Espaço de atividade literária pública e memória cronista

terça-feira, 14 de março de 2017

Notícia no SF sobre a homenagem em Lisboa ao “Capitão” João Sarmento Pimentel


Em caixa noticiosa, na edição de sexta-feira dia 10 deste mês de março, o Semanário de Felgueiras informa o público leitor relativamente à homenagem que proximamente irá ser prestada em Lisboa ao “Comandante” Sarmento Pimentel, como era mais conhecido, o mesmo que ficou popularizado como “Capitão, por ser com essa patente que mais se notabilizou. Sendo esse herói nacional, General João Maria Ferreira Sarmento Pimentel, o alvo dessa homenagem póstuma que vai ter lugar na sede da Associação 25 de Abril.


Com efeito, por ocasião da celebração do 43º aniversário comemorativo do 25 de Abril de 1974, a Associação 25 de Abril decidiu evocar a memória de alguém que, pelo seu passado de luta contra o regime deposto naquela data, constitui uma referência relevante num longo processo que conduziu ao fim do fascismo, à libertação do povo português e ao fim da era colonial. A figura objeto deste apelo à memória é o Capitão Sarmento Pimentel e a sua história de vida, os seus feitos e a caracterização da sociedade portuguesa à época em que viveu. O colóquio e a exposição temática a ele associado decorrem nos dias 17, 26 e 30 de Abril próximos.


Desse evento, damos conta da referida notícia publicada no jornal Semanário de Felgueiras – aqui e agora através de recorte digitalizado da respetiva coluna, em separado e junto com algo mais da mesma página, como enquadramento.

Armando Pinto

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segunda-feira, 13 de março de 2017

Crónica de atualidade no Semanário de Felgueiras


Em mais uma crónica já habitual no espaço regular de colaboração, desta vez é de atualidade local concelhia o artigo escrito no jornal Semanário de Felgueiras, versando tema da aproximação pré-eleitoral para os órgãos autárquicos felgueirenses e relacionados assuntos que preocupam os munícipes atentos e devem merecer atenção de quem de direito.


Para efeitos de registo, além de leitura à posteriori (a quem não chegou a ter ainda diante dos olhos a edição impressa do respetivo número de sexta-feira 10, do mesmo periódico felgueirense), juntamos imagem da coluna e o texto por extenso.

Cronónimo Felgueirense

Sente-se haver certo retrocesso no tempo, tal as alterações que se têm verificado no piorar das condições de vida da generalidade dos portugueses, para referir só o que se passa por estas bandas ocidentais, no calendário temporal. Qual recuo de repetição histórica nacional e regional, volvendo a épocas de menor desenvolvimento. Acrescido no fenómeno da diminuição do apreço por valores e enfraquecimento de outros valimentos, a pontos de estarem a desaparecer por decreto laços territoriais e afinidades telúricas. Levando quantas vezes a que qualquer pessoa normal retome seus pensamentos por outros tempos, de virtudes à medida de antigos brios e arrebatadas esperanças.

Ora, circunscrevendo o caso mais ao ponto regional interior de nosso rincão, e olhando pessoalmente para dentro, como qualquer um de nós que temos o mesmo denominador comum desta afinidade sentimental que é Felgueiras, já temos dado connosco a recuar no tempo, voando em pensamentos e percorrendo idealismos, até outrora, do que nos lembramos, pousando, qual passarinho da saudade, em eras recuadas. Vindo à ideia outros tempos dos bonecos da televisão, como chamávamos aos desenhos animados que já víamos no aparelho que havia na Casa do Povo da Longra pelos idos anos iniciais da década de sessenta, quando não abundavam ainda tais caixas mágicas televisivas em casas particulares e mesmo em muitos sítios, em pleno período romântico de que reza a história do século XX. Mas, então, sem dar muito apreço às tropelias de malandrecos figurões, não gostando assim tanto de ver um rato a gozar com um gato, embora valorizando à vista dos mais pequenos poderem vencer os fortes, contudo dentro de reta verdade e sem recurso a astúcias habilidosas.

