Espaço de atividade literária pública e memória cronista

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Coleção de Temática Felgueirense


Quase tudo tem sempre algum proveito. E no caso de assuntos e motivos relacionados com Felgueiras, entre outros, também as coleções de objetos com interesse felgariano têm seu atrativo.

Ora, há uns anos, por volta dos anos oitenta e noventa, do ainda recente século XX, houve alguma atração por juntar e colecionar calendários de bolso. Assim, desta vez recordamos essa curiosidade através de algumas bolsas com calendários pequenos, desses, ilustrados com coisas de Felgueiras. Mostrando aqui apenas alguns exemplares, sem estender aos que faziam publicidade, sabendo-se que também as firmas industriais e comerciais do concelho se dedicaram a essa moda, tempos atrás.


Armando Pinto


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terça-feira, 2 de junho de 2015

Curiosidade Aniversariante sobre um personagem típico da Longra


Se há curiosidades que despertam atenções gerais são as ocorrências relacionadas com pessoas conhecidas e sobretudo muito populares, como acontece diante da lembrança de figuras típicas, quanto são apreciados os personagens familiares a uma terra. Tal o caso do conhecido Zé Qui [Cuí], presente todos os dias na zona dos locais de maior afluência do Largo da Longra - a vila prestes a fazer doze anos de elevação oficial, mas não de progresso, ao passar mais duma dúzia sem consideração, esquecida quanto a melhoramentos e dotações por parte de quem de direito. 

Adiante - Pois o Zé, segundo nos informaram, faz hoje anos. Uma curiosidade, esta, das que têm seu interesse, na perspetiva do quotidiano local, por quanto representa tudo o que respeita a pessoas que nos despertam simpatia. Perfazendo o Zé Qui a chamada meia toira, na contagem em vulgo popularizado, a completar cinquenta anos. Estando aí para durar e levar na simpatia coletiva de todos os que frequentam os locais públicos do centro da vila da Longra.

ARMANDO PINTO

Crónica na edição especial comemorativa dos 25 anos do SF


O Semanário de Felgueiras perfaz agora a já bonita conta de 25 anos de publicação. Naturalmente, o autor deste blogue, como colaborador de longa data do aniversariante jornal felgueirense, marcou presença no número especial de aniversário, com um artigo alusivo à comemoração das correspondentes Bodas de Prata.


Eis o que então procuramos transmitir da também já longa vida do mesmo jornal e ficou impresso na edição respetiva, especialmente vinda a público no próprio dia 1 de Junho:


Quarteirão Comemorativo do SF

Ainda há dias se ouviam entoar louvores à Santa de veneração da nossa terra, nas tradicionais novenas de Santa Quitéria lançadas pelo ar monte acima, numa atitude que perdura pelos tempos fora. Tanto como permanece sempre na afeição nutrida por Felgueiras tudo e todos os que beberam e sorvem água da fonte da mesma Santa, conforme se diz. Quão se mantêm outras realidades, tal a duração do Semanário de Felgueiras, presentemente a comemorar um quarteirão de vida.

Numa contagem dum quarto de século, mas englobando tempo de dois séculos, aí está pleno de energia o Semanário de Felgueiras, nascido ao início da última década do século XX, a que soma os anos em que dura o século XXI, contando no total já um quarteirão cronológico, na medida de vinte e cinco anos de existência.

Foi em 1990, no primeiro dia de Junho, que veio a público, para ficar, este periódico depressa tornado referência da essência concelhia. Jornal inicialmente tornado público sob a direção da Profª. Emília Ribeiro, depois com o Dr. Manuel Faria a Administrador e Diretor, estando presentemente como diretora a Drª Susana Faria. Um caso sério, na prática, enquanto elemento de especial importância no registo da história felgueirense dos vinte e cinco anos entretanto decorridos. Desde a primeira hora a pugnar pelo interesse coletivo, transformado com o decurso dos anos na principal tribuna de informação escrita do concelho de Felgueiras.

