Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sábado, 27 de julho de 2019

Artigo no SF sobre Freguesias – duma boa contribuição de ADN Felgueirense, por Mário Pereira


Sem necessidade de grande apresentação, pois o texto “fala” por si, partilha-se aqui um bom trabalho escrito em prol do sentimento pátrio, como é afinal a ligação às raízes da naturalidade verdadeira dum ser humano. Através de artigo publicado no jornal Semanário de Felgueiras, que apraz registar por ser dos que no habitual espaço de Opinião versam assuntos felgueirenses. Da lavra do amigo sr. Mário Pereira, pessoa conhecida da cultura felgueirense, como interessado e ativo munícipe que sabe exprimir os anseios de quem gosta do seu e nosso concelho Felgueirense, de essência natural. Em mais uma boa contribuição atinente à pugna pela reposição das antigas e históricas freguesias, no ADN genético da origem de nossas terras, que leva a haver algo próprio, e não haja desenraizamento como parece ser vontade de políticos infelizes que não têm raízes.

Eis o artigo jornalístico em apreço, publicado no SF de 26 de julho e que para aqui se transpõe (de seguida, recortado em dois pedaços, para melhor leitura):


E como o autor do artigo refere ter mais que dizer (escrever) sobre o assunto, ficamos à espera da continuação, para continuarmos a partilhar mais disto!

Armando Pinto
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sexta-feira, 26 de julho de 2019

Em Dia dos Avós


26 DE JULHO – DIA DOS AVÓS. Uma data que dá para lembrar o que é o mundo das afeições mais experientes, embora sem ser necessário um dia próprio, afinal, porque os avós gostam de o ser todos os dias.

Num dia assim, recordamos também nossos avós, como víamos os pais de nossos pais com olhos de idade infante. Como um dia nossos netos nos podem recordar.

Como sabemos: - É bom ser avô e avó, termos netos a dar novo revigoramento à vida. Como gostamos de nossos netos! Podendo-se dizer, afinal, que, embora cada coisa tenha seu lugar e tudo o que é amor é amor mesmo, seja, à vez, conjugal, paternal, filial e avoengo, o apego de avós é a soma disso tudo. Mais que o que se possa dizer: tanto que é costume afirmar-se que avós são pais duas vezes, mas é muito mais. Tal o sorriso de satisfação que há só em pensar nos netos, o quão apetecível é tê-los ao colo, a felicidade que há em abraçá-los e beijá-los. Quão ditoso se torna saber e ver como eles gostam de nós!

Num dia assim, mais para nós, afinal, fica a imagem do conjunto de pequeninos livros dedicados aos netos do avô que escreve isto. Pois eles um dia saberão também o que é este sentimento, a junção de todos os nossos e seus sentimentos.

Este dia é assim, na vida vivida, um dia de avós e netos.

Armando Pinto

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quinta-feira, 25 de julho de 2019

Dia de S. Tiago, Padroeiro de Rande-Felgueiras e a "Descida da Cruz" da festa vizinha de Lousada


25 de Julho, dia de S. Tiago, é o dia da antiga Festa de Rande, também. Sendo como é a paróquia de S. Tiago de Rande, neste recanto do concelho de Felgueiras, uma comunidade sob invocação do apóstolo S. Tiago, em sinal do patronato originado na ligação de ter sido terra de passagem no itinerário do Caminho de Santiago usual pela região, inclusive como ponto de paragem até (devido à fonte de S. Tiago, que estava assinalada nos roteiros da época, onde com as vieiras típicas – conchas - os romeiros matavam a sede no local). Bem como mais ao norte, no concelho de Felgueiras, também ficou como padroeiro de Pinheiro e Sendim, precisamente como pólo de afluência de outro itinerário nas redondezas. 

