Espaço de atividade literária pública e memória cronista

sábado, 13 de maio de 2017

Fátima – No centenário das Aparições aos Pastorinhos e ligação a esse sítio sagrado…


No centenário das Aparições de Fátima, por ocasião da vinda do Papa Francisco à celebração da data centenária da primeira aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos Lúcia, Francisco e Jacinta, na Cova da iria; e canonização dos Bem-aventurados Francisco e Jacinta Marto; é ocasião de aqui juntar algumas imagens de objetos de afinidade pessoal relacionados com Fátima. Incluindo livros, pagelas, estampas e inclusive uma foto de interessante vislumbre – para efeitos de registo atinente à memória coletiva.


Assim, aqui colocamos com intuito dessa relação alguns antigos “santinhos” guardados, quer do que foi dos pais do autor destas linhas, como de coleção pessoal, vindo desde longos tempos, incluindo postais e pagelas de outrora e mais recentes, mais capas de livros e de modo particular uma pose fotográfica “À LA MINUTE” dum “Passeio a Fátima”, como à época se dizia das excursões de três dias a Fátima e terras de passagem, efetuada por volta de 1959. Tratando-se duma excursão, de “camioneta do Cabanelas”, da então vila de Felgueiras, com gente de Rande e Varziela, de Felgueiras, mais de S. Miguel e Santa Margarida de Lousada (onde estava nesse tempo como pároco o Padre Luís Matos, natural de Rande e com família em Varziela, também). Reportando isso a tempos que a ida a Fátima ainda era caso raro para as pessoas da região.  Algo que se transporta à atualidade, quando a ida a Fátima já é outra coisa, mas sempre com um sentimento próprio, como local especial que é, efetivamente, de sagrada devoção e atração para muita gente.



Armando Pinto

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sexta-feira, 12 de maio de 2017

Artigo no Semanário de Felgueiras dedicado à evocação de Eduardo Cabanelas - Fundador da Empresa de Transportes de seu nome


Dando mais uma volta em viagem do tempo, nestes apontamentos de recuperação da memória coletiva que por vezes anda arredia do conhecimento oficial e até geral da causa felgueirense, procuramos dar mais um contributo com mais um dos diversos exemplos possíveis, desta vez resgatando para a lembrança pública um dos homens que em tempos idos se salientaram na afirmação de Felgueiras. Conforme fica escrito no artigo vindo a público no Semanário de Felgueiras, em sua edição impressa de 12 de maio, de cuja página para aqui transpomos imagem da respetiva coluna e o correspondente texto, ilustrado com algumas imagens de arquivo do autor: 


Eduardo Cabanelas: notável felgueirense dos transportes

Terra que se preze valoriza o que de bom sai de suas entranhas, sendo que qualquer sítio vale mais pelo que produz. Em visão enaltecedora à Gens local, num sentimento natural pelo que edifica a identidade comum; de valorização humana, qual orgulho em pessoas conterrâneas de realce. Tal é o caso desta vez aqui a evocar, lembrando um dos grandes dinamizadores da vida regional em tempos idos, num despertar de apreço às origens.

Ora Felgueiras foi, com efeito, terra mátria de lavra empreendedora, vindo a talhe nesse campo uma lembrança pelos inícios da grande empresa de transportes públicos Cabanelas, oriunda de Felgueiras, cujo timoneiro histórico foi Eduardo Cabanelas.