Logo no início este mesmo jornal teve diversas iniciativas, entre as quais editou um “Suplemento Felmostra-S. Pedro/90”, dedicado à Mostra Concelhia que se realizava e à Festa do Concelho. Como, anos mais tarde, teve uma diligência inédita em substituir o que deveria ser dever da Câmara Municipal (de apoio e incentivo a estudos sobre o concelho, sem olhar a políticas), acontecendo que o Semanário de Felgueiras, através de ação do seu administrador Dr. Manuel Ferreira de Faria, patrocinou a publicação de um livro monográfico da região, o “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, escrito pelo autor destas linhas também e publicado em Novembro de 1997. Como no ano seguinte, em Dezembro de 1998, o SF editou um suplemento alusivo ao Centenário dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras (“100 Anos”). Bem como em 1999 publicou um “Suplemento Especial Felgueiras Cidade”, dedicado às comemorações do 9º aniversário da cidade de Felgueiras e à inauguração da sede da Junta de Freguesia de Margaride. Anos depois, em Junho de 2002 teve um Suplemento (destacável, mas integrante do respetivo número) sobre o 3º Aniversário do Clube de Andebol de Felgueiras. Tal qual, em Junho de 2003, o mesmo jornal editou uma revista (“13 Anos-Semanário de Felgueiras”), a assinalar o respetivo 13º ano de existência, comemorando condignamente esse número mágico com energia positiva. Tanto como no seguinte Julho de 2003 colocou em suas páginas centrais um suplemento sobre a Elevação da Vila da Longra. Em Junho de 2006 teve também um suplemento do 11º Aniversário da Cidade da Lixa. E depois em Março de 2007 fez um destacável caderno especial/SF sobre a subida de Divisão do CAF, na sua primeira participação no campeonato da AFP, intitulado Parabéns Clube Académico de Felgueiras/Académico de Felgueiras: Uma época de honra e glória”. Tal como, depois, teve idênticos destaques nas subidas do continuador F C Felgueiras 1932. Mais lembra ainda tudo o que se seguiu e faz parte da memória coletiva algo recente (que nem enumeramos para não alongar este texto também evocativo).

Numa toada condizente, como que a entoar parabéns devidos, não ficaria mal que uma efeméride destas lembre a existência de medalhas douradas de mérito felgueirense para casos destes. Porque a história de Felgueiras muito deve ao SF, por quanto da memória amarelo-púrpura estas páginas encerram.

ARMANDO PINTO

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sexta-feira, 22 de maio de 2015

In SF: Tributo a um Nome Histórico do F C Felgueiras – o guarda-redes Zé Carlos Silva!


Na linha já habitual, mais uma evocação teve lugar na crónica usual escrita pelo autor para o Semanário de Felgueiras. Tendo então surgido agora vez de lembrar o antigo guardião José Carlos Silva, referência histórica felgueirense  dos tempos de campo de jogo ainda em terra - com a indicação do sobrenome português, aqui, para distinguir de outro mais novo, o guarda-redes brasileiro do mesmo nome que, mais tarde, defendeu também a baliza felgueirense, esse na época da estada do FCF na 1ª Divisão Nacional.

Desta recordação no firmamento felgariano damos nota com o correspondente texto, acompanhando a coluna respetiva publicada na página 12 da edição do jornal Semanário de Felgueiras desta sexta dia 22 de Maio.

Recordando Zé Carlos - o “Mãos de Ferro” Felgueirense

Estamos em tempo de cerejas, numa época primaveril abençoada na alegria dos dias de fulgor da natureza. Período que, como aquele fruto rosáceo que surge aos magotes, também tem motivos que vêm uns atrás dos outros.

Era assim há coisa de cinquenta anos, cinco décadas atrás no tempo, quando o futebol dava um ambiente suculento em terras de Felgueiras, perante a caminhada da equipa do Futebol Clube de Felgueiras rumo à então primeira subida de divisão. A pontos que, nas segundas feiras de manhã, depois de mais um jogo domingueiro da carreira da equipa azul-grená que ia dando maiores esperanças e provocava entusiasmo no ambiente pacato da vila dessas eras, havia alegria popular a saudar alguns jogadores do Felgueiras, dos que podiam passear pela feira semanal, por entre o muito povo entusiasta. Num colorido vivo como o apetite provocado pelas cerejas nesse tempo vendidas já nas tendas dos produtos campestres. Sendo admirados os futebolistas por uma grande franja da população local e graúdos e miúdos conheciam os nomes e fisionomias desses ídolos locais, à dimensão desse tempo. Alguns deles provindos doutras terras, mas depressa arreigados a Felgueiras. Homens que até se fixaram profissionalmente na região, como acontecia com o Pimenta, por exemplo, que viera dos lados de Resende, e o Zé Carlos, oriundo de Fafe, os quais entraram ao serviço da importante fábrica Metalúrgica da Longra e passaram a fazer parte da vida felgueirense.


Ora, o Zé Carlos – nome desta vez a merecer rememoração nestas deambulações memoriais – viera para Felgueiras defender a baliza da equipa felgueirense e era conhecido por “Mãos de Ferro”, devido ao seu valor se assemelhar, na ideia popular, ao antigo guarda-redes Barrigana que enchia a baliza do Futebol Clube do Porto com mãos seguras e, como tal, assim costumava ser referido por toda a gente do mundo da bola nacional. Derivado ao Barrigana ter vindo jogar ao campo do Felgueiras com a equipa do F C Porto, em jogo amigável, e aí ter sido cabeça de cartaz dos que viram o encontro apinhados contra os ferros dos lados do campo ou encarrapitados sobre as árvores ao redor.

