Espaço de atividade literária pública e memória cronista

domingo, 20 de abril de 2014

Dia de Páscoa - à espera do Compasso...


Com uma agradável tarde soalheira, depois do almoço familiar, espera-se a chegada do Compasso Pascal, na Longra - um remanso ainda das terras de Felgueiras, apesar de tudo, e onde ainda se consegue manter algo das tradições vindas dos antepassados.

A.P.

sábado, 19 de abril de 2014

Feliz Páscoa!


Páscoa, no sentido de ressurreição e vitória da vida sobre a morte, relaciona-se com renascimento, na renovação da natureza, no vigor da vida. Por quanto esta associação significa e como sempre desejamos o melhor para nós, para os nossos e para tudo o que mais queremos, assim ansiamos uma revitalização no que nos une.


Vendo ao redor a natureza a florir e consequentemente o ambiente a desabrochar, mesmo com contrariedades das agressões políticas extensíveis  à crise social vigente, queremos sempre acreditar que não pode haver mal que sempre dure; e, apesar ainda de outras injustiças, como o sistema tendente a provocar desinteresse pela coisa pública; desejamos, a todos os que comungam do mesmo ideal cultural e bairrista, uma Feliz Páscoa.



Armando Pinto

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Páscoa Tradicional


Procurando transmitir mais uns laivos de carácter apologista, a reminiscências histórico-etnográficas do passado conterrâneo, de temática quanto possível em conformidade ao calendário, chega a vez de dedicar umas linhas evocativas de algumas práticas tradicionais antepassadas relativas à Páscoa, como festa anual de semblante especial no imaginário popular, com saliência ao Folar e Compasso Pascal.


Em eras recuadas a quadra consubstanciava certos hábitos, de ritual, no povo da nossa zona. Entre os quais se pode aludir o caso de ser costume nesta região fazer-se limpezas gerais às casas pela Páscoa, devido à festividade coincidir em tempo primaveril, convidativo a arejar o mofo provocado pela humidade do inverno ultrapassado. Sem se dissociar, contudo, o respeito devido à vinda da Cruz Paroquial às casas, que eram preparadas a preceito. Por isso mesmo, entre as limpezas, também era usual esfregar-se o soalho, em árdua tarefa a que as mulheres se dedicavam, ajoelhadas dentro de “caixoto” apropriado a resguardar os joelhos, enquanto passavam na madeira uma escova-esfregona, embebida em água através de balde de folheta esmaltada ali à mão, raspando as tábuas ensaboadas, através da esfregona agarrada a duas mãos na propositada pega, tal o esforço necessário, de cócoras; sendo depois a água que não escorrera do soalho, pelas friestas, apanhada com pano absorvente, torcido de permeio. Ao mesmo tempo que era função masculina, para arejar o ambiente, dar então uma anual caiadela às paredes, sobre o granito exterior branqueado de cal, contrastando ao rodapé pintado de preto, como era costume nas habitações típicas; em que ainda os antigos tapamentos de divisórias interiores recebiam de igual modo nova demão de caliça; e quando as portadas e até alguns dos “trastes” da mobília tinham a tinta estalada também lhes eram aplicadas umas pinceladas na ocasião, usualmente de azul anilado.

Chegado o dia, com os sinos paroquiais a repenicarem, quase a par com foguetes atroando os ares do horizonte e a campainha anunciadora do Compasso a ouvir-se nos arredores, era altura do folar - algo esperado sobretudo pelas crianças. Havendo o antigo, de âmago gastronómico, como posteriormente a rosca grande de prenda (oferta mais tarde alterada por peça de roupa, brinquedos ou utilidades). Ao passo que o dia produzia um sentido anímico diferente nas gentes locais, num manancial de tradições.


