quinta-feira, 29 de maio de 2014

Comemoração do 1º centenário da chegada do comboio à Longra

Passam 100 anos desde que o comboio do Vale do Sousa, o chamado Comboio de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios, entrou pelas terras de Felgueiras, na chegada inicial à Longra.

Desse célebre comboio narramos as histórias gerais e suas particularidades, na ligação à região da Longra, no livro "Memorial Histórico de Rande e Alfozes de Felgueiras". Tendo nesse volume deixado um capítulo dedicado a esse benefício local, desde aquelas histórias famosas do romance do maquinista com uma tal Carmindinha, a morte do sr. Canivete, as paragens no Largo da Longra, a curiosidade do Conselheiro esperar o comboio ao fundo da alameda da sua Casa de Rande, até aos casos do limpa-quelhas, etc. etc.

Entretanto, desse facto histórico, atente-se na descrição coeva, conforme foi explanado n' O Jornal de Felgueiras, à época.

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~~~ Comemorações do centenário da chegada do comboio a Felgueiras ~~~
2014 é um ano de comemorações em Felgueiras. O município comemora, entre outras efemérides, os 500 anos da outorga do Foral à terra de Felgueiras, em Outubro, e o centenário da chegada da linha férrea ao concelho, desde Maio até Setembro.
No passado dia 10 de Maio assinalava-se uma importante data, o centenário da chegada do primeiro comboio à Longra. 

A celebração desse momento, fundamental para o desenvolvimento do concelho, foi assinalada com a inauguração de uma exposição de fotografia de Sílvia Gonçalves, intitulada "Estações Esquecidas", na Biblioteca Municipal de Felgueiras, durante a tarde desse sábado, com a presença de algumas pessoas da Longra, mas não entidades representativas do poder local, tal como o autor presenciou. Conforme aliás registamos em artigo anterior neste blogue.
As comemorações continuam agora no último dia  deste mesmo mês de Maio. Estando para o dia 31 programada uma cerimónia protocolar de descerramento de uma placa comemorativa, junto ao local da Estação respetiva, no lugar do mesmo nome, na proximidade da Ponte..
No mesmo dia, será prestada uma homenagem ao Conselheiro Dr. António Barbosa Mendonça, nascido em Rande, a 7 de Dezembro de 1858 e falecido a 3 de Agosto de 1932 nesta mesma freguesia. Formado em Direito pela Universidade de Coimbra, foi administrador do Concelho e Presidente da Câmara Municipal de Felgueiras de 1893 a 1901. Tendo sido renomado jornalista fundador do jornal “A Semana de Felgueiras” e o grande impulsionador da chegada do Caminho-de-ferro até à Longra, cuja ocorrência se materializou no dia 10 de Maio de 1914.
A cerimónia terá uma alocução sobre o Conselheiro de Rande, pelo Dr. Albano Mendonça, atual representante da família Barbosa Mendonça e proprietário da Casa de Valdomar, onde se desenrola a sessão: Culminando, por fim, com a apresentação do livro “O Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios” pelo seu autor Dr. José Fernando Coelho Ferreira (de Penafiel), na mesma Casa de Valdomar.

(Em tempos próximos, as comemorações do centenário da chegada do comboio ao concelho decorrerão até ao final do ano 2014, e contemplam a celebração do centésimo aniversário da chegada de este meio de transporte a Felgueiras e à Lixa a assinalar nos meses de Junho e Setembro respetivamente.)

O cartaz oficial, porém, contém algumas indicações que já sofreram alterações, conforme se pode verificar (no original). Porém, como até hoje não se viram exemplares desses afixados em locais públicos da Longra, pelo menos entre os mais frequentados, valerão as indicações que acima referimos. 
A. P.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Uma Recordação de Maio...


Maio é um mês sui generis por natureza. Com seus encantos e desencantos, tal como meteorologicamente é de tempo incerto, num período algo misto, de transição, tanto com dias de sol como de chuva, misturando clima ameno, quente e até frio. Lá diz o ditado popular que fraco é o Maio que não rompe uma crossa… querendo dizer, na sabedoria popular, que é ainda tempo frio, pois a crossa era antiga capa de palha de guardar o frio e com préstimo para a chuva.