Na prece acostumada dos fiéis (metendo um pouco de história memorial), conta-se a paga de promessas, os ex-votos, das chamadas esmolas deixadas junto ao andor do Padroeiro, em dia de festa, a que depois havia correspondência no recebimento do “Registo da romaria”, uma pagela com a gravura do santo. Como serve de exemplo uma imagem anexa (a encimar aqui o artigo), do facto ultimamente em revitalização.


Ora, atendendo a toda essa envolvência, e como especial característica identificativa da paróquia, relembra-se o que escrevemos há uns anos bons (sobre o “Orago S. Tiago”), num pequeno livro, intitulado «Freguesia de Rande (S. Tiago) e Povoação da Longra», publicado em Março de 1996, numa edição patrocinada pela Junta de Freguesia de Rande, a reverter para verbas destinadas a obras da igreja, nesse tempo. Em cujo acto tivemos então participação, nesse caso, na co-autoria desse pequeno livro, em género de mini-colectânea abarcando temas diversos da freguesia de Rande. Serve ainda o mote, na oportunidade, para recordar que S. Tiago chegou a ser o Patrono da Península Ibérica e depois foi tido como Padroeiro de Espanha, e como tal conhecido por S. Tiago Mata-mouros, pela proteção aos cristãos nas lutas contra os mouros, durante a Reconquista cristã.


~~~ * ~~~

Pela mesma ocasião, sensivelmente no mesmo fim de semana da tradicional Festa de Rande, em território felgueirense, ocorre também a Festa Grande ao Senhor dos Aflitos, da vizinha vila cabeça do concelho de Lousada. Uma festividade que, pelas ligações antigas desta região à antiga vila do Torrão, desde tempos imemoriais que é muito concorrida pelas gentes da área sul do concelho de Felgueiras, sobretudo pelas populações das freguesias de Unhão, Lordelo, Rande, Sernande e Pedreira. Como ficou nos anais históricos dos tempos da passagem do antigo comboio de Penafiel e Entre os Rios até à Lixa (original Linha Ferroviária do Vale do Sousa), que nas primeiras décadas do século XX tinha um programa de transporte para essa festa, como mais tarde houve durante muitos anos uma ligação de carreira exclusiva, com camionetas da Cabanelas e posteriormente da Pereira Meireles (e sucessora Rodonorte) a ligar de hora a hora transporte direto desde a Longra até Lousada – parando as camionetas debaixo da carvalha da padaria da Longra, até terem gente suficiente para nova carreira.

Ora essa festa de Lousada, a famosa do Senhor dos Aflitos, além de tudo o mais, considerada uma das maiores da região sousã, levou inclusive a que algumas outras festividades fossem antecipadas alguns dias, para não coincidirem ao mesmo tempo. Como atualmente resulta da Festa de Rande ser já realizada no fim de semana anterior ao dia 25 (realizando-se no próprio dia apenas as celebrações religiosas da missa solene e procissão paroquial, como mais uma vez este ano acontece) e também o desfile dos automobilistas, vulgo Parada de S. Cristóvão, ter já tido lugar no passado fim de semana, como tem sido nos anos recentes na festas dos motoristas (desde S. Cristóvão de Lordelo até ao monte de Santa Quitéria).


A Festa do Senhor dos Aflitos, famosa por seu ambiente noturno das pucarinhas de cera e arraial de reencontro de pessoas conhecidas, mais circuito de ciclismo e diversos números artísticos do cartaz, com duração desde sexta até à segunda-feira seguinte, tem início com a cerimónia da descida da cruz, no santuário do Senhor dos aflitos  (este ano calhando precisamente neste dia 25), quão é celebrada a deposição da grande cruz de seu altar para ser honrada perante os devotos com vigília solene antes da colocação no andor com que sairá na procissão. 


Um momento sempre emocionante, a dar relevo à parte religiosa que muito adorna essa grande festa.

Armando Pinto
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segunda-feira, 22 de julho de 2019

