Espaço de atividade literária pública e memória cronista

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Assalto à mão armada na Ourivesaria da Longra


Alguns homens armados com caçadeiras assaltaram na noite de terça-feira a ourivesaria do Largo da Longra, tendo levado uma quantidade indeterminada de peças de valor, segundo fonte policial difundida posteriormente. 

(Como aqui não temos a preocupação de redigir notícias condensadas, segundo ideias jornalísticas, mas tão só temos intenção de anotar ocorrências e registos ligados a assuntos da nossa terra, anotamos para constar: )
Faltavam poucos minutos para as oito horas da noite, quando, já no enceramento do estabelecimento (Ourivesaria Pacheco), um grupo de meliantes encapuzados e munidos de armas potentes surgiu de surpresa. Estando a porta de proteção encerrada, os larápios usaram a força duma marreta grande (martelão) para partirem um vidro e conseguiram introduzir-se no interior. Parece que terão estado mesmo à espera do fecho, para o efeito, e contando que àquela hora as atenções estariam na transmissão de um jogo de futebol que se iniciara sensivelmente minutos antes. Não contavam porém que houvesse gente vizinha noutras andanças, visto o clube (Benfica) que jogava à mesma hora não ser das preferências da maioria das pessoas da área… Assim o barulho provocado pelo assalto depressa sobressaltou os habitantes das redondezas, e quem passava, gerando-se grande algazarra de gritaria e alertas. Ao passo que os proprietários da mesma ourivesaria e relojoaria se trancaram como puderam na casa de banho. 

Segundo informação vinculada pela agência noticiosa Lusa, nesse assalto ocorrido na Longra, a cerca de quatro quilómetros de Felgueiras, dois dos homens armados, pelo menos, entraram no estabelecimento e um terceiro permaneceu no exterior, de arma apontada em seu redor. Então, segundo a mesma fonte, os assaltantes efetuaram alguns disparos intimidatórios para o ar, assim como para as casas de fronte (em cujas paredes ficaram as marcas), mas não houve feridos, felizmente. Ficando alguns cartuchos no chão a testemunhar o tiroteio. Os assaltantes entretanto deitaram mão de tudo o que conseguiram, com máxima rapidez, para depressa se haverem sumido de carro, que tinham à porta, rumando estrada acima. 

No interior da ourivesaria foi encontrado sangue que a GNR presume possa pertencer a um dos assaltantes. "Ter-se-á magoado numa situação anterior ao assalto", afirmou a fonte. De acordo com a autoridade policial, os homens puseram-se em fuga numa viatura que tinha sido furtada no dia anterior, segunda-feira, na Maia (pela matrícula, que alguém assistente conseguiu copiar). 

Tudo aconteceu num ápice, em fração rápida de tempo, que naturalmente a quem esteve sob pressão terá parecido uma longevidade. O caso gerou grande aparato no centro da vila da Longra, durante o resto do tempo em que decorreram perícias e outros procedimentos policiais, enquanto se foram desenvolvendo as conversas populares da praxe. Tendo a estação televisiva Porto Canal ainda chegado ao local nesses entretantos, conforme a reportagem que passou já no Jornal Diário desta quarta-feira (daí o lapso da referência ao dia que aparece no filme, além de só ter sido referido o nome do concelho).

Não sendo novidade de monta tal facto, derivado a assaltos que vêm acontecendo por todas as terras, em geral, e também na mesma área de Felgueiras, este assalto surpreendeu pelo horário em que ocorreu, pois tudo o que antes houvera, em espaços comerciais, fora sempre pela noite dentro, assim como nada do género anteriormente tomara tamanhas proporções. 

A. P.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Novo romance literário publicado pelo Longrino Artur Barros


Estivemos, ao final da tarde de sábado, dia 7, na apresentação pública do livro “A Terra das Árvores com Pés de Gente”, do nosso conterrâneo Artur Barros, numa sessão realizada na Casa das Artes de Felgueiras. Tendo então oportunidade de ficar a conhecer e possuir mais um livro do referido autor da Longra, nascido na freguesia de Rande, do concelho de Felgueiras - que como felgueirense quis lançar esta sua obra também em Felgueiras, onde mantém casa e suas raízes, embora estando desde há alguns anos a residir em Gaia.


Tratando-se de um romance de costumes sociais, numa apreciação genérica, esse é mais um livro escrito e publicado por Artur Barros, num trabalho volumoso que, no caso, se recomenda sobremaneira por conter diversos aspetos memorandos, das características vivenciais de outrora na área de naturalidade comum, dele e nossa. Algo contado numa história de fio condutor definido pela narração de memórias abrangentes, num enredo romanceado, através de contornos de ficção literária. Bastando reparar que a trama, da história recriada, é descrita passando-se numa localidade do interior nortenho do país, denominada para o efeito por nome generalizado de Quatro Barrocas... ou seja, transportando a uma antiga povoação onde havia um lugar conhecido por quatro barrocas, como que tomando o todo pela parte...

