domingo, 27 de março de 2022

No Dia Mundial do Teatro – Lembrança do já saudoso mais recente Grupo de Teatro da Casa do Povo da Longra

 

O Dia Mundial do Teatro celebra-se anualmente a 27 de março.

Na oportunidade, apenas como lembrança, recorda-se que a Longra foi já um centro cultural de grande tradição teatral. Como ficou devidamente registado na monografia historiadora do livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, publicado em 1997, e mais tarde no livro sobre o mais recente grupo de Teatro da Casa do Povo da Longra – “Grupo de Teatro da Casa do Povo da Longra - sete anos na Arte de Talma Associativa”. Por ocasião do seu 7º aniversário, em 2003. Quando o Grupo existiu, ainda durante a presidência (na mesma instituição) do autor do mesmo livro e destas lembranças.


= Capa e contra-capa do livro comemorativo do 7.º aniversário do  (até agora) último Grupo de Teatro da Casa do Povo da Longra. 

Armando Pinto

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sexta-feira, 25 de março de 2022

Artigo no Semanário de Felgueiras – de apreciação ao livro ARTE E SAGRADO (na escultura de Ilídio Fontes) de José Melo

Edição de 25 de março de 2022 – página de Diversos e coluna de Opinião, do S. F.


Artigo da normal colaboração pessoal ao jornal concelhio Semanário de Felgueiras, que antes havia já sido publicado na edição on line do site do mesmo e desta vez teve publicação na edição de papel, na página 2:

ARTE E SAGRADO (na escultura de Ilídio Fontes) – Livro de José Melo

A vida é feita de diversificadas sensações, condimentada ou insossa mediante as vivências relativas. Tendo bom sentido quando e enquanto dá gosto. Como quem chega a avô sabe que ter netos é ter afetos, sentindo redobradamente o que é gostar desses rebentos que dão ser e continuidade à vida; bem como quem tem filhos, plantou árvores e escreveu algum livro sente algo especial por andar no mundo. Também assim, embora em escala diferente, mas sensível, ressoa nos nossos sentidos o dom da vida de algum livro que surge como segmento de alguém com que nos identificamos. Como é o caso agora com “ARTE E SAGRADO”, de José Melo, sobre "O Sagrado na escultura de Ilídio Fontes". Obra literária saída de pessoa de boa relação, sendo livro cativante, quão logo se lê com interesse ao primeiro olhar e de seguida se lhe toma apetite. Como aqui o autor destes apontamentos teve ocasião de se inteirar, ao ter em mãos esse volume de qualidade gráfica a condizer.

Ora o autor dessa obra, o Dr. José Melo, é um conterrâneo felgueirense, de fácil amizade e admiração pessoalmente granjeada à sombra das letras dedicadas a temas comuns, nomeadamente pela nossa ligação à memória do felgueirense Padre Luís Rodrigues. Com suas raízes naturais e afetivas brotadas por Penacova e Lagares, mas naturalmente alastradas por todo o concelho felgueirense também natal do Padre Luís da Lapa e aqui deste seu amigo destas regrazinhas de apreciação. Sendo ele, José Joaquim Leite de Melo, até ainda há pouco tempo professor de Filosofia, e sempre continuando filósofo de missão pela vida adiante.

Aposentado da Escola Artística de Soares dos Reis, do Porto, José Melo lecionou aí consecutivamente durante cerca de 30 anos, tendo anteriormente exercido essa função docente na Escola Secundária de Gondomar. Enquanto já anteriormente, tendo sido colega do Professor Ilídio Fontes, até à aposentação deste, foi por ele desafiado para escrever sobre a sua Arte Sacra.

