Espaço de atividade literária pública e memória cronista

segunda-feira, 4 de maio de 2020

Aniversário da Bênção do Nicho de Nossa Senhora de Rande


Erigido em 2003, o Nicho de Rande foi inaugurado na Primavera desse mesmo ano, com bênção devida a acorrer a 4 de maio.


Obra essa levada a cabo por iniciativa da Junta de Freguesia de Rande no Exercício de 2002 2005, com a contribuição de toda a população, através de campanha que incluiu contribuições coletivas por meio de peditórios de porta a porta, organização de espetáculos com receitas a reverter para o mesmo fim, etc. Como está historiado num livrinho depois publicado, com receita de venda destinada para obras paroquiais.


Volvido algum tempo, foi depois entregue à Comissão Fabriqueira da Paróquia de Rande a responsabilidade de gerência do mesmo monumento sacro, ficando assim entre os bens patrimoniais de S. Tiago de Rande.

Sobre a bênção oficial, em 2003, juntam-se algumas imagens, como recordação.


Ora, benzido então em 2003, perfaz este ano de 2020 já 17 anos desde esse acontecimento. Efeméride agora a passar em tempo de isolamento social, devido ao confinamento derivado da pandemia do Coronavírus/Covid-19. E como tal, este ano com uma comemoração diferente. Visto em anos anteriores, e desde o 1º aniversário, ter tido celebração com a procissão de velas, em junção às cerimónias do Mês de Maria. Enquanto desta vez apenas foi possível assinalar o facto com colocação de lampadários de cera a arder, formando um belo conjunto fosforescente – conforme as captações fotográficas ficam a registar mais um acontecimento digno de registo.


Armando Pinto
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domingo, 3 de maio de 2020

Mês de Maria em Família


Na linha de outras ações tendentes a minorar a vivência diferente de momentos de devoção comunitária, por este tempo ainda de confinamento social, tendo sido lembrada a possibilidade de se fazer num cantinho de casa de cada família um singelo altarzinho caseiro... Está, pois, numa casa aqui da Longra embelezado um sítio com uma imagem de Nossa Senhora envolta num arranjo de flores. De cuja concretização se partilha, à maneira comunitária.

(Desta vez não é em minha casa, mas na casa onde nasci.)


A P. 

sábado, 2 de maio de 2020

1º Domingo de Maio = Dia da Mãe


Em tempo de confinamento social, como agora se vulgarizou dizer sobre o retiro necessário para evitar alastramento da pandemia do chamado Covid-19, chega-se ao período oficial de atenuar medidas de emergência, embora ainda em modo de calamidade. À chegada também do Dia da Mãe, como é agora no primeiro domingo de maio. E como muita coisa parece não mais ir ser a mesma, a partir que o Coronavírus invadiu a vida das pessoas, também já de há anos que esse dia teve alteração, passado de Dezembro para o domingo inicial do Mês de Maria.

Mas fosse assim apenas a alteração existencial, que bem ficava tudo. O mal é o que se perdeu mesmo antes e não volta. Como no caso das mães que já não estão à vista física. Que até quando o Covid passar e todos finalmente conseguirmos nos abraçar com nossos entes-queridos, não poderemos fazer o mesmo com nossa mãe. Algo que lembra neste dia, o Dia da Mãe. Restando recordar tudo o que nos liga a nossa mãe e, fechando os olhos da visão real e abrindo os dos sentimentos, estreitarmos todo o ardor dessa afeição.

Com o pensamento no infinito e rebobinando imagens da retina da recordação, a lembrança assim mais nos estreita. E já que mais não é possível, isso basta assim, agora, sem necessidade de palavras ditas mas afirmações sentidas. Pois todos gostamos muito de nossa Mãe!

