Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Um livro antigo, sobre o famoso Zé do Telhado


Com a chegada invernosa do Outono e propício ambiente de serão caseiro, no calor envolvente das lembranças, como antigamente se contavam histórias à lareira em roda familiar, vem a calhar fazer uma referência a um personagem que noutros tempos fez parte do imaginário popular das gentes desta região – o famoso "Zé do Telhado", figura quase romanceada de verdadeiro chefe de um bando de homens, o tal que roubava aos ricos para dar aos pobres, como ficou na tradição popular. Inclusive merecedor da pena literária de Camilo Castelo Branco, que o descreveu nas suas "Memórias do Cárcere".

Ora, Zé do Telhado, é por estes dias tema de uma exposição na biblioteca municipal da vizinha vila de Lousada, sabendo-se que ele, José Teixeira da Silva, viveu em Caíde, S. Pedro de Caíde de Rei (nesse tempo ainda do antigo concelho de Santa Cruz de Riba-Tâmega, com sede em Vila Meã, mas hoje do concelho lousadense), onde casou, aqui próximo até, sendo natural de Castelões de Recezinhos, no concelho de Penafiel. Bem como teve uma casa no concelho de Paredes, que ainda resiste ao tempo com suas paredes sob cobertura de colmo. Tendo José do Telhado ficado associado a diversas histórias do povo desta nossa região do sul do concelho de Felgueiras, contando-se loas de suas andanças por aqui e vindas às feiras e romarias das redondezas. Além de terem ficado na transmissão popular os assaltos de seu bando a casas como a de Junfe, à do Padre Albino e à do reitor de Ermeiro, por exemplo.

Como tal, Zé do Telhado era muito admirado pelo povo, a pontos de nas feiras e festas populares se venderem “a pataco” livros a contarem suas façanhas, considerado como era um género de Robin dos Bosques à maneira portuguesa.


Pois um desses livros (esse destas imagens, acima), dos que meu avô materno comprou e guardou, chegou até ao autor, graças a minha mãe, que bem sabia como este seu filho gostava de ter coisas destas… No caso, a 4ª edição, de 1909, de tal obra de arte histórico-literária – um livrinho a narrar em verso a vida de José do Telhado, que temos bem guardado. Do qual aqui mostramos imagem da capa, com muito gosto em ter isto assim.

Esse era e é um exemplo da chamada literatura de cordel ao tempo em voga, mais acessível do povo comum e com laivos de estilo dos antigos autos populares tão ao gosto das pessoas mais dadas a isso, também. De cujo acervo, do que foi de meu avô, António da Costa, o senhor António da Quinta (que aqui já referi, a propósito dum artigo publicado no Semanário de Felgueiras, por ocasião da comemoração do Foral do Unhão), também tenho mais dois livrinhos, de “romances” populares...


Armando Pinto


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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Imagens de outros tempos: Uma foto à porta da igreja de Rande…


Como é dos livros clássicos, no ciclo da vida tudo se transforma, ao longo dos tempos e consoante determinadas variantes. Não sendo de admirar que agora nem se façam certas cerimónias em horas e até dias tradicionais, tal como se valorize menos algumas memórias e conhecimentos de maneiras antigas de apreço.

Sem que venha tanto ao caso, mas na simbiose da memória, atendendo às coisas simples e banais que fazem sorrir a retina da recordação, desta feita damos à estampa uma foto de tempos que há muito já lá vão, tratando-se duma pose familiar em dia de comunhão (primeira ou solene, pois então tudo tinha o mesmo encantamento significativo), à porta da igreja de S. Tiago de Rande.

Armando Pinto


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domingo, 1 de novembro de 2015

Tempo de Saudade…


Transposta a passagem que transporta à imagem espiritual, com a chamada noite do Halloween vulgarizado, algo que antigamente servia para “alumiar” perante o breu da noite nas andanças por mor das desfolhadas… é chegado o primeiro dia do mês de Novembro com o sagrado culto de Todos os Santos e Fieis Defuntos, a voltar-nos intimamente para o sentimento da recordação e saudade pelos “Nossos” que já partiram deste mundo.


Como um antigo lampião nas caminhadas tradicionais por velhos barrocos da memória de nossos recônditos pensamentos, qual lanterna de alumiar de tempos antepassados, a iluminar a memória de nossos ente queridos, apertamos em nossas ternas memórias feições que sempre serão queridas ao correr de nosso sangue. Em homenagem de saudade viva!


Armando Pinto

sábado, 31 de outubro de 2015

“Halloween” caseiro…




Em dia de passagem do chamado “Halloween”, importado da América como outras “coisas” através do que se vai vendo nos filmes; e enquanto desde já há alguns anos vão havendo organizações alusivas também por estas bandas… há que ocupar o tempo com alguma coisa a nível particular, enquanto assim se mantém alguma tradição - pois as caveiras de "botefas" (abóboras) esventradas, ôcas, já eram costume por estes sítios (da Longra-Felgueiras) em dias de desfolhadas, no antigamente...!



Armando Pinto

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sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Lista de Pessoas e Entidades da região da Longra, reconhecidas como Sócios Beneméritos e Honorários dos Bombeiros de Felgueiras


É do entendimento público a benfazeja utilidade de certas instituições de âmbito coletivo, entre as quais se inclui à cabeça, naturalmente, como se pode dizer, a Corporação dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras.

Em tal importância, detém certo interesse o reconhecimento que essa instituição carismática prestou na sua existência a pessoas e entidades que se distinguiram, entretanto, em apoio de índole diversa.