Para uma melhor análise, seguimos o que o próprio autor anotou: «A ideia central que orientou a temática do livro foi a de realçar a identidade da Escultura, e em particular a de carácter religioso, mas também reforçar uma tese fundamental que nada possui de extraordinário, mas é, com muita frequência, secundarizada. No contexto de uma grande efervescência criativa da Arquitectura religiosa (veja-se apenas o exemplo da Basílica da Santíssima Trindade em Fátima, a Igreja de Santa Maria do Marco de Canaveses, A Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Lagares, Felgueiras, ou a cripta da Igreja de Rio Tinto), pareceu muito paradoxal e estranho que a Estatuária e as Imagens religiosas se mantivessem numa linguagem plástica, estético-artística, demasiado academistas ou “clássicas”, como se os verdadeiros criadores de imagens devessem ser “apenas e só” os chamados Santeiros, sem menosprezo pela qualidade de muitos. Foi esta temática que orientou a elaboração do texto, cujo contexto pictórico e gráfico é da exclusiva competência de Mestre Ilídio Fontes que quis, de modo singular, exprimir a dimensão pedagógica da sua obra, incluindo no livro esquissos, desenhos, ensaios, por forma a realçar o trabalho de elaboração mental (e manual obviamente), da actividade de um artista que continua, aos 83 anos, a executar diariamente, no seu ateliê, aquilo que acabou por ser a sua vocação. »

O livro teve entretanto já apresentação pública na Maia e no Porto. Havendo-se intrometido de permeio as restrições e cautelas da pandemia Covid, está ainda em mente também tal ocorrer proximamente em Felgueiras.

Como se sabe, mas nunca é demais confirmar, com mais isto, ainda Felgueiras tem gente de grande estaleca cultural, quão vai dando letras ao mundo da escrita, em apreço às artes.


ARMANDO PINTO

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quinta-feira, 24 de março de 2022

Recordando: Quando a equipa de ciclismo W52 Quintanilha-Felgueiras teve vitórias memoráveis sobre a meta !

No princípio da década dos anos 90, quando existiu a equipa de ciclismo W52 Quintanilha-Felgueiras, entre diversos resultados algo salientes, houve também algumas vitórias em etapas. Como se pode recordar, ao acaso, por esta imagem de jornal da ocasião. Conforme em 1992 ocorreu no final da etapa de São João da Madeira, da Volta a Terras de Santa Maria da Feira, em que foi 1° Fernando Valente e 2° Paulo Pinto, com a camisola amarelo-púrpura felgueirense, ambos a fazerem assim a chamada “dobradinha” (de 2 primeiros classificados) para a W52 Quintanilha-Felgueiras. Um dos momentos assim possíveis de recordar, como memória de interesse dessa existência  duma das anteriores equipas de ciclismo de Felgueiras, como houve os casos da Zala e depois da W52 Quintanilha-Felgueiras. Honras do passado, como agora Felgueiras é honrada como contemplada em ter a sede social da equipa atual W52-FC Porto.  

Armando Pinto

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terça-feira, 22 de março de 2022

Imagem antiga da Casa do Pão de Ló de Margaride-Felgueiras no Porto - anos 20, séc. XX

Uma imagem interessante e histórica: - Aspeto antigo da baixa da cidade do Porto, em parte da Rua 31 de Janeiro, na ocasião de passagem de um grupo de motociclistas a descer essa rua, vendo-se o estabelecimento do Pão de Ló de Margaride, então existente no Porto, em plena década dos anos 1920.

O Pão de Ló de Margaride original, sendo como se sabe de Felgueiras, onde foi criada a Casa de Leonor Rosa da Silva desde o século XIX, teve entretanto outras filiais, entre as quais esta casa do Porto, como "depósito" representante da empresa felgueirense na capital do Norte e sede do distrito portuense.


= Imagem, com a devida vénia, do blogue "Porto Antigo" =

Armando Pinto.

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domingo, 20 de março de 2022

Relembrando: Foral do Unhão

 

A 20 de março de 1515 D. Manuel I outorgou foral ao Unhão, mais propriamente à Honra do Unhão. Este documento abrangia igualmente as honras de Meinedo (Lousada) e de Cepães (Fafe) divisões que pertenciam igualmente ao Conde de Unhão.

No recenseamento de 1527 referem-se expressamente as seguintes freguesias: S. João de Macieira, S. Tiago de Rande, Santa Cristina de Nogueira, S. Cristovão de Lordelo, S. Salvador de Unhão, S. Mamede de Alentem, Santa Maria de Vilar do Torno, Santa Marinha da Pedreira, S. Pedro Fins do Torno, S. João de Sernande, S. Miguel de Varziela, S. Mamede e Vila Verde, S. Miguel de Lousada.


