Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sábado, 2 de agosto de 2014

Bodas de Ouro Sacerdotais do Padre Marílio – Filho de Rande: “Sacerdote para sempre" há cinquenta anos


Uma Nação só vive porque pensa, como discorreu Eça de Queirós. Vincando pela escrita que uma identidade, qual Pátria, a terra mátria ou torrão natal e afetivo, faz parte do sentimento, como parte integrante do que define a humanidade, que pensa e por isso existe. Quer dizer, quem pensa, procurando ver e meditar na razão existencial, valoriza o que torna o sentido afetivo especial, sabendo valorizar o que é seu, da comunidade, de modo a saber e sentir o que é próprio dessa analogia.

Num misto de familiaridade conterrânea, do género, ocorreu em 1964 um caso assim, que hoje apraz lembrar. Tal o que se passou, ao início de Agosto desse ano, com a ordenação sacerdotal do Padre Marílio, ao tempo amigo morador da Longra, junto aos moinhos da Torre, beirando o rio Sousa, na parte baixa da freguesia de Rande. Indo até ao Porto uma excursão, expressamente organizada pelo pároco Padre João, para se assistir à cerimónia da ordenação do Padre Marílio de Rande.


Temos ainda bem presente esse dia, pois, catraio ainda, com dez anos, o autor também foi nesse passeio de camioneta até ao Porto. A que, inclusive, se reporta a foto junta, de um momento de paragem pelo caminho, testemunhando algumas caras coevas de pessoas desse tempo… E cuja ocorrência, aliás, também ficou registada num dos contos do livro “Sorrisos de Pensamento” (publicado em 2001).

Desses tempos de inícios da década de sessenta, do século XX, é um aspeto das casas do adro da igreja de Rande, como mostra uma imagem dessas eras.


Ora, com muitas lembranças a bailar no mais amplo livro mental de nossas recordações, relembramos essa ocasião, tal como, volvida uma semana, a missa nova do Padre Marílio celebrada em Rande, na igreja matriz da paróquia de S. Tiago de Rande. Vindo de imediato ao semblante recordatório aquela semana antecedente, porque então se viveu na Longra um ambiente terno e alegre com o grupo de seminaristas que vieram para abrilhantar o cerimonial litúrgico, e, de permeio, encheram a Longra com sua alegria e encanto, em seu mavioso canto, qual bando de passarinhos chilreando, por entre esfusiantes brincadeiras e momentos de convívio com a juventude longrina. Enquanto, esses jovens que andavam a estudar para padres, também aprendiam cantos do conhecimento dos rapazes da Liga Eucarística de Rande, como a melodiosa cantiga do “Rouxinol adormeceu” (cantado repetidamente pelo César Ferreira, para melhor ficar nos ouvidos), e mesmo alguns cânticos que, com surpresa de um lado e de outro, se vinha a saber então serem da autoria do Padre Luís Rodrigues, da Lapa (Porto), que também nascera em Rande e a mocidade do seminário portucalense apreciava…

O Padre Marílio enquanto seminarista sempre que vinha de férias à Longra convivia muito com a rapaziada amiga e conhecida da terra (andando sempre acompanhado pelos filhos do sr. Machado, os irmãos Pinto, mais os César, Basílio, João Isaías, etc.), além de ajudar ao saudoso Padre João Ferreira da Silva nas missas, procissões, outros atos religiosos e na catequese ainda. Sendo desses tempos a imagem em que se vê o seminarista jovem ao lado do pároco, na organização da representação de Rande e Sernande para a peregrinação concelhia até ao monte de Santa Quitéria, em Felgueiras.


Ele, por esses tempos, gostava muito de patinar e recordamo-nos de o ver a jogar hóquei em patins na ampla esplanada de cimento da Casa da Padaria, a servir de rinque, à falta de melhor, junto com seus amigos Vítor Verdial, Fortunato Machado, Hernâni Carvalho (seu colega e depois padre, também) e outros; enquanto depois alguns pequenos, como o autor, iam todos contentes, levar-lhe a casa os patins e os sticks… e recebiam “santinhos”, como alguns dos que ainda guardamos.