Assim, além de pessoas e instituições históricas da restante área do concelho, olhando a casos de entidades e personalidades da área da vila da Longra, anote-se os exemplos que dizem respeito a esta área do sul felgueirense, incluídas no livro de honra da nobre organização dos Bombeiros felgueirenses.

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras


Sócios Beneméritos 

Número - Data de Inscrição/Aprovação - Nome:

 1 - 03 de Abril de 1899 - José Joaquim Ribeiro Teles (irmão do antigo pároco de Rande e Sernande, Padre Joaquim Teles, que doou à diocese a quinta da Formiga);
6 - 30 de Julho de 1913 - Conselheiro António de Barbosa Mendonça (da Casa de Rande. Antigo Presidente da Câmara de Felgueiras, fundador do Sindicato Agrícola e do seu jornal Semana de Felgueiras);
11 - 10 de Outubro de 1922 - Cipriano Teixeira de Amorim Novais - da Casa da Sobreira-Pedreira;
16 - 27 de Julho de 1924 - D. Joaquina Dias Pereira (da Casa de Santiago-Rande);
29 - 31 de Maio de 1933 - D. Elvira Gonçalves de Barbosa Mendonça (da Casa de Rande. Esposa do Conselheiro Barbosa Mendonça);
39 - 06 de Novembro de 1970 - Metalúrgica da Longra, Lda.
42 - 02 de Abril de 1973 - Júlio Teixeira Martins (da Metalúrgica da Longra);
43 - 02 de Abril de 1973 - Avelino Peixoto Dias Pereira (da marca de vinho Casal de Santiago, da Casa de Santiago-Rande):
82 - 24 de Novembro de 1988 - Fabrica de Calçado Sozé & Cª, Lda.
87 - 24 de Novembro de 1988 - Carlos Alírio Pinto Martins da Fonseca – da Sorte-Pedreira;
90 - 24 de Novembro de 1988 - Mário Fernando Silva e Cunha (da empresa de Calçado Pedreira e Baía, residente em Cimo de Vila-Rande).

Sócios Honorários

Número - Data de Inscrição/Aprovação - Nome:

 1 - 03 de Abril de 1899 - Dr. João Machado Ferreira Brandão – da Casa de Cimo de Vila-Sernande. Antigo presidente da Câmara de Felgueiras, que lançou senhas-cédulas de dinheiro de papel, para restrita circulação local/concelhia);
2 - Dr. António Machado Ferreira Brandão (irmão do anterior);
4 - 03 de Abril de 1899 - Leopoldo Ferreira Sarmento Pimentel (da Casa da Torre-Rande);
5 - 03 de Abril de 1899 - Aurélio da Cunha Rola – da família da Casa da Mata-Lordelo e residente em Cimalhas, Alto da Longra. Sócio do Conselheiro Mendonça na exploração da fábrica de laticínios da Quinta de Rande);
6 - 03 de Abril de 1899 - Luiz Dias Xavier Pereira da Costa (da Casa do Outeiro-Rande);
8 - 03 de Abril de 1899 - Luiz Gonçalves (da Longra-Rande. Arquiteto da Casa das Torres, da então vila e hoje cidade de Felgueiras);
9 - 03 de Abril de 1899 - Dr. António de Barbosa Mendonça (acima referido),
(numa lista honrosa que, presentemente, vai até ao nº 66, inscrito/aprovado em 14 de Novembro de 2003: Sua Alteza Real D. Duarte de Bragança).
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Armando Pinto

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Pessoas e Famílias antigas de Rande


Um destes dias, através de pessoa amiga, chegou às mãos do autor deste blogue a oferta de algumas fotografias antigas, de pessoas que noutros tempos foram da freguesia de Rande. Algumas das quais tenho ideia de quem teriam sido e de outras não faço ideia nenhuma. Cujas fisionomias dão imagem de provetas feições e vestuário de outras eras – como se pode ver pelo conjunto de fotografias coevas desses tempos… de outrora.

Armando Pinto


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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Memórias culturais da Longra


Costuma-se dizer que todos os caminhos vão dar a Roma, como era em trilhos antigos de romeiros e figurativamente hoje quer dizer que todas as alternativas levam ao mesmo lugar ou finalidade. Porque na era da Romanização, a cultura imperial levou à construção de muitas vias, a partir da capital do império romano. Havendo também pela região do concelho de Felgueiras algumas calçadas romanas, de que um dos exemplos é ainda a calçada de Rande (caminho antigo de ligação à igreja, hoje quase esquecido dos responsáveis autárquicos locais e municipais), entre vestígios dessa civilização muito remota. Assim como noutros tempos também, embora muito mais recentes, tudo o que era acontecimento cultural representativo da região acontecia na Longra.

Porque muitas dessas ocorrências estão devidamente registadas no livro da história da área, nem é necessário avivar demasiado as memórias, quanto a realizações que deram cunho cultural à Longra. Bastando, assim, um vislumbre de imagens para fazer recordar esse antigo potencial que dava à Longra tradição cultural e deveras certa representatividade regional.


Como tal, colocamos aqui, desta feita, como mostruário memorável, algumas “fotos” de ações culturais que fizeram época e foram marcantes na atividade cultural da antiga povoação, centro da atual vila – quer através das sessões de cinema e saraus que tinham lugar na Casa do Povo pelas décadas de cinquenta e sessenta, sobretudo; e, depois, na mesma sede da Associação Casa do Povo da Longra, também por meio de exposições comemorativas, e outras atividades mais, já pelos anos noventa e tais… do século XX.


Armando Pinto


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