Vem ao caso o que já se vai notando no ambiente pré-eleitoral para as próximas eleições autárquicas, em território felgueirense. Não tanto pelo ato em si, mas pelo que isso importa para os interesses felgueirenses. E dentro desse quadro, como há muito existe boa gente que pensa, apetece dizer que teoricamente devia haver eleições mais vezes, em menor espaço de tempo, para que o que realmente mais interessa viesse à praça pública mais frequentemente e assim algo pudesse acontecer. Passados que são os anos de cada mandato autárquico quase sem novidades, ou na indiferença costumeira, para na proximidade de cada final de ciclo voltar a ouvir e ler-se o nome de Felgueiras a propósito de tudo e virem acima das atenções todo e qualquer caso antes adormecido. Para não falar em obras que são feitas ou deixadas a meio na azáfama da época, quando quaisquer eleitores já conseguem fazer emperrar obras públicas, enquanto não terão depois voz na matéria. Mais o aumento de som que se verifica nas vozes contraditórias, por um lado, e nas apoiantes, por outro quadrante. Passando a haver temas de conversas e notícias mais veementes, com maior acutilância de atualidade.  

Eis assim o que por cá se vai deparando no horizonte, deixando no ar algumas interrogações e levando ao interesse por algumas eventuais certezas. Apesar de naturalmente passar a haver dúvidas que bastem, no porquê de questões apenas levantadas em ocasiões destas, e pendências que não são muito de entender, além dos motivos que estarão subjacentes, quer num lado, quer do outro.

Que Felgueiras-concelho ganhe com isso é que valerá acima disso tudo, desde que os interesses felgueirenses saiam mais à rua, não apenas em sátiras de corso de entrudo e testamentos carnavalescos uma vez por ano, mas na procura de proporcionar melhor ambiente público durante todo o tempo, de janeiro a janeiro no seguimento de cada ano, de noite e dia no semblante de convívio populacional. 

ARMANDO PINTO
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terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Carnaval da Vila da Longra – 2017


Na linha tradicional do Corso de Entrudo que, desde 1997, é já forte tradição anual, saiu mais uma vez à rua o Cortejo de Carnaval da Longra  o mais importante desfile carnavalesco do concelho de Felgueiras, a desfilar por costume arreigado na terça-feira gorda. 

Apesar da cara do dia, perante o semblante de tão chuvosa tarde, como que a mascarar-se de modo acinzentado e demasiadamente molhado, desfilaram caretas e carros alegóricos com entusiasta folia, na Vila da Longra, correspondendo ao interesse do público que acorreu e cujo interesse superou as condições meteorológicas.


Deste tão apreciado Carnaval da Longra regista-se aqui a presente edição do Corso Longrino, através de algumas imagens captadas pelo autor deste blogue à passagem do desfile.


Armando Pinto
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

"Capitão"/General Sarmento Pimentel vai ser homenageado em Lisboa na Associação 25 de Abril


A ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL E O TRIPLOV RECORDAM O "CAPITÃO" SARMENTO PIMENTEL

             

A Associação 25 de Abril, para as suas comemorações da Revolução de 1974, leva a cabo uma iniciativa em parceria com o Triplov: um memorial do "Capitão" João Sarmento Pimentel, em várias frentes, na sua sede: uma exposição, de 17 a 30 de Abril, com o título "João Sarmento Pimentel - Cem Anos de História"; cerimónia de abertura no dia 17, encerramento com solenidade no dia 30; e um colóquio a 26 de Abril.

A Associação 25 de Abril é uma associação sem fins lucrativos, de natureza altruísta, destinada à consagração e defesa dos valores cívicos, tendo como fins principais: «a consagração e divulgação, no domínio cultural, do espírito do movimento libertador de 25 de Abril de 1974», «a recolha, conservação e tratamento de material informativo e documental para a história do 25 de Abril e do processo histórico que o precedeu e se lhe seguiu», «a divulgação, pedagogia e defesa dos valores e espírito democráticos».

A exposição e todo o programa em apreço terão lugar na sede da ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL, à Rua da Misericórdia, nº 95, em Lisboa.

A seu tempo será divulgado o programa das sessões solenes e do colóquio, ficando entretanto e desde já feito aqui um convite público a quem puder e desejar marcar presença.