Corriam tempos de transição secular, nos alvores do passado seculo XX, quando em Felgueiras prosperava já o negócio dos transportes públicos, ainda na era dos carros puxados por cavalos, com a memória a chegar ao labor de Eduardo Cabanelas, um dos filhos do iniciador dessa faina, o patriarca Joaquim Cabanelas, aquele “rubro” Cabanelas imortalizado em verso por António Nobre no livro Só. Sendo que o começo desse trabalho familiar vinha de finais do século XIX, ainda na era das diligências, quando o mesmo Joaquim Vieira da Costa (Cabanelas) era cocheiro da carroça-diligência que fazia o transporte de pessoas vindas do Porto para o interior de Entre Douro e Minho. Como das vezes que o poeta António Nobre foi um dos passageiros, ele que viajou nessa malaposta e daí lhe ficou ideia do «rubro e gordo Cabanelas» que o deixava segurar as guias dos cavalos, como lembrou na sua obra poética.
Trabalho esse depois continuado pelos filhos Eduardo, Joaquim e Zeferino, abalançados a renovar a velha frota de diligências, tendo depois Eduardo acabado por se manter à cabeça do empreendimento que segurou e fez expandir. Ao tempo havia em Felgueiras mais alquiladores, como eram chamados os que alquilavam trens de cavalos, os negociantes de alquilaria. Tanto que no jornal Semana de Felgueiras era anunciado em 1902 a existência de carros de aluguer de cavalos com cocheiro, por exemplo, como em 1915 o Jornal de Felgueiras dava conta que passava a haver, desde Junho desse ano, uma carreira diária entre a então vila de Felgueiras e a povoação de Vizela, «estabelecida pelos importantes alquiladores desta vila (de Felgueiras) Srs Eduardo Cabanelas e Aniceto Ferreira». Evoluindo a situação posteriormente com o crescimento da empresa do patriarca Cabanelas, enquanto Mestre Aniceto se dedicava mais a negócios de mecânica, entre outras das profissões também por si desenvolvidas, a par com seu dom musical, como é sabido.

Felgueiras era ainda, por essas alturas, uma terra pacata, qual remanso aninhado no sopé da Santa (como popularmente sempre foi mais conhecido o monte de Santa Quitéria). A pontos que Brito Camacho, escritor, além de militar e político, em suas Jornadas (livro publicado em 1927) referiu de modo curioso: «Se o leitor alguma vez fôr a Felgueiras, no verão, recomendo-lhe que peça uma limonada no Café Central (servida em) grande copo d'agua fresca, muito fresca e assucarada…»

= Eduardo Cabanelas, em 1914, conduzindo um carro particular de serviço próprio, marca FIAT, modelo antigo ainda com volante à direita e faróis de carboneto. Foto captada em Felgueiras, nos arredores da vila, nesse tempo, vendo-se ao cimo do campo visual, mais atrás, a torre do santuário de Santa Quitéria. =

Então Eduardo Cabanelas, seguidamente, alargou horizontes e foi crescendo o negócio, passado do inicial mister até ao empreendimento que prosperou com o tempo das camionetas de carreira, compradas que foram as primeiras durante a Grande Guerra de 1914-18, então ainda com capota de lona, e em 1919 duas já de tejadilho rígido, num percurso chegado mais tarde à era dos seguintes autocarros de viação.


De nome completo Eduardo Vieira da Costa Cabanelas, natural e residente em Margaride-Felgueiras, era filho de Joaquim Vieira da Costa (Cabanelas) e Ana Joaquina. Chefe de família, por sua vez, da prole constituída por seu casamento com Ana de Sousa Lemos. De quem descende todo o cipoal Cabanelas que, qual autocarro palmilhando pela região, se alastrou até outras localidades, sem perder a ligação ao rincão de suas raízes, enquanto a firma do mesmo nome se ramificou também em diversas empresas, honrando a proveniência Cabanelas de Felgueiras.



= O Sr. Eduardo Cabanelas junto a um dos autocarros da sua empresa que faziam a “corda” de ligação de Felgueiras a Caíde, com gradeamento em cima do tejadilho para transporte de correio. Camionetas que, após a saída da vila de Felgueiras, paravam na estação do Correio da Longra tradicionalmente, para o efeito, porque, além do transporte de pessoas que iam com destino à estação ferroviária mais próxima, na região, também levavam os sacos de correio das estações de Felgueiras e Longra – no histórico Serviço com a CP, em serviço combinado com a CP, Companhia Portuguesa dos comboios, em que a empresa Cabanelas detinha os respetivos direitos.=

