Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

João Sarmento Pimentel na História de Portugal - a propósito de famas populares e importância de sua figura histórica


O célebre "Comandante" João Sarmento Pimentel, como figura pública de âmbito nacional e personagem famoso do ambiente local, sendo protagonista de episódios transmitidos na difusão popular de seu tempo, foi em certa medida herói e vítima dos acontecimentos, tendo recaído sobre si diversas lendas e invenções popularizadas, quer pelo modo desse tempo de se contar na voz do povo o que era ouvido e transmitido oralmente, quer pelo que convinha a quem porventura não gostava de suas posições e não comungava dos mesmos ideais políticos, quer por outros motivos de índole diversa. 

A propósito de tudo isso, deitamos olhos ao que sobre ele vem escrito na História de Portugal, dirigida por João Medina, como parte da coleção composta por XV volumes, editada em 1993. Onde, em texto de Jacinto Baptista, no volume XI, desde a página 153 à 158, é narrado algo relacionado com isso e mais, sobre tal personagem heróico na memória da Grei.

Assim sendo, colocamos aqui as correspondentes páginas, em recortes digitalizados para facilitar melhor leitura, da  "História de Portugal", capítulo Seara Nova ou a República Criticada, edição Ediclube, de 1993, 







(Jacinto Baptista, in História de Portugal, capítulo Seara Nova ou a República Criticada,  volume XI, edição Ediclube, em 1993, páginas 153 a 158)

ARMANDO PINTO

((( Clicar sobre as imagens e recortes das páginas ))) 

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

90 Anos da Revolta do 3 de Fevereiro do Porto, de João Sarmento Pimentel


Faz agora em 2017 a soma de 90 anos que a 3 de Fevereiro eclodiu na cidade do Porto a mais importante tentativa de dar a volta à situação saída do derrube da República, um ano antes, pelo 28 de Maio de 1926. Tendo essa revolta acontecida a 3 de fevereiro de 1927 não tido sucesso por falta de apoio dos revoltosos de Lisboa, que apenas aderiram dias depois, já com tudo controlado pelos militares no tempo afetos ao poder, por assim dizer.

Do comité de vanguarda desse movimento oposicionista, entre outros, esteve envolvido o Capitão João Sarmento Pimentel, transmontano de nascimento mas de residência felgueirense, sendo que a casa mãe de sua família é de laços do Douro Litoral, a Casa da Torre, da freguesia de Rande, no concelho de Felgueiras e distrito do Porto – onde aliás nasceram seus irmãos. Embora os Sarmentos Pimentéis tivessem muito afeto pela região do Nordeste Transmontano, onde tinham propriedades derivado a ser a região natal de seu avô materno. (Referindo-se estas curiosidades devido a haver em Trás-os-Montes uma localidade também chamada Felgueiras, e poder haver certas confusões).


Como por diversas vezes temos referido assuntos sobre os dois irmãos Sarmentos Pimentéis mais famosos, João e Francisco, bem como no caso do Capitão das “Memórias” temos colaborado até num projeto que tem sido desenvolvido e difundido pela revista TRIPLOV, desta vez damos destaque a uma crónica há alguns anos publicada num blogue chamado “Fio da História", onde, sob título “Sarmento Pimentel, a revolução do Porto”, houve destaque para esta efeméride também…

Dessa crónica, com a devida vénia, recordamos essa

“Revolta do Porto”, de João Sarmento Pimentel

«No dia 3 de Fevereiro de 1927 saiu à rua, na cidade do Porto, o primeiro movimento militar contra a Ditadura implantada em 28 de Maio de 1926. O movimento devia ocorrer simultaneamente no Porto e em Lisboa, mas na capital os revolucionários só conseguiram avançar a 7 de Fevereiro, o que foi fatal para ambos os focos da revolução. Outras tentativas se seguiriam a esta, mas nenhuma delas logrou obter êxito até ao 25 de Abril de 1974, 48 anos depois.

João Sarmento Pimentel, capitão demitido do Exército, participou na revolta e a ela se refere no livro que escreveu mais tarde no exílio brasileiro (1962) com o título Memórias do Capitão, do qual se transcreve o seguinte trecho:

