Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Boletim Informativo da Paróquia de S. Tiago de Rande, Nº 9 - Ano nove – Dezembro de 2012.


Está já publicado, pronto para ser distribuído nos próximos dias pelas casas da freguesia, o anual Boletim Informativo da Paróquia de S. Tiago de Rande, do concelho de Felgueiras. 

Tal qual nos anos anteriores, correspondendo a pedido do pároco e comissão respetiva, tivemos autoria da elaboração (sobre dados fornecidos pela entidade proponente) também deste número do Boletim Informativo da Comissão Fabriqueira da Paróquia de S. Tiago de Rande, n.º 9, do correspondente ano 9, de Dezembro de 2012. Assim, havendo participado com a escrita do respetivo texto, colocamos visualização deste mesmo Boletim, como registo do que vai ser distribuído pelas famílias de Rande, agora editado pelo nono ano, numa coleção de registos anuais guardados nas sucessivas edições.







Armando Pinto 

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Artigo sobre “Antecedentes Históricos Felgueirenses”, no jornal Semanário de Felgueiras


De mais uma crónica publicada no Semanário de Felgueiras, eis aqui, de seguida, o recorte da respetiva coluna incluída na página 12 da edição impressa do SF desta sexta-feira 14 de Dezembro.

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Do mesmo, para mais fácil leitura, colocamos o texto revertido conforme o original datilografado: 

Antecedentes Históricos Felgueirenses 

Em época presente de indefinição, estando na baila a agregação de freguesias, vem a propósito uma vista por algumas das peripécias que fizeram memória no percurso histórico de ligação. Quanto a área geográfica em que se situa Felgueiras sentiu através dos tempos as transformações do noroeste minhoto-duriense e viveu também momentos comuns à grei nacional. Como passamos a descrever, em leves traços retrospetivos. 

Para se não recuar em demasia no tempo, mas avançando cronologicamente em resenha histórica uma visão ampla de longa existência, pode adiantar-se que após os diversos estádios de povoamento com estadas de diferenciados povos, de que perdurou com maior ênfase sobretudo a génese lusitana e as marcas da romanização, foram porém os Godos que influência mais marcante tiveram na consolidação da identidade profunda, como se comprova pelas réstias toponímicas deixadas, em denominação geográfica, nos nomes das terras, através das raízes genealógicas dos antepassados destes sítios. 

São paradigma no caso os topónimos de origem germânica derivados dos primeiros colonos definitivos, fidalgos godos romanizados, que legaram seus nomes às quintas originárias dos primitivos povoados, as “villas” rústicas florescentes da exploração do território, de cujas denominações na evolução através do tempo resultaram nomes de lugares e sucessoras freguesias. Entre o que se nota desse rasto, em variedade de referências provindas de antigas villas romano-godas, que deram origem a nomes próprios de atuais freguesias, como Aião, Airães, Friande, Godim, Idães, Margaride, Moure, Rande, Regilde, Revinhade, Santão, Sendim, Sernande, Unhão... Havendo ainda notícias de nomes de primitivas paróquias, de tempos de suevos e visigodos. 