Armando Pinto

segunda-feira, 27 de abril de 2020

“IMO” da Longra: Empresa felgueirense vencedora da pandemia do Covid-19


Estava a tornar-se maçadora, aos olhos e sentimentos felgueirenses, a fatalidade de Felgueiras só aparecer na comunicação nacional e estrangeira por motivos infelizes. Como foi ainda em finais do século XX o caso do trabalho infantil reportado em peças televisivas, mostrando crianças a coserem peças de calçado em casa, através de reportagens chegadas ao resto do velho continente; mais o caso do famoso “saco azul” de antiga administração municipal, que tão mau nome deu a Felgueiras. Até ao início da pandemia do Coronavírus, nos princípios de 2020, cujos primeiros casos chegaram por via dos intercâmbios da indústria de calçado, e os primeiros infetados surgiram a 5 de março na fronteira entre os concelhos de Felgueiras e Lousada, em Barrosas de cima e de baixo. Se bem que entretanto, antes e depois, coisas boas por aqui houve, sem que pela comunicação de fora e nalguns setores também cá de dentro, tivesse sido dado o devido relevo. Até que, finalmente, já em plena primavera também de 2020, apareceu na televisão portuguesa uma reportagem a dizer bem de algo de Felgueiras.


Pois, estava-se ainda nos primeiros dias de abril, quando houve surpresa de aparecer na Longra um carro de reportagem da TVI estacionado em frente à IMO, e nesse dia à noite se ter podido ver na televisão, no noticiário de horário nobre do canal 4, na TVI, uma passagem com imagens da mesma fábrica IMO, da Longra, a dar conta de a mesma empresa ter conseguido superar a crise derivada do Coronavírus e haver passado a não ter mãos a medir para atender às encomendas. Sob título de “FABRICO DE CAMAS HOSPITALARES EM FELGUERAS e referindo que a EMPRESA IMO RECEBE PEDIDOS URGENTES DE HOSPITAIS DE QUASE TODO O MUNDO… foi então difundido que na atualidade passara assim a IMO a ser uma FÁBRICA SEM MÃOS A MEDIR DEVIDO AO COVID-19, pois DUPLICOU A PRODUÇÃO DE CAMAS HOSPITALARES NO MÊS DE MARÇO…


Na linha da mesma constatação, agora já em finais deste mesmo mês de abril foi o jornal Semanário de Felgueiras a referir destacadamente tal realidade, em peça de página inteira, numa entrevista com um dos novos rostos da empresa, como que registando o estado de graça que essa firma trouxe ao ego conterrâneo. Sendo uma honra assim vermos que a carreira industrial iniciada há setenta e tal anos pelo fundador da empresa tem continuidade e de modo particular como está a dar bom nome à terra.


Disso, para memória historiadora, se regista tal interessante novidade, com imagens da referida reportagem televisiva e da página respetiva do Semanário de Felgueiras de 24 de abril, recente.

Armando Pinto
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sexta-feira, 24 de abril de 2020

Padre Luís Rodrigues - 41 anos de recordação


No 41º. Aniversário da partida do Padre Luís de Sousa Rodrigues para o PAI. (24 de abril de 1979 / 2020): 
- Recordando o saudoso reitor da Lapa do Porto, Padre Luís Rodrigues, natural de Rande – Felgueiras.

Padre Luís Rodrigues

(Do Site: Terras de Portugal   http://www.terrasdeportugal.pt)

« Natural do concelho de Felgueiras, Luís de Sousa Rodrigues nasceu a 6 de Julho de 1906, na Casa da Fonte, da freguesia de Rande. Na igreja paroquial de São Tiago foi baptizado no dia seguinte, conforme consta no livro “Padre Luís Rodrigues: Uma Vida de Prece Melodiosa”, editado em 2004 por Armando Pinto.


Após conclusão do curso eclesiástico no seminário diocesano do Porto, teve Luís de Sousa Rodrigues ordenação sacerdotal em 1930, ano em que de imediato passou a desempenhar funções de Prefeito no seminário da diocese e aí depois foi professor de música. De 1940 até à sua morte exerceu o cargo de Reitor da igreja da Lapa, no Porto, onde desenvolveu acção notável, sendo conhecido por toda a cidade, nomeadamente pelo seu trabalho pastoral, desenvolvimento musical na liturgia e pelas suas homilias de impacto e flagrante actualidade (1).