Mais Figuras Típicas da nossa região


A propósito de recente conversação com pessoas amigas, tendo merecido atenção de tema os casos de lembranças de pessoas que fizeram parte do imaginário coletivo e outras de nossa convivência, como personagens consideradas figuras públicas, e porque em tempos algumas pessoas dessa consideração antiga mereceram um capítulo no livro Sorrisos de Pensamento (publicado em 2001), assim como alguns outros casos já foram referenciados em artigos da colaboração normal no jornal Semanário de Felgueiras, ao longo dos anos, apraz referir, em acrescento explicativo:

Não tem sido feito algo mais sobre isso por diversas condicionantes, como, entre outras razões, por vezes nem se saber se tal caso será bem aceite pelos familiares, por exemplo. Porque nalguns teria de ser necessário referir o nome (apelido popular) por que foram e são mais conhecidos, já que se forem nomeados pelo nome verdadeiro pouca gente identificará facilmente. Além que a colaboração jornalística não deve ser repetitiva sobre assuntos idênticos, devendo ter de permeio outras temáticas, embora o espaço do jornal não seja muito regular, pois que, vivendo os jornais regionais de publicidade, por vezes os artigos levam tempo a terem lugar, assim como o espaço de opinião é dividido com outras crónicas de mais autores para quem goste de ler sobre leis, conselhos e afins, além da vertente memorial e historiadora.

Temos em mãos, de momento, a biografia dum senhor importante da terra, que a seu tempo será dado a conhecer do público, livro esse de momento ainda à espera de algumas contribuições (narrativas) familiares. Enquanto sobre artigos, temos ideias de escrever espécie de pequenas memorizações reportando pessoas que fizeram parte do quotidiano local. Mas antes tem de haver permissão das pessoas de família. Contudo, de uma forma ou outra, mais exemplares aparecerão diante dos olhos dos leitores interessados, pois nem só de pão vive o homem.  

Ao vermos, quantas vezes, uma imagem de marca antiga, um programa de televisão de outras eras, ao ouvir umas músicas dos bons velhos tempos radiofónicos, etc. e tal, nos vem logo à ideia algo ou alguém relacionado, do que faz parte das recordações das gentes de nossa terra.. Quão mesmo em pé de conversas avivar-se nomes e caras. Que nem tudo morre e enquanto houver memória haverá vida relativa.

Na vida não basta andar a bater no peito e depois mandar às malvas os bons preceitos, assim como não se pode levar à letra diretrizes de olhar ao que se diz e não ao que se faz. A vida tem que se lhe diga… e faça por fazer com que permaneça na memória coletiva.

Armando Pinto

terça-feira, 16 de julho de 2019

In Memoriam: Fernando Pinto, o meu irmão, além de amigo de muitos amigos de seu e nosso tempo da Longra e do ambiente felgueirense, o Professor Pinto de Alfândega, meu companheiro de infância, do Seminário, de juventude e tudo mais…


Hoje tive de me despedir do meu irmão Fernando, o mais novo do grupo de seis irmãos, dos quais eu sou o penúltimo e ele o mais novo, companheiro desde que me lembro. De quando brincávamos os dois em pequenitos, de quando jogávamos com as capsulas de garrafas de cerveja às corridas de ciclistas e na bola ao futebol, quando passamos a gostar de desporto e eu me afeiçoei ao meu clube, indo pelas minhas ideias e por ideais, e ele se deixou ir por outro clube que na altura estava na moda da rádio e jornais, mas sem isso pesar nas nossas brincadeiras e convivência fraterna, nem influenciar o que fosse. Como depois andamos a estudar algum tempo juntos e sempre que estávamos em casa com os nossos consistirmos e sentirmos sermos da família que sempre tanto quisemos. De quando conversamos e partilhávamos gostos por cultura e afeição por motivos da história geral e da terra natal. De tudo o que nos lembrávamos e continuo a lembrar.