Passaram muitos anos e muita água correu por baixo da ponte da Longra. E foi já há cinquenta anos que, com alguma admiração, naquele longínquo Agosto, beijamos as mãos perfumadas do senhor Padre Marílio, num misto tocante e conservante, por termos ali diante de nós aquele amigo que nos habituamos a ver a passar a nossa casa (normalmente ao lado do Adélio Machado, do Deodato Martins, e alguns outros), indo e vindo para sua casa, sempre rodeado de amigos e saudando conhecidos.


O Padre Marílio era filho da Virinha da Ponte, senhora muito risonha e simpática, e do muito respeitado senhor António, um daqueles homens de antigamente, cuja presença marcava consideração e apreço geral. Não sendo de admirar que tivesse sido incluído no lote de estudantes a quem, naquele tempo, a família Sarmento Pimentel, da Casa da Torre, pagava o curso canónico. E merecesse estima das boas famílias da terra, como era acarinhado pela D. Emília, esposa do sr. Américo Martins da Metalúrgica da Longra, e no mais fosse muito querido de toda a população.

Houve festa na terra, por isso, no dia da sua Missa Nova. Tendo o Padre Marílio ido em procissão desde sua casa, na Longra, até à igreja paroquial, em passeio a pé, pelo Montebelo, ou seja à volta, de maneira a passar pela Casa da Torre, com acompanhamento de muita gente sua amiga e conhecida. 

Da chegada à igreja e aproximação ao altar é o instantâneo fotográfico (colocado a seguir) que temos em nosso álbum pessoal e para aqui ilustramos tal memória de tão solene dia. 


Ora, o Padre Marílio é assim um Ilustre Filho de Rande. Que nestes dias, 2 e 9 de Agosto, está de parabéns, com honra e orgulho de quem sente o que respeita especialmente a Rande, a nossa terra. Tal qual se relembra com o verso da pagela alusiva, da ocasião - o "santinho" de recordação das respetivas Ordenação e Missa Nova.


Assim sendo, homenageamos deste modo o nosso conterrâneo Padre Marílio da Costa Faria, cujo percurso curricular se justifica fixar (deitando mãos, a partir daqui, à biografia oficial indicada por ocasião do reconhecimento que lhe foi prestado oficialmente pela Câmara de Penafiel, de permeio com alguns acrescentos):