Passou em 2015 a data comemorativa de 500 anos desde que no tempo do rei D. Manuel I foi dado Foral ao antigo concelho do Unhão. Cuja evocação teve lugar  na sede da Misericórdia do Unhão (antigo Paço dos Condes) e na igreja paroquial de São Salvador de Unhão, à área atual da União de Freguesias de Unhão e Lordelo, através de programa organizado pela Câmara Municipal de Felgueiras 

Associando a recordação desse acontecimento, escrevemos na ocasião um pequeno texto alusivo, dentro da habitual colaboração publicista colocada normalmente ao dispor do interesse geral, através de crónica tendente a motivar a mística felgueirense. Que apraz novamente relembrar, desse artigo chegado ao público pelo Semanário de Felgueiras.


Assim sendo, dessa vez, no SF, a tónica regular desenrolava-se no àmbito da mesma ocorrência, conforme o artigo publicado:


Gado de Vento e o meu Avô da Quinta…

Está na ordem do dia a comemoração da outorga do Foral Manuelino ao antigo concelho de Unhão, cuja carta régia foi passada por D. Manuel I, o rei venturoso português, está a fazer agora quinhentos anos.

Sendo que sobre isso muito está escrito e, por certo, nesta ocasião, muito será referido do que tem sido redigido, ao longo dos tempos, afloramos acrescento de algo relacionado ao tema, por quanto esse facto histórico nos toca, nos trilhos da história calcorreada por nossos antepassados. Na sequência do que publicamos no livro “Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras”, editado em 1997, no qual desenrolamos um capítulo sobre a Honra, Julgado e posterior Concelho do Unhão, entre os antigos Alfozes da organização regional. Tendo aí sido estudado, e pela primeira vez publicado, um princípio de apreciação pública sobre o referido documento. Estudo esse que, mais tarde, serviu de achega contributiva à monografia de Cepães, por exemplo, conforme pudemos ajudar o seu autor, entre diversos casos. Sabendo-se que o Foral do Unhão contemplava outros parâmetros, como terras jurisdicionais de antigas circunscrições de Cepães, de Fafe, Meinedo, de Lousada, etc.


Ora no Foral do Unhão, entre a matéria medieval ali contida, há uma expressão deveras interessante. A nomeação de um tal “gado de vento”, do que havia pela região. Tanto quanto sabemos, dava-se este nome nalguns forais, e mais papéis antigos, ao gado de toda a espécie que era encontrado sem dono. Tratando-se de uma expressão muito antiga, quase sempre usada nos documentos do género, com o sentido coletivo, para designar alguns animais extraviados, isto é, de que não se conhecia dono, mais precisamente que andava a monte, bravio. Esta expressão já aparecia no Código Visigótico. Chegando a ser referenciada nalgumas Ordenações do Reino. Contudo, também por quanto pudemos saber, localmente esta denominação era dirigida aos enxames de abelhas, sabendo-se que, em caso de abespinhamento, uma comunidade dessas podia sair de uma colmeia e acabar por pousar em local indeterminado. Havendo inclusive regras de honra quanto a essa realidade, respeitando o poiso escolhido por um enxame que mudasse de sítio, passando a ser de quem o conseguisse atrair a um cortiço seu… Sendo, como era, a região deveras atrita à lavra das abelhas, como mais tarde ficou nas armas heráldicas felgueirenses, na identificação concelhia que vingou.

De tenra idade ouvi essas dicas de meu avô materno, um expert famoso na região, em seus tempos, de tudo o que respeitava à criação de abelhas e derivado mel. O meu avô da Quinta, como era mais conhecido o avozinho António, tal o seu nome de baptismo, António da Costa conforme o registo lavrado na repartição de Felgueiras. Um senhor de respeito nos idílicos tempos da monarquia, oriundo de família respeitada, como filho de fora de uma família fidalga da zona, precisamente do Unhão, com um rosário de tradições, que se fez à vida e era uma espécie de feitor na Casa da Quinta, de Rande. Proprietário, com uma moradia na Longra comprada através duma tença recebida de seu pai, e sobretudo pessoa culta, que guardava muita literatura de seus tempos, de cujo rol um neto ainda conseguiu salvar alguns romances de cordel, desse tempo, como a história do Zé do Telhado em verso… e outro neto herdou o gosto pela apicultura.