Musicólogo de renome internacional, foi autor com vasta bibliografia, de obras literárias e publicações de composições musicais. As suas obras figuram inclusive em importante enciclopédia musical inglesa, de Cambridge, a antologia International Who’s Who in Music.

Como musicólogo, Luís Rodrigues escreveu as obras literárias “Música Sacra-História e Legislação”, publicada em 1943, as biografias de Debussy e Mussorgsky em 1945, e o “Tratado do Canto Gregoriano e Polifonia Sagrada”, em 1946. Entretanto, colaborou em artigos escritos no Boletim da Diocese do Porto e nas revistas especializadas Gazeta Musical, Arte Musical e Lumen, em Portugal. No estrangeiro participou nas Revue du Chant Grégorian (S. Waudrille), Caecilien Veriens Organ, e Zeinschrift fur Kirchenmusik (Colónia).


Publicou também temas de que foi compositor tendo, através de editoras portuguesas e estrangeiras, obras datadas tais como:

Rosa Mística, 1934
Cânticos para a bênção do SS, 1935
Miscelânea Musical Religiosa, 1937
Avé Maria; Missa Credo in Unum Deum; Meu Portugal; Missa Laudate, Pueri Dominum; estas em 1939
Cantantibus Organis, 1941
Sorrisos a Jesus Menino, 1942
Missa Regina Caeli, 1943
Eucarísticas, 1944
Manuale Officii et Missae pro Defunctis, 1944
Rosas Brancas, 1945
Florinhas a Nossa Senhora, 1946
Hino a São João de Brito, 1947
Subiu ao Céu, 1949
Coral Arcaico, 1953
Última Ceia-Meditações sobre temas gregorianos, 1954
Te Deum Laudamus, 1955
Missa Litúrgica, 1956
Hossana, 1958
Missa Christus Manet, 1959

Sem data de publicação, teve editadas outras obras tais como:

Oração pela Paz
Missa dos Anjos
Hino ao Papa
Coração Divino
Veni Sancte Spiritus
Te Igitur
Duo Cantica
Prelúdio Sinfónico
Rosas Brancas
Súplica à Senhora da Paz

É de acrescentar, ainda, que em 1954 publicou também Tantum Ergo, para três vozes, incluído no opúsculo “50.º Aniversário do Motu Proprio Tra le Sollecitudini do Papa S. Pio X”, editado em Braga, juntamente com composições de dois compositores famosos da escola bracarense.

Durante o seu percurso musical, além de outras facetas, fundou e dirigiu o famoso Coro de São Tarcísio, do Porto. Relacionou-se com figuras marcantes, tal o caso de Guilhermina Suggia, de quem foi confessor até ao último suspiro da notável violoncelista. Colaborou com o cineasta Manuel de Oliveira, em particular no filme “O Pintor e a Cidade”, cuja banda sonora é de sua autoria sendo o filme agraciado, em 1957, com o Prémio Harpa de Prata em Cork, na Irlanda.


Falecido a 24 de Abril de 1979, no Porto, foi agraciado a título póstumo, pela Presidência da República, com a comenda da Ordem de Santiago da Espada.

Está perpetuado no Porto, no adro da Lapa, com um busto da autoria da escultora Irene Vilar. Passados anos de seu desaparecimento, a obra musical de Luís Rodrigues continua viva, sobretudo no panorama internacional. Entre possíveis exemplos refira-se que serviu ainda de tema de doutoramento assinalável, como aconteceu com a dissertação de sapiência dum grande catedrático dado pelo nome de Paulo Castagna, investigador de música e professor do Instituto das Artes da UNESP-Universidade Estadual Paulista, de S. Paulo-Brasil. Incluiu diversas passagens do livro “Música Sacra: História e Legislação” do Padre Luís Rodrigues na sua tese, documento esse que, pela sua fundamentação e amplitude, foi muito divulgado, a ponto de ser traduzido para espanhol (2), sendo o nome de Luís Rodrigues amplamente citado.


