quarta-feira, 27 de março de 2013

Memórias de Páscoa...!!!

 

Estamos em tempo de Páscoa. Numa celebração cujo motivo principal é o chamado mistério pascal, enquanto símbolo de fé religiosa, tal a ressurreição professada na comemoração própria da quadra, em apreço.

   

Neste período de renovação da natureza e celebração da vida, com os sentidos preenchidos por tradicionais práticas e costumes que preenchem o imaginário da Páscoa tradicional, recordamos por imagens algumas vivências de tempos passados, na terra do autor deste blogue, ou seja na comunidade paroquial de Rande, ao concelho de Felgueiras. 

Passam então diante dos olhos imagens da igreja com as respetivas cruzes enfeitadas para a Visita Pascal, o tapete de flores que era useiro a assinalar as portas de entrada e algumas panorâmicas da composição e chegada do Compasso, a saudação de Aleluia e o beijar da cruz, em anos e casos diversos…

   

Assim, perante evidentes sentimentos de vivência católica, religiosidade popular e afetos tradicionais, reavivamos aqui uma espécie de memorização de cenas ancestrais do Compasso Pascal na mesma nossa paróquia de S. Tiago de Rande, em percurso dentro da freguesia, na antiga povoação e atual vila da Longra… Desde inícios do século XX, passando pelos anos oitentas e noventas, entretanto, chegando a anos recentes e inclusive até ao ano passado, ainda.

   




Armando Pinto 

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terça-feira, 26 de março de 2013

Contas Conjuntas...

 

Guardar é ter respeito, diz um antigo dito proverbial, na justa medida de outro ditote a proclamar ”guarda o que parece não prestar e terás o que vais precisar”. Também nesse sentido, mas especialmente na preservação do que deve ser protegido, de forma a ser conhecido mais tarde, há diversas maneiras de colecionismo atinente à prevenção memorial, qual garante de que tudo deve merecer apreço, tal o que alguém acabará por atribuir e reconhecer a algo. 

Como tal, no vasto campo das relíquias dignas de memorização, damos à estampa, desta feita, um conjunto de objetos que ainda trazem lembranças e deixam saudades de outros tempos de boas finanças individuais e coletivas, através de diversas cadernetas de contas bancárias que venceram a erosão do tempo, graças a estarem guardadas. Quais recordações, essas, que assim dão testemunho de antigos e ainda recentes usos de poupanças depositadas numa instituição bancária, com balcão há muito existente em Felgueiras. À laia dum exemplo de artefactos capazes de transmitirem imagens do passado conjunto e esperanças de boa memorização futura. 

Armando Pinto

sexta-feira, 22 de março de 2013

À Memória de Sousa Pinto - no Semanário de Felgueiras

 

Ocorreu recentemente o desaparecimento deste mundo do amigo Arnaldo Sousa Pinto, popularmente também conhecido na cidade de Felgueiras por Neca. Tal ocorrência, naturalmente tornada conhecida entre a população, deu azo a que, na habitual crónica mantida no jornal Semanário de Felgueiras, lhe prestássemos um justo tributo - na medida do conhecimento granjeado na sua passagem pelas atividades da Casa do Povo da Longra, há alguns anos, aquando da gerência do autor destas linhas na presidência da mesma instituição Longrina. O que gerou amizade e admiração refletidas em mais um artigo publicista, do qual agora partilhamos aqui a respetiva coluna, do que foi publicado no mais recente número do S F, à página 12 da respetiva edição impressa, nesta sexta-feira 22 de Março.

   
 (Clicar sobre este recorte digitalizado, para ampliar) 

Do mesmo, para mais fácil leitura, colocamos o texto conforme o original: 

Pró memória: Arnaldo Sousa Pinto 

Faleceu Arnaldo Sousa Pinto, poeta e artista autodidata felgueirense, na passada terça-feira, dia 12, aos 64 anos. Homem da palavra e de bagagem cultural, calou a sua voz declamadora, vitimado por enfarte, num infausto acontecimento que se deu quando tinha em mãos uma exposição coletiva patente na Casa das Artes de Felgueiras. 