= O meu "Avô da Quinta", em pose normal numa idade mais jovem e depois junto às suas colmeias, num dos quintais da Casa da Quinta =

Pois o Avô da Quinta falava muito sobre esse tal gado de vento. Ele que nos quintais da Casa da Quinta muito mel tirou de suas abelhas. Curiosamente nessa mesma Casa da Quinta onde era o remanso dum grande benfeitor da Misericórdia do Unhão, o senhor Luís Teixeira, recordado perenamente numa lápide da frontaria e num quadro do mesmo solar condal e conventual do Unhão. Enquanto ele, o meu avô materno, estava horas à beira das suas abelhas, sabendo de tudo o que elas precisavam e faziam, como convivendo com sua existência ao vento, a dar às asas da vida a leveza de seu voo existencial.



= O acima referido senhor Luís de Sousa Teixeira em quadro constante da galeria dos beneméritos da Misericórdia do Unhão - em panorâmica de quadros reportados ao então Capitão João Sarmento Pimentel, à época autor de importante verba estatal atribuída oficialmente à instituição (sendo ele nesse tempo chefe de gabinete dum ministério governamental); seguindo-se quadro do mesário e provedor Luís Teixeira, homenageado também com uma lâpide na frontaria da casa; mais D. Carolina Mendonça, que tomou a seu cargo a edificação da capela privativa do hospital e convento; e ainda o Dr. António Barbosa Mendonça, Conselheiro de Rande, que custeou as obras de remodelação do edifício da Misericóridia, sob projeto de seu amigo sr. Luís Gonçalves... (conforme registamos no livro "Luís Gonçalves: Emanuense-Engenheiro da Casa das Torres"). =

ARMANDO PINTO


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sábado, 19 de março de 2022

Dia do Pai - Dia especial de evocar meu Pai !


19 de março, anualmente dia dedicado aos pais, é Dia do Pai. Sendo mais um dia para recordar o meu pai. Pois, como meu eterno herói,... não há pai como o meu pai, para mim !

  

Ora hoje é Dia do Pai. Tradicionalmente evento comemorado no dia 19 de Março entre nós, em Portugal. Celebrando-se no dia de São José, santo popular da Igreja católica e pai de Jesus na terra, como esposo de Maria, mãe de Jesus Cristo. Cuja elebração nesta data é comum a diversos países, variando contudo de uns para outros. 

Sendo o autor destas linhas também já pai e avô… não esqueço meu pai. Recordando, a propósito, aqui e agora, sua fisionomia em diversas fases da vida, desde jovem até uma época em que nossa vida não chegara ainda ao tempo dos pensamentos profundos e tudo parecia ir durar sempre. Tal a ideia das ilustrações expostas, em cuja rememoração subjacente dedicamos agora as faces dum género de cartão alusivo, com que ilustramos esta especial missiva.

  

Importa então, para o caso, em dia de S. José e do Pai, que esta data é dedicada a homenagear os pais, pois, como diz o povo, falando em nome de todos e de cada um: não há pai pró meu pai…! Pai só há um. E o meu, desaparecido fisicamente desde 2006, continua sempre presente. Como quando viveu, nos seus quase noventa anos de vida, é sempre o meu herói. 

   
Numa singela mas sentida homenagem a meu pai, lembrando como ele gostava de ver as fotografias antigas e documentos que eu conseguia descobrir e divisar, aqui arranjo maneira de mais uma vez mostrar uma - acima - como recordação. Esta do local da “fábrica nova”, a Metalúrgica, na Arrancada da Longra (sabendo-se que a "velha" era a inicial, respetiva, do largo da Longra), onde ele inventou e construiu a sirene que era ouvida a grandes distâncias; e, sendo coisa rara à época e mais com aquela potência, sempre foi tida como referência da Metalúrgica da Longra… numa das suas facetas que lhe valeram, a Joaquim Pinto, meu pai, o Prémio da Associação Industrial Portuense, de 1959 (e que recebeu depois no Porto em 1960). 