Acresce quanto representava o sítio, sabendo-se que naquela zona decorria muito do quotidiano público da vida local, sendo que nas quatro barrocas se juntavam crianças e rapazes em brincadeiras e passatempos (permanecendo sempre nas recordações do autor destas linhas tudo isso, por volta dos anos sessentas, visto haver duas gerações que então se cruzavam, a dos rapazes em idade da puberdade, onde se incluíam os irmãos, primos e amigos, e a dos moços mais novos, em idades escolares…), tal qual ali se juntavam os rapazes e raparigas mais espigadotes para danças e folguedos, de que resultou a criação do grupo folclórico popularmente conhecido precisamente por Rancho das Quatro Barrocas, fundado pela família das Padeiras, por ocasião da bênção do nicho das Alminhas, colocado nesse entroncamento de caminhos por algumas ligações das transcendentes lendas associadas… entre curiosidades que saltam a nossa mente, ao correr das páginas do livro, em apreço. Percebendo-se a existência de figuras e situações conhecidas, embora com outros nomes e dados baralhados, na conformidade da ficção. 

E não adiantamos mais, pois o melhor é ler, analisar e apreciar.


Como amostra, além da página da capa, e ainda da dedicatória autógrafa que o autor fixou no interior do nosso exemplar, complementamos esta nota informativa com uma imagem da sessão do respetivo lançamento, mais uma mostra da breve apresentação contida na contracapa.


Armando Pinto

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Artigo no Semanário de Felgueiras, a propósito de próximo livro...


Na nossa habitual colaboração a um dos meios de difusão felgueirense, como é o jornal Semanário de Felgueiras, regular periódico ao serviço público entre nós, colocamos à sensibilidade felgueirista mais um artigo de temática local. 

Então numa ideia de tentar alicerçar algo mais do conceito de comunidade, desta vez aproveitamos para, de relance, ligarmos dois assuntos que parecendo distantes têm contudo relacionamento, além de no seguimento dessa embalagem intercalarmos no texto uma deixa para informação sobre a proximidade da edição de mais um livro nosso, de assunto relacionado com Felgueiras. Por quanto um livro pode representar um documento histórico, tendo papel deveras importante junto à sociedade, porque a memória é essencial na formação cultural da identidade individual e coletiva.

Nessa convicção, como de costume, damos conta do mesmo neste espaço, a quem por motivo algum não tenha acesso à edição impressa do referido semanário da imprensa local. Embora desta feita também não só...

Assim sendo, desse escrito, para devidos efeitos, colocamos aqui o texto da respetiva coluna, do artigo publicado no Semanário de Felgueiras, da edição de 6 de Dezembro. Não sendo possível, por ora, juntar imagem de recorte do jornal por não termos ainda recebido o nosso exemplar, à falta de distribuição de correio localmente, nesta sexta-feira - derivado ainda a efeitos dos atrasos provocados pelas greves contra a privatização dos CTT, possivelmente.

Como tal, do mesmo, disponibilizamos apenas o texto, conforme o original que enviamos para a redação do SF:

Relação da Casa das Torres com um Monumento do Monte da Santa…

Um livro, no seu consumo celebrativo, pode encerrar um mundo de revelações e sobretudo memórias, de algo ou alguém. Como poderá até desvendar algumas curiosidades, tal a que assola o interesse provocado no título deste artigo. Numa junção de alcances, até à justa captação do devido preito ao desiderato em apreço.

Com esse intuito, no sentido de intenção extensiva, procurando homenagear um dos felgueirenses salientes na memória coletiva, está prestes a ser publicado mais um trabalho escrito para edição bibliográfica: a biografia do autor da Casa das Torres de Felgueiras, Luís Gonçalves. Numa publicação de material que finalmente ficará em livro, do que colhemos e escrevemos aquando da inauguração da remodelação do edifício em causa.

Ora, nesse pequeno volume, cuja apresentação ao público se aproxima, além de quanto terá a ver com o mote dedicado ao “Amanuense-Engenheiro da Casa das Torres”, haverá temas relacionados, ao correr da história. Daí o relacionamento do mesmo artista com um monumento integrante do ex-líbris concelhio Monte de Santa Quitéria.

