sábado, 30 de setembro de 2017

Felgueiras na “baila” a propósito de Sérgio Conceição…


Sérgio Conceição, que em tempos pôs Felgueiras na baila da popularidade por suas fintas dançantes, nas arrancadas em direção à grande área dos clubes adversários, quando jogou pelo histórico Futebol Clube de Felgueiras, uma época em que esteve emprestado pelo FC Porto ao clube duriense, do interior do Douro Litoral, volta a ser recordado e a trazer à liça o nome de Felgueiras, a propósito do próximo jogo diante do Sporting de Jorge Jesus, seu antigo treinador ao tempo da respetiva passagem em Felgueiras .

É pois, como recordação do então jovem Sérgio Conceição nos tempos do “Felgueiras”, na proximidade do Sporting-Porto e reencontro com Jorge Jesus, o tema desta vez a tratar, com Felgueiras por denominador comum.

Felgueiras, concelho do distrito do Porto mas em zona de transição de Entre Douro e Minho, cuja situação de interioridade no território nacional não tem ajudado à promoção natural de forno do famoso Pão de Ló de Margaride e máquina do fabrico de calçado, tem sido terra pouco lembrada publicamente ao nível mediático do país. Raramente referenciada na comunicação social, Felgueiras tem aparecido mais por casos de menor apreço – à imagem como se costuma dizer que, ao contrário das boas, as más notícias chegam depressa. Contudo, também de vez em quando vai aparecendo o nome da terra felgueirense mesmo por outras razões. Surgindo assim uma vez por outra como cenário de algum motivo interessante. Como desta feita teve lugar no jornal O Jogo, a propósito de Sérgio Conceição ter jogado em Felgueiras nos seus primeiros tempos de sénior, como futebolista profissional, reportando a ser hoje figura cimeira do futebol nacional como treinador principal do FC Porto. Agora na sequência da proximidade do clássico jogo do FC Porto em Alvalade, que pode decidir para já o primeiro lugar do campeonato da Liga Portuguesa. Reportando o caso a uma reportagem jornalística, de recordação alusiva, dando a palavra a Zé Nando, ex-futebolista formado nas camadas jovens do FC Porto e que passou pelo FC Felgueiras ao tempo de Sérgio Conceição:

«Viagem ao passado antes do clássico: "Aquele miúdo é irreverente e não se cala" 
[I Liga - Futebol Nacional]

Zé Nando, agora adjunto de Manuel Machado no Moreirense, recorda os tempos em que Sérgio Conceição era orientado por Jesus. Um comentário circulava pelo balneário do Felgueiras.

Um Jorge Jesus "muito temperamental" e um Sérgio Conceição "irreverente que não se deixava ficar" é como Zé Nando, antigo futebolista e agora treinador adjunto do Moreirense, recorda os treinadores que se defrontam no domingo no Sporting-FC Porto.

José Fernando da Silva Pinto, conhecido no futebol pelo, e como o próprio refere, "nome de guerra" Zé Nando, tem agora 49 anos e treina ao lado de Manuel Machado a equipa do Moreirense da I Liga portuguesa em futebol.

Mas na época 1995/96, quando saltou do Portimonense para o Felgueiras, que nessa temporada militava no principal escalão do futebol português, Zé Nando cruzou-se com Jorge Jesus como treinador e treinou ao lado do então avançado Sérgio Conceição.

"Recordo-me de um Jorge Jesus muito exigente e muito temperamental. Abordava o treino e o jogo de forma muito competitiva. E de um Sérgio Conceição também exigente e muito metódico", disse à agência Lusa Zé Nando, apontando como características comuns dos agora treinadores do Sporting e do FC Porto a "grande paixão pelo futebol".

O agora técnico-adjunto dos minhotos lembra o treinador dos leões - com o qual conviveu cerca de meio ano porque no mercado de Inverno rumou à Académica - como alguém com "uma metodologia de treino já um bocadinho à frente daquilo que se fazia em Portugal", alguém que "queria que as coisas aparecessem bem feitas ao milímetro".

"A desvantagem era ser muito emocional. Mas compensava com uma boa metodologia de treino, boa abordagem. Gostava de observar os adversários. Vivia para o futebol. Saía do treino e ia ver jogos", descreve Zé Nando.