Enquanto isto ainda permanece na retina, por fim, votamos ao além uma deposição dum texto, qual ramo florido lançado aos ares da saudade, através do qual relembramos algo que em nossa meninice nos sensibilizou na leitura do livro de ensino primário. Sempre com nosso pai no sentido… Como ele sabia e continuará a saber, nos insondáveis mistérios da eternidade!

  
  

~~~ ***** ~~~
Na viagem da vida, chegados a lugares e horas comuns de convivências posteriores, ou mais recentes à vista da retina da recordação, trocando palavras pelo silêncio da memória, alimenta-se o afeto com imagens de uma das vezes em que demos largas a temas de nosso comum interesse, do que também nos dizia a vida.


Armando Pinto 

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sexta-feira, 18 de março de 2022

Dia de lembrar Manuel de Faria e Sousa – a propósito da data de seu nascimento

A 18 de março de 1590 nasceu Manuel de Faria e Sousa, nascido em território do atual concelho de Felgueiras, mais propriamente em Pombeiro, que em tempos idos teve estatuto de Couto, desde o tempo de D. Teresa, mãe do rei fundador da Nação Portuguesa.

Esse então fidalgo D. Manuel Faria e Sousa foi ao tempo de sua existência um ilustre historiador e poeta português, falecido em 1649. Havendo durante muito tempo sido considerado em menor apreço, com respeito atinente aos valores da Pátria, por ter sido afeto ao “estrangeiro” reinado Filipino, em cuja Corte espanhola viveu, durante a perda da independência de Portugal.

Entretanto, era tido como um dos homens mais eruditos de seu século, gozando de alta reputação literária em seu tempo. Sendo grande autoridade e conhecedor profundo de Camões. Apesar de escrever quase tudo em castelhano, escreveu parte de sua obra em relação a temas de Portugal. Isso porque durante a maior parte de sua vida o território de Portugal fez parte do Reino de Espanha, e a língua do castelhano estava muito mais estendida na Europa do que a portuguesa. Em ideia de assim dar a conhecer as façanhas dos portugueses, e inclusive o grande trabalho de “seu poeta Camões”, entendendo que era a melhor solução. Suas obras, junto como sua própria poesia, gira quase em torno dos descobrimentos portugueses e da figura de Camões. A ele se deve o primeiro estudo que descreve a vida e obra do poeta d’ “Os Lusíadas”.

Foi já em finais do século XX dado seu nome à Escola Preparatória de Felgueiras. E extensivamente, a rua em que está instalada a mesma recebeu mais tarde também seu nome.

Evocando sua figura e em alusão ao tema, recorda-se algo mais sobre o mesmo, através de literatura distribuída precisamente pela referida Escola Preparatória (vulgarmente conhecida por “Ciclo”) de Felgueiras, do tempo em que os filhos do autor foram alunos desse estabelecimento de ensino felgueirense. Reportando à época da comemoração do 4º centenário de seu nascimento, em 1992.


Armando Pinto

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domingo, 13 de março de 2022

Espreitando memórias locais: Uma célebre comemoração do Dia da Mulher na Longra

 

Como por este fim de semana de meio de março têm lugar algumas comemorações relacionadas com o Dia da Mulher, aproveitando mais tempo para folias em virtude do próprio dia ter sido durante a semana, como se sabe, vem a propósito recordar uma das ocasiões que ficaram nas lembranças da memória local. Como foi um célebre Jantar das Mulheres na Longra, em março de 2005, que meteu várias centenas de aderentes, da região da Longra e mesmo de diversas mais freguesias do concelho de Felgueiras e de concelhos vizinhos. Festa feminina essa que como tal teve até lugar de notícia num dos jornais de Felgueiras, no caso o Semanário de Felgueiras, pela repercussão havida. Do qual, como e apenas enquanto espreitadela à história, se relembra o facto através de recorte da mesma nota noticiosa.

Armando Pinto

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sexta-feira, 11 de março de 2022

Retalhos memorandos de outros tempos: Um antigo pároco de Airães-Felgueiras (P.e Crispim Gomes Leite) que chegou a Presidente da Câmara de Gondomar