Nasceu a 22 de Janeiro de 1940 na freguesia de Rande, concelho de Felgueiras. Aos seis anos de idade, iniciou o seu percurso religioso na catequese paroquial de S. Tiago de Rande, sendo admitido, aos onze, no seminário de Ermesinde, passando, também, pelos seminários diocesanos de Trancoso e Vilar.
Foi no seminário da Sé que concluiu o curso de Teologia, em 1964. Nesse mesmo ano, a 2 de Agosto, foi ordenado sacerdote, na Sé Catedral do Porto. Iniciou a sua vida pastoral como sacerdote na paróquia de Paranhos, no Porto, como coadjutor, de 1964 a 1966. Em Março de 1966 foi colocado como pároco na freguesia de Canelas, concelho de Penafiel. Posteriormente foi também Pároco das freguesias de Capela, Figueira, Sebolido, Rio Mau e Pinheiro, todas em Penafiel.
Foi delegado ao conselho presbiteral da Diocese do Porto (órgão consultivo do Bispo) em representação da Vigararia de Penafiel durante 12 anos.
 A sua vida religiosa caracterizou-se sempre pelo seu empenho, vivacidade, alegria, amizade, compreensão companheirismo e proximidade, principalmente para com os mais jovens. As suas características pessoais e sociais destacaram-no na sua vida religiosa, sendo um dos sacerdotes mais queridos não só da sua e nossa terra, bem como, especialmente, no concelho de Penafiel, onde se enraizou.
Em 1970, cumpriu o serviço militar obrigatório, frequentando, durante um ano, a academia militar em Lisboa, como preparação para os dois anos que se seguiriam, como capelão militar na guerra colonial, em Moçambique. Regressou depois, por fim, às suas paróquias no Verão de 1973.
Paralelamente ao seu percurso religioso, sempre foi um cidadão muito ativo. Aos vinte e seis anos, foi jogador federado de hóquei em patins, pela Associação Desportiva de Paredes, tornando-se no primeiro padre federado. Foi vice-presidente e chefe do departamento de futebol do Futebol Cube de Penafiel, e refundador do Futebol Clube de Canelas, tendo liderado o processo de construção de um campo para a prática desportiva. Desenvolveu, também, a sua vida profissional como professor de Educação Moral, Religiosa e Católica, durante 25 anos, e foi Presidente do conselho executivo da Escola Secundária de Paredes, entre os anos de 1993 a 1995. Foi, ainda, Provedor da Escola Secundária de Paredes em 2001 e 2002. Em 1996, foi Vereador com os pelouros de Juventude, Desporto e Cultura da Câmara Municipal de Penafiel. Socialmente, procurou sempre responder aos desafios que lhe eram propostos, tendo fundado, em 1974, o Grupo de Jovens da Capela (CECA). Mais tarde, em 1993, foi fundador do Rotary Club de Paredes e Secretário da direção da Apadimp. Desde 2006 até à presente data, desempenha o cargo de Vice-presidente da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios.

Atualmente, com 74 anos de idade continua com a sua missão de sacerdote, sendo responsável pelas freguesias de Canelas, Capela, Sebolido e Rio Mau.

Numa das esporádicas suas vindas a Rande, o Padre Marílio, de uma das vezes, teve oportunidade de concelebrar no altar onde celebrou sua primeira missa, no caso aquando duma visita pastoral do então bispo-auxilar do Porto e felgueirense D. João Miranda, ao tempo da administração religiosa do Padre Jorge - como se vê na foto seguinte, estando dos lados do altar dois padres naturais da paróquia de Rande, de um lado o Padre Marílio Faria e do outro o Padre Joaquim Sampaio.


Recentemente, o Padre Marílio foi agraciado pela Câmara Municipal de Penafiel com a Medalha de Ouro do próprio concelho, aquando do 243º aniversário de elevação de Penafiel ao estatuto de cidade. Ato ocorrido, corria Março de 2013, em sessão solene evocativa do “3 de Março” penafidelense, realizado no Museu Municipal local. Na ocasião, entre as atribuídas medalhas honoríficas a instituições do concelho, foram reconhecidos méritos também a personalidades, como o P.e Marílio, com a medalha de ouro da cidade de Penafiel, referenciando: «Marílio da Costa Faria, padre, responsável pelas freguesias de Canelas, Capela, Sebolido e Rio Mau».


Agora, na passagem do cinquentenário em apreço, o atual bispo do Porto, o simpático D. António Francisco dos Santos, celebrou condignamente as respetivas bodas de ouro sacerdotais onde, há cinquenta anos, o Padre Marílio e seus companheiros de curso completaram o percurso presbiterial, na Sé do Porto – como, ao cimo, mais aqui  e no fim, se regista em imagens correspondentes.