Já Sérgio Conceição - com o qual já tinha jogado em épocas anteriores - é descrito como alguém que absorveu o facto de ter sido "jogador de futebol de topo": "Fez com se tornasse um bocadinho mais equilibrado. É de uma geração mais nova. O treino foi evoluindo e a psicologia do desporto foi entrando. O Sérgio absorveu isso. Nota-se".

Voltando aos tempos do Felgueiras - de onde Zé Nando diz ter saído por opção própria porque se "sentia, e bem, barrado", diz, por companheiros de posição "com muitos atributos como um Leal vindo do Sporting e com passagens pela seleção nacional" - na memória guarda o dia em que o "miúdo ferveu em pouca água e foi preciso que os mais maduros acalmassem os ânimos no balneário".

"O Sérgio era muito novo, tinha 20 e poucos anos, e uma vez estávamos a ver uma análise de um jogo nosso e o Jesus queixou-se de um lance que tinha dado golo contra nós. O Sérgio não gostou e ripostou. Tivemos de pôr água na fervura e acalmá-los. Ambos se respeitavam. Ambos se riam depois do treino, mas lembro-me de comentarmos 'aquele miúdo de 20 anos é irreverente e não se cala, não se deixa ficar' ", contou.

Sporting, treinado por Jorge Jesus e que ocupa a segunda posição com 19 pontos, recebe domingo pelas 19h15, o líder FC Porto orientado por Sérgio Conceição que soma mais dois pontos, em jogo da oitava jornada da I Liga portuguesa em futebol.»

Armando Pinto
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sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Artigo de atualidade e retrospeção no Semanário de Felgueiras


Condizendo ao que vem no dicionário de Língua Portuguesa, retrospeção é termo referente à observação de tempos, factos ou acontecimentos passados, e atualidade bem se sabe ser visão do presente. Sendo por esse prisma que, aos olhos do passado e à compita com o tempo atual, trata o artigo desta feita escrito pelo autor destas linhas para publicação no jornal Semanário de Felgueiras, puxando análise retrospetiva de outro tempo até à verificação da época  que corre, numa ação descritiva como exercício à meditação coletiva. De cujo relato sintético, publicado no Semanário de Felgueiras desta última sexta-feira de setembro, dia 29, à entrada do Outono ainda fresco, se junta aqui o respetivo texto:

Em tempo…

Clicar na tecla do comando, apertar o “play”, carregar no sítio de iniciar ou andar, pôr em “off” ou “on”, clicar para visionamento de computador, disparar câmaras digitais ou apontar telemóveis, tudo são modos de dizer e fazer nas ações atuais em que a técnica comanda parte da vida. Embora fique sempre no íntimo algo humano e de forma vincada a sensibilidade humanoide. Ainda que o teclar em maquinetas ganhe cada vez mais importância, quando antes se ia a livros e jornais pesquisar, em trabalho de sapa original, e agora, apesar disso continuar a ser necessário, muita gente se acomode a procurar nos motores de busca da internet e trabalhos feitos por outros, mesmo que simplesmente, de diferenciadas formas e feitios.


Gravados que ficam os passos dados em meios informáticos e outros que tais, mais registados perpassam momentos marcantes da vida comum na massa cerebral, permanecendo na memória humana o que se acentuou em perspetiva pessoal. Qual disco rígido da cabeça e que, em ondas emotivas percorrendo as artérias corporais, chega ao coração e fortalece os músculos sensitivos.