Naturalmente que outros nomes tiveram diferentes origens, em diversas peripécias semânticas. Por exemplo, os topónimos (nomes de lugares e/ou freguesias) derivados de pedra são muito frequentes na Galiza e em Portugal. Conforme estudos vários sobre a toponímia galaico-portuguesa, os mais antigos topónimos reportados a pedra, às pedras ou ao carácter pedregoso de um sítio, tal como Pedreira, foram anteriores ao latim. Ainda pré-latino é o nome de Várzea, provindo do topónimo pré-romano Varcena, com significado a apontar para campina cultivada, em vista do solo fértil que aí campeava. Posteriormente, de afinidade linguisticamente ao latim, houve outros casos pós-latinos (românicos ou medievais, ou já galaico-portugueses e mesmo portugueses), como se nota no nome do lugar de Pedra Maria, que «é um vestígio evidente de um ancestral culto das pedras», alusivo à fé derivada de falado aparecimento de uma imagem num penedo. E em diversas freguesias, nomes de lugares, ainda, indicam uma toponímia antiga a fazer eco de uma atividade, como Vinha, por exemplo. Já Vinhó, diminutivo de Vinha, tem sempre termo de comparação relativamente perto, como acontecia no nome da Fonte da Vinhó que, em tempos passados, existiu em Rande junto a um campo de vinha da Casa da Quinta. E, a calhar a talhe, por se referir o nome Quinta, esse é um nome exemplar de quanto o antigo mundo rural teve peso na toponímia nortenha do país e particularmente nesta região felgueirense, em apreço. Como uma substancial parte dos topónimos se refere a um estilo de vida centrado em atividade agrícola, relacionada a propriedade maioral do sítio respetivo, a antiga quintana, posterior quintaa e depois também quintã, relacionam importante quinta, na evolução semântica de lugar assim denominado, na fragmentação em sub-unidades das pioneiras villas. 

Desses antigos povoamentos dão conta alguns restos encontrados em escavações arqueológicas, sobretudo de antigos povoados de que existem testemunhos por vestígios encontrados, entre outros casos, no monte do Senhor dos Perdidos, em Penacova; no monte de Aparecida, em Pinheiro; no alto de Cimalhas, na fronteira de Sernande, Rande e Varziela, de antigo habitat; e em Sendim, no monte do Crasto e nas ruínas de antiga villa romana. 

© Armando Pinto

domingo, 9 de dezembro de 2012

Um dia em Fátima…


Integrando grupo excursionista destes nossos lados, num conjunto de pessoas da zona sul do concelho de Felgueiras, estivemos em Fátima no dia da Imaculada Conceição, nesse 8 de Dezembro de fresca e marcante memória, que aqueceu corações em horas de frio invernoso. 


Relacionando factos, tal como meu neto me segreda ao ouvindo (sussurrando: “Gosto de ti”!) e numa homenagem sentida, no artigo anterior a este, dedicamos a nossa Mãe… deixamos aqui também algumas fotos de recordação, sem mais palavras que as que proclamam as imagens - qual sussurro mais, desta feita apenas como tal. Fixando instantâneos a deixar fitar momentos passados diante de exposições patentes em áreas do santuário e, especialmente, das cerimónias decorridas no altar exterior do recinto, além de vistas de lugares interiores e outros pontos de interesse, em Fátima.
















Armando Pinto

sábado, 8 de dezembro de 2012

À minha Mãe… em Dia da Imaculada Conceição – Antigo Dia Tradicional da Mãe!


…Líamos e cantávamos nos bancos da escola, apontando sobre as letras do velho manual, que ninguém no mundo nos tem mais amor do que a nossa Mãe… e logo pensava também em meu pai, de quem sempre gostei muito. Mas a imagem da Mãe vinha sempre à frente dos olhos e continua…


Agora, tantos anos passados, li há pouco uma frase, consubstanciando um pensamento, que nos faz recuar no tempo e toca sentimentos profundos: 

«…Dia 8 de Dezembro, histórico Dia da Mãe, é um dia triste para todos aqueles que perderam a sua mãe. Mas a nossa Mãe nunca morre, está sempre connosco… Então este é apenas mais um dia no qual não vejo fisicamente a minha mãe mas sei que ela está em todas as coisas, materiais e imateriais, pois uma mãe nunca morre. Damos um beijo no vento e ele vai ao seu encontro. Como poderia uma mãe partir se ela é incapaz de abandonar os seus filhos? E como pode um filho dizer que a sua mãe morreu? Nunca! O amor de mãe é eterno!» 

Sabemos que hoje em dia a data dedicada às mães é em Maio, naquelas alterações que vão surgindo ao longo dos tempos e suas transformações. Contudo o dia 8 de Dezembro continuará a juntar pensamentos dirigidos à memória de nossa Mãe. Até ao Além!