Entre curiosidades de memórias paroquiais (além das famosas de 1758, do inquérito eclesiástico seguinte ao terramoto de 1755), e mesmo outras que constam de livros de Visitas e mais testemunhos de tempos idos, ainda existentes em arquivos das paróquias ou concelhios, também já do século XX há algumas curiosas, dignas de serem avivadas. Como, por exemplo, quando se pode saber de sacerdotes que passaram cá pelo território concelhio de Felgueiras e depois desempenharam cargos de alguma relevância noutros locais, de permeio com suas funções noutras terras para onde foram em função de seu ministério eclesial, acumulando missão de cidadania também. Tal o caso de um antigo pároco de Airães: o Padre Crispim Gomes Leite.

Natural de Mosteirô (Feira), onde nasceu em 20 de março de 1889, Crispim Gomes Leite foi ordenado presbítero em 1911. Tendo depois em seus primeiros exercícios de paroquialidade, nos inícios do século XX, passado por Fornos (Feira), Bonfim (Porto), Airães (Felgueiras) e Espinho, até ter chegado a S. Cosme-Gondomar. Seguindo-se regresso à Feira e novas experiências pastorais, nas Antas (Porto), Ovar, Sé e Recolhimento de Nossa Senhora das Dores e de S. José do Postigo do Sol, no Porto. Até que, por fim, 17 anos depois retornou a Gondomar, em 1955. Com a curiosidade de nos dois períodos em que esteve fixado no concelho do Monte Crasto foi por três vezes Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, em mandatos de 1931-1932, 1934-1937 e 1959-1965. Tornando-se figura popular, bem como ativo político desse tempo, tendo falecido, aos 76 anos, a 27 de outubro de 1965, enquanto exercia funções de presidente.

Armando Pinto

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quinta-feira, 10 de março de 2022

Temas de outrora e de vez em quando: “O Livro do Doutor Assis” – sobre o antigo Conde de Felgueiras

 

Alberto Costa (Alberto António da Silva Costa), mais conhecido por Pad’Zé, era um estudante da universidade de Coimbra, pelos idos finais do século XIX, a entrar pelo século XX dentro. Jovem Beirão bem vivido, como se diz, amante da vida boémia, à maneira desse tempo entre moços académicos. E que ia escrevendo umas coisas. Até que, entre suas publicações, escreveu um livro… “O Livro do Doutor Assis” que o celebrizou. Livro esse em que «o protagonista da obra é o “original catedrático” António de Assis Teixeira de Magalhães, ao tempo regente das cadeiras de Direito Civil, Direito Eclesiástico e Finanças…” » que ele caricaturou, em sua maneira crítica de estudante perante um Lente… a criticar o ensino desse tempo, através de ironia, em «charadas atribuídas ao mestre de Direito, um símbolo do magister dixit …»

Pois o Doutor Assis era o Conde de Felgueiras, cuja honraria essa lhe foi atribuída entretanto por título nobiliárquico criado pelo Rei D. Carlos I de Portugal, por Decreto de 3 de Agosto de 1907, em favor do mesmo António de Assis Teixeira de Magalhães, natural de Margaride-Felgueiras. Que, além de sua residência em Coimbra, teve casa na mesma então vila de Felgueiras, num solar que desapareceu ainda há poucos anos.

Ora tal livro, que teve muitas edições ao longo dos anos, é um dos livros que integra também a coleção de livros contendo temas relacionados com Felgueiras, enquanto um exemplar da sua 4ª edição, de 1906, é um dos livros da biblioteca particular do autor destas anotações. Sendo também um livro de interesse felgueirense.

***

Ah, além da mansão familiar, de permeio o 1º Conde de Felgueiras, Dr. Assis Teixeira, também passou a ter um mausoléu de família no cemitério local. A propósito do qual o narrador Alberto Costa, o tal Pad’Zé, também escreveu. Como se pode ler numa das suas “tiradas” (que se transcreve, respeitando a grafia da época):

«O Doutor Assis mandou construir em Felgueiras um jazigo de família; e nas primeiras férias, aproveitou o ensejo de ir com os seus verificar a perfeição da obra.

Examinada esta, o Mestre declarou-se cabalmente satisfeito com a execução aprimorada do canteiro; e logo, voltando-se para a família e batendo com a mão na parede da capella, observou, com um orgulho de proprietário:

 – Pois é verdade, meninos. É aqui que havemos de vir parar – se Deus nos dér vida e saúde!»