Ora, é este mês também um tempo de recordações marcantes. Uma das quais, passada num Maio de há sensivelmente cinquenta anos atrás, ainda temos na retina da memória, embora com uma ténue mas ao mesmo tempo profunda recordação. 

Essa lembrança, duma situação verídica e inesquecível passada com o autor, faz parte de um dos contos do livro “Sorrisos de Pensamento” – um pequeno livro, de edição de autor, cuja imagem da capa encima a publicação deste artigo. Livro esse em cujo capítulo quinto (V) foi narrada pessoalmente essa memória de infância do próprio autor. Entre outros contos que descreveram alguns espécimes de acontecimentos personificados a uma região e sua gente… 

Livro de Contos (ESGOTADO) 
Sorrisos de Pensamento - Colectânea de Lembranças Dispersas 
(editado em 2001) 

(…) 

 V - Suave Recordação 

Os muitos anos passados transportam ténue a imagem daquela esbelta moça, transbordante de alegria e de simpatia cativante. Mas mantém-se inalterável o apreço pelo seu apego aos que lhe eram queridos, a sua alegria de viver, a simplicidade com que se fazia ternamente benquista, na sua curta vida ceifada na flor da idade por malfadado quisto... 
O desenlace precipitou-se, de forma brutal, de um dia para outro, num fim de tarde. 
Acompanhada por pessoa da sua confiança, a sua tia Matilde, sem haver prescindido de acompanhamento de uma criança que era sua companhia para todo o lado, a prima Glória do Paço, filha do tio João, prima de que todos os primos e primas gostavam de maneira muito especial, foi procurar remediar um mal que a apoquentava. Aparecera-lhe um quisto. A princípio sem lhe ser dada grande importância, depois dúvida e preocupação, sem no entanto adivinhar a sua extensão. Um inchaço que paulatinamente foi crescendo, coisa que apesar dos mais diversos tratamentos, incluindo receitas do sôr Manel Abreu da farmácia, dotado nessas mezinhas boticárias, não havia meio de desaparecer ou diminuir ao menos. Esgotadas as tentativas médicas, teve conselhos amigos de ir a uma “fonte limpa”. Foi por isso que se dirigiu um dia ao senhor “Antoninho de Raimunde”, um afamado conhecedor da sabedoria popular que vivia em Raimonda, freguesia aquela distante do outro lado da serra que limitava o horizonte. Empreendeu-se a viagem num fim de tarde, alugando os serviços de transporte do taxi do Roberto, taxista que havia pouco comprara a praça do Sampaio do carro. 
Ao senhor Antoninho eram pelo povo atribuídos poderes algo sobrenaturais, fama conhecida por muito longe, dizendo-se que herdara de um padre certos dons para fazer o bem. Costumava receitar só remédios naturais, uns chás de poses embrulhados em tosco papel, umas pomadas preparadas, mais vinho fino quinado, entre outras coisas que costumavam dar resultado. E adivinhava as doenças, segundo o que o pequeno acompanhante foi ouvindo sua mãe e prima conversarem esperançadas. 
A forte ligação afectiva que sentia por aquela prima levava o atento pequeno companheiro, dessa como de muitas diferentes viagens, a dar consigo numa angústia, ansiando em crente prece infantil que tudo fosse como naqueles livros que ia buscar à camioneta que parava à beira da Casa do Povo. 