“Foi poucos dias antes de eclodir a revolta que o General Simas Machado me procurou para tomar parte nela, alegando que, embora eu não tivesse comando e já há alguns anos afastado do serviço de quartel, a minha adesão traria para o lado dos revolucionários dois amigos meus com influência decisiva na guarnição militar de Lisboa - o major Ribeiro de Carvalho e capitão Francisco Aragão (…)
As démarches políticas, que eu não acompanhei nem quis conhecer, eram agora chefiadas por Jaime Cortesão e emperraram, não sei bem porquê. A data de 31 de Janeiro para o levante foi adiada para 3 de Fevereiro, começando no Porto sob a promessa de que 12 horas depois Lisboa se sublevava. Acreditando na promessa, aceitaram implicitamente a derrota.
Num desses dias que antecederam a revolução fui procurado por alguns oficiais que estavam na conjura e com eles discuti detalhes da luta para derrubar a ditadura militar, insistindo sempre no pronunciamento simultâneo de, pelo menos Porto e Lisboa (…)
Quatro anos depois, exilado e demitido do Exército, assim como Ribeiro de Carvalho e tantos outros que, como o pobre de mim, andaram pela África e Flandres a defender a República e a Democracia, tiveram ocasião de me dizer que se haviam enganado, e que a revolução do Porto se perdeu pela falta de apoio imediato dos republicanos de Lisboa.


Desde então considerei a revolução perdida. Como última esperança ainda se mandou numa traineira a Lisboa Raul Proença e Camilo Cortesão para pedirem mais uma vez auxílio aos correligionários do Sul e também para os informar da situação em que nos encontrávamos: muita gente por enterrar, os hospitais atulhados de feridos e as munições de guerra e as de boca a acabarem-se.
O Governo aproveitou a diversidade de opiniões no seio dos políticos da oposição, e da indecisão daqueles que lhe arreganhavam os dentes, para estabelecer uma defesa forte em Lisboa e para concentrar as tropas de outras Regiões Militares à roda da cidade do Porto, nos lugares estratégicos que lhe garantissem a iniciativa do ataque às forças revolucionárias.
Não foi difícil aos neutros perceberem para que lado pendia a vitória e que o Governo estava senhor das Fábricas de Munições e dos Caminhos de Ferro. E como, além duma parte da tropa cujos Comandos havia escolhido à sua feição totalitária, também tinha nas mãos largas o Banco de Portugal, a ditadura ordenou o bombardeamento indiscriminado e intensivo.
Dois dias depois o comando revolucionário pedia um armistício e Lisboa... revoltou-se!
Nós os do Porto, chamámos àquele levante tardio de Lisboa, a "Revolução do remorso".
É claro que a ditadura, podendo bater os seus inimigos, primeiro um e, depois deste vencido, o outro esmagou este retardatário impiedosamente.
Deu-se até ao esporte salazarista de andar a caçar a tiro, nas ruas de Lisboa, os republicanos tresmalhados, como quem caça coelhos”.»


= Pose de família, de pais e irmãos do clã Sarmento Pimentel, na Casa da Torre, em 1905 =

Nota: O autor desse artigo evocativo, Sr. Aniceto Afonso, referia então que teve «o privilégio de acompanhar o conselheiro da Revolução António Marques Júnior a S. Paulo, em 1982, para levarmos as estrelas de general ao capitão Sarmento Pimentel, depois da sua promoção decretada pelo Conselho da Revolução.»

Ora, está em princípio agendada para meados de Abril próximo uma exposição de homenagem a Sarmento Pimentel, para ter lugar em Lisboa – em data e local em devido tempo ainda a anunciar e para a qual o autor deste blogue tem também alguma colaboração, dentro do possível.

Armando Pinto
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OBS.: O "Projeto Sarmento Pimentel", acima referido pode ser consultado na revista Triplov 
(clicando) aqui !
A.P. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Continuação das Obras na Longra – com nova fronteira no piso…


Segundo se está a ver, por ora e para já, parece que é mesmo como se ouvia, que a mudança modernizadora para o ambiente da Longra será só desde a entrada norte da localidade até ao centro da área urbana da vila, a deixar de fora o resto, em clara distinção e sem olhar aos direitos históricos…


A LONGRA começou na parte mais baixa (e por algum motivo estão do lado da ponte os antigos lugares referentes aos inícios cronológicos, como acontece com as parcelas da antiga encosta das Longras, o campo e a leira das Longras, etc.), mas agora está a ser empurrada para o lado… com a aprovação e aceitação dos atuais responsáveis autárquicos, quer através de quem decide ou aprovou, como quem aprova e aceita.    

                                                                                                                                
Falava-se muito no tal muro do Trump lá longe, pela América do Norte, mas afinal por cá, no ponto ocidental da Europa e num pontozinho do mapa português, onde antigamente era terra coberta de fetos, está a ser colocado no terreno em pleno concelho de Felgueiras, mais concreta e particularmente no centro da vila da Longra, uma fronteira divisória nos passeios públicos laterais à rua saída do Largo da Longra para baixo. Como que a transformar a localidade em Longra de Cima e Longra de Baixo, tal o estado em que fica, com a parte de cima arranjada com passeios pedestres beirados em guias de pedra e da parte de baixo com passeios todos em cimento, em piso gasto e ondulado, aos altos e baixos. Mais, na parte de cima com a entrada a levar passeios até à estrada municipal vinda da igreja de Sernande, e de baixo a ficar o passeio incompleto escassos metros antes de confluir com a estrada provinda da igreja de Rande…


Outros casos há, sem que as pessoas estejam em maioria contra as correspondentes obras, mas sim com a forma como estão a ser levadas a cabo. Tal o facto de haver hipótese de redução de lugares de estacionamentos de carros, algo que até teria benefícios se, em vez de aparcamentos em fila indiana, fosse em espinha, de modo a caberem mais unidades.

