quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

Memórias dos Mosteiro de Pombeiro e de Belém, de Felgueiras e Lisboa, na revista “História” do JN, em “Histórias Soltas” pelo felgueirense Carlos Ferreira

 

Por estes dias veio a público na revista "História-Jornal de Notícias" um artigo com material histórico relacionado com Felgueiras, através de trabalho muito bem elaborado e lavrado na escrita do amigo e historiador Carlos Ferreira, sobre o cenóbio de Pombeiro. Mais precisamente arrebatando memórias relativas ao felgueirense mosteiro de Pombeiro e suas rendas, na divisória que levou a demandas com o lisbonense Mosteiro de Belém, dos Jerónimos, com extensão à existência das relações ancestrais remontadas até à antiga casa de Belém, na cabeça do concelho de Felgueiras, precisamente por causa das rendas que durante o período Filipino da História Pátria tiveram história menos condizente com os pergaminhos dos anais das instituições envolvidas.

Sabendo-se que Felgueiras raramente tem merecido espaço em publicações de âmbito nacional, saúda-se esta realidade. Sendo que Felgueiras tem muita história, apenas que em tempos idos não tinha a maior parte dessa história ainda escrita em letra de forma. Coisa que atualmente já vai tendo, ainda que em parcelas apenas estudadas por alguns interessados nessas loas do espírito memorial. Calhando, desta vez, vir à tona das lembranças memorandas, por via do trabalho em apreço, algumas curiosidades de antanho, no caso a remeter a tempos da perda da Independência nacional, tais que levaram à perda das rendas de Santa Maria de Pombeiro. Quase como, pese as naturais diferenças óbvias, como nos dias que correm ocorre com as perdas de identidade derivadas das anexações forçadas de freguesias, etc. e tal…

Vem assim, como o desenvolvimento e remembrança do caso, à tona da historiografia algo esquecida ou apagada, o tema dessa situação derivada da estada da dinastia espanhola em Portugal, causando tal desmembramento das rendas dos frades de Pombeiro, do interior nortenho português, em favor da Ordem dos frades Jerónimos detentores do Mosteiro de Belém, de Lisboa. Daí, na terra do Pão de Ló, ter existido e resistido a casa da recolha das rendas de Belém na antiga povoação de Margaride, edifício por isso detentor de brasão régio com as pedras de armas reais no cunhal do lado do antigo estradão de ligação do largo da Corredoura para o Pé do Monte (depois Rua Costa Guimarães já da antiga vila e atual cidade de Felgueiras). Sendo essa então a Casa de Belém, entretanto alterada em utilização e sua fisionomia, cujo brasão granítico era ainda visível pelos anos noventa do século XX, até ter desaparecido da vista pública. 


Está esse belo trabalho nessa revista “História”, edição do Jornal de Notícias, bem no interior das suas quase 100 folhas, mais exatamente entre as suas numeradas páginas 76 à 85. Em jeito de crónica, que prende a leitura e natural interesse pela narrativa memoranda, numa evocação de algo que apraz reconhecer, a bem da justiça histórica. Algo que vale a pena conhecer, através da leitura. Como quem diz, em linguagem mais direta, a não perder, por valer bem a pena reconhecer, depois de ter diante dos olhos e passar a fazer parte de mais conhecimento. A puxar, enrolar e desenrolar, como que a envolver, o novelo da História.

Armando Pinto

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