Habituara-se a andar com ela, porque a Glória começara por pedir à tia se o deixava acompanhá-la para não parecer mal ao povo nas suas constantes deslocações, por mor de ter de ir à vila buscar linhas e agulhas para bordar e fazer bainhas, como para levar a obra acabada às casas de bordo, cujos proprietários davam o serviço às bordadeiras servindo de intermediários nesse negócio de arte manual. Costumava, por isso, de lhe comprar rebuçados de jogadores, que ele tanto apreciava, e com o tempo outras guloseimas. Uma vez, para lhe demonstrar ainda mais afecto, comprou-lhe até um chocolate. Ora, como ele não gostava daquilo, mas com vergonha de ser desagradável, aconteceu que, tendo escondido no bolso dos calções aquela tabuazita de cacau doce, acabou por o chocolate derreter todo até que empastou o pano azul marinho. Foi com espanto gracioso que ela acabou por descobrir o acontecido, e ao mesmo tempo triste porque tinha vaidade na apresentação do primito. 
O seu feitio irradiava bem estar e facilmente fazia amizades. Todos gostavam da sua presença, ao ponto das raparigas dos lugares vizinhos virem todas para a frente de sua casa trabalharem à sua beira, onde ela bordava sentada num pequeno banco de madeira com as pernas cobertas pelo pano em que trabalhasse, junto ao murete do quintal da Casa do Clube, perto da Torre. Era um encanto aquele bando de andorinhas pousadas no chão do Paço de baixo, a rirem e contarem peripécias ao sabor da conversa de entretenimento, distraídas enquanto desenvolviam seus lavores. Até quem passava também parava a fazer parte da sociedade, e então rapazes era vê-los a fazerem passagens propositadas por ali, a tentarem a sua sorte empoleirados em suas bicicletas de punhos de guiador enfeitados com fitinhas de cores garridas, para dar nas vistas como era moda. Mesmo os primos que por ali andassem e rapazes da sua igualha, do mesmo tempo da escola e doutrina, gostavam de estar aí a passar tempo, sendo ela a chefe, por assim dizer, de todo o grupo do costume. Para os pais e irmãos era a alegria da casa, sendo ela quem mediava possíveis discussões de família, quem se metia a resolver problemas, notando-se a sua falta sempre que não estava.

Toda aquela vida despreocupada e feliz se alterou de um dia para outro. 
A viagem para a consulta com o senhor Antoninho decorreu taciturna. Subindo pelas Breias, levou um tempão a alcançar a tasca do Macedo, descendo-se depois pela Ermida sensivelmente à mesma velocidade. A calma condução do senhor Roberto fazia com que os campos e matas fossem vistos como que a acompanharem quase a passo os olhares rugosos, quão franzidas iam as testas de pensamentos. Também a conversação do condutor pouco ajudava, conversando mais a fazer perguntas para as quais ainda não havia respostas, de pouco bastando a consolação constantemente tentada pela tia da jovem, ainda que a sua confiança provocasse algum lenitivo. Ia-se já na estrada de ligação a Paços quando parou por fim o automóvel numa curva, acabando por se deter em terreiro fronteiro a uma loja de vendas, numa casa com portas abertas no rés do chão. Chegado assim o termo daquela viagem decorrida com ansiedade, apressaram-se todos em direcção à loja do afamado consultor popular. 
Mal assomaram à porta, aquele ancião clamou - sem que ninguém lhe houvesse dito nada nem ele visse o que fosse, para pasmo de quem o ouviu - que não havia remédio. Tinha um cancro. O mal era fatal. 
Desatou em pranto a dorida, inconsolável. O pequeno assistente, atónito mas sem perceber a gravidade, reparou ainda na rusticidade do estabelecimento, uma loja de venda de produtos domésticos, mercearia e drogaria, segundo se julga lembrar. Numa das prateleiras sobressaía uma estatueta negra de aspecto pouco atraente. A imponência do senhor Antoninho, separado dos visitantes por balcão rústico de madeira pintada a castanho forte, metia respeito e temor. Ainda foram colocadas umas perguntas, com seu quê de tentar dissipar algumas das muitas dúvidas, mas debalde pois o mal já não era de médico nem de habilidosos, conforme disse. 
Restava o quê ?! 

