O Papa Francisco era alguém que nos habituamos a simpatizar
e admirar. Tal como, ainda com poucos anos de vida, me habituara a gostar do Bom
Papa João XXlll (Ângelo José Roncali, como diziam na televisão, mas em sua língua
italiana Angelo Giuseppe Roncalli). E, ainda com poucos anos, como agora me
lembro, foi com surpresa que eu soube da sua morte e com vivo interesse que pude
ver as cerimónias fúnebres pelas imagens da televisão, ainda a preto e branco,
na televisão, como se dizia, mas melhor dizendo no televisor da Casa do Povo da
Longra, e também na casa do senhor Américo Pereira, da Longra, mais
precisamente em sua casa do antigo caminho do lugar das Côrtes Novas (agora rua
e com nome alterado, por capricho de alguém, mudado para Corte Nova, como se por
ali mais recentemente fosse feudo de alguém…).
Depois lembro-me do Paulo Vl ter sido o primeiro a visitar a
Terra Santa, como vi bem também por imagens televisivas. E sobretudo por ter
sido o primeiro a vir a Fátima, quando veio pelo cinquentenário das Aparições
da Cova da Iria. Seguindo-se, após curto Papado de João Paulo l, mais o João
Paulo ll que veio duas vezes a Fátima durante seu longo Papado, além de também ter passado por algumas
cidades portuguesas em visitas oficiais. Tendo depois havido novas vindas a
Fátima pelos sucessores Bento XVl e Francisco.
Com Sua Santidade o Papa Francisco foram já seis os Papas de
meu tempo de vida: João XXlll, Paulo Vl, João Paulo l, João Paulo ll, Bento XVl
e Francisco.
O Papa Francisco, além de tudo o que fez e transformou, ficou
ligado a um momento especial: Estava-se no tempo da pandemia do Covid 19. De recolhimento
e confinamento social. E então, certa noite, em março de 2020, no escuro do tempo, em ambiente
triste, caindo até uma chuva miudinha, viu-se pelas imagens da televisão o Papa
Francisco a caminhar sozinho para o altar exterior da Praça da Basílica de São
Pedro, no Vaticano. E por fim sozinho, a rezar por todos.
Armando Pinto
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