O Zé Carlos, de nome oficial e completo José Carlos Rodrigues da Silva, começara a jogar nas camadas jovens do clube da Associação Desportiva de Fafe na década de cinquenta, onde atingiu notoriedade ao subir ao escalão sénior, depressa chamando as atenções de outros lados, acabando por vir para Felgueiras. Ainda o clube com o nome do concelho de Felgueiras não lograra ascender a um estatuto maior, quedando-se pela manutenção costumeira na divisão distrital mais baixa, ao tempo a 3ª Divisão da Associação de Futebol do Porto. De permeio passou a ombrear com Barnabé, guarda-redes famoso da história do futebol felgueirense. Até que na época em que se veio a dar a primeira subida de divisão, em 1964/1965, Zé Carlos teve como colega da baliza o guarda-redes Monteiro, enquanto na temporada seguinte, da segunda e consecutiva subida de divisão, o lugar defensor das redes foi também preenchido por Jorge, um bracarense conterrâneo do avançado Pacheco, o “careca King”. Tudo gente que jogou ao lado do célebre Sabú, primeiro, e Caiçara, depois.


Enquanto isso, Zé Carlos foi fazendo parte da mobília da casa, como figura familiar no Felgueiras e em Felgueiras. Acabando, após pendurar as luvas e as chuteiras, por ter ficado como treinador das camadas de formação do F C Felgueiras. Em cujas funções, entretanto, foi reconhecido oficialmente, sendo-lhe prestada uma festa de homenagem, a 3 de Julho de 1977, numa bela jornada desportiva cujo programa meteu jogos do Felgueiras e do Fafe, em Juniores e Seniores, incluindo a entrega da taça distrital e medalhas pela conquista respetiva da sua equipa de Juniores na época de 1975/76. E, ficou entre referências que perduram na memória coletiva, onde haverá sempre nomes merecedores de apreço, como Zé Carlos, o Mãos de Ferro de Felgueiras, que com brio e afeição defendeu as cores do histórico F C Felgueiras.


ARMAQNDO PINTO 

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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Artigo no SF, a puxar por memórias…


Mais um artigo chegou ao público leitor da imprensa regional, de autoria do autor deste blogue, através das páginas do jornal concelhio Semanário de Felgueiras. Desta vez, sempre na linha de temática felgueirense, a procurar chamar a atenção para o facto da memória deter importância.

Escrito este com a ideia subjacente de lembrar que a recordação permanece e, mesmo que possa haver quaisquer tentativas de apagar factos e ações do passado, nem sempre a omissão ou salto de salvação produz esquecimento.


Dessa crónica, expressando que, apesar de tudo, a memória também tem muita força, colocamos aqui (ao lado) a respetiva coluna e extensivamente o texto enviado para a edição do SF deste dia 8 do corrente mês, em cuja página 12 está impresso.

Memória Local

Estamos em período de festas com certo semblante na memória local. Como aconteceu há dias, no início do mês, com a Feira de Maio que sempre traz recordações e provoca animação, antigamente enquanto certame de cariz enaltecedor das potencialidades agrárias e nos dias que correm essencialmente de diversão; tal como mais no andar deste mesmo mês das flores ocorre ainda a festividade de Santa Quitéria, mais derivadas programações. Numa atmosfera ambiental que dá ser à vida, também, no aspeto de fazer parte da memória individual e coletiva marcada em todos e cada qual dos que se sentem ligados a uma realidade que é a identidade local.

Todos nós, por assim dizer, os que andamos pela terra, temos recordações recônditas de anos muito recuados, por vezes quase de tempos dos nossos primeiros anos. Ainda que algo ténue, há sempre alguma lembrança que ficou, sem se saber como e porquê, de qualquer coisa que se passou só connosco e como tal não poderia ser lembrada por outrem. Surgindo quantas vezes vislumbres de determinadas passagens, mesmo do rosto de nossa mãe a sorrir-nos de braços abertos; de como gostávamos do colo de nosso pai, de como ele, agarrando-nos e dirigindo a marcha, nos punha os pezitos sobre seus sapatos para andarmos através dos seus pés; de ouvir histórias da avozinha, e tudo o mais que ficou na retina desde então, há uns bons anos, já. Do mesmo jeito ficou mais tarde marcado o que foi ocorrendo de mais importante na vida e naturalmente acontecimentos a que se deu atenção em causas públicas. E, de modo mais ou menos vincado, em todos ficou sempre qualquer aspeto ou questão de interesse coletivo. Entre motivos que dão ser à memória coletiva.