Neste ponto, como para ordenar as partes (embora alterando a feição destas notas de material sobejante ao que escrevemos anteriormente em livro), transcreve-se, agora em forma adaptada, juntando com partes antes inéditas, pequenas parcelas distintas, transportadas juntas para aqui, com pequenos trechos do capítulo da Memória Etnográfica inserta no referido “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, em alusão ao tema:
Folar antigo da Páscoa era um bolo de pão de massa de farinha milha, feito em forno doméstico, com um ovo cozido no meio, sobre o qual havia cobertura em forma apropriada ao revestimento do mesmo ovo, como que a dar efeito côncavo de tampa em massa de pão também... Enquanto o sucessor folar de prenda, posteriormente entrado nos costumes, consistia numa grande rosca (regueifa de trigo), com enfeites de massa sobreposta, que era dada aos afilhados na manhã do dia de Páscoa. Para gáudio da pequenada que, quantas vezes, passava a manhã a acompanhar o Compasso com a rosca metida pela cabeça a tiracolo, antes de ser servida à mesa no almoço da festa de ano – repasto farto que, como tal, além das batatas assadas do forno e arroz alourado, metia cabrito como prato forte, ou ovelha, galo, coelho e outras carnes, sem faltar o salpicão às rodelas na travessa do arroz.
Na visita do pároco da freguesia e da cruz paroquial, toda enfeitada, o chefe de família punha na mesa alguns ovos, para folar do padre, que eram recolhidos por um dos membros do Compasso, homem que andava com a saca. O qual de permeio, com ajudas de outros, tinha de quando em vez que mandar à residência do abade despejar cestas com os ovos angariados. Onde o folar fosse maior que o normal era deitado um ou mais foguetes, enquanto a banda acompanhante executava uma das peças do seu reportório, a ajudar ao ambiente festivo, abrilhantado por tradicional tapete de flores ou simples ajunto de pétalas de flores espalhadas no chão, a assinalar o local da entrada. 
Todas as despesas do Compasso, passados os antigos tempos dos juizes da Comissão do Subsino, eram por conta do juiz da cruz, incluindo o almoço a toda a comitiva, com excepção de algum ”fogo” pois que era costume haverem apaixonados em marcar desse modo a chegada da Visita, em cujas casas eram deitadas dúzias de foguetes por promessa do chefe de família ou apenas por sua vontade entusiasta.


Algumas destas tradições ainda se têm mantido, em menor escala e com diferenças...

© Armando Pinto


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segunda-feira, 14 de abril de 2014

Colaboração no Semanário de Felgueiras – sobre a passagem de 75 anos da Casa do Povo da Longra


Embora com alguma distância cronológica, derivado à aproximação do período Pascal e de permeio haver intromissão da normal semana em branco da respetiva publicação (em virtude de atualmente o jornal ser publicado em três semanas apenas de cada mês), o Semanário de Felgueiras dedicou já, na edição da passada sexta-feira, especiais atenções à próxima comemoração dos 75 anos de existência da Casa do Povo da Longra, a perfazer no dia 26 que se aproxima.

Nesse âmbito, o habitual artigo do autor, da colaboração com que de quando em vez participamos no SF, desta vez versou sobre tema correspondente.  Como aqui expomos para efeitos devidos, colocando a respetiva coluna publicada na página 2 do número de 11 de Abril.


Tendo na mesma edição, às páginas centrais, a redação do jornal SF desenvolvido um trabalho a procurar dar relevo às comemorações, relativas à efeméride em apreço, e nesse contorno também ter sido incluído testemunho de dois antigos elementos diretivos daquela Associação aniversariante, registamos aqui essa parte ainda, também, pelo depoimento que nos foi solicitado.


Armando Pinto

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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Ramos e Cruzes de Alvorada à Primavera


Em início de Primavera, quando o meio envolvente é de exaltação da vida, a alvorada da natureza combina no rebentar das folhas à alegria de próximo tempo pascal.

Chegando os “Ramos” é vez de recordarmos, nesta relação de costumes antepassados da nossa terra, algo relacionado com os costumes do tempo decorrente do Domingo de Ramos.

