segunda-feira, 13 de março de 2017

Crónica de atualidade no Semanário de Felgueiras


Em mais uma crónica já habitual no espaço regular de colaboração, desta vez é de atualidade local concelhia o artigo escrito no jornal Semanário de Felgueiras, versando tema da aproximação pré-eleitoral para os órgãos autárquicos felgueirenses e relacionados assuntos que preocupam os munícipes atentos e devem merecer atenção de quem de direito.


Para efeitos de registo, além de leitura à posteriori (a quem não chegou a ter ainda diante dos olhos a edição impressa do respetivo número de sexta-feira 10, do mesmo periódico felgueirense), juntamos imagem da coluna e o texto por extenso.

Cronónimo Felgueirense

Sente-se haver certo retrocesso no tempo, tal as alterações que se têm verificado no piorar das condições de vida da generalidade dos portugueses, para referir só o que se passa por estas bandas ocidentais, no calendário temporal. Qual recuo de repetição histórica nacional e regional, volvendo a épocas de menor desenvolvimento. Acrescido no fenómeno da diminuição do apreço por valores e enfraquecimento de outros valimentos, a pontos de estarem a desaparecer por decreto laços territoriais e afinidades telúricas. Levando quantas vezes a que qualquer pessoa normal retome seus pensamentos por outros tempos, de virtudes à medida de antigos brios e arrebatadas esperanças.

Ora, circunscrevendo o caso mais ao ponto regional interior de nosso rincão, e olhando pessoalmente para dentro, como qualquer um de nós que temos o mesmo denominador comum desta afinidade sentimental que é Felgueiras, já temos dado connosco a recuar no tempo, voando em pensamentos e percorrendo idealismos, até outrora, do que nos lembramos, pousando, qual passarinho da saudade, em eras recuadas. Vindo à ideia outros tempos dos bonecos da televisão, como chamávamos aos desenhos animados que já víamos no aparelho que havia na Casa do Povo da Longra pelos idos anos iniciais da década de sessenta, quando não abundavam ainda tais caixas mágicas televisivas em casas particulares e mesmo em muitos sítios, em pleno período romântico de que reza a história do século XX. Mas, então, sem dar muito apreço às tropelias de malandrecos figurões, não gostando assim tanto de ver um rato a gozar com um gato, embora valorizando à vista dos mais pequenos poderem vencer os fortes, contudo dentro de reta verdade e sem recurso a astúcias habilidosas.

Vem ao caso o que já se vai notando no ambiente pré-eleitoral para as próximas eleições autárquicas, em território felgueirense. Não tanto pelo ato em si, mas pelo que isso importa para os interesses felgueirenses. E dentro desse quadro, como há muito existe boa gente que pensa, apetece dizer que teoricamente devia haver eleições mais vezes, em menor espaço de tempo, para que o que realmente mais interessa viesse à praça pública mais frequentemente e assim algo pudesse acontecer. Passados que são os anos de cada mandato autárquico quase sem novidades, ou na indiferença costumeira, para na proximidade de cada final de ciclo voltar a ouvir e ler-se o nome de Felgueiras a propósito de tudo e virem acima das atenções todo e qualquer caso antes adormecido. Para não falar em obras que são feitas ou deixadas a meio na azáfama da época, quando quaisquer eleitores já conseguem fazer emperrar obras públicas, enquanto não terão depois voz na matéria. Mais o aumento de som que se verifica nas vozes contraditórias, por um lado, e nas apoiantes, por outro quadrante. Passando a haver temas de conversas e notícias mais veementes, com maior acutilância de atualidade.  

Eis assim o que por cá se vai deparando no horizonte, deixando no ar algumas interrogações e levando ao interesse por algumas eventuais certezas. Apesar de naturalmente passar a haver dúvidas que bastem, no porquê de questões apenas levantadas em ocasiões destas, e pendências que não são muito de entender, além dos motivos que estarão subjacentes, quer num lado, quer do outro.

Que Felgueiras-concelho ganhe com isso é que valerá acima disso tudo, desde que os interesses felgueirenses saiam mais à rua, não apenas em sátiras de corso de entrudo e testamentos carnavalescos uma vez por ano, mas na procura de proporcionar melhor ambiente público durante todo o tempo, de janeiro a janeiro no seguimento de cada ano, de noite e dia no semblante de convívio populacional. 

ARMANDO PINTO
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