Assim sendo, as festividades de cariz tradicional felgueirense têm certa ligação ao imaginário popular, entre o que toca à alma do povo que por aqui vive. Na substância das recordações de todos e cada qual. Tal como a imagem antiga do edifício dos Paços do Concelho, integrado num panorama que (desde o jardim principal e centro urbano) deixava ver atrás o Monte de Santa Quitéria e suas capelas pela encosta acima, qual quadro que logo trazia à ideia a festa concelhia dedicada a São Pedro, maila peregrinação de Agosto, a motivar arraial de merendeiros. Visão entretanto alterada, perante o que foi edificado, a estragar o que havia anteriormente naquela fisionomia quase familiar. Agora como que fazendo parte das conversas de recordações contadas aos filhos e netos, já. Quão está na recordação geral a mais antiga pérgula, também retirada das vistas do povo que por aqui anda. E certas mais ocorrências, que jamais se apagarão da memória coletiva.

Ora, como ainda há muita gente, por exemplo, que se lembra e fala do Sabú e equipa do seu tempo que há quase cinquenta anos subiu o F C Felgueiras pela primeira vez de divisão, mais do Caiçara de forte pontapé, do Zé Carlos “Mãos de ferro” e outros que entretanto também ficaram na história do futebol de Felgueiras; tal qual ainda é falada a Feira de Maio de antigamente com seus carrosséis, poço da morte e outras atrações no antigo campo da feira, sem esquecer diversos mais factos e ocorrências; igualmente, pensando em como, quando e por quem foi aprovado o que levou às correspondentes alterações, se lembrará sempre de como era o panorama do prédio da Câmara Municipal integrado em cenário com o Monte das Maravilhas por fundo do horizonte. Na linha de como houve a tal pérgula que antes embelezava o jardim central. E às tantas, daqui a anos, como foi (será) quando por aqui havia mais algumas dotações.

ARMANDO PINTO

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Recordações… em recortes de jornal: Quando as mulheres começaram a ir à bola em Felgueiras…


Estando o F C Felgueiras 1932, clube mais representativo do concelho de Felgueiras, a disputar atualmente o Campeonato Nacional de Seniores em posição estável e descontraída, a cumprir calendário na atual fase de manutenção, depois de não ter sido atingido grupo de promoção, ou seja já sem poder subir nem descer de divisão nesta época, calha desta vez uma rememoração por tempos de maior fulgor e entusiasmo, dum tempo em que as mulheres não iam ainda muito ao futebol e então marcaram presença, a causar sensação.

Vem agora isso a propósito de tal curiosidade.

Ora, isto de se ser estudioso de história local tem destas coisas… Então não é que, um destes dias, ao folhearmos um jornal antigo da imprensa regional felgueirense, procurando mais documentos jornalísticos, nos deparamos com uma imagem que nos despertou atenções, fazendo recordar algo de que nos lembramos ainda de tempos de adolescência, do autor destas linhas, e agora nos seduz pela ternura da inerente amplitude?!  Pois é, tal o caso duma captação ao tempo feita por um jornal desportivo nacional, aquando da segunda subida de divisão e extensiva conquista do título distrital da Associação de Futebol do Porto, pelo Futebol Clube de Felgueiras, a meio da década de sessenta. Tendo então saído essa foto no jornal portuense “O Norte Desportivo” (que tinha tiragem ao domingo à noite e à quinta feira, indo para o prelo ao fim da tarde dos domingos para noticiar os resultados do fim de semana e depois a meio de cada semana, apenas), e, por isso (como vinha sempre na camioneta duma empresa de camionagem felgueirense, com garagem no Porto também; e era vendido num dos cafés centrais de Felgueiras), na distribuição à noite do domingo em que o Felgueiras voltara a subir de divisão, ao tempo de Caiçara e Cª, ainda apanhou a festa que andava pela rua na vila de Felgueiras dessa era. Fotografia essa que, dias depois, o Notícias de Felgueiras reproduziu na sua edição semanal respetiva. Completando ramalhete com um dito de que nem as mulheres ficaram em casa… o que diz tudo.

Não acrescentamos outros dados, aqui e agora, porque também não se deve dar tudo de mão beijada, apesar de se tratar de assunto de mulheres. Em melhor ocasião, quando houver possibilidades de utilizar, eventualmente em novo livro, a história do futebol em Felgueiras, pode ser que haja oportunidade para maior desenvolvimento do tema. Entretanto fica aqui o recorte da 1ª página do Notícias de Felgueiras dessa época.


Armando Pinto


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