneamente na cabeça a crise social do século atual, para ecoar melodias da época.

Está visto, pois, que não adianta medidas de austeridade provocadoras de desânimo e recessão. Como não se entende que as localidades atualmente estejam quase na penumbra, pela redução de luz pública, enquanto se não poupa em despesas públicas com gastos com políticas e políticos, por exemplo. Tal como pouco abona a falta de obras públicas em terras quase sempre esquecidas, sabendo-se que continua a haver despesas em intervenções episódicas, além de o que vai sendo feito normalmente ser quase sempre nos mesmos sítios. Em suma, vale sempre a pena olhar ao bem comum. Ao menos no espírito franciscano, do tal sentido de bondade, sabendo-se que teve origem com S. Francisco de Assis a adoração do Salvador na presença representativa do presépio.

ARMANDO PINTO

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Presépio Caseiro...


Já se ouvem cantos no céu,
São os Anjos a rezar;
Rezemos também com eles
De mãos postas a cantar.

Assim expressa um cântico litúrgico, por sinal da autoria do felgueirense Padre Luís Rodrigues, natural de Rande e que se elevou no sacerdócio desde o altar da igreja da Lapa, no Porto, onde foi reitor e empreendedor de grande  apostolado pela palavra e pela música.


Continua a mensagem, nesse canto de apoteose cerimonial natalícia, de final da missa da noite e do raiar da manhã de Natal, a dizer mais... na composição do “Padre Luís da Lapa”. Condizendo no simbolismo do templo que tornou local de música litúrgica, sabendo-se que Lapa é sítio de natividade, por execelência…

Vamos ao presépio,
Vamos a Belém:
Louvar o Menino
Que salvar-nos vem.
(…)

Como que ecoando aos ouvidos esse rumo harmonioso, na antevisão da estrela de Natal, já paira nos pensamentos o encanto natalício, através de símbolos e tradições que nos lembram o fascínio pela quadra da chamada festa da família. Havendo normalmente nas casas tradicionais alguma “coisa” própria da época, como por exemplo o presépio tradicional e a acompanhante árvore decorativa.


Assim já está o presépio habitual do autor destas linhas, feito na natural edificação caseira. Como ao longo dos anos sempre foi, antes para os filhos e agora para os netos, especialmente, para o Natal de família. 

…Vamos ao presépio,
vamos a Belém:
louvar o Menino
que salvar-nos vem.


Armando Pinto

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Curiosidades históricas sobre Rande… e dos Padres Vicentinos na região circunvizinha.


É sabido que a Ordem Vicentina dos Padres Lazaristas, da Congregação da Missão, desde longas eras que se instalou na região do Entre Douro e Minho, além naturalmente de outras zonas. Mas, antes ainda de se ter fixado em território do concelho de Felgueiras, esteve em Fareja, freguesia próxima mas já de outro concelho. Onde moraram os frades dessa Ordem, entre o século XVIII, pelo menos, até ao XIX (à extinção das Ordens religiosas com o ministro monarquico Aguiar). Como consta no arquivo de Braga, relacionado com antigos registos da Casa de Sarmento, de Guimarães, concelho a que antigamente pertenceu Fareja. E… aí está a curiosidade: Na Casa do Senhor do Bonfim da Congregação da Missão havia títulos e direitos pertencentes à igreja de S. Tiago de Rande.

Segundo dados que estiveram no arquivo do Convento de Santa Maria de Belém, depois incorporado no vimaranense Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, do qual parte respeitante ao caso em apreço consta no Arquivo Distrital de Braga (conforme “Inventário do Fundo Monástico Conventual”, de António de Sousa Araújo), eis o que a informação oficial do Arquivo Alfredo Pimenta regista sobre a Casa do Senhor do Bonfim da Congregação da Missão:

 «A Casa do Senhor do Bonfim da Congregação da Missão

situa-se na freguesia de São Martinho de Fareja, actualmente concelho de Fafe. O seu fundador foi o padre José Simões que por escritura de 3 de Maio de 1752 doou todos os seus bens aos religiosos da missão. Nesse mesmo mês os Lazaristas, hoje conhecidos por Vicentinos, já estavam lá instalados. O alvará régio foi concedido em Maio de 1752, e em Novembro de 1783 os padres da casa da missão, obtiveram, por bula papal, todos os títulos e direitos pertencentes à igreja de S. Tiago de Rande. A sua extinção deu-se em 1834.»