Contudo, o caso da interrupção dos melhoramentos a partir do largo, ou seja com a empreitada apenas a chegar a esse ponto, é de deixar qualquer munícipe a abanar a cabeça negativamente...

Tantas preocupações com os outros, com o que se passa lá fora, no caso referido sobre propalada ideia do atual presidente americano Trump [Trãmp] e não reparam no que por cá fazem e desfazem, com pior pronúncia … sabe-se lá por que motivos, falando-se em sobreposição de casos particulares, enquanto o dinheiro de fundos comunitários fica por gastar onde estaria destinado – pois que a verba do plano se não der para estas obras, dará para outras, noutros sítios ou circunstâncias.


Haja ainda bom senso, pois a memória há-de registar o facto.


Costuma-se dizer que se deve honrar a história, que a história contempla!

ARMANDO PINTO


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domingo, 15 de janeiro de 2017

Com minha Mãe nos sentidos...


Hoje deu-me para escrever alguma coisa sobre minha mãe. Como que falando alto, a escrever. De certa forma simplesmente me deixando ir em ternos pensamentos, nas asas dos afetos, sendo dia em que faz 29 anos que faleceu. Deixando-me assim levar pela emoção de poder pensar intimamente, na realidade dos sonhos que a saudade faz perdurar, como numa noite de luar em meus pensamentos.


Terna recordação, sempre com minha mãe no sentido, presente em meus sentidos.


Do amor de mãe e filho, através de um anjo que nos deve fazer comunicar, estamos perto pela memória e imagens de retina da estimação, pois como a vida nos ensina, um ser humano tem que ter família. E aos olhos de meu coração, a minha mãe, embora desaparecida fisicamente, continua sempre presente – em mim!


Armando Pinto
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sábado, 14 de janeiro de 2017

Obras de alteração visual na Longra



Está presentemente em curso um ciclo de obras públicas de modificação dos passeios pedestres das bermas da estrada principal da Longra, à Estrada Nacional 207, dentro da área central da vila da Longra, no sentido da entrada do lado de Felgueiras, até ao largo da Longra. Devendo depois seguir na direção da Casa do Povo, no início portanto da Estrada 207-2. Algo com aspetos positivos, obviamente, mas talvez com outros menos compreensíveis. A ser verdade o que anda na voz pública, ouvindo-se dizer que tal remodelação será interrompida junto ao largo, ficando assim de fora a rua que segue na direção da ponte, rumando no sentido de Lousada.


Por ora, e porque o que se sabe é o que se vê, não podemos adiantar mais nada, a não ser deixar dúvida no ar, embora afiançando desde já que será pior a emenda que o soneto caso fique assim a meio tal empreitada. Se realmente for verdade o que se ouve, ficando obras apenas a modificar aspetos visuais numa parte da localidade.


Enquanto isto, para efeitos de registo, anotamos imagens e notícia relativa ao caso, sabendo-se por estes dados que o projeto abrangia mais e teve estudos e aprovação atempada, há muito tempo.


Armando Pinto

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Dia de Reis – tempo de “alagar o presépio”…


Está passada mais uma quadra natalícia. Com a chegada do Dia de Reis, cessa uma época das festividades anuais mais queridas da tradição popular e é ultrapassada mais uma fase do calendário humano. Época esta que nos recantos de ambiência é também de desfazer os presépios que durante algum tempo deram outra vida à vista, emprestando um diferente aspeto visual com toque de ternura ambiental.

Também em nossas casas é agora tempo de voltar à normalidade do resto do ano, assim, no dia dedicado aos Reis Magos – de quando os Magos, guiados pela estrela divina, chegaram ao sítio onde estava o Menino Jesus, na terra prometida.

Alagada que é hoje essa construção que embelezou de modo mais especial a sensibilidade propícia, fica sensação natural de como a vida se transforma a cada dia que passa.

Armando Pinto
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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

"Sorrisos de Pensamento – Colectânea de Lembranças Dispersas" / livro de contos, ed. 2001 (reposição digitalizada)


Sorrisos de Pensamento – Colectânea de Lembranças Dispersas (Contos de memórias da área da Longra, de outros tempos), edição do autor, publicação de 2001:






































Longra 2001

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