Então, sabe-se que a meio da segunda década do século XX, sensivelmente, como se narra na obra referida, o sr. Luís Gonçalves (de Matos) teve autoria projetista e responsabilidade no acompanhamento à edificação do então palacete conhecido depois como Casa das Torres. Mas poucos saberão que já anteriormente tivera sua chancela noutras obras de relevo, como se procura dar conta, também, no mesmo livro.

Com efeito, antes ainda, perante a admiração com que era tido, havia entretanto Luís Gonçalves sido encarregado de fazer o projeto para o conjunto monumental, do pilar e seu enquadramento, do monumento dedicado a Nossa Senhora Maria Imaculada, então a colocar no monte de Santa Quitéria. Tendo durante muitos anos restado um desenho desse monumento na casa do patriarca da família Gonçalves (da Longra), que ainda foi visto pelos atuais descendentes, Sousas e Gonçalves. Ora esse monumento foi decidido edificar por iniciativa dos alunos (segundo a versão oficial) do Colégio de Meninos de Santa Quitéria, no seguimento do cinquentenário da definição do Dogma da Imaculada Conceição, em 1904, celebrado no colégio e vizinho santuário local com grande luzimento. Tendo logo em 1905 sido lançada a 1ª pedra, no quinquagésimo aniversário da bênção e entrada no santuário da imagem de Nª Senhora das Graças. Então, encomendada a imagem da Nª Senhora a um escultor (cujo nome desconhecemos), depressa Luís Gonçalves apresentou o desenho da coluna, mais gradeamento envolvente, e foi dado corpo ao monumento, que acabou por ser inaugurado a 10 de Junho de 1906. Sendo na época o aspeto conforme o desenho que se junta no livro - segundo consta em ”Vida, Martírio e Milagres da Preclaríssima Virgem e Mártir Santa Quitéria”, editado em 1909 pelo Padre Henrique Machado, e do qual houve posteriormente uma 2ª edição em 1947.

Nota bene: 
Afinal... Segundo informação recebida posteriormente (já em pleno domingo, ou seja antes porém da chegada do jornal a nossa casa), soubemos que este artigo não chegou a ser publicado na edição de sexta-feira entretanto passada, por falta de espaço (derivado a publicidade surgida à última hora).
Fica assim para publicação na próxima sexta, na edição de papel do SF.
Contudo, não valerá já a pena retirar o texto daqui, de permeio, beneficiados com isso como ficaram os habituais leitores deste espaço.

ARMANDO PINTO

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Homenagem felgueirense ao poeta e publicista Artur Garibaldi


Perfez esta semana 100 anos desde o nascimento de A. Garibáldi – como era a assinatura artística do poeta Artur Garibaldi, homem público que se radicou em Felgueiras, onde foi diretor d’ O Jornal de Felgueiras, primeiro, e depois fundador, diretor e proprietário do também periódico Gazeta de Felgueiras.

Segundo tem sido noticiado publicamente, uma merecida homenagem em sua memória acontece sexta-feira, dia 29 de Novembro, na Casa das Artes de Felgueiras, às 21, 00 horas, mediante realização dum sarau de poesia, em sessão evocativa.

Nesta ocasião, recordamos esse homem de letras, natural de Braga mas que viveu e morreu em Felgueiras, através duma visão do frontispício interior dum pequeno livro em que o poeta em apreço nos dedicou autógrafo recordatório e por meio de recorte dum artigo do Jornal da Lixa, de há muitos anos já, por referir algo relacionado, como se pode ler ainda...



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Armando Pinto

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Caleidoscópio


No sentido da visão de imagens variadas, como é um caleidoscópio, no âmbito cronológico, do tempo que passou já, relevamos desta feita uma retrovisão ótica sobre um tema há muito referido num texto do autor, há alguns anos já, colocado num blogue dum amigo. Em vista de puxar pelo sentimento que cada vez mais se tem perdido, que é o de cantar heroicamente a nossa terra, através da veia poética de pessoas dotadas, como já houve, felizmente, e ainda vai havendo, com gente natural destas paragens felgueirenses.

Então, recorde-se o que escrevemos no antigo blogue "Vila da Longra", entretanto desativado - pois tem estado inativo - com a devida vénia ao mesmo espaço gerido por pessoa amiga, no qual colaboramos de quando em vez. Focando agora atenções, por esta vez e via, no tema constante do link


AP

sábado, 9 de novembro de 2013

Polémicas escandalosas noticiadas no SF...


Recortes da edição do Semanário de Felgueiras de 08 de Novembro corrente e ano de 2013, este (colocado aqui acima), em coluna da "Página 2" ... e, em baixo, referente a notícia alusiva à POLÉMICA DO MOMENTO, relatada na página 4 do mesmo jornal felgueirense.



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A.P.

Artigo de atualidade no Semanário de Felgueiras...