Arnaldo Manuel Baptista de Sousa Pinto nasceu em Guimarães a 25 de Junho de 1948, e, residindo em Felgueiras, entretanto, frequentou o Seminário de S. José, em Lagares; e o Seminário Santa Teresinha, em Pombeiro. Foi funcionário dos CTT e bancário na área de Lisboa, até que regressou a Felgueiras em 1986. Publicou poemas na imprensa local e está representado na Primeira Colectânea de Poetas Felgueirenses, edição de 1989 do Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Felgueiras; e em Com Verso Ando, Antologia Poética, publicada em 1993 numa edição do Café Belém. Foi também ensaiador e ator do Grupo de Teatro da Casa do Povo da Longra, durante algum tempo, sensivelmente nos primeiros anos 2000, até há alguns anos atrás, numa relação interessada pela cultura em geral e pela arte cénica em particular. Tendo por isso sido autor de algumas peças de teatro, uma das quais, pelo menos, chegou a ser representada em palco na Longra. Desempenhou ainda lugar de deputado à Assembleia Municipal de Felgueiras, eleito pelo PS, mas sobretudo em representação desta terra, onde ficou sepultado no cemitério municipal de Margaride. 

Desaparece assim fisicamente um cidadão ativo e muito sociável, sendo figura deveras conhecido dos meios culturais felgueirenses. Paz à sua alma. E que no Além não deixe de declamar alguns de seus belos versos, como ele tão bem sabia. Dizendo agora adeus por algumas estrofes dum poema da sua autoria: 

                                       «Partem as aves aladas 
                                       Em eternas revoadas 
                                       Procurando outros beirais!... 
                                       Mas fica meu ser aos ais, 
                                       Chorando sem parar mais 
                                       Em gotas agras, salgadas. 

                                                Partem as aves, coitadas, 
                                                Mas partem, sim, confiadas 
                                                Em voltar aos seus casais!...
                                                Só eu não sei se tu vais 
                                                Para eu te encontrar jamais 
                                                E viver horas passadas». 


 Armando Pinto

terça-feira, 19 de março de 2013

Homenagem em Dia do Pai... ao meu Pai !

 

Hoje é Dia do Pai.

Tradicionalmente este evento em Portugal é comemorado no dia 19 de Março. Celebra-se no dia de São José, santo popular da Igreja católica e pai de Jesus na terra, como esposo de Maria, mãe de Jesus Cristo. A celebração desta data é comum a diversos países, variando contudo de uns para outros, sabendo-se que, além de Portugal, também celebram o Dia do Pai em 19 de Março, pelo menos, a Espanha, Itália, Andorra, Angola, Bolívia, Honduras e Liechstenstein. 

Sendo o autor também já pai e avô… não esqueço meu pai. Recordando, a propósito, aqui e agora, sua fisionomia em diversas fases da vida, desde jovem até uma época em que nossa vida não chegara ainda ao tempo dos pensamentos profundos e tudo parecia ir durar sempre. Tal a ideia das ilustrações expostas, em cuja rememoração subjacente dedicamos agora as faces dum género de cartão alusivo, com que encimamos o texto e aqui continuamos esta especial missiva.

 

Naturalmente a dedicação desta data está associada com o dia litúrgico atribuído no calendário católico a S. José. Mas haverá outras justificações para a origem do Dia do Pai, havendo nalgumas enciclopédias uma referente aos Estados Unidos, mas curiosamente muito mais tardia que a tradição há muito enraizada em Portugal; o que quer dizer que, afinal, neste como em muitos outros casos manda a tradição, que tem muita força. E já S. João Crisóstomo dizia que onde houver tradição se não busque outras provas…


Importa então, para o caso, em dia de S. José e do Pai, que esta data é dedicada a homenagear os pais, pois, como diz o povo, falando em nome de todos e de cada um: não há pai pró meu pai…! E pai só há um…!!! 

O autor destas linhas já perdeu fisicamente o pai há alguns anos. Mas enquanto ele viveu, nos seus quase noventa anos de vida, foi sempre o meu herói. 

   

Numa singela mas sentida homenagem a meu pai, lembrando como ele gostava de ver as fotografias antigas e documentos que eu conseguia descobrir e divisar, aqui arranjo maneira de mostrar uma - acima - como recordação, do local da “fábrica nova”, a Metalúrgica, na Arrancada da Longra (sabendo-se que a "velha" era a inicial, respetiva, do largo da Longra), onde ele inventou e construiu a sirene que era ouvida a grandes distâncias e, sendo coisa rara à época e mais com aquela potência, sempre foi tida como referência da Metalúrgica da Longra… numa das suas facetas que lhe valeram, a Joaquim Pinto, meu pai, o Prémio da Associação Industrial Portuense. 

Enquanto isto ainda permanece na retina, por fim, votamos ao além uma deposição dum texto, qual ramo florido lançado aos ares da saudade, através do qual relembramos algo que em nossa meninice nos sensibilizou na leitura do livro de ensino primário. Sempre com nosso pai no sentido… Como ele sabia e continuará a saber, nos insondáveis mistérios da eternidade!