Assim, a uma semana da Páscoa, pelos “Ramos” as namoradas punham um ramo de oliveira no bolso de peito do casaco do conversado, para lhes lembrar a tradição das amêndoas que os namorados ofereciam às raparigas no domingo de Aleluia. De igual forma procediam os afilhados, para com os padrinhos e madrinhas a lembrar o folar da Páscoa – costume que originou, mais tarde, a oferta atual de um ramo de flores, em brinde antecipado às madrinhas, por parte dos afilhados.


Então a procissão e missa desse Domingo era coisa falada, pelo ambiente diferente proporcionado pelos ramos decorados com flores e outros enfeites, acontecendo mesmo que pelo tamanho desproporcionado de alguns dos mesmos, nesse dia quase que nem se podia ouvir missa, mais pela distracção da passagem dos rebentos pelas caras ou nucas, a juntar ao latim do cerimonial...

Contudo, esse espírito depressa era alterado pois, mal passava o Domingo de Ramos, vinha a Semana Santa, tempo da via-sacra e demais celebrações da Paixão, incluindo Ofício de trevas, chegando a época do Tríduo Pascal (que se segue desde a Quinta-feira Santa até às vésperas da Aleluia, da vigília Pascal).

Ora esse período era vivido muito nos Calvários, locais existentes nalgumas freguesias onde estavam espaçadamente implantadas cruzes de pedra, culminando num conjunto de três, geralmente sobre pequeno outeiro. Do que sabemos, por transmissão de pessoas idosas, existiu assim um na freguesia de Rande, em monte como tal chamado de calvário; e há ainda o exemplo de Caramos, em que esse Caminho da Cruz está preservado, tal como na igreja românica do Unhão resistem, ladeando a porta principal, duas cruzes desse género. Como recordações de fé e toponímia, aonde acorriam fieis a recordar as transes da Via Crucis, a via dolorosa até à adoração da cruz. Ali se representavam também, em determinados casos, os já lembrados Autos da Paixão perante multidão piedosamente condoída.

Hoje aspetos da vivência dos confins da memória, alusiva ao alvor da Primavera que representa para os Homens de Boa Vontade a Paixão vitoriosa na Ressurreição, renovadora da humanidade.

© Armando Pinto

(Texto parcialmente publicado, há alguns anos, no Semanário de Felgueiras; e na totalidade, com mais qualquer coisa... destinado a fim editorial futuro.  A P )


terça-feira, 8 de abril de 2014

Livros de autoria própria - atualização


Do autor

~~ por ordem de edição ~~

Obras publicadas:

- «1ª Mostra Filatélica e Exposição Museológico-Postal da Casa do Povo da Longra» (relativa a Semana Cultural de abrangência comemorativa do centenário de Francisco Sarmento Pimentel e octogenário do Correio da Longra - Julho de 1995).

- «1º Festival Nacional de Folclore “Longra/97”» (englobando partes historiadoras e galeria directiva da Associação - Maio de 1997).


- Livro (volume monográfico) «Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras»; publicado em Novembro de 1997. Edição patrocinada pelo Semanário de Felgueiras.


- «2º Festival de Folclore do Rancho da Casa do Povo da Longra» (contendo Lendas e Narrações das freguesias da área da instituição - Setembro de 1998).


- «Associação Casa do Povo da Longra-60 Anos ao Serviço do Povo» (alusivo ao respectivo sexagenário, contendo a História da instituição - Abril de 1999).


- «3º Festival de Folclore da Longra-Memória etnográfica do sul Felgueirense e afinidades concelhias» (Julho de 1999).


- «4º Festival de Folclore da Longra-Celebração Folclórica do sul Felgueirense» (Julho de 2000).


- «Evocações da Festa Paroquial de S. Tiago de Rande» (Julho de 2000 - de promoção à festa desse ano, por solicitação da respectiva comissão organizadora, traçando panorâmica das festas antigas.)


- «Rancho da Casa do Povo da Longra-Sete anos depois... em idade de razões» (Maio de 2001 – livro comemorativo do 7º aniversário do mesmo agrupamento e também alusivo ao 5º Festival de Folclore da Longra, de Julho seguinte – incluindo texto de fundo narrativo do “Conto de um Rancho Amoroso”, sobre a história do grupo em questão.)


