sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Adalberto Ferreira: Um caso particular de realce - em artigo no Semanário de Felgueiras


Na linha da cronologia memorial que tem evocado casos, factos e personagens dignos de apreço geral na memória coletiva, desta vez damos atenção a um conterrâneo destacável, como procuramos descrever em mais um artigo de colaboração escrita no jornal concelhio Semanário de Felgueiras. Através de cuja publicação tentamos fazer valer que o conhecimento do passado revela uma fonte de inspiração para o presente e para o futuro. Ao preservar e valorizar a memória ganha-se boa porção identificativa. Sendo que as terras valem também pelos seus habitantes.


Do mesmo artigo, publicado na edição de sexta-feira última de Outubro, dia 28, juntamos assim imagem da coluna saída no mesmo jornal, acrescido do texto por extenso.

Adalberto Ferreira: Um caso particular de realce

Na andança terrena, para quem anda na terra e sente efeito telúrico derivado, relativo aos elementos respeitantes ao solo produtivo, naturalmente que chega também o Outono em fase madura da vida. Tal como no próprio tempo se depara a época das vindimas, temporada que diz muito a quem se identifica com o fruto das colheitas. Como é o caso desta vez merecedor dumas linhas de escrita, dentro da norma idealizada de memorizar algo que deva ser preservado nos arcanos da memória.

Pois então, como antigamente por estes dias do amarelecer das folhas se ouvia o chiar dos carros de bois, carregados de cestos cheios de uvas, por agora já se ouviu roncar tratores apinhados também com uvas, antes da refrega do fazer do vinho, até à chegada do desfolhar das espigas de milho, entre trabalhos hoje em dia mais simplificados. Havendo certa identificação nesses ciclos com pessoas dedicadas a tais labores. Quer por modo de vida, mas também por paixão pela manutenção de hábitos antigos e dotações a que se afeiçoaram. Como é o caso de Adalberto Ferreira, em tema que desta feita elegemos. Sendo este senhor um felgueirense que mete respeito, por assim dizer. Acontecendo ser um empreiteiro conhecido no ramo da construção civil, como profissão, mas especialmente por ao mesmo tempo ser apaixonado por vinhas, dedicando muito do seu tempo ao cultivo de videiras espalhadas pelos seus terrenos, enquanto produtor privado por gosto próprio. 


É pois este um exemplo simples em como a distinção não se reduz a heroicidades ou notabilismos. Pois que a vida é feita de pequenas coisas que podem ter algum significado, conforme se vêm e sentem, como em tudo o que dá plenitude à existência.

Assim sendo, naquele apreço de que vale a pena andar no mundo quando se faz algo de jeito, trazemos agora esta referência, em função de trabalhar a memória. Vindo ao caso mencionar o referido felgueirense, proprietário atual da Casa do Outeiro, de Rande, e como tal conservador da antiga vivenda do grande bairrista que foi José Xavier, mais de sua sucessora D. Celestina, madrinha do personagem agora lembrado.


Ora, do alto de antigos bardos e ramadas, como das atuais linhas de vinha, muita história foi escorrendo para as envasilhas. E na fidelidade ao cultivo tradicional aí está ainda Adalberto Manuel de Freitas Ferreira, já de oitenta anos feitos a 26 de Agosto, tendo nascido em 1936, no Casal, uma herdade em Rande que fazia parte do património do sr. Xavier do Outeiro. Havendo na sua juventude Adalberto Ferreira trabalhado precisamente a erguer ramadas, trabalho nesse tempo feito por artistas carpinteiros. Até que em meados dos anos 60 criou uma empresa de carpintaria fundada em nome de seu sogro, carpinteiro também como o genro. Para depois, volvidos anos, terem decidido juntar empreitadas de outros trabalhos, aventurando-se Adalberto então na construção civil, iniciado como mestre de obras a partir da edificação de raiz duma casa na Longra. De permeio com apoio da prole familiar no fabrico dos terrenos e manutenção empresarial. E a empresa cresceu, passando desde inícios dos anos 80 a ter o próprio nome junto aos dos filhos, também sócios. Contudo sem nunca descurar nos campos seu gosto pelas vinhas, a pontos de ter chegado a vindimar cerca de 100 pipas por ano. Enquanto, a par dessa atividade, porque sempre se sentiu ligado ao torrão natal, foi procurando ajudar a sua terra. Havendo entretanto, além de haver integrado a Assembleia da sua freguesia, também contribuído, por exemplo, com doação do calcetamento no adro da igreja paroquial de S. Tiago de Rande, assim como na cedência do local onde ficou ereto o Nicho de Rande.