Passado tempo, e depois do cruel golpe do primeiro embate, com toda aquela antiga jovialidade numa vida transtornada, a Glória ainda foi para Lisboa tratar-se. Como enquanto há vida se mantém a esperança e ninguém, num casos destes, quer acreditar na verdade, agarrou-se à vida como pôde. Chegou a ser operada, ficando-lhe um grande corte abaixo das costelas. Sucederam-se as promessas piedosas por tudo quanto era gente sua amiga e pela própria. Num dos casos a Glória foi a Fátima no cumprimento de não falar em toda a excursão, mas num momento de infelicidade, ao acordar de ligeiro sono em que descansou no seu assento da camioneta, acordou estremunhada pelas conversas a seu lado e inadvertidamente, movida pela curiosidade natural, aconteceu perguntar algo ao namorado a propósito do que ouvira.... passando o resto do passeio a chorar. 
Tudo o que lhe ia acontecendo não a afrouxava todavia. 
Depois, entre o limbo da maléfica doença, casou. 
O seu casamento foi acontecimento importante para a família, metendo pais, sogros, irmãos, cunhados e cunhadas, tios, primos, amigos, vizinhos e conhecidos, sem faltar presença de companheiros de fábrica do noivo. Tornou-se num autêntico arraial o adro da igreja, de alegria efusiva dos convivas. A noiva ia mais linda que nunca, com seu fato de casamento que conforme uso do tempo consistia de fato, saia e casaco, de fino tecido azul escuro, levando mantinha rendilhada branca na cabeça. À saída da igreja todas as suas companheiras se apressaram a lançar-lhe flores, arroz e miçanga por entre risos felizes que pareciam querer esquecer o que se temia. No terreiro da fonte de S. Tiago foram pelos convidados lançadas amêndoas para o meio das crianças, à mistura com coloridos confeitos, alguns dos quais se partiram contra o rodapé de pedra da Casa de Santiago – noutras eras casa da paróquia que serviu de residência aos abades de antanho e após venda de bens da igreja (na governação do ministro monárquico conhecido por “mata-frades”) passou a ser habitação de família abastada da freguesia, cuja escada de fora se salientava por gracioso S ornamental de remate ao lanço das graníticas caleiras, de acesso a pequena varanda quadrada coberta por telhado alpendrado a cobrir tecto de castanho; edifício de porte clássico, contendo na frontaria, ladeando as janelas, mísulas de pedra de antigo uso na seca de frutas e posteriormente poiso de vasos. 
Seguiram os recém casados à frente de grande acompanhamento, indo toda a gente a pé desde as Alminhas da Renda até ao Barbeito, casa que passavam a habitar e onde foi servido o banquete. No caminho esse cortejo de gente, metendo pelo Golfeiro para a presa de Pires, passeou a felicidade dos noivos por entre alegres instantâneos, antes de meterem as pernas debaixo das compridas mesas espalhadas pelo quinteiro, varandeu e sala, saboreando comidas a que poucos estariam habituados, nesse tempo, desde saborosa salada russa afagada de espessa e fresca maionese, acompanhada de filetes de pescada (temperados em “devinha d’alho a saber a limão), seguindo-se cozido à portuguesa e assado bem apaladado, até bolos dos mais variados tipos e pudins, graças aos dotes culinários da Glórinha Africana, conhecida daquele modo por haver servido em casa do Castro Africano. 
O pequerrucho companheiro da noiva nesse mesmo dia ainda foi motivo das atenções da prima, que ficou muito cismada ao ver que se lhe soltara o sangue do nariz, apressando-se a deitá-lo em seu regaço e transpô-lo carinhosamente sobre a sua cama, sem o largar enquanto o sangue não parou de deitar. Depois de acalmada a situação, sem que a maior parte dos comensais da boda se apercebessem tal o estado de euforia provocado pelas iguarias regadas com tintol, houve pé para música de harmónica, formaram-se grupos em animadas conversas na frescura da ramada e bardos de dentro e fora, beberam-se canecas a esmo de tinto a espumar nos rebordos de porcelana, enfim manteve-se animada festança durante toda a tarde. 

A merecida felicidade não durou muito, porém. Aquela casa rústica do ninho familiar ainda chegou a assistir ao nascimento de um filho, mas volvidos meses agravou-se a doença, acabando por se apagar o fio de vida. Acabou subitamente animado jogo de bola quando chegou a notícia ao recreio da escola da Longra... Estavam a decorrer cerimónias da vigília de Maio em Fátima enquanto se juntava muito povo da freguesia no velório... 
Houve emoção desmedida no enterro. Saído o caixão do remanso da casa em que viveu sua melancolia em alegria forçada, irromperam os sentimentos abafados. 
Perante a emoção do momento mais radical, alguém levantou uma das vidraças duma janela, erguendo-a num ápice sem tempo de a prender aos pedreses de borboleta, qual frémito de última despedida, e nesse instante ao debruçar-se sobre o peitoril acabou por fazer cair um pedaço de vidro que se partira com a comoção apressada. Só por milagre o afiado gume vidrado, espetando lá em baixo entre a gente, não matou redondo ninguém da multidão que seguia a passo no cortejo fúnebre. Ia lá também o pequeno acompanhante, como só ele sabe, pela última vez a acompanhar a prima por quem sempre manteria pura e suave recordação. 