~~~ *** ~~~


Professor Dr. António de Assis Teixeira de Magalhães, Conde de Felgueiras

Data de nascimento:
Local de nascimento:Felgueiras, Margaride (Santa Eulália), Portugal
Falecimento:19 Abril 1914 (63)
Coimbra, Portugal

Armando Pinto

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terça-feira, 8 de março de 2022

Em Dia da Mulher - Homenagem às Mulheres de Felgueiras !

 

Estando em dia, neste 8 de março, o dia dedicado às mulheres, e como noutras oportunidades já neste espaço de memória felgueirense foram referenciadas algumas mulheres que ao longo dos tempos se distinguiram de diversos modos, desta vez calha bem recordar o caso de quando as mulheres também começaram a ir à bola, como por cá se dizia de ir ao futebol, publicamente. 

Ora, nesta era em que o atual Futebol Clube Felgueiras 1932, clube mais representativo do concelho de Felgueiras, está na Liga 3 Nacional e a disputar atualmente um lugar de acesso ao Campeonato Nacional da Liga 2, estando então em Seniores numa boa posição, calha desta vez fazer uma rememoração por tempos da anterior existência do histórico Futebol Clube de Felgueiras, num tempo em que as mulheres não iam ainda muito ao futebol e então marcaram presença, a causar sensação boa na ocasião da subida de Divisão da 2ª à 1ª Distrital, no culminar da época de 1965/1966.

Vem agora isso mesmo a propósito, de tal curiosidade com a atualidade. Sendo de evocar que por esses tempos dos românticos anos sessenta e inclusive até sensivelmente ao 25 de Abril, de 1974, não era habitual as mulheres em Felgueiras irem ao café, melhor dizendo a locais públicos como aos cafés, e extensivamente, com raras exceções, também ao campo de futebol.

Ora, isto de se ser estudioso de história local tem destas coisas… Então não é que, há tempos, ao folhear um jornal antigo da imprensa regional felgueirense, procurando mais documentos jornalísticos, me deparei com uma imagem que despertou a atenção, fazendo recordar algo que lembro ainda de tempos de adolescência (exprimindo na primeira pessoa), e agora seduz pela ternura da inerente amplitude?! Pois é, tal o caso duma captação ao tempo feita por um jornal desportivo nacional, aquando da segunda subida de divisão e extensiva conquista do título distrital da Associação de Futebol do Porto, pelo Futebol Clube de Felgueiras, a meio da década de sessenta. Tendo então saído essa foto no jornal portuense “O Norte Desportivo” (que tinha tiragem ao domingo à noite e à quinta feira, indo para o prelo ao fim da tarde dos domingos para noticiar os resultados do fim de semana e depois a meio de cada semana, apenas), e, por isso (como vinha sempre na camioneta duma empresa de camionagem felgueirense, com garagem no Porto também; e era vendido num dos cafés centrais de Felgueiras), na distribuição à noite do domingo em que o Felgueiras voltara a subir de divisão, ao tempo de Caiçara e Cª, ainda apanhou a festa que andava pela rua na vila de Felgueiras dessa era. Fotografia essa que, dias depois, o jornal Notícias de Felgueiras reproduziu na sua edição semanal respetiva. Completando ramalhete com um dito de que nem as mulheres ficaram em casa… o que diz tudo.

Assim sendo, eis aqui  o recorte da 1ª página do Notícias de Felgueiras dessa época. Que se recorda, homenageando as Mulheres de Felgueiras, de sempre.


Armando Pinto

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segunda-feira, 7 de março de 2022

Felgueirense Virgílio Ferreira: Medalha de Ouro no Campeonato Regional de Boccia Zona Norte Bc3

Este Domingo, dia 6 de março, o felgueirense Virgílio Ferreira, atleta da Secção de Desporto Adaptado do Futebol Clube do Porto, na modalidade de Boccia, sagrou-se Campeão Regional da sua especialidade desportiva, tendo alcançado a Medalha de Ouro no Campeonato Regional de Boccia Zona Norte Bc3.