Homens assim, que cavaram fundo os alicerces, com mérito por destaque em algo apaixonante e benefícios comunitários, merecerão apreço. Deixando voar a memória como folhas soltas das videiras, na continuidade do ciclo da vida.


Nota de Aditamento: - Feito assim um resumo escrito, qual retrato descritivo, em crónica deveras resumida por via de não alongar o texto, pelas naturais limitações das págunas de jornal noticioso, acrescentamos, para melhor completar a devida narrativa, que o sr. Adalberto, como adepto de foguetes, ficou trambém ligado à sessão de fogo de artifício lançado na festa da elevação da vila da Longra, realizada no Largo da Longra em Julho de 2003. Tendo tomado a seu encargo o respetivo peditório, como popularmente se diz da recolha pública de contribuições, para o efeito. Bem como, no seguimento de seu gosto por pirotecnia, costuma celebrar bons momentos com foguetório, sendo apreciado o fogo que manda "deitar" em dias festivos e outros acontecimentos, como é tradicional pela Páscoa na passagem do Compasso em sua casa. 

Fica assim anotado mais um caso personalizado de destaque, entre lembranças que devem ficar ao conhecimento perene. Para  evitar que no passar dos dias a lembrança das coisas possa passar ao esquecimento e deixe de haver ideia de nomes e imagens do passado. Continuando deste modo um contacto com a natureza identificativa da terra, como assim procuramos rememorar, em prosa de certa forma vincada aos sentidos temporais.

ARMANDO PINTO

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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A propósito duma rua…


Ao olhar-se para as placas indicativas das ruas, com ideia de posicionamento e destino, nem sempre há reflexão sobre o nome homenageado com essa indicação. Havendo por vezes nomes dos quais, tendo sido atribuídos há muito tempo, pode nem haver certezas da respetiva nomeação.

Vem isto a propósito de um texto que já fez parte dum livro de estudo liceal, aqui há uns anos, contendo uma nota biográfica que diz alguma coisa ao país e a muitas terras em particular.

Ora porque em Felgueiras, na cidade sede do concelho, também há uma rua com este nome, será interessante recordar tal personalidade nacional e evocar o tema.


Armando Pinto

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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Vislumbre de memórias da antiguidade felgueirense, na atualidade, em mais um artigo no SF


Presença de antigos povos em Felgueiras

Decorre por estes dias outonais em Felgueiras mais uma feira relacionada com a romanização, que por sítios felgueirenses deixou algumas réstias. Sem contudo haver relação direta com o estilo românico, posterior, que na região teve e tem pendor na atual rota turístico-promocional.

Com efeito, esta área geográfica sentiu através dos tempos as transformações do noroeste minhoto-duriense e viveu também os momentos comuns à grei nacional. Para se não recuar em demasia no tempo, mas avançando cronologicamente numa resenha histórica de visão ampla pela longa existência, pode adiantar-se que após os diversos estádios de povoamento com estadas de diferenciados povos, de que perdurou com maior ênfase sobretudo a génese lusitana e as marcas da romanização, foram porém os Godos que influência mais marcante tiveram na consolidação da identidade profunda, como se comprova pelas réstias toponímicas deixadas, em toponímia geográfica, nos nomes das terras, através das raízes genealógicas dos antepassados destes sítios. São paradigma no caso os topónimos de origem germânica derivados dos primeiros colonos definitivos, fidalgos godos romanizados, que legaram seus nomes às quintas originárias dos primitivos povoados, as “villas” rústicas florescentes da exploração do território, de cujas denominações na evolução através do tempo resultaram nomes de lugares e sucessoras freguesias. Entre o que se nota desse rasto, em variedade de referências provindas de antigas villas romano-godas, que deram origem a nomes próprios de freguesias.