- Livro (de contos realistas) «Sorrisos de Pensamento» – Colectânea de Lembranças Dispersas; publicado em Outubro de 2001. Edição do autor.



- «6.º Festival do Rancho da Casa do Povo da Longra – Desfile de Oito Anos de Vida» (Junho de 2002).


- «7.º Festival da Associação Casa do Povo da Longra – Danças Mil em Nove Anos de Folclore» (Junho de 2003).


- Livro (alusivo da) «Elevação da Longra a Vila» - Julho de 2003. Edição do autor.


- «Grupo de Teatro da Casa do Povo da Longra – Sete Anos na Arte de Talma Associativa» (Outubro de 2003 – Primeiro livro historiador do respectivo agrupamento, em tempo do seu sétimo aniversário).


- Livro (cronista do) «Monumento do Nicho Nas Mais-Valias de Rande» – Dezembro de 2003 (oferecido à Comissão Fabriqueira paroquial, destinando receita a reverter para obras na igreja). Edição do autor.


- «8.º Festival da Associação Casa do Povo da Longra – Alcance duma Década Etno-partilhada» (Junho de 2004).


- Livro «Padre Luís Rodrigues: Uma Vida de Prece Melodiosa» – Na passagem de 25 anos de seu falecimento; publicado em Novembro de 2004. Edição do autor.


- «9.º Festival da Associação Casa do Povo da Longra – Comunhão de Tradição Associativa» (Junho de 2005).


- Livro «S. Jorge de Várzea-História e Devoção», publicado em Abril de 2006. Edição da Paróquia de Várzea.


- Livro «Futebol de Felgueiras-Nas Fintas do Tempo» (sobre Relance Histórico do F. C. Felgueiras e Panorâmica Memorial do Futebol Concelhio, mais Primeiros Passos e Êxitos do Clube Académico de Felgueiras) – pub. Setembro de 2007. Edição do autor.



- Livro "Destino de Menino" (conto personalizado - dedicado ao 1º neto) - Dezembro de 2012, em edição restrita de autor, numerada e autenticada pessoalmente.



- Livro "Luís Gonçalves: Amanuense-Engenheiro da Casa das Torres", patrocinado pela fábrica IMO da Longra - biografia de homenagem ao Arquiteto do palacete das Torres, de Felgueiras - Janeiro de 2014.

Obra escrita e em espera para publicar:

- (futuro) Livro de «Remembranças Felgueirenses», sobre notas de Recordações e Curiosidades do concelho de Felgueiras (escrito há muito, mas à espera de viabilidade de publicação…)


© ARMANDO PINTO


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domingo, 30 de março de 2014

Costumes da Quaresma


Passado o período de folias de Carnaval, é tempo quaresmal de sossego até à Páscoa. Época que tradicionalmente comportava noutros tempos, por esta região Felgueirense, alguns costumes relacionados.

 Como se aflorou anteriormente, os excessos de Entrudo provinham de festividades populares de tempos recuados, realizando-se durante a romanização as Lupercais, antes das Calendas de Março, celebradas em honra de Pan, deus dos pastores - relacionando-se a denominação com Lupercus (do latino lobo). Ora esta festa anual estava associada a orgias e outras boémias, pelo que o Papa Gelasio instituiu, em sua substituição, a festa da Purificação ou da Candelária. Não tendo sido, porém, completamente extintos os festejos com os desmandos abusivos do Carnaval, passou depois essa festa religiosa a cingir-se ao dia, como também ficou conhecido, de Nossa Senhora das Candeias.