Um destes dias, velando meu neto mais novo com aquela atenção a que o passar dos anos deu rejuvenescimento mental, dei comigo a divagar no tempo. (Colocando a memorização na primeira pessoa, porque não adianta meter o plural onde é pessoal, passe as regras narrativas dos cânones). Ora, então, estava eu a embalá-lo com a mão no berço, enquanto ele se ia deixando ir nos sonhos de poucos meses de vida, quando me lembrei que uns bons anos antes era eu assim que era baloiçado naquele mesmo berço, um exemplar de madeira torneada com travessas arqueadas nos pés, que tem passado de geração em geração e já me aconchegara, como serviu de berço a meus filhos e por fim aos netos quando aqui por casa o ambiente ganha atração com o sucessivo mais novo rebento, entre os três que enchem mais o núcleo familiar. Vindo-me à ideia, conforme certas marcas figurantes no subconsciente, como seria assim que minha avozinha me arrolava o sono, desde a cama onde estava paralisada (por doença que a atacou, estando até comigo ao colo na ocasião). E como, depois, habituado a seus embalos afetivos, muito gostava de me sentar à sua beira a ouvi-la contar-me histórias, encostado à sua cama e mexendo-lhe nas mãos, por minha vez, em embalo de acariciamento mútuo.

Pois assim, habituado a histórias, não admira certa ligação à fixação de histórias da história. E com o torpor do sossego temporal, arrolando os pensamentos, o espírito da meditação voe pelo tempo e espaço. Pousando num galho a trinar em redor, como ave a repenicar sensações. Calhando então absorver o que a vida acaba por transmitir, vendo que tudo tem sequência e pode repetir ou revezar-se, dependendo do sentido tomado. Quanto se verifica por muitas situações em que o que antes era visado, mais tarde é contrariado noutra versão diferenciada. Como quem não concordava com algo e posteriormente, chegado à mesma posição, faz precisamente algo do género, ou até a mesma coisa, senão pior, esquecendo anterior perceção. Como por vezes acontece, dando razão ao ditado que se refere genericamente, na evolução da vida, quanto ao facto de haver quem assim proceda, para que cresça e apareça. Como quem diz que tudo pode ser melhor, havendo noção que tem de sobreviver certa coerência.

É pois tempo de repensar o tempo, aquele tempo que se via amorosamente, quais anseios dum porvir, fazendo por isso, à medida dos sonhos.

ARMANDO PINTO
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segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Nomeações na Vigararia de Felgueiras, ainda do tempo de D. António Francisco dos Santos


Por nomeações emanadas em Agosto pelo então Bispo Diocesano do Porto, D. António Francisco dos Santos (falecido entretanto, como é do conhecimento público), foram nomeados para novas ou acrescidas funções, adicionando à paroquialidade exercida na área da Vigararia de Felgueiras, os seguintes Presbíteros:


 Padre Manuel Joaquim da Costa Ferreira, Pároco de Santa Maria de Revinhade, mantendo os múnus anteriores de Pároco de Santa Maria de Idães, S. Tiago de Rande e S. João de Sernande;
 P.e Benjamim Monteiro Mesquita, Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras, mantendo os múnus anteriores de Pároco de Margaride, Torrados, Sousa e Capelão dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras;
 P.e Carlos Armindo Oliveira Felgueiras, Colaborador do Capelão da Santa Casa da Misericórdia de Felgueiras, mantendo os múnus anteriores de Pároco de Friande, Jugueiros e Sendim;
 P.e Luís Filipe da Rocha Coelho Ferreira, Pároco de Santa Comba de Regilde, Santo Adrião de Vizela, S. Jorge de Vizela e S. Martinho de Penacova.

Armando Pinto
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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Falecimento de D. António Francisco dos Santos: O Sorridente Bispo do Porto Amigo da Vigararia de Felgueiras


Faleceu D. António Francisco, o Bispo do Porto que tinha em seu nome o mesmo nome do mítico Bispo da Carta “Pró-Memória” a Salazar, tão marcante de seu apostolado na Diocese da Cidade da Liberdade, mais do tão simpático Papa Francisco, arauto de novos tempos religiosos. Um Prelado que muito honra a Diocese Portucalense em o ter tido nos seus eleitos.


Com efeito, em surpreendente e quase inacreditável notícia, a manhã do dia 11 de setembro chegou com o embate da infeliz novidade:
- Morreu o nosso querido Bispo do Porto, Dom António Francisco dos Santos, devido a fulminante ataque cardíaco. Pessoa que muita alegria transmitia ao ambiente da Diocese Portucalense como se viu ainda no passado sábado na belíssima Peregrinação a Fátima da Diocese do Porto  algo, que nos mistérios insondáveis da vida, acabou por ser seu «adeus», na despedida pública dos fiéis diocesanos e perante tantas pessoas que o admiravam. Tocando ainda durante a manhã de segunda-feira todos os sinos das paróquias da diocese do Porto em sinal de luto por sua memória.