No caso, houve missa solene na Sé Portucalense, para assinalar as bodas de ouro dos sacerdotes que festejavam essa conta jubilar de há 50 anos terem sido ordenados por D. Florentino Andrade e Silva – como se pode reter pela descrição da Ecclesia, agência noticiosa cristã:

« D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, afirmou este sábado na celebração de Bodas de Ouro de oito sacerdotes que o ministério que desenvolveram ficou marcado pelo Concílio Vaticano II, por “pontes de diálogo” e “novos caminhos na missão da Igreja”. “Estabelecestes pontes de diálogo com o mundo da cultura e abristes caminhos novos na missão da Igreja”, disse D. António Francisco aos sacerdotes ordenados no dia 2 de agosto de 1964, “contemporâneos” da “primavera de esperança” que Vaticano II significou para a Igreja. “O Senhor escreveu convosco uma bela página da Igreja do Porto, em tempos exigentes e em lugares de periferia, onde é necessário levar a alegria do Evangelho, como nos convida o Papa Francisco”, acrescentou.

Neste sábado, no dia em que se assinalavam 50 anos de ordenação sacerdotal de Amadeu Ferreira da Silva, Domingos de Lima Milheiro Leite, Joaquim Maia Moreira de Sousa, José de Almeida Campos, José Pereira (C.M.), Manuel Dias da Silva, Marílio da Costa Faria e Rui Osório de Castro Alves, o bispo do Porto presidiu a uma eucaristia na Catedral. “Quero, com a minha presença, dizer-vos que a alegria que aqui nos traz é alegria de toda a Igreja do Porto”, referiu D. António Francisco dos Santos.»


Armando Pinto

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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Festa de S. Tiago de Rande no horizonte...


Neste fim de semana último de Julho tem lugar no calendário local  mais uma realização da tradicional festa paroquial de Rande, em honra do Padroeiro S. Tiago Maior. Com início já esta sexta-feira, no próprio dia litúrgico dedicado ao Apóstolo evangelizador da Ibéria, segundo a convenção dos tempos sepultado na mesma Pensínsula Ibérica, em Compostela. Para cujo local convergiram ao longo dos séculos itinerários de peregrinação, tendo um dos percursos historicamente tido passagem em Rande, nesta parte sul do concelho de Felgueiras.

Em tal época especial dos produtos da terra, como agora, costuma-se dizer que São Tiago pinta o bago. Daí que o andor do mesmo Orago da paróquia, que sai na procissão solene, costume ser engalanado com um pé de milho e um cacho de uvas, em sinal da primazia temporal das colheitas.

À chegada de tão querida festividade da paróquia de Rande, que se prolonga por sábado e domingo, ainda, vislumbramos o ambiente festivo com uma panorâmica noturna da iluminação, através de duas captações fotográficas à distância, com vistas algures desde o centro da Longra...


... e recordamos o livro que há alguns anos, mais precisamente no ano 2000, escrevemos sobre a mesma festividade anual.

- «Evocações da Festa Paroquial de S. Tiago de Rande» (Julho de 2000 - de promoção à festa desse ano, por solicitação da respectiva comissão organizadora, traçando panorâmica das festas antigas.)

ARMANDO PINTO

domingo, 20 de julho de 2014

Parada automobilística felgueirense, do “São Cristóvão” padroeiro dos motoristas


Numa das antigas tradições que se vão mantendo, realizou-se neste domingo mediano de Julho mais uma festa concelhia do S. Cristóvão, como popular e resumidamente é chamada a agregação festiva dedicada ao patrono dos motoristas, em terras de Felgueiras. 


Realização esta normalmente chamada também de cortejo automóvel, gincana, desfile, mas bastando dizer-se "o S. Cristóvão" para logo haver associação geral.

Como de costume, juntando grande número de automobilistas aderentes nos mais diversos meios de transporte, saiu assim então o habitual cortejo automóvel com o andor de S. Cristóvão, desde a sede do concelho até a um dos extremos de Felgueiras, percorrendo o itinerário desde a cidade de Felgueiras até à igreja-capela de S. Cristóvão de Lordelo, onde teve lugar a tradicional missa solene com sermão apropriado, dando-se depois o retorno em cortejo também, ao som estridente de sirenes e buzinas, em direção ao monte de Santa Quitéria para o sempre apreciado repasto de convívio.