Em mais uma abordagem relacionada com a atualidade, escrevemos desta vez, em nossa regular colaboração no jornal Semanário de Felgueiras, um artigo de temática relacionada com a recente reorganização territorial e consequente agregação de freguesias.

De cujas eleições resultaram situações que já estão a vir ao de cima, como deu conta o SF na edição do mesmo número desta sexta-feira passada presente, em notícia e comentário que transcrevemos no post a seguir (acima deste). Dando mais razão, noutros contornos, ao que explanamos neste artigo, que transpomos para aqui conforme ficou impresso na respetiva coluna, à página 10 da edição impressa do SF de 08 de Novembro:


(CLICAR sobre o recorte digitalizado, para ampliar)


… E de seguida, para devidos efeitos, aqui está o texto datilografado, para leitura mais acessível:

Agregação desagregada...

Outrora, por estes dias de inícios de Outono e à entrada de Novembro, havia um ambiente próprio da quadra dos Santos, na generalização à evocação dos Fieis Defuntos e azáfama de convívios à roda de magustos. Isto num mero exemplo de coisas simples e quase banais, que tomam proporções temporais. Agora, a bem dizer, nenhum rasto de costumes antigos e muito menos de restos de conversas inacabadas pairam no ar.

Até pedaços de tradição se está a consentir que nos destruam. Aos poucos vamos perdendo identidade e já ninguém refila. Só falta decretarem que deixe de se chamar Portugal a este país que sabemos ser o nosso, mas já não sentimos como tal, mais parecendo um Portugal sem portugueses, não só sem alguns feriados e dias santificados, de quase apenas almas levadas do diabo. Então se as próprias freguesias estão a desaparecer e os concelhos não leva muito que passem a género de comunidades agregadas intermunicipais…?!

Diz o povo que os políticos estão a dar cabo de tudo. E a realidade é essa. Sabendo-se que no caso da reorganização territorial, a nível do que nos diz mais respeito, houve culpa da Câmara Municipal e Juntas de
Freguesias que não tomaram posições devidas, assim como das outras forças políticas que não fizeram força nenhuma, já que ninguém com responsabilidades representativas teve coragem de vincar posição e mostrar decisão, todos deixando que em Lisboa decidissem no papel, sem conhecimento das realidades. E chegou-se ao cúmulo em que está o panorama organizativo, até sem o povo ainda se aperceber de toda a dimensão, algo que só com o tempo se irá demonstrar verdadeiramente.

Numa visão de arqueologia intelectual e rigor moral, recorde-se que o país real fora conhecendo mutações várias, conforme as circunstâncias, ao longo dos séculos. Numa sucinta descrição do território nacional, pode dizer-se, sobre a malha político-administrativa de outros tempos, que as províncias foram nascendo por via do fundo cultural das gentes ao longo do território e não devido a aspetos burocráticos. Assim, em 1816 eram seis as províncias, e em 1832 passaram a ser oito. Em 1836 ficaram a ser 11 as províncias existentes. No que concerne aos concelhos existentes em Portugal o número mais elevado foi de 800 durante séculos e, em 1836, passaram a ser 351. Recentemente eram 308 (ou 309, se juntarmos Olivença, que se encontra historicamente sob indevida administração espanhola desde 1801). E as freguesias eram em número que nem vale a pena agora precisar ao certo, já… Isto antes da reforma Administrativa de 2012, decretada com a “Tróica” do FMI, Fundo Monetário da CEE, sob a falsa desculpa da crise económica que se abateu sobre grande parte dos países e levou a acordos para ajudas e consequentes poupanças exigidas aos países menos desenvolvidos da Comunidade Europeia.

Entretanto, passou Felgueiras por diversas fases de constituição de seu território, consoante as alterações administrativas, sabendo-se dos factos históricos noticiosos da existência de antigos Julgados e Concelhos em parcelas depois incluídas na totalidade posterior, passando pela antiga constituição de um próprio concelho do mesmo nome mas de menor tamanho, como ainda inclusão noutro concelho, de permeio, até à
fixação em 33 freguesias englobadas com a reforma administrativa acontecida no período liberal. Tendo sido muitos anos volvidos que, em 1998, houve separação de uma para a criação do concelho de Vizela.

Agora foi a razia que se vê e sente, levando a que a grande maioria se comece a desinteressar por tudo, não se revendo já em quase nada. Tal diz uma estafada frase antiga, hoje a vir ao cimo da realidade, que um povo sem memória não tem passado, e na verdade estamos a perder tudo quanto nossos antepassados criaram e nos legaram. O que lavará a deixar-se de dar para qualquer peditório…

ARMANDO PINTO