Ser Bispo do Porto, realmente, é uma função eclesiástica e um múnus histórico de importantíssimo papel na sociedade nacional, como se revela na honrosa galeria que, entre tantos, se glorifica historicamente, desde aquele D. Hugo dos tempos das primeiras cartas de Foral, mais D. João Peculiar influente na independência política que levou ao reinado da fundação da nação portuguesa e o D. Pedro Pitões da tomada de Lisboa, até ao Cardeal D. Américo da reorganização canónica para os atuais limites diocesanos da Sé Portucalense, passando depois por uns D. António Barroso, D. António Barbosa Leão, D. António Castro Meireles, D. Agostinho Sousa, D. António Ferreira Gomes, D. Júlio Tavares Rebimbas, D. Armindo Lopes Coelho e D. Manuel Clemente, até D. António Francisco. Numa constelação de estrelas sacrossantas que ficaram a cintilar no universo resplandecente da audácia bondosa nortenha, qual a crença de quem não verga a cerviz perante prepotências do poder reinol e desempenha relevantes serviços em prol da comunidade.


Entre esses desempenhos, dentro das facetas de outrora que levaram combatentes de Entre Douro e Minho a seguirem D. Pedro Pitões adjuvante de D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa, tal como D. António Barroso se tornou mártir vivo na mudança do regime monárquico para a República e D. António Ferreira Gomes sofreu exílio político durante o regime do Estado Novo de Salazar por não servir a dois senhores, também a ligação dos Bispos do Porto às principais instituições representativas da área diocesana foram tidas em conta na memória coletiva. Honrando os Bispos do Porto com sua presença momentos e acontecimentos de relevo da vida social da cidade do Porto, das cidades e vilas da área metropolitana do Grande Porto, bem como da diocese e das paróquias e localidades do distrito.


D. António Francisco dos Santos esteve apenas cerca de três anos e meio como Pastor da diocese, nomeado que foi em 21 de fevereiro de 2014 para a cadeira da Igreja Portucalense, na cátedra de famosos bispos, a substituir D. Manuel Clemente que, por ter sido elevado a Primaz de Lisboa, teve então passagem de testemunho no que ficou daí em diante Bispo Titular Portuense, até agora.

D. António Francisco dos Santos nasceu a 29 de Agosto de 1948, na freguesia de Tendais, concelho de Cinfães (distrito de Viseu). Tendo sido nomeado Bispo Auxiliar de Braga em Dezembro de 2004 e, dois anos depois, indicado para Bispo de Aveiro. A sua ordenação episcopal ocorreu em Março de 2005, na Sé de Lamego. Fora ordenado padre em Dezembro de 1972. Sucedendo por fim a D. Manuel Clemente, como bispo do Porto, em 2014. Pertencia ao Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, e presidiu à respectiva Comissão de Educação Cristã e Doutrina da Fé. Atualmente, na Conferência Episcopal Portuguesa era presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e de vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé. Conhecido pela disponibilidade para o diálogo, por ter uma personalidade tolerante e pela simplicidade, António Francisco dos Santos esteve com apreciada proximidade pública à frente da diocese mais populosa da Igreja católica em Portugal, com mais de 2 milhões de habitantes (cerca de dois milhões e meio) e que abrange 26 concelhos, sobretudo do distrito do Porto, mas também dos distritos de Aveiro e Viseu. Foi distinguido em 2015 pelo FC Porto com o galardão Dragão de Honra e era membro do Conselho Consultivo da Futebol Clube do Porto-Futebol, SAD.

                                              (  »»»»»»»  Com o lenço-cachecol da Peregrinação da Diocese do Porto  )


D. António Francisco ficou intimamente ligado ao périplo da Imagem de Fátima Peregrina na visita à diocese do Porto, no período antecedente à comemoração do centenário das Aparições de Fátima, que ele sintetizou como “Abertura a uma renovação pastoral, a uma mobilização das comunidades, a um entendimento da beleza da fé”.