 Este dia, depois dos populares saberes de "Temperilhos e Remedilhos" (de previsão do tempo, associando o estado de cada dia a um mês respectivo, entre o dia de Santa Luzia, a 13 de Dezembro, e o Natal e, depois, em contagem decrescente desde o 26 de Dezembro até ao dia de Reis, a 6 de Janeiro), servia então o dia da Candelária, a 2 de Fevereiro, também de nova prova meteorológica, qual reforço de confirmação, pois, ao que se dizia, se nesse dia de Nª Sª das Candeias estiver de chuva, na voz do povo «Nossa Senhora a chorar, está o inverno a acabar», significando futuro clima ameno; enquanto que se «estiver a rir (fazendo sol), está o inverno p’ra vir»...que é como quem diz que vai sobrevir tempo invernoso com rigor.

 Assim o período mais reparador passou a verificar-se a partir do dia seguinte à terça-feira de Carnaval, numa espécie de água fria a arrefecer os ímpetos desenfreados. Este tempo começa então pela quarta-feira de cinzas.

 Não se trata, no caso, de nos determos sobre o tempo litúrgico propriamente, ido desde a quarta-feira de cinzas até quinta-feira da Semana Santa, de quarenta dias preparativos para a Páscoa. Apenas alusão sucinta de algumas das antigas tradições locais, como recordação de particularidades populares da maneira de viver noutras eras.

           Posto isso, guardadas as fantasias de Carnaval, chegava o tempo da abstinência, já que durante este período de nada valiam os pagamentos de “bulas” que se faziam para o resto do ano. Pairava ambiente rígido, pela religiosidade vivida, acrescido da preocupação de não se poder comer carne às sextas-feiras durante a Quaresma, chegando-se ao ponto de nas vésperas da abstinência se “escaldarem” as panelas para que não restassem nas mesmas quaisquer restos de gorduras.

           Passado algum tempo de penitência, sensivelmente a meio da Quaresma, possivelmente para atenuar o ambiente, aconteciam alguns cerimoniais de raiz popular. Como a “Serração da velha”, na noite de quarta-feira da terceira semana desse tempo quaresmal. Andanças nocturnas em que os novos iam “asserrear” as mulheres idosas junto às suas portas. Antes ou depois, mais precisamente em Março, no dia do Pai, que calha também dentro do mesmo período (seja baixa ou alta a altura do ano em que se calendarize o Carnaval e a quarentena que se lhe segue), havia ainda a “festa do cuco”, nuns moldes parecidos, apenas com a diferença de incidir directamente aos homens, cujas relações das suas mulheres eram faladas em sentido negativo. Pelo que, na dúvida da paternidade, ao que poderia andar no ar, o referido ritual popular fazia incluir crianças (transportadas com carrinhos de mão), a fim de serem distribuídas, por brincadeira, junto às casas de cuja reputação o povo falava... enquanto com galhofa, os participantes da marosca, sorrateiramente, imitavam o canto dos cucos.

            Lá para o fim deste período antigamente havia, sob o prisma religioso, ainda o rito das imagens dos santos nas igrejas estarem escondidas por panos roxos desde o Domingo de Ramos até ao Sábado de Aleluia, incutindo um espírito muito próprio à habituação do povo.

Nos dias de hoje são apenas assim cobertas as cruzes existentes no interior do templo, durante toda a Quaresma, com excepção de uma que é colocada em destaque junto ao altar-mor, contendo pendente dos braços uma faixa roxa a formar um M. Havendo, ultimamente, também colocação de uma cruz no exterior das igrejas, com uma ou mais faixas roxas, contendo motivos da Paixão Redentora - como ainda se pode ver junto à igreja de Rande, conforme registamos na imagem cimeira.

Época essa, de aproximação à Páscoa, em que noutras eras se realizavam, inclusive, ao ar livre autos da Paixão nalgumas freguesias, perante grande número de assistentes que, quantas vezes, de todos os anos presenciarem ou de quando em vez também participarem, sabiam mesmo de cor os papéis dos declamadores de textos normalmente feitos em versos.

Maneiras de passar o tempo que, entretanto, já passaram à história como celebrações típicas, comuns à região.

(Texto que, com algumas variantes e adaptações, foi entretanto já publicado no jornal Semanário de Felgueiras e noutras publicações, além de estar entre material para um futuro livro, há muito esperando viabilidade...)

Armando Pinto