Então, após dois anos de dedicação a este desporto, viu recompensado seu esforço. Como o próprio afirma na sua página de facebook: «Durante dois extensos anos foram muitas as horas dedicadas a esta paixão. Hoje foi dia de recompensa.»

Virgílio Ferreira, além do bom gosto de ser Portista, a demonstrar ótimo caráter telúrico, bem quão nos honra como conterrâneo concelhio, muito orgulha aqui o pessoal Ego Felgariano como cidadão e munícipe felgueirense. Sendo de acrescentar, como curiosidade, que o mesmo desportista Virgílio Ferreira é Vereador do atual Executivo da Câmara Municipal de Felgueiras, com os Pelouros de Cidadania Inclusiva, Acessibilidade e Provedoria e Defesa do Consumidor.

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Nesta prova do Regional Norte de Boccia, realizado no Alto Minho, mais precisamente em Barcelos, o FC Porto arrecadou 3 medalhas, sendo uma de ouro, uma de prata e outra de bronze, havendo participado com 5 atletas, dos quais 3 chegaram à disputa dos lugares de pódio. Com a medalha de ouro a ser conquistada por Virgílio Ferreira.

Para memória, fica o registo inserto na página informática oficial do FC Porto, em fcporto.pt:

«Este fim de semana, em Barcelos, marcou o regresso às competições regionais de Boccia em Portugal após uma paragem de praticamente 2 anos. A equipa do FC Porto da classe BC3 fez-se representar por 5 atletas juntamente com os seus operadores de calha.

Na 1.ª divisão, Tiago Tavares, acompanhado por Nuno Mesquita conseguiu um honroso 6.º lugar. Na 2.ª divisão, Rui Ribeiro e Alice Moreira, acompanhados por Hugo Ferreira e Ezequiel Moreira, ultrapassaram a fase de grupos, tendo marcado encontro no jogo pela luta entre o 3.º e 4.º lugar. Rui Ribeiro levou a medalha (de bronze) para casa. Na 3.ª divisão, participaram dois estreantes pelo FC Porto numa prova de nível regional. Virgílio Ferreira e Diogo Castro, acompanhados por Elisabete Ribeiro e Rui Castro, venceram todos os jogos da fase de grupos, bem como as meias-finais, encontrando-se por último no jogo de luta pelo lugar mais alto do pódio. Nesta final, Virgílio Ferreira levou a melhor sobre o companheiro de equipa.»

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Parabéns ao Campeão Portista e Felgueirense!

Armando Pinto

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domingo, 6 de março de 2022

Temas de outrora e de vez em quando: Felgueiras em “Norte Revista” de 1983…

 

Tal como hoje é algo raro já o conhecimento e posse da antiga revista “Terras de Portugal”, em que Felgueiras teve lugar com interessante reportagem em 1963, também assim acontece com outra publicação do género publicada vinte anos depois e na qual Felgueiras também teve direito a divulgação importante, como foi o caso da “Norte Revista”.

Com efeito, assim como ainda durante os românticos anos 60 houve aquela revista icónica da época, sobre “Terras de Portugal” conforme seu nome e alinhamento, entre publicações que marcaram esses tempos; volvidos anos em 1983 apareceu uma outra, a “Norte revista”, até de maior formato e mais cingida ao Norte do país, ainda a registar a evolução das terras nortenhas. Descrevendo genericamente os concelhos e também enfatizando as cabeças de concelho, mais as vilas de cada qual, como à época eram ainda os dois centros urbanos do território felgueirense. Sendo que assim e então, em 1983 Felgueiras teve a honra de fazer parte do seu 1º número, junto com a Maia (além de outros assuntos e temas diversos, sem relação aos dois concelhos visados), nessa mesma revista – conforme destaque na capa e desenvolvimento no interior, que aqui se relembra e reproduz.

Pois então Felgueiras teve lugar de destaque nessa revista, através de diversos motes. Ficando nessas páginas registada a situação local nessa era dos idílicos tempos da década de oitenta, do século XX – como se pode ver por captação fotográfica de algumas páginas dessa revista, integrante da coleção do autor destas lembranças.

Armando Pinto

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