   

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Armando Pinto 


                               Obs. : Conf. também 
(clicando sobre o link)


A.P.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Crónica no SF sobre Sensações Felgueiristas…

 

Associando-nos ao momento presente do futebol felgueirense, escrevemos desta feita, no espaço regular mantido por colaboração no jornal Semanário, um artigo relacionado com antigas vivências do atrativo clubista concelhio. Através de crónica versando o caso, no virar de página da presente época futebolística e em homenagem ao clube que volta a colocar Felgueiras nas parangonas dos jornais por um bom motivo…

Desse escrito, para os efeitos de partilha, colocamos aqui imagens da respetiva coluna. Quanto ao que é publicado hoje no Semanário de Felgueiras, à página 12 da edição impressa desta sexta-feira 15 de Março.

   

Do mesmo, para leitura, colocamos o texto revertido conforme o original: 

Sensações Felgueirenses 

Correm tempos de recessão social, por extensão à malapata económica que se abateu sobre a sociedade, como se sabe e sente. Decorrendo por conseguinte uma fase de contração no ciclo monetário, derivando deste período de retração geral um manifesto desapego por motivos anteriormente despertos. 

Num ambiente assim, de inferioridade anímica, depara-se localmente por outro lado, ou melhor com outros horizontes, uma interessante vitalidade ao nível da representatividade desportiva, por mor do desporto-rei. Pois que o clube de futebol mais representativo de Felgueiras a nível superior, o F C Felgueiras 1932, vai de vento em popa na sua caminhada de recuperação – depois do desaparecimento do antecessor e histórico F C Felgueiras e surgimento do primeiro sucessor, CAF, até à situação afirmativa do presente com a denominação resultante. Efetivamente o Felgueiras está a ter um ótimo desempenho no campeonato da 3ª divisão nacional em que se conseguiu incluir, estando já apurado para a fase dos primeiros da sua série, terminada que está a 1ª Fase na situação de 2º classificado da Série B, a um escasso ponto do 1º lugar. Classificado como vice na respetiva fase regular da série composta por 12 equipas, das quais os 6 primeiros clubes passam à pule de apuramento dos dois melhores classificados, que terão acesso à subida à nova Divisão do Futebol Sénior. Augurando-se, então, possibilidade de nova ascensão, até mais decisiva arrancada, perante a realidade de reorganização das provas nacionais (que levará aos clubes que não conseguirem a subida, à divisão imediata, terem de se contentar com uma posição regional, qual será na novel divisão de elite distrital). 

Diante disto, porque o que é de nossa terra nos toca, não podemos ficar indiferentes. Não admirando que voltemos ao tema, embora, como nos lembra um poema em tempos cantado pelo Duo Ouro Negro, possamos também dizer, relevando o facto bem expresso na letra: “Minha terra é linda como flor e água no deserto... não levem a mal eu gostar tanto dela, não levem a mal eu falar tanto nela… não me queiram mal por querer tanto dela…” 

Obviamente que a deliciosa música da mesma canção melhor exprime a mensagem, mas é mesmo assim a realidade. Num turbilhão de sensações perpassadas defronte da memória de quanto já representou o Felgueiras, clube de futebol, para os felgueirenses. Quais imagens diluídas na penumbra dos tempos a dar conta de velhas histórias, algumas das quais passadas com rivais equipas de concelhos vizinhos, como Lousada e Paredes, que ora se reencontraram e a quem o Felgueiras se superiorizou na fase inicial do campeonato em curso. Ainda está de fresco na memória a recente vitória alcançada pelo FC Felgueiras 1932 em Lousada, coisa que nos tempos de antanho seria muito glosada nas hostes clubistas, mas desta feita foi deveras normalizada nas atenções públicas. Antigamente os prélios entre clubes vizinhos originavam grandes entusiasmos e disputas, recordando-se, a propósito, as receções ao Lousada, sempre distinguido à passagem de seus prosélitos, através de tarjas com dísticos provocatórios, sobre a estrada, normalmente por panos colocados na Longra (para evitar conflitos na fronteira dos concelhos, ao Alto do Unhão, onde entre a população coabitavam de um lado e doutro naturais simpatizantes das duas equipas). E na despedida, era na viragem para a rua velha da então vila de Felgueiras, na esquina da rua Rebelo de Carvalho, que se alinhavam os mais fervorosos adeptos felgueiristas, na saudação de lábios… Tanto como  em Lousada acontecia do mesmo, tendo num ano até sido colocada na aparelhagem sonora uma canção de escárnio e maldizer, alusiva... E nas outras terras ao redor igual ou pior... mas sempre com graça e interesse, como válvula ao entusiasmo existente. Algo, isso e muito mais, hoje tido por passado virando pó, espécie duma la minute de lembrança.