Em toda esta sintonia afetiva, numa homenagem a minha Mãe, prestamos hoje, neste dia, uma reverência à memória materna, através de algumas páginas contemporâneas de nossa meninice, passando os olhos por folhas do catecismo e do livro de leitura escolar, como a dizer-lhe baixinho, sussurrando ao ouvido: Gosto muito da minha querida Mãezinha!



Armando Pinto 

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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Histórias à volta da Casa das Torres – Crónica no Semanário de Felgueiras


Ainda de fresco que está a inauguração da Casa das Torres, em Felgueiras, franqueadas que foram as portas desse pólo de cultura há poucos dias, e no mesmo âmbito da campanha que dedicamos ao reconhecimento do autor da engenharia da mesma edificação, publicamos mais algumas notas descritivas sobre a mesma temática em mais um artigo saído a público no jornal Semanário de Felgueiras, no seu número desta sexta-feira. Com material retirado dum excerto do livro que escrevemos para a ocasião, mas não chegou a ser editado, entretanto...


Dessa passagem, aproveitada para o efeito de reforçar mais o tema, partilhamos agora recorte da respetiva coluna incluída na página 12 da edição impressa do SF de 7 de Dezembro passado presente.

(Clicar sobre este recorte digitalizado, para ampliar e ler) 

Do mesmo trecho, para mais fácil leitura, como tem sido norma, colocamos o texto revertido conforme o original datilografado: 

Histórias Estiradas da Casa das Torres 

Abertas oficialmente as portas ao público, após obras de transfiguração operadas, a Casa das Torres de Felgueiras impõe-se no panorama estrutural da identidade Felgueirista. Numa visão algo transcendente, a que não é alheio o passado que transporta em suas linhas, por sinal da autoria dum felgueirense, Luís Gonçalves, cujo perfil já apresentamos aqui em crónicas anteriores. 

Tal lavra, da planta do edifício saída do estirador felgueirense, ajusta mais interesse em torno do personagem em apreço, entre temas de histórias estiradas, no relacionamento à própria edificação - como ficou expresso em painéis expostos durante a inauguração, conforme o que escrevemos para o efeito (do que a imagem anexa dá parcial visão).


Assim, esse felgueirense de nome Luís Gonçalves era oriundo duma cepa artística, visto seu pai ter sido um artista pedreiro na arte da construção civil, como mestre-de-obras, especializado em talhar a pedra. Com efeito o progenitor, natural de Braga, onde andou na escola de cantaria, viera para Felgueiras graças aos seus dotes de lavrar as pedras, artisticamente, num tempo de grande profusão de construções graníticas. Sendo aquela uma época em que se faziam muitas casas imponentes. Com esse surto de progresso e mudanças, ganharia ainda raízes na região José Gonçalves – assim era o nome completo do patriarca da família - acabando ele por se radicar nestas paragens sousãs, por via do trabalho e por se haver deixado prender diante duma moça dos sítios que frequentava, com quem veio a contrair matrimónio. Tendo casado com essa jovem senhora, de nome Maria Joaquina, duma família conhecida por Matos, sobrenome que porém não ficou no respetivo livro dos registos de batizados de Rande, paróquia donde ela era natural. O Sobrenome do chefe de família, ainda em português arcaico, escrito na forma Gonçalvez, passou a Gonçalves no registo de matrimónios de Rande, em cuja igreja paroquial foram recebidos os noivos, ao pé do altar-mor, ainda com uma pintura de S. Tiago, abaixo da banqueta central que já então era encimada pelo presbitério decorado com uma tela representativa da adoração do Santíssimo (com anjos em genuflexão perante a hóstia e o cálice, num lindo e valioso painel que até há pouco - retirado que foi em 2012 - havia a cobrir o trono)… 

Adiante. Juntos os trapos do bragal e as limpezas de dote, ficou o casal a residir na vizinha freguesia de Sernande, onde havia uma casa de herança familiar, no lugar da Piedade. Nessa herdade nasceu o filho Luís, antes de todos se terem mudado, de malas e bagagens, até outra residência posterior, para a casa que ficou a servir de habitação permanente, no lugar de Casal Côvo, da freguesia de Rande – uma acolhedora e rustica quintazinha toda murada (hoje conhecida por Casa das Ferreiras). 