Hoje tive de me despedir dele. TIVEMOS TODOS OS QUE GOSTAMOS DELE. Mas ele, de quem gostamos, nunca morrerá. Terá sempre o meu pensamento nele, estará sempre nas minhas recordações. Quão antes, mesmo apesar da longa distância geográfica e tempos longos que naturalmente não nos vimos, esteve sempre no meu íntimo, Como sei que estará nas recordações de seus amigos. Pois só tinha amigos. Ouvi hoje, durante o dia de seu último dia fisicamente entre nós, em Alfândega da Fé todos dizerem que foi o professor que jamais será esquecido, o amigo de que todos gostavam, o Pinto que era como se fosse da família de toda a gente. Como entre conterrâneos igualmente era tido. Tanto que me sensibilizou e agradeço de modo sentido a presença de bons amigos que desta zona felgueirense, de nossa região do pão de ló, de Santa Quitéria e São Tiago, se deslocaram propositadamente para o último adeus.


Entre linhas escritas em letras molhadas pela emoção, deixo uma recordação de seus tempos de jogador de futebol do Futebol Clube da Longra. Como o quis perpetuar e estará para sempre registado no meu livro Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras, publicado em 1997 e agora apraz avivar, por tudo isto. Pois sei como ele gostou quando o viu em suas mãos. Apesar de não ter podido vir à apresentação. Nessa sessão pública de lançamento a que esteve presente meu pai, entre tanta gente de meus afetos. E como sei que meus pais, a minha avozinha Júlia, e outras pessoas minhas o estarão a receber agora, envio ao infinito esta recordação.

Armando Pinto
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segunda-feira, 15 de julho de 2019

Até Sempre, Fernando (07/5/1956 – 15/7/2019)



Até Sempre!

- Fernando da Costa Pinto
(N. 7/5/1956 –  F. 15/7/2019)

Quem amamos nunca morre, apenas parte antes de nós…

((( Meu irmão, que residia em Alfândega da Fé, onde foi professor de filosofia na Escola Secundária e ali constituiu família e se afeiçoou. Sempre com a Longra e Felgueiras no pensamento, também. 
Funeral amanhã, terça-feira dia 16, em Alfândega da Fé, pelas 15, 00 horas. )))

A. P. 



sábado, 13 de julho de 2019

29 Anos de Felgueiras Cidade


Passaram  29 anos desde que Felgueiras, a antiga vila sede do concelho, foi oficialmente elevada a cidade. Efeméride a comemorar este sábado de 2019, na memória do que ocorreu ao fim de tarde de sexta-feira 13 de Julho de 1990, quando a proposta escrita pelo Dr. Miguel Mota e apresentada pelo Partido Socialista, com a aprovação dos restantes Partidos então com assento na Assembleia Municipal de Felgueiras, para a elevação Felgueiras, teve aprovação oficial em Lisboa.

Foi assim a 13 de Julho de 1990, pela tardinha desse dia quente que encerrava a semana decorrente, quando foi oficializada a respetiva proposta na Assembleia da República, na capital política do país. Proposta essa cuja redação original teve como autor o Dr. Miguel Mota, jovem a que, por esse motivo, ao tempo foi dado o seu nome à Biblioteca Municipal de Felgueiras. Algo entretanto alterado, na evolução dos tempos, pois foi retirado ainda há cerca de quatro anos, sensivelmente quando perfaziam 25 anos dessa ocorrência… que aqui referimos para enquadramento – quanto ao que há 29 anos foi impresso em letra de forma no jornal Notícias de Felgueiras, onde teve lugar um texto alusivo, que vem a talhe recordar.


Assinalando aqui o 29º aniversário dessa elevação de Felgueiras à categoria de cidade, rememoramos assim o que então foi escrito pelo autor destas linhas e publicado no semanal Notícias de Felgueiras, jornal entretanto já desaparecido, tendo durante décadas dado testemunhos históricos e por fim ficando também a  fazer parte da história de Felgueiras.


ARMANDO PINTO

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