ARMANDO PINTO
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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Grupo de Sacerdotes de Paróquias Felgueirenses em Peregrinação a Fátima


Em ano do Centenário das Aparições de Fátima e vinda do carismático Papa Francisco a Portugal para presidir no Santuário da Cova da Iria às celebrações e canonização dos dois Pastorinhos que faleceram em crianças, Francisco e Jacinta, sucedem-se as manifestações e acontecimentos que reforçam essa maravilha de fé religiosa. Entre cujas ocorrências, dentro das tradicionais peregrinações pedestres efetuadas por tanta gente em cumprimento de votos, este ano sucede também uma ida a pé por parte de alguns padres conhecidos da região concelhia de Felgueiras.


Como um facto desses, bem vistas as coisas, conforme se costuma dizer, é algo que chama a atenção pelo exemplo, registamos aqui o caso. Atendendo ao carácter que ganha a iniciativa. Acrescido da valorização do fenémeo popular do já tradicional caminho nortenho para Fátima, quão importantes são os caminhos de Fátima - na linha dos históricos Caminhos de Santiago de ligação à criação de antigas paróquias dedicadas a S. Tiago (tal como na etapa final do mais recente trajeto de Fátima, no itinerário mais a direito, como se diz popularmente, há numa terra na zona próxima à localidade do Barracão uma artéria com o nome de Rua da Longra,  por influência de peregrinos desta nossa região há já uns anos bons). 



Assim sendo, da peregrinação desse pequeno grupo de sacerdotes da Vigariaria de Felgueiras, párocos de algumas paróquias do concelho de Felgueiras, juntamos como ilustração algumas imagens (respigadas de páginas pessoais e institucionais do “facebook”, com a devida vénia), a partir da saída de frente à Sé do Porto, iniciada a peregrinação simbolicamente desde a catedral da diocese portucalense, mais algumas fases do percurso. Como mensagem de apreço e incentivo, a todos extensivamente, que conhecemos como figuras da Igreja,  e de modo particular ao sr. Padre Manuel Joaquim Ferreira, Pároco de Rande, e também de Sernande e Idães, o nosso amigo Padre Manuel de afinidade paroquial, clubística e de interessantes contactos culturais pelas ocasiões da lavra do boletim paroquial, além de tudo o mais. 


Como homenagem pessoal, junta-se algumas imagens de pagelas relacionadas com Fátima, da coleção do autor.


Armando Pinto
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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Felgueiras tem História mas a “cidade” não mostra muito disso…


Como habitual interessado em tudo o que se relacione com memória histórica e extensivamente tentando possuir o que seja possível reportando o que possa fazer história do que me desperta atenção (exprimindo na primeira pessoa), soube há dias da publicação dumas páginas insertas num caderno de jornal lisboeta reportando divulgação de potencialidades felgueirenses. Apesar de ser num jornal que não me seduz, por ser de fraca credibilidade, noutros assuntos sobretudo, procurei dotar meu arquivo com tal edição, mas depois desisti ao ler na Internet o texto respetivo. Sem estar em causa possíveis patrocínios e seus patrocinadores, nem quaisquer outros considerandos, e muito menos a autoria, pois julgo que nunca vi nem conheço pessoalmente quem escreveu aquilo, mas apenas por não gostar de trabalhos feitos de modo estandardizado, sem sumo, afinal, e de modo superficial, para não dizer outra coisa. Passando levemente sobre o que relaciona o concelho, até que, quanto à sede concelhia, diz taxativamente que a cidade tem muita história para mostrar… 

Ora, quando se faz um trabalho desses com frases feitas, é no que dá. 

Pois bem, isso da cidade e história para mostrar, tem que se lhe diga. Sem estar em causa outras vertentes, mesmo porque sou admirador e amigo de longa data do atual presidente da Câmara Municipal e tenho respeito pelo trabalho que sua equipa procura realizar. Mas quando nos mexe com sensibilidades devemos acionar nossa cidadania e não pode ser questionado o bom relacionamento de munícipe.