      
Na calha, ante a atualidade, apraz recordar tais coevos tempos do inicial crescimento do futebol felgueirense, quando era ainda ansiada a pioneira passagem de divisão. Entretanto, antes ainda, o F C Felgueiras tivera uma época em que conseguiu inclusive vencer a sua série (havia ainda a 3ª Regional, dividida em zonas), mas sem almejar depois a respetiva primeira subida, acontecida mais tarde. Vindo a talhe um vislumbre por uma equipa desse tempo, conforme se pode constatar. Vendo-se na mesma: a partir da esquerda, em cima - Barnabé, Zé Maria, Cardoso, Augusto, Pimenta e Mamede; em baixo - Roda, José Carlos Cabanelas, Zeca Pinto, Mendes e Sabú. Um simpático grupo de rapazes, então na flor da vida, que fizeram história. Faltando na foto, entre outros contemporâneos, uns Pacheco (careca), Monteiro, Mário e Zé Manel Estebainha, dos que vieram a fazer parte da equipa da 1ª subida de divisão, em 1964/65… Tal qual, daqui a uns anos serão os jovens da época atual a também poderem assim ser lembrados, na galeria dos que ao longo dos tempos fizeram sensação perdurável nos adeptos felgueiristas. 

Armando Pinto 

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terça-feira, 12 de março de 2013

Ciclista Albino Mendes – Um Felgueirense saliente do passado

 

Nas constantes deambulações pela tentativa de memorização de tudo o que tenha valor significativo com chancela felgueirense, entre outros parâmetros, demos há tempos com o conhecimento sobre um antigo desportista felgueirense de valor nacional, nada lembrado ao nível da sua e nossa região, no concelho de Felgueiras. Tal o caso de um ciclista que no passado alcançou estatuto de participante na alta roda do ciclismo português, de nome Albino Mendes. Um Felgueirense, natural da freguesia de Airães, que alinhou na equipa de ciclismo do Académico do Porto, ao lado de famosos corredores como Alberto Carvalho e Manuel Castro, por exemplo (dois ciclistas que depois chegaram a representar o F. C. do Porto) e entretanto atingiu ponto alto de sua carreira quando em 1964 participou na Volta a Portugal em bicicleta.

De seu currículo, segundo o pouco que conseguimos descobrir, sabemos que Albino Mendes começou a correr a sério na equipa de ciclismo do Grupo Desportivo MIT, da Metalúrgica da Longra, competindo inicialmente no desporto corporativo e depois como Amador em provas federadas da Associação de Ciclismo do Porto, tendo em 1962 vencido o circuito de Ermesinde. Seguiu por fim para o Académico do Porto, na peugada do vizinho felgueirense Joaquim Costa, também iniciado na equipa Longrina (e entretanto instalado na equipa dos Independentes do Académico, embora à época a cumprir serviço militar que lhe cortou a corrida). Tendo o Albino Mendes depressa evoluído e assim tido entrada na principal equipa academista, a pontos de em 1964 ter sido escalado para fazer a Volta a Portugal com a cruz do Académico ao peito.


= Mapa da Volta de 1964 (recorte de jornal): Prova com inicio a 14 de Agosto, na pista do estádio das Antas, no Porto, seguindo depois até  Lisboa durante 17 dias, num total de 2. 396 km, e ao longo de 20 etapas. Volta em que triunfou individualmente Joaquim Leão, do F.C. Porto, clube também vitorioso na classificação por equipas, num numeroso pelotão de concorrentes em representação das formações do Louletano, Benfica, Ginásio do Tavira, Sporting, F. C. Porto, Baixa da Banheira, Sangalhos, Ovarense, Recreio de Águeda, G. D. Cedimi, Águias de Alpiarça, Académico do Porto, Flândria (Bélgica) e Green Fish (Espanha). =