Desta ancestral e sempre renovada festividade móvel que todos os anos passa na Longra em ambos os percursos, registamos alguns instantâneos, neste espaço de anotação e análise escrita, mas também  louvor memorial ao que une os bons ideais telúricos.

Armando Pinto


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Um instantâneo caleidoscópico… referente à Longra


Num destes dias, perante o estado a que chegou o parque de lazer da Longra, sito entre o antigo lugar das Cortes-Novas e os campos da zona da Misarela, por trás da zona industrial / Metalúrgica da Longra, espaço amplo esse em tempos começado a ser edificado pela última gerência da ex-Junta de Freguesia de Rande  caso vindo a terreiro agora, obviamente, por a atual gestão da chamada união de freguesias não se voltar para esses lados   foram publicadas diversas imagens captadas a dar uma visão de tal realidade, numa página do facebook com ligações informáticas à vila da Longra.


Para fixação dessa situação, possivelmente temporária, registamos o facto para memória futura, dum enquadramento no tempo do que entretanto foi e não foi feito e se está a deteriorar, mas também de possível visão comparativa com o que ainda pode vir a alterar-se.


Entretanto, fica para a história recente esse post, com seu quê de caricato. Colocando-se a imagem que mais comentários mereceu, de diversos setores.

A.P.

sábado, 12 de julho de 2014

História de atividades do Rancho e seu Festival da Longra em livros...


Aí está mais um festival de folclore da Associação Casa do Povo da Longra, um evento que desde a primeira hora ficou a atrair grande interesse e afluência de grandes assistências. Com especial chamariz no cuidado posto no cenário do palco, na representatividade manifesta no programa, etc.

De tal Festival de Folclore da Longra ficaram historiadas as respetivas edições e demais atividades, através de livros escritos e editados pelo autor, como em simples exercício de recordação aqui se relembra.

Livros  com referências ao Rancho e seu Festival, ou a História do Rancho, suas atividades e do Festival, em livros:


- «1ª Mostra Filatélica e Exposição Museológico-Postal da Casa do Povo da Longra» (relativa a Semana Cultural de abrangência comemorativa do centenário de Francisco Sarmento Pimentel e octogenário do Correio da Longra - Julho de 1995). Com inerentes referências à participação do Rancho da casa...


- «1º Festival Nacional de Folclore “Longra/97”» (englobando partes historiadoras e galeria directiva da Associação - Maio de 1997).


- Livro (volume monográfico) «Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras»; publicado em Novembro de 1997. Edição patrocinada pelo Semanário de Felgueiras.


- «2º Festival de Folclore do Rancho da Casa do Povo da Longra» (contendo Lendas e Narrações das freguesias da área da instituição - Setembro de 1998).


- «Associação Casa do Povo da Longra-60 Anos ao Serviço do Povo» (alusivo ao respectivo sexagenário, contendo a História da instituição - Abril de 1999).


- «3º Festival de Folclore da Longra-Memória etnográfica do sul Felgueirense e afinidades concelhias» (Julho de 1999).


- «4º Festival de Folclore da Longra-Celebração Folclórica do sul Felgueirense» (Julho de 2000).


- «Evocações da Festa Paroquial de S. Tiago de Rande» (Julho de 2000 - de promoção à festa desse ano, por solicitação da respectiva comissão organizadora, traçando panorâmica das festas antigas.) Incluindo referências à  colaboração do R I J da C P Longra.


- «Rancho da Casa do Povo da Longra-Sete anos depois... em idade de razões» (Maio de 2001 – livro comemorativo do 7º aniversário do mesmo agrupamento e também alusivo ao 5º Festival de Folclore da Longra, de Julho seguinte – incluindo texto de fundo narrativo do “Conto de um Rancho Amoroso”, sobre a história do grupo em questão.)


- «6.º Festival do Rancho da Casa do Povo da Longra – Desfile de Oito Anos de Vida» (Junho de 2002).