Enquanto isso, em virtude da posição assaz estável da família, derivado ao trabalho bem remunerado e melhor apreciado do progenitor, o jovem Luís, após aprendizagem das letras escolares, foi estudar desenho para Braga, com vista a ganhar bases mais importantes na linha familiar de construção. Ficando aí em casa de uma tia, que o acolheu durante sete anos de duração dessas noções mais adiantadas, que metiam Estudos Sociais. Com tal bagagem, regressou depois, mas, em vez de prosseguir a tradição familiar, enveredou pelo ensino, passando a dar aulas como mestre-escola, na sala de aulas do Unhão. De permeio cumpriu ainda serviço militar, como Lanceiro da Rainha. E seguiu sua vida, casando depois, por sua vez, tornando-se até um homem de respeito. A pontos de, entretanto, haver ocupado o cargo de Presidente da Junta de Rande. Estava então no auge de solicitações para fazer plantas de casas, havendo no panorama grande afluência de obras, por via do filão brasileiro. Foi sensivelmente por essa época que lhe foi encomendado o desenho para ser construída a Casa das Torres, na então vila de Felgueiras. Tornando-se Luís Gonçalves autor da planta da mesma vivenda, cuja edificação decorreu aí a meio da segunda metade da segunda década do século XX. Entre 1915 a 1917/18, visto em 1919 já ter sido captada em imagem que foi publicada no número de 02 de Junho de 1919 da “Ilustração Portuguesa”. 

© Armando Pinto


Natal no Comércio Tradicional da Longra


Aí está o Natal quase à porta, com iluminações cintilantes e montras decoradas a preceito, no caso. 

Seria bom que pudesse haver sempre Natal na vida das pessoas, no estado de alma, mas também na envolvência bonita que esse período de paz anímica provoca, enquanto bem estar interior que sentem as almas bem intencionadas. Contudo, sendo a vida como é, há que valorizar o que mais tem valor, simplesmente, deparando-se assim o Natal e outras ocasiões especiais, aos olhos mundanos, como bens do mundo afinal. Assim, o Natal é como é e deve ser apreciado dentro das melhores possibilidades e boas vontades. 

Como tal, no espírito comemorativo da quadra, em apreço, sempre se associa criança com lembrança, na ideia dos presentes, quer entre miúdos como graúdos, dentro da criança que há dentro do sentimento geral, em todos nós. Desempenhando aí um papel deveras atrativo o ambiente das compras, em cujo âmbito existe o chamado comércio tradicional, pela convivência movimentada dentro e fora de portas, fazendo parte dos momentos associados à simbologia e magia festiva do sortilégio natalício.


Nesse prisma, desta feita ilustramos um aspeto ambiental da dinâmica local, no nosso meio conterrâneo, através de imagens de uma das lojas comerciais da Longra – a “Casa Linda”, no Edifício Nova Longra - tomando o todo pela parte, que nos toca também.




© Armando Pinto 


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domingo, 2 de dezembro de 2012

Natal no horizonte – Presépio doméstico…


Já com a época natalícia à vista, e perante aproximação ao Natal, como por muito lado se prepara a festividade da família, também já está instalado em nosso recanto doméstico o presépio e anexa árvore de Natal.


Com efeito, nesse espírito de sentimento e afetividade da quadra, marca já presença em nosso lar o tradicional presépio familiar do autor, construído com redobrado interesse, entusiasmo e ternura na companhia do meu neto. Como registam alguns instantâneos fotográficos da ocasião, na evolução da edificação da lapa da natividade, mais colocação de devidos adereços e enfeites, diante do encantamento próprio do colorido sortilégio natalício.






© Armando Pinto