Há depois, entre testemunhos de tempos remotos, a existência da estação arqueológica do Monte do Senhor dos Perdidos, ainda rudimentarmente explorada e entretanto abandonada; tal como o que está soterrado no alto de Cimalhas, na Longra, entre a fronteira de Sernande com Rande e Varziela (cujas escavações, de antigo povoado da Cimalha, tiveram lugar no início do séc. XXI derivado à construção de novos acessos viários, onde se descortinaram vestígios dum antigo caminho divisório das paróquias e foram encontradas parcelas de cerâmica, contudo o resto depois ficou enterrado); como há ainda algo da antiga cidade de Eufrásia em pequenos vestígios de ruínas, em Sendim, com restos de velha villa romana. Existem também pequenos tratos de caminhos romanos em Caramos, Pombeiro e Vila Fria; e uma calçada medieva, numa parte de caminho lajeado medieval, na Calçada de Rande; em todos estes casos de antigo itinerário do Caminho de Santiago para Compostela, que teve assim passagens pelo concelho de Felgueiras. De relembrar ainda a antiga existência de estátua de um guerreiro Lusitano em S. Jorge de Ribavizela. Outros marcos do passado representam diversas casas senhoriais dispersas pelo território concelhio, solares antigos sucedâneos de antanhas villas romanas e ancestrais fortalezas, de que se salientam a Casa de Sergude, em Sendim, a Casa de Simães, em Moure, a Casa de Rande e Casa da Torre, em Rande, a Casa do Coto, em Varziela, a Casa de Junfe, no Unhão, a Casa da Porta, na Pedreira, a Casa do Mosquete, em Lordelo, etc.
E as igrejas românicas, como a de Lordelo (em ruínas, atualmente em vias de preservação da parte resistente), a de Vila Verde (recuperada); e as que restaram sempre eretas, com traços originais desse estilo na região, ou seja as de Unhão, Sousa, Borba de Godim, Airães e Santão; além do pequeno templo de Padroso contendo escassos restos das características do românico rústico, mais a igreja mosteiral de Pombeiro; são exemplares arquitetónicos apenas suplantados em antiguidade por dólmens existentes na Refontoura e em Regilde, mais vestígios de Castros, como os de Caramos e Lagares; por entre apreciável número de valores patrimoniais. E, entre outros possíveis exemplares, algumas construções religiosas como o santuário do Bom Jesus de Barrosas, o Calvário e Capela do Encontro em Caramos e, especialmente, o santuário de Santa Quitéria.

Quanto ao que toca ao tema presente, sobre a romanização, anterior, da civilização romana ficaram por estes lados vestígios, desde epígrafes votivas, como há casos no concelho (e são referidos, por exemplo, em Sá-Vila Fria, registados na revista Portugália em 1908 e no livro Felgerias Rubeas, pelo Dr. Eduardo Freitas) e o facto das moedas e outras peças aparecidas nos Perdidos em 1979, como atestado da razão estratégica derivada de por esta região haver passado a via romana de Braga a Caladuno. Sendo esta de grande importância económica para o povo da região, nesse tempo.

ARMANDO PINTO
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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Curiosidades Ancestrais: Um documento antigo de relação felgueirense - Carta Régia Filipina


Manuscrito de D. Filipe I de Portugal e II de Espanha - Carta Régia de Confirmação do Donatário e Capitão-Mor do concelho de Felgueiras

(Documento passado quatro anos depois da integração do território português no domínio filipino espanhol:)

Carta dada em 22 de Novembro de 1584, por el-rei D. Filipe I de Portugal e II da Espanha, a D. Francisca da Silva Coelho.

Sendo documento redigido em português sobre 4 fólios de pergaminho de 36 x 26,5 cm. Escrito com letra gótica cursiva da chancelaria régia, muito regular, bastante harmoniosa e pouco cerrada. Selo pendente em chumbo com as armas reais, assinado por Filipe I de Portugal / II de Espanha e vários chanceleres e tabeliães.

