sábado, 2 de novembro de 2024

Lembrança da biblioteca itinerante da Gulbenkian que parava na Longra…

 

Pelos idos anos da década de 60 e ainda durante algum tempo dos anos 70, foi deveras apreciada a vinda da camioneta dos livros, como chamávamos à carrinha do Serviço de Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Contendo muitos e bons livros em estantes no interior das carrinhas. Cujo serviço havia sido criado em 1958, como biblioteca-circulante, através de diversos veículos preparados para o efeito e espalhados pelo país, na ideia de promover e desenvolver o gosto pela leitura e elevar o nível cultural dos cidadãos, possibilitando a todos os interessados livre acesso às estantes, empréstimo para leitura domiciliária e gratuitidade do serviço.

Não será necessário explicar ou recordar em pormenor o caso, por ainda estar certamente na memória de toda a gente desses tempos.

Não havendo fotografia desse tempo alusiva ao tema, para ilustração, junta-se uma imagem duma dessas carrinhas, conforme consta de algumas publicações.

Ora um desses veículos, que percorria a região aqui de Felgueiras e terras de concelhos circunvizinhos, passava e parava então na Longra. Primeiro junto à Casa do Povo e depois entre a casa do senhor Castro Africano e a Farmácia Abreu (hoje entre a casa da família do sr. Luís Sousa e a fabrica IMO). Tendo ficado na lembrança essa utilidade e derivadas recordações, desde o condutor, um senhor novo, e o bibliotecário, um senhor idoso, até à praxe de requisitar os livros com a apresentação dum cartão próprio, etc.

Pois disso mesmo ainda tenho o meu cartão. Não o primeiro, que tive ainda no tempo da escola primária, pelo menos aí desde 1961,sensivelmente, quando comecei a aprender a ler, e ia lá buscar livros de bonequinhos, para ver e ir lendo. E depois quando comecei a ler livros de histórias infantis, mais livros sem imagens, posteriormente. Ou seja no tempo da escola primária e depois. Até que mais tarde, quando vinha de férias, estando ausente da terra por via dos estudos, mas regressava para passar temporadas, voltei a ir buscar livros à mesma carrinha, quando parava por cá, sendo desse tempo o meu segundo cartão, passado quando tinha 15 anos. Este aqui partilhado em imagem, estando ainda guardado como recordação pessoal.


Armando Pinto

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