Recorde-se que já, nestes e outros locais, entre apontamentos que temos desenvolvido, demos lugar à recordação das carreiras desportivas de ciclistas felgueirenses cuja fama outrora passara as nossas fronteiras, como foi o caso de Artur Coelho, natural de Margaride, e mais tarde residente em Vizela, o qual de 1955 a 1961 alinhou com a camisola do F. C. Porto (e chegou a ter também a camisola amarela nalgumas Voltas a Portugal e inclusive venceu a Volta do 9 de Julho de S. Paulo, no Brasil), mais Joaquim Costa, natural da Refontoura e residente em Varziela-Felgueiras (Joaquim Luís Costa, que entre 1960 a 1962 correu pelo Académico do Porto, ostentando a camisola branca do clube do Lima, ao serviço do qual alinhou nas Voltas a Portugal de 1961 e 62,  até ter ido para a guerra do Ultramar). Estranhamente não nos era familiar o facto de haver aqueloutro ciclista que seguira as pisadas de seus antecessores conterrâneos, o Albino Mendes. Nome que ouvimos falar em 1964, no acompanhamento dessa Volta, por sinal seguida com muita atenção pelo autor destas linhas perante o bom desempenho aí verificado na evolução de alguns de nossos ídolos dos pedais, vencida que foi tal prova-rainha portuguesa pelo F. C. Porto (individualmente pelo ciclista azul e branco Joaquim Leão e coletivamente pela equipa do F. C. Porto, também), desconhecendo, porém, a particularidade de Albino Mendes ser oriundo destas paragens da terra do pão de ló. Em mais uma das curiosidades usuais de Felgueiras, que nunca, antes como sempre, costuma dar grande relevo aos seus filhos que mais se vão salientando da normalidade. Nem nunca lemos esse nome, aliás, com lembrete de ser felgueirense, em qualquer publicação oficial. Havendo o mesmo, por fim, falecido ainda na flor da idade, deixando fisicamente este mundo muito cedo.


= Lista dos Concorrentes da Volta a Portugal em bicicleta de 1964, em que participou Albino Mendes, pelo Académico (como se pode ver, por este recorte do site “Memórias da Volta”). Verificando-se que o felgueirense está entre os ciclistas que não concluíram essa Volta, sendo um dos eliminados da prova (chegado fora de tempo de controle numa das etapas da corrida). Aliás, foram muitos os que estiveram nessas condições, havendo partido do Porto 101 ciclistas e desses apenas terminaram em Lisboa 60, à média de 39,404 km / h. =


Recordamo-nos que, na época (sendo ainda criança, como pequeno adepto, à distância), confundíamos dois nomes, dos que andavam no pelotão dos corredores que passavam pelas estradas e eram nomeados nos jornais e na tv, por os não conhecer pessoalmente mas deles ouvirmos referências: tais eram os casos de Albino Alves, um ciclista que então alinhava no F. C. Porto (e ombreou nalgumas provas ao lado de consagrados colegas do esquadrão das Antas, como Mário Silva, Joaquim Leão, Sousa Cardoso e demais) e o Albino Mendes, do Académico do Porto...

Veio-nos há pouco tempo, efetivamente, a oportunidade de tomarmos melhor conhecimento disso, do facto ora em equação, no presente. Através de informação do amigo sr. Joaquim Luís Costa, enquanto homem ligado ao desporto das bicicletas, que nos referiu, quanto a Albino Mendes, o Albino de Airães: - «Como ciclista amador era um ciclista valente; ganhou algumas corridas, depois como ciclista na categoria de independentes não teve tempo para se mostrar uma vez que o clube (Académico) acabou com o ciclismo em 1965,e penso que o serviço militar fez o resto…»

   
 = Equipa de ciclismo do Académico na Volta a Portugal de 1964. O terceiro ciclista da esquerda é o Felgueirense ALBINO MENDES - o Albino de Airães, que nos deixou ainda muito novo.=  

Atenta a realidade de haver tradições ciclistas em Felgueiras, como se vê, e na atualidade até existir diversas equipas de cicloturismo, modalidade de lazer e manutenção parente do ciclismo de competição, com praticantes na região através dum grupo cicloturista felgueirense sediado na Longra e coincidentemente um outro em Airães, acresce maior interesse na curiosidade de tais existências históricas, dignas de menção.

Armando Pinto 

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Obs.: Caso haja quem possua imagens fotográficas e dados biográfico-curriculares deste ciclista felgueirense, em apreço, podem essas informações serem enviadas para a caixa de comentários deste blogue, no local abaixo deste artigo, ou para o endereço do nosso e-mail pessoal, de modo a complementar o respetivo conhecimento informativo. 

Tendo o autor em mãos diversos trabalhos histórico-literarios sobre Felgueiras e Felgueirenses, com ideia de publicação em livro - isto é quando houver possibilidades de poder haver ajudas oficiais ou patrocínios, obviamente, que tornem realidade tal desiderato – pedimos colaboração, por este meio, a quem eventualmente possa ter mais fotografias e informações sobre este felgueirense, a fim de podermos completar a parte que toca sobre o tratamento memorial relativo ao mesmo, no caso, em epígrafe. 

A. P.


A propósito: Confira-se artigos anteriormente dedicados aos outros dois ciclistas referidos (clicando sobre os links)
e