Documento assinado pelo Rei Filipe de Espanha com a confirmação da genealogia dos Capitães móres de Felgueiras - interrompida por morte de Aires Gonçalves Coelho (1540-1579 7.º donatário) na batalha de Alcácer-Quibir em 1579 - e que prossegue na linha feminina.

http://www.castroesilva.com/store/images/PT.gif Trata-se da confirmação de um título dado originalmente por D. João I em 1385, mais tarde confirmado por D. Manuel I em 1510 (quatro anos antes da outorga do Foral à terra de Felgueiras) e aqui em 1584 finalmente confirmado por D. Filipe I. Contém a genealogia da família titular, refere e relaciona genealogicamente entre outros factos Egas Moniz, a batalha de Alfarrobeira, Inês de Castro, os descobrimentos dos caminhos marítimos para a Índia e Brasil, e ainda a Batalha de Alcácer-Quibir. Em 8 de Julho de 1385 deu D. João I o concelho de Felgueiras por serviços na guerra a Gonçalo Pires Coelho (1385-1417 1.º donatário) e Capitão-mor por Carta Régia. Descendente de Egas Moniz e filho de Pêro Coelho, implicado na morte de D. Inês de Castro e no qual se vingou el-rei D. Pedro I. Em 2 de Maio de 1433 el-rei D. João I confirma Fernão Coelho (1417-1449 2.º donatário) como Alcaide-mor do castelo de Guimarães, o qual era filho varão do anterior. Em 17 de Julho de 1459 el-rei D. Afonso V confirmou a Martin Coelho (1456-1483 3.º donatário), que combateu na batalha de Alfarrobeira tendo de se exilar no norte de África, era filho primogénito do anterior e tio do navegador Nicolau Coelho. El-rei D. Manuel I confirma primeiro a Gonçalo Pires Coelho (1483-1510 4.º donatário) por carta régia e depois a seu filho Aires Coelho (1510-1533 5.º donatário) em 21 de Junho de 1510 essa doação, com todos os direitos, menos os da correição e alçadas, é dada por falecimento de seu irmão e varão, o navegador Nicolau Coelho, que comandou a nau Bérrio na frota com que Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia. Depois comandou uma nau da frota com que Pedro Alvares Cabral descobriu o Brasil. Vindo a falecer quando regressava da sua terceira viagem á índia, em Janeiro de 1504, no trágico naufrágio que vitimou todos os três navios da frota em que ao serviço d’El-Rei D. Manuel I acompanhava o regresso a Portugal do vice-rei D. Francisco de Albuquerque. El-Rei D. João III confirma por carta régia de 1 de Agosto de 1533 a Gonçalo Coelho da Silva (1533-1584 6.º donatário). Em 1529 el-rei D. João III confirma a Aires Gonçalves Coelho, (1540-1579 7.º donatário) filho do anterior e que faleceu na batalha de Alcacér-Quibir em 1579, na qual foi combater na companhia de seu pai. Em 1584, El-Rei D. Filipe I então confirma por via hereditária a D. Francisca da Silva Coelho, filha de Aires Gonçalves Coelho e esposa de Francisco Pinto da Cunha (1579-1615 7.º donatário) que por via do casamento é reconhecido Sétimo e último donatário do concelho Felgueiras e alcaide-mor do castelo de Celorico de Basto.

Documento de enquadramento transversal na história de Portugal e Universal, que abrange diretamente os séculos XIV a XVI (1385-1584) em que constam não só os factos aqui descritos como certamente muitos outros ainda por revelar. Verdadeira fonte autenticadora de factos que contém dados históricos, genealógicos, cronológicos, jurídicos, filológicos, de diplomática, etc. etc. este documento foi citado ao longo dos séculos através de cópias das chancelarias régias e outros arquivos por diversos autores, historiadores, genealogistas e estudiosos.

A. P.
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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

"Recortes" - A propósito da comemoração da Implantação da República em Portugal


Na efeméride atual da comemoração da implantação da República, recorde-se um "recorte" do Almanaque Republicano, aquando do respetivo centenário, em 2010:

FELGUEIRAS - A PROPÓSITO DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA



(...) Enquanto isso, relembramos algo da natural afinidade felgueirense a esse facto histórico e sucessiva evolução cronológica (...)