Fontes bibliográficas
(Livro) “Padre Luís Rodrigues: Uma Vida de Prece Melodiosa”, pub. 2004, de Armando Pinto

Notas de Rodapé
(1). conf. livro “Do Evangelho para a Vida”, por António Manuel Casimiro e José António Pereira, ed. 2004, com segunda edição em 2006 acompanhada de um CD com gravação da voz do mesmo antigo Reitor Padre Luís da Lapa
(2). “Prescripciones Tridentinas Para La Utililizacion Del Estilo Antigo Y Del Estilo Moderno En La Musica Religiosa Catolica – 1570/1903” »
*****
O Padre Luís Rodrigues está honrosamente homenageado na toponímia de locais referenciais, havendo ruas com seu nome na cidade do Porto, na cidade de Felgueiras e na freguesia de Rande.

(As fotos aqui colocadas são de arquivo pessoal do autor deste blogue)
A. P.

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Um poema e seu poeta… a propósito da lembrança do conjunto Quazar...


Costuma-se dizer que as conversas são como as cerejas, vêm umas atrás das outras. Também, mesmo em conversas de partilhas virtuais, a interação decorrente faz com que através de lembranças surjam recordações e umas com outras sucessivamente. Tal como no caso, quanto a se ter evocado aqui neste espaço a antiga existência do conjunto musical Quazar.


Ora, tendo esse grupo sido iniciado em 1977 e existido pelo menos até meio dos anos oitenta, sensivelmente, além dos membros originais, teve depois diversos elementos aderentes. Mas não só membros ativos do próprio grupo, como também colaboradores e acompanhantes. Naturalmente além de admiradores e admiradoras, obviamente. E entre os colaboradores nos inícios e até determinada altura, havia o letrista, autor de letras que por vezes serviam ao grupo, o Fernando Pinto.


Pois, entre esses e outros motivos de recordação, vêm à ideia, por entre outras, também essa faceta. Quão ao passar os olhos pela revista do espetáculo de Natal de 1978, ocorrido na Casa do Povo da Longra, se depara o caso dum poema do dito elemento que ao tempo era do núcleo desses jovens. Tal o caso de meu irmão Fernando, do qual consta um poema na referida brochura de Dezembro de 1978, em que foi apresentado ao público na Longra o conjunto Quazar.


Desse tempo ficaram algumas fotos a atestar lembranças de atuações do grupo e de outras ocasiões com amigos que os ajudavam em concertos e mais situações – como se pode ver por alguns clichés fotográficos da época.


E, por fim, quanto ao que ficou registo em letra de forma, tudo isso dá para recordar um poema e seu autor, o Fernando Pinto, que aqui e agora lembramos, através dessa composição poética publicada na brochura do Centro Cultural e Recreativo da Longra, como guião do espetáculo “Natal-78”.


Armando Pinto
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Recordando: QUAZAR – Um conjunto musical felgueirense dos anos 70 / 80, formado na Longra…


Entre algumas existências do que que houve por estas bandas, das mais diversas veias de cultura, há que recordar este conjunto de nome QUAZAR, formado na Longra e que durante alguns anos animou serões e bailes de diversão da juventude felgueirense, nos mais variados locais, desde casas de espetáculos a bailes de garagem.

Desse agrupamento musical, classificado ao tempo como “Conjunto de ritmos”, consta no arquivo do autor um panfleto e uma brochura dum espetáculo levado a cabo pelo antigo Centro Cultural e Recreativo da Longra na sala de festas da Casa do Povo da Longra, onde este grupo atuou. Sendo que então era mesmo no palco dessa casa que costumava ensaiar. E como nota de reportagem junta-se uma apresentação historiadora de seu quadro original (constante nessa revistinha oficial, então vendida ao público assistente), em imagem textual que fala nas palavras apresentadas.

Armando Pinto
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