Felgueiras é terra com muita história efetivamente, com testemunhos do românico rústico em cerca de cinco ou seis freguesias no território do concelho, enquanto na cidade propriamente não existe réstia desse estilo e aliás doutros também ancestrais, acrescendo que ao longo dos tempos tenha perdido muitas referências, como ainda recentemente foi o caso da antiga casa do Conde de Felgueiras. Assim como muito material histórico se poderá perder caso não seja edificado um museu do concelho, cuja localização deverá obviamente ser na sede do concelho, até para haver algo que os visitantes possam ver demoradamente, além do existente numa das freguesias circunvizinhas, mas de características diferentes dum museu concelhio. Pois, quanto à cidade atual, uma coisa é ter história e outra é haver para mostrar.

Em suma não se pode confundir cidade com concelho. Sendo que no concelho de Felgueiras há duas cidades e duas vilas, em território com muitas freguesias.

Armando Pinto
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Nota informativa – Caso sobre exemplar dum livro historiador (para eventuais interessados)…


Como é público, o livro histórico-monográfico "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras", escrito há muitos anos já pelo autor deste blogue e publicado numa edição de mil exemplares com patrocínio do Semanário de Felgueiras, em 1997 (faz em Novembro próximo 20 anos), está há muito esgotado. Entretanto, depois que deixou de estar disponível ao público, tem o autor sido por vezes contactado por pessoas que só mais tarde tiveram dele conhecimento ou interesse até por qualquer motivo. Acontece que um destes dias houve conhecimento pessoal de um exemplar estar à venda num alfarrabista de acesso informático. Não faço ideia de como esse livro ali chegou, possivelmente por algum familiar de antigo possuidor, penso, mas podendo ser por qualquer outra via e motivo diverso.

Sem qualquer intuito que não seja poder satisfazer o interesse de algum dos eventuais interessados, para não estar a indicar a uns e outros não, dou aqui público conhecimento aos leitores deste blogue, ou seja a todo o mundo, como se diz. Não indicando aqui no texto qualquer nome nem referências para não entrar no campo publicitário, contudo juntando imagem impressa – através do que bastará atender ao que na página respetiva consta, quanto ao que está em espaço da Internet.


Armando Pinto

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quarta-feira, 3 de maio de 2017

Ligação de Felgueiras ao Rally de Portugal


Felgueiras acolhe treinos para a prova portuguesa inserida no Mundial de Ralis, dias 4 e 9 de maio.

Já que desde há anos não tem podido haver em terras de Felgueiras qualquer etapa oficial da maior prova automobilística portuguesa, ao menos este ano vai haver um cheirinho a pó e algum alvoroço do barulho de motores com a realização de algumas corridas de treinos no troço felgueirense do monte de Santa Quitéria.

Com efeito, a região concelhia de Felgueiras acolhe quarta-feira, dia 4 de maio, alguns treinos da equipa automóvel Ford, no troço de Santa Quitéria, com vista à sua participação no Rali de Portugal, prova portuguesa do WRC-Mundial de Ralis, prestigiado evento no calendário mundial da modalidade que se realiza entre os dias 18 e 21 deste mês. Enquanto, na seguinte terça-feira, dia 9, na proximidade do rali mundial disputado em Portugal, o mesmo troço de Santa Quitéria volta a ser palco de testes automóveis, dessa vez por parte da equipa Skoda.

Prevê-se ainda que, nas vésperas da realização da prova em apreço do Mundial de Ralis, mais equipas venham a treinar em Felgueiras, mas então no também felgueirense troço do Seixoso, pelos arredores da Lixa.


Recorde-se que para a realização destes treinos houve melhoramento dos dois troços do concelho, havendo ainda alguma esperança que em anos próximos os referidos locais venham a receber novamente provas oficiais, tal como já aconteceu há mais de duas décadas.


Atendendo a essa antiga ligação, recordamos aqui e agora, através de prospetos da época, algo desses momentos…


Armando Pinto
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