- «7.º Festival da Associação Casa do Povo da Longra – Danças Mil em Nove Anos de Folclore» (Junho de 2003).


- Livro (alusivo da) «Elevação da Longra a Vila» - Julho de 2003. Edição do autor. Incluindo referências à  colaboração do próprio R I J da C P Longra e de alguns dos seus elementos desse tempo.


- «8.º Festival da Associação Casa do Povo da Longra – Alcance duma Década Etno-partilhada» (Junho de 2004).


- «9.º Festival da Associação Casa do Povo da Longra – Comunhão de Tradição Associativa» (Junho de 2005).

= O livro correspondente ao Festival de 2006, apesar de escrito e acabado, com toda a respetiva informação e cronologia histórica, não chegou entretanto a ser publicado, por motivos diversos, mas o original ficou guardado na biblioteca do museu etnográfico da mesma instituição, para constar (e, a relação atualizada até à campanha de 2006 , em quadro emoldurado).

Armando Pinto

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Agradecimento: pelas lembranças e atenções dos parabéns!


Foi um dia porreiro! Melhor dizendo, um dia bem passado, com as pessoas que mais gosto, naturalmente, junto a mim. Festejando mais um ano, à entrada na ternura dos sessenta, sem lembrar a conta mas a companhia de quem quero sempre comigo. E cá sopramos a mais velas, como queremos, em ambiente azul!

Apesar da manhã chuvosamente esquisita, na medida contrária ao que é anualmente costume, a tarde já se portou melhor neste tempo habitualmente de verão. Interessando, contudo, que foi sempre dia especial, pleno de calor humano, à medida das nossas afeições, na companhia de familiares chegados, com quem temos os mais estimados motivos existenciais.

Entretanto, agradecemos a todos os amigos e restantes familiares que nos enviaram mensagens de parabéns, e a todos os amigos da blogosfera e do facebook que também nos tiveram presentes em suas lembranças. E em tudo o mais que era e é para bem.

Na impossibilidade de agradecermos a todos, pessoal e particularmente, fica este agradecimento geral, mas com sentido de que reparamos e apreciamos tudo e todos.

Obrigado.
E é agora a minha vez de retribuir a todos, dando os meus parabéns, também, pela amizade e sinceridade demonstradas.


Armando Pinto

sábado, 5 de julho de 2014

Mais uma crónica no SF: Temas felgueirenses de ontem e hoje…


Com a festa concelhia de S. Pedro como denominador comum, entre diversas situações que viraram factos memoriais e fastos históricos, recordamos desta feita algumas facetas dignas de menção nos anais felgueirenses, em mais uma crónica no Semanário de Felgueiras.

Na pertinência de se verificar atualmente a união clubista do futebol em Felgueiras, com a anteriormente tão adiada e agora finalmente concretizada fusão, aproveitamos a maré para focar assuntos de interesse relacionado, em vista a procurar puxar pela mística Felgueirista.


Mas, porque pensamos ter discorrido o essencial, o melhor é ler, pois está lá tal intenção com algum desenvolvimento.


Ora, desse artigo, cujas palavras escorridas no texto têm realidade, poderá ver-se a respetiva coluna em imagem digitalizada - do que foi publicado na edição de sexta-feira dia  4 de Julho, na página 10 do jornal Semanário de Felgueiras.


… E, do mesmo, de seguida colocamos o texto datilografado, para melhor leitura:

Quando S. Pedro ia mais à bola…

Ainda está na retina o colorido vistoso do cortejo das flores que mais singular torna a festa do concelho de Felgueiras. Todavia a festividade já passou por este ano, diluindo-se no tempo as tonalidades que alegraram o ambiente. Porém a essência de tais festejos comunitários permanecem como festim de união, qual elo de aproximação coletiva, pese a importância que possa ser dada por cada qual.