Então o Bispo Diocesano do Porto marcou presença assinalável no acompanhamento da visita da imagem peregrina à diocese do Porto, no seguimento do itinerário da mesma pelo país, em vista à celebração centenária dos acontecimentos de Fátima, sendo um marco que se projetou na essência temática do correspondente ano pastoral, incluindo natural passagem na vigararia de Felgueiras.

Foi essa ocorrência de 2016 vivida pelo Prelado Portuense no sentido da peregrinação, dos valores e dos sinais que o Papa Francisco transmite. Como, por fim, concretizou na recente Peregrinação a Fátima da Diocese do Porto, já em setembro (no passado fim de semana, ainda), no âmbito do centenário e ainda dentro do período comemorativo de 2017.



De permeio, rebobinando figuras retidas na sensibilidade comum, da anterior ocorrência marcante como foi a volta da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima, perante a presença de D. António Francisco dos Santos em Felgueiras, como penhor seguro do significado que ficou a ter no povo felgueirense, juntamos imagens de reportagem alusiva que foi então publicada no jornal Voz Portucalense e um pequeno apontamento registado no Boletim Municipal “Felgueiras + Informa”. 



~~~ *** ~~~

= A Peregrinação da Diocese do Porto a Fátima, grande manifestação concretizada por D. António Francisco, num mar azul e branco de fé - que fica como sinal da dimensão de seu múnus apostólico no pastoreio da Igreja Portucalense!

== + ==

Assinala-se assim com pesar o falecimento do Senhor D. António Francisco dos Santos, Bispo Diocesano do Porto, ocorrido na segunda-feira dia 11 de setembro na Casa Episcopal da cidade do Porto, vítima de enfarte agudo do miocárdio.

Neste local de registo histórico-cultural e memória felgueirense, como tal também, registamos o infausto acontecimento, cujas  exéquias solenes serão celebradas na próxima quarta-feira dia 13 deste mês de setembro, às 15 h 00, na Catedral do Porto. O corpo de D. António, entretanto em Câmara ardente durante dois dias na Catedral do Porto, ficará sepultado dentro da própria Sé, na cripta dos bispos, após funeral honrado com a presença do Presidente da República e do Cardeal Primaz da Igreja Portuguesa, entre outras individualidades dos mais diversos quadrantes da vida nacional. Todos reconhecendo que D. António Francisco esteve curto período à frente da diocese do Porto, mas em tão pouco tempo muito fez.


Entretanto, também, a Câmara Municipal  do Porto decretou 3 dias de luto na cidade Invicta e o FC Porto apresentou condolências à Igreja Católica Portuguesa através de comunicação em nome da Direção. Também os Governantes da Nação Portuguesa e diversos políticos se manifestaram publicamente, assim como algumas Câmaras Municipais do Distrito do Porto decretaram dias de luto municipal, entre as quais se inclui Felgueiras. O Presidente do FC Porto referiu emocionado (em curta declaração ao Porto Canal) que perdeu um grande amigo, mas todos ficamos a ganhar um santo, pois que ele não era só um grande homem do Porto mas de todo o mundo. Como amigo também era tido na simpatia pública, dizemos nós, e todos apreciavamos sua simpática bondade, reconhecendo que era pessoa especial.

O Bispo do Porto, D. António Francisco, desaparece assim fisicamente do número dos vivos aos 69 anos, em direção à morada celeste que norteou sua passagem na terra. Paz à sua Alma.

Armando Pinto
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sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Considerações a propósito do Pão de Ló de Margaride – em mais um artigo no Semanário de Felgueiras


O felgueirense Pão de Ló de Margaride é feito essencialmente com massa levedada duma crescente mistura de farinha e ovos caseiros, sem corantes, mais toque dum segredo vindo de gerações antepassadas, como massa do cunho felgariano. Qual doce tradicional mesmo genuíno desta região, através de roscas fofas, como se nota em manual corte na aveludada secura da própria massa, cuja textura se mantém fresca (em bom estado) durante dias. Algo que finalmente vai ser garantido em autenticidade, através de certificação oficial.