Armando Pinto

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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Piscina de Felgueiras a dar água pela barbela no suplemento do 32º aniversário d’ O Jogo


O jornal desportivo nacional “O Jogo”, ao perfazer mais um seu aniversário, comemorou publicamente tal existência com a impressão dum caderno suplementar de comemoração alusiva. Então na edição da respetiva data, na passada quarta-feira, dia 22, houve um suplemento comemorativo com diferentes feições para Lisboa e Porto, nas correspondentes e diferenciadas suas edições do norte e sul. Em cujas páginas do caderno destacável PORTO, entre diversos assuntos, foram distinguidos os concelhos do distrito do Porto com uma crónica referente a algo respeitante ao desporto local, recaindo no caso de Felgueiras o mote da piscina municipal e atividade da natação competitiva.

Assim, foi a natação o tema na parte felgueirense, embora fugindo ao interesse mais vasto que é verdadeiramente o futebol, cujo clube representativo, o FC Felgueiras 1932, já merece que seja escrita qualquer publicação de atualização histórica, depois que voltou a ostentar o nome histórico, pois a história entretanto registada em livro remonta ao tempo do antecessor CAF (e se não houver interesse que seja alguém da terra a narrar em letra de forma, ao menos que seja outrem, mesmo de fora, mas com domínio do assunto). Ora, com natural apreço comedido, entendendo que é de louvar a subsistência do setor, mas sabendo também que a norte há atualmente outras piscinas onde se desenrolam grandes provas, damos nota do caso com a transposição para aqui do trabalho em apreço.

É pois desse texto exposto no Suplemento do 32º aniversário do jornal “O Jogo”, de sua página XX, a coluna relativa:


Armando Pinto

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sábado, 18 de fevereiro de 2017

À minha avozinha Júlia


Quando lia o livro das lições da Escola, na primária, ao ter diante dos olhos aqueles versos de Junqueiro dos Simples, na composição sobre a moleirinha – uma velhinha que ia com seu jumentinho adiante, enquanto enternecia netos como eu, não pela personagem mas pelo que fazia lembrar  me vinha à ideia minha avozinha, então paralítica na cama havia anos, mas que me encantava.

Ah, como me fazia bem entreter-me à sua beira, sentar-me junto a ela a ouvi-la; e como nela tudo era bom. Enquanto ela vivia santamente resignada e era o sol que entrava na família e irradiava até às pessoas amigas e conhecidas, como os raios de sol que eu via entrar pelas frinchas da casa e misturado ao fumo da lareira fazia espirais, subindo como o incenso na igreja…

«…Vendo esta velhita, encarquilhada e benta,
Toc, toc, toc, que recordação!
Minha avó… se me representa…
Tinha eu seis anos, tinha ela oitenta…

(isso nos versos de Guerra Junqueiro, pois eu era criança mas nem sei quantos anos ela teria, ao tempo, interessava-me lá... eu via-a sempre de cara linda e sorridente! E como o que eu lia a espaços ia condizendo:)

...Que prazer d’outrora para os olhos meus!
Minha avó contou-me quando fui criança…

Toc, toc, e os astros abrem diamantinos,
Como estremunhados querubins divinos,
Os olhitos meigos para a ver passar…»

A minha avó tinha ficado assim quando eu tinha poucos meses e faleceu estava eu com catorze anos, meses antes de perfazer minhas quinze primaveras da vida. Fazia parte da minha vida.

Faz agora anos que vim propositadamente de onde estava e a não via há meses, portanto, para me poder despedir dela fisicamente. Estávamos em 1969, ano que então me fez sentir um grande abalo, na primeira perda de alguém muito querido, assim. Dando-lhe por fim um último beijo no dia do funeral, na tarde chuvosa de 18 de fevereiro, em que eu fui nem sei bem como, absorto, mais que perdido em pensamentos. Alguns dos quais mantenho bem vivos, passados já muitos anos. Sendo que isso foi já há 48 anos, caminhando para os cinquenta a conta da saudade entremeada em todos esses anos e que me faz bem lembrá-la nesta data. Porque sempre gostei muito da minha avó Júlia. E nunca esquecerei a minha avozinha. 

ARMANDO PINTO
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- Nota de curiosidade: Na foto vê-se por fundo visual a original fábrica MIT do Largo da Longra, estando à esquerda da imagem fotográfica o popular barracão onde funcionavam as oficinas da "fábrica velha" que deu origem à Mit / Metalúrgica da Longra.

A. P.