Armando Pinto

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Reportagem SF - Empresário da Longra, da área de restauração, distinguido pela AEF


Conforme notícia publicada na recente edição do jornal Semanário de Felgueiras, em seu número de sexta-feira dia 4, um empresário Longrino esteve entre os empresários felgueirenses distinguidos na gala da AEF – Associação Empresarial de Felgueiras. Havendo então sido atribuído ao sr. Armando Teixeira Ferreira, do restaurante Quinta da Juventude, um dos galardões da referida associação concelhia, na entrega anual dos Prémios Rubeans, de reconhecimento associativo a agentes económicos.


Armando Pinto

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sábado, 28 de novembro de 2015

Geada... !


Em tempo de Outono alto, quando a seguinte Estação do ano se aproxima, o Inverno já se faz sentir com maior rigor. Como já se vê bem no aspeto paisagístico também da área da vila da Longra, na parte baixa da zona sul felgueirense, e naturalmente em muitas zonas mais do concelho e pela região. Sendo evidência disso o aparecimento de geada, popularmente por estas zonas chamada de neve (pela raridade da própria neve, mais conhecida por “folerca”, como é também mais acotiado chamar à folheca, que apenas cai de longe a longe, com espaço temporal de muitos anos).

Eis aí então a geada! Cobrindo a paisagem dum fino manto branco, pela rama dos campos e pó dos caminhos e ruas, como se tivesse sido lançada farinha que se espalhou e cobre levemente a natureza.

Como é chamada neve por cá, assim, e tem semelhanças pela manhã cedo, a geada que aparece ao raiar do dia e se vê até que o sol derreta a cobertura, faz lembrar aquela Balada da Neve do conhecido poeta nacional Augusto Gil:

«…branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
(…)
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…»



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Armando Pinto

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

O Comboio que passou na Longra...!


Ainda é muito lembrado, na memória transmitida, o comboio do Vale do Sousa que passou por terras do concelho de Felgueiras durante as primeiras décadas do século passado. Tendo sido comemorado também ainda recentemente, ao correr do ano 2014, o centenário da sua chegada ao concelho de Felgueiras, primeiro à Longra, depois à então vila de Felgueiras e por fim à Lixa, em 1914.

Desse facto tivemos agora conhecimento dum poema alusivo, da lavra dum felgueirense nascido em Varziela, que precisamente refere em narrativa poética a passagem desse comboio por esta zona, da Longra para Varziela e vice-versa, naturalmente, nas viagens de e para Felgueiras. Sabendo-se que essa linha férrea vinha, por um lado, desde Penafiel, passando (onde tinha estações) em Lousada, Longra, Felgueiras e Lixa, e do outro lado de Penafiel até Entre os Rios.

Assim, eis aqui o belo poema do Dr. Mendes Gomes:

O comboio da minha aldeia…
Deixou de passar à minha aldeia o comboio…

Fumegava tanto, de contente.
E rugia lá da Longra.
Bebia água, de hora a hora,
Quer de Inverno quer de Verão.

Tinha faróis amarelos.
Rasgavam o nevoeiro.
Alumiavam a escuridão.
Thunca thum!...Thuca thum!...

Era belo. Carregava a vida.
Fazia estrondo.
Era manso e sossegado.

Era classista.
Uma carruagem de primeira.
Com balaústres finos
E assentos de damasco.
Só para os ricos e poderosos.

Tinha a segunda.
Os bancos de madeira envernizada.
Eram duros.
Cheiravam bem.
Eram de pinho.

E na terceira,
Havia galinhas engaioladas.
E cestas de vime
Com dúzias de ovos.
Iam para feira.

Eram a única fonte monetária.
Para o bacalhau e o azeite.
As couves saíam da horta…

O comboio sempre à hora…
Que ia e vinha.
Gente diferente…
Era uma festa em cada dia.

Tudo se foi…
Até as linhas.
E eram de aço.

Berlin, 21 de Setembro de 2015

Jlmg

Joaquim Luís Mendes Gomes

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Armando Pinto