= Um dos postais da Implantação da República, que demonstra as diversas fases da revolução de 5 de outubro: o bombardeamento do Palácio das Necessidades, o embarque da família real para o Brasil na Ericeira, a condução de Jesuítas para o forte de Caxias, a proclamação da República na Câmara Municipal de Lisboa, o desembarque da marinha no Terreiro do Paço, a barricada na Rotunda e a visita do Governo Provisório ao acampamento dos revolucionários. (Fotografia Ilustração Portugueza) =

Felgueiras também teve, enfim, ligação a esse movimento da implantação da República: No terreno por meio da activa participação de João Sarmento Pimentel [ACIMA NA FOTO], então jovem que apesar de ser transmontano de nascimento era Felgueirense de residência, atendendo à sua estada mais regular em Felgueiras, habitante que foi na casa-mãe da sua família (solar da Torre, em Rande). E através de contribuição logística do Felgueirense Dr.António Pinto de Sampaio e Castro, político local de ideias republicanas.


Nesses tempos, durante a última fase da Monarquia, o chefe político da região era o Conselheiro Dr. António Mendonça, respeitado Conselheiro de Estado, deputado nacional, antigo Presidente da Câmara de Felgueiras e líder do Partido Regenerador em Felgueiras, que era também proprietário e redactor do jornal Semana de Felgueiras, admirado entre a classe dos proprietários e homens cultos. Continuando depois sempre a ter o respeito das populações, após a mudança de política social. Já a juventude, entre a classe dos estudantes e fidalgos, tinha ideias republicanas avançadas, salientando-se grupo liderado pelo Dr. João Brandão e, entre os quais, conforme relato no livro Memórias do Capitão (de João Sarmento Pimentel), se destacavam o Dr. Eduardo Freitas, da Lixa, José Xavier, do Outeiro de Rande, entre outros (...)

= Barricadas republicanas na rotunda do Marquês de Pombal, em Lisboa, no dia 4 de outubro. Ali se concentraram centenas de revoltosos (militares e civis), a maior parte carbonários, comandados por António Machado Santos, figura preponderante para a Implantação da República. (Fotografia Ilustração Portugueza) =

Com efeito João Sarmento Pimentel, como Cadete da Escola do Exército, tomou parte activa incorporando-se com armas na decisiva batalha da Rotunda, em Lisboa, dando o corpo ao manifesto da revolta do 5 de Outubro que implantou a Republica em Portugal. O Dr. António Sampaio Castro, personagem muito respeitado, contribuiu no movimento a modos que anonimamente, actuando na clandestinidade durante o último período da Monarquia. Sendo assim o Dr. António Castro grande activista político e amigo de João Sarmento Pimentel, ficou no conhecimento popular que o Cadete Militar, João da Torre, levara para Lisboa artesanais bombas feitas na Longra, na Casa do Dr. Castro, na Leira, de Rande (onde residia, embora oriundo de família da Casa de Moinhos, do Unhão), pelo que se tornou lendário que algumas das primitivas cargas usadas na implantação da República foram originárias de Longra-Felgueiras ...." 


FOTO, acima, de João Maria Ferreira Sarmento Pimentel [espólio Armando Pinto

Armando Pinto, "A propósito do Centenário da República: Felgueiras em Momentos Históricos Nacionais"

(in "Almabnaque Republicano")

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Um artigo especial: S. Francisco de Assis como tema de página cultural em colaboração ao jornal O Porto


Neste dia 4 de outubro, dia de São Francisco de Assis, como é dedicado pela Igreja no calendário litúrgico ao santo dos estigmas sagrados, vem a talhe lembrar uma crónica feita há muitos anos, numa evocação especial escrita nos primeiros tempos de colaboração do autor n’ O Porto, ao tempo órgão oficial do FC Porto. Tendo então, através desse artigo, correspondido a apelo do diretor do mesmo, o antigo presidente Dr. Paulo Pombo, que estava a dar um rumo também cultural ao jornal do clube.

Assim, recordamos agora, por meio de recortes desse texto inserto em O Porto, corria o ano de 1975, o artigo de fundo histórico-cultural que dedicamos ao fundador da Ordem Franciscana e patrono dos Frades Capuchinhos. Santo que nos é muito querido, por assim dizer, sendo um dos mais admirados, com uma aura especial na simpatia de devoção pessoal, também.


ARMANDO PINTO

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