É assim que pessoas antigas por muitos anos recordaram e transmitiram uma festa do São Pedro terminada debaixo de violento temporal; como outros avivavam, pelos tempos adiante, memórias dos antigos cortejos com gente rogada pelas freguesias, enquanto de véspera eram guardados lugares, no terreiro frondoso, para no próprio dia, e finda a deposição das flores em torno do monumento da Imaculada, todos comerem os farnéis sentados sobre mantas estendidas por tudo quanto era sítio, no monte da Santa.

Ora, também por isso, com um motivo algo particular, ficou na memória aquela festa do São Pedro de Felgueiras do ano da primeira subida de divisão do Futebol Club de Felgueiras (pois era assim ainda inglesado que normalmente era escrito, nessas eras), a meio da década de sessenta, do século XX.

Muito tempo decorreu, entretanto. Embora lá no alto de Santa Quitéria ainda não haja mesas e bancos para comer merendeiros, passados tantos anos. Pois não falta já muito para perfazer meio século, desde então. Tendo naquele ano toda a festa, por assim dizer, haver fluído com todos mantendo o futebol no sentido, estando sempre presente na cabeça o que se jogava no ainda pelado terreno da Rebela, no Campo Doutor Machado de Matos. A pontos de em plena caminhada pela encosta acima, durante o trajeto do cortejo das flores, muito bom folião quase ter deixado as mulheres a cantarem entre elas, com as cantorias por sua conta, porque muitos acompanhantes, apesar de levarem cravo ao peito e alfádega na orelha, por baixo do chapéu, irem entre eles a conversar, antevendo o que podiam fazer Sabú, Pimenta, Rodas (como popularmente era tratado César Roda), Estebaínha, Mário, Cardoso, Pacheco, Zé Maria, Mendes, Mamede, etc… e como o Monteiro surpreendera inicialmente a malta assistente, por ter aparecido a divisar o ponto central da baliza, até à pequena área, com marcação pelo próprio pé duma risca para sua orientação – coisa que até ali se não vira por estes lados… como aqui o autor destas notas se recorda de ter escutado, petiz ainda, mas desenvolvido já em ouvidos bem abertos, por quanto interessava aquele tema, que até fazia esquecer o refusto provocado pela camisa de linho colada ao corpo suado… em traje folclórico, como mandava a ocasião.  

Passara também aquela época do S. Pedro, em Felgueiras, sem contudo ter acontecido de imediato a ascensão ansiada, como é sabido pela história memorizada e também escrita. Tanto que teve de se esperar pelo início de Julho seguinte, para a tal subida de divisão acontecer. Sob calor estival e peripécias inesquecíveis, em que finalmente se verificou a primeira subida, da então 3ª Divisão para a 2ª Distrital. Faz para o próximo ano cinquenta anos.

Este ano o ciclo festivo do S. Pedro de Felgueiras fica ligado à atualidade de passar a haver de novo um só clube, decidida que está a fusão dos recentes dois clubes de futebol com nome de Felgueiras.

Ora, estando prestes a ser oficializada assim a união do futebol da sede do concelho, finalmente, pode-se dizer que de novo volta a existir o Felgueiras, clube de futebol felgueirense, sucessor do histórico Futebol Clube de Felgueiras. E, nada melhor que, de modo a vincar o facto, para o ano possa conjuntamente ser evocada a passagem de 50 anos da 1ª subida de divisão do F C Felgueiras. Podendo até, se possível, ser isso assinalado com homenagem pública aos obreiros ainda vivos, dos que protagonizaram um dos mais memoráveis momentos da vida felgueirense de meados do século XX, fazendo reviver na ternura da idade a gloriosa época de 1964/65, do clube azul-grenã. Porque daqui a um ano, sensivelmente, fará 50 anos desde que o Felgueiras subiu pela primeira vez. Quando S. Pedro ia mais à bola… E daqui em diante pode voltar a vir, trazendo melhores dias ao panorama do futebol felgueirense.

Armando Pinto


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