Ora, aqui entre nós, estando na massa do sangue o apreço ao que é verdadeiramente felgueirense, quanto à defesa e salvaguarda da memória coletiva concelhia, sobre o caso tratamos por meio de alguns aspetos desse tema, em mais um artigo das crónicas de quando em vez lavradas por escrito, dentro do possível.

Assim da crónica escrita para o Semanário de Felgueiras dá-se aqui e agora nota, enquanto do mesmo artigo se junta o texto da respetiva coluna publicada na correspondente edição do SF de sexta-feira dia 8.

Está na Massa…

Segundo uma frase feita de contornos publicitários, o segredo está na massa, como se exprime em termos de força, qual lema provindo duma tradição culinária que ganhou impacto. Assim como quem diz da diferença estar na qualidade e maneira de produzir dum produto.

Vem a propósito uma recente notícia chegada por via da comunicação social, aparecendo em títulos difundidos por diversos quadrantes estar em curso um processo de certificação do pão de ló felgueirense, entretanto aprovado, através de iniciativa visando tornar oficial no papel, como se diz também, o Pão de Ló de Margaride como produto regional certificado.


Ora, assim sendo, com tal concretização, o genuíno pão de ló de Margaride, enxuto e leve, conforme o próprio transporta da leveza do nome, vai ser finalmente honrado na sua autenticidade, numa feliz ideia de verdadeiro interesse felgueirense, sem dependências de associações a outras zonas. Sendo que o processo de certificação, no âmbito dum projeto apoiado por fundos comunitários, terá de respeitar várias exigências ao nível do receituário regional, fabrico, embalagem e definição de ingredientes, entre outras características. Esperando-se que seja respeitada oficialmente a mesma propriedade dum concelho como Felgueiras, que tem preservado esta tradição centenária através de antigos saberes e manutenção dos ancestrais sabores. Com objetivo, subjacente no caso, da criação duma denominação de origem enquanto produto tradicional, que reconheça ao pão-de-ló de Margaride o seu caráter tradicional e genuíno, para atribuição pela Associação Empresarial de Felgueiras de um selo que garantirá ao produto a sua pureza. Atendendo ao fabrico artesanal provindo de séculos e à atividade empresarial há mais de um século, incluindo reconhecimento real em tempos recuados e apreciação global no amassar dos tempos até à atualidade.

Havendo no território felgueirense várias empresas do setor, a maioria de dimensão familiar, que se dedicam ao fabrico daquele doce regional e de outros como as cavacas de Margaride, seria ainda de aproveitar a ocasião para vincar também as características das cavacas de Felgueiras, de feição redonda coberta por circulares riscas açucaradas, visto haver noutras áreas alguns doces diferentes com o mesmo nome, ao passo que as cavacas como as conhecemos já eram referidas em narrativas de eras antigas, desde pelo menos tempos de Camilo Castelo Branco, por exemplo, ele que conheceu bem Felgueiras nas suas visitas ao Padre Casimiro Vieira, radicado em Margaride, na encosta do Monte de Santa Quitéria, depois da revolta do movimento popular Maria da Fonte.

Então, vem a talhe extensivo, ainda, como num encher da forma, porque há mais no ADN concelhio, igualmente ser de identificar características com alguma representatividade, sendo já tempo da sede de Felgueiras ter entretanto algo simbólico de alusão à tradicional rosca do pão de ló felgueirense, bem como noutros sítios haver outros relacionamentos, lembrando a metalurgia na Longra, bordados na Lixa e Airães, calçado em Torrados, Lagares e Barrosas, tal como nem ficava nada mal na cidade de Felgueiras qualquer coisa monumental alusiva ao mister de sapateiro, numa das rotundas por exemplo, sem necessidade de seguir linhas de sapato alto duma Joana Vasconcelos, nem sequer qualquer projeto dum Siza, mas descalçando uma bota, ao menos, de afinidade concelhia. Ao jeito como por cá há também quem alinhave umas coisas em parâmetros diversos da criação artística, cultura histórica e mais.

Diz o rifão que o segredo está na massa, quanto no aspeto da diferença conta a qualidade. Importará então assinalar e sobretudo defender a marca do que é de cá, do ser felgueirense. Ou como escreveu Shakespeare, ser ou não ser - eis a questão. 

ARMANDO PINTO

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