Armando Pinto

domingo, 25 de maio de 2014

Caso bancário de Barrosas na imprensa nacional


Domina as atenções no norte, e mesmo no país, mais um caso ao género do famoso D. Branca, desta feita em terras do interior nortenho, na região sousã. Facto esse que rebenta uma onda que era do conhecimento geral, a pontos das peças jornalísticas entretanto publicadas terem feito com que, do que há conhecimento, esgotasse o Jornal de Notícias pelas terras de Felgueiras, pelo menos, entre os diários que dedicaram atenção ao episódio. Assim sendo, do mesmo se transporta as referências que têm vindo a lume no JN, colocando aqui respigos correspondentes a essa circunstância.

Com efeito, sendo presentemente tema de conversas públicas o bombástico caso do chamado banco ilegal que tinha centro na vila de Barrosas, na freguesia felgueirense de Idães, transpomos do mesmo alguns recortes do que tem andado na imprensa nacional, recolhendo para aqui as manchetes e colunas publicadas por estes dias, nas edições de sábado e domingo do Jornal de Notícias. Para memória, visto o acontecimento ter contornos em toda a região, com maior incidência nos concelhos de Felgueiras, Lousada, Vizela e Guimarães, segundo se ouve, mas alastrando a toda a periferia das áreas do Sousa, Tâmega e Ave, além do alegado principal personagem da história, através das empresas em questão, segundo se ouve e lê, ser patrocinador de clubes desportivos como o Guimarães, além de ter uma loja nas instalações do estádio do Benfica, no qual se sabe inclusive ter um camarote. Havendo entretanto andado no facebook diversas imagens da inauguração dessa loja no estádio da Luz. Curiosamente, ou talvez não, o facto da sua ligação ao clube lisboeta não tem sido vincado nas notícias divulgadas, ao invés de sobejarem referências à sua ligação ao Vitória de Guimarães, o que levou o clube vimaranense a ter procurado desmentir isso publicamente. Enquanto pela região se ouve variadas interpretações e narrativas populares.

Naturalmente o assunto só terá evolução no porvir, sabendo-se que só com o passar do tempo se saberá as devidas repercussões. Sendo assim para ser melhor contado no futuro.

Com o único intuito de fixar mais um facto de interligação local e regional, postamos, com a devida vénia, recortes das referidas colunas do Jornal de Notícias, de sábado, dia 24, e domingo, 25 de Maio.


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A. P. 

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Um rosário evocativo, sobre o Alto de Santa Quitéria, de Felgueiras

Ainda no decurso deste mês de Maria e em período comemorativo do dia litúrgico dedicado a Santa Quitéria, desfiamos um rosário evocativo de ligações afetivas ao monte da Santa, como popularmente é conhecido o planalto sobranceiro à sede do concelho de Felgueiras.


Eis então o que nos veio à memória, em mais uma crónica no Semanário de Felgueiras. De cujo artigo, aqui e agora, damos à estampa a imagem da respetiva coluna, publicada na página 10 da edição desta sexta-feira, dia 23.

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Desta mesma narrativa, para efeitos de mais fácil acesso à leitura, publicamos também, de seguida, o original texto datilografado.

Lembranças sobre Santa Quitéria

Desde tenra idade, ainda durante aqueles anos em que vemos tudo com encanto e curiosidade, me habituei a sentir pelo alto de Santa Quitéria um fascínio especial. Ouvindo minha avó paterna contar histórias de seus tempos, quando levava flores para plantar no jardim do monumento da Virgem, a mando das senhoras de Valdomar, irmãs do Conselheiro Mendonça, aquele que fora antigo Presidente da Câmara e Administrador do Concelho… ela que conheceu bem o Padre Henrique Machado, grande amigo e visita regular da Casa de Valdomar de baixo, em Rande, onde havia oratório doméstico para rezar missa e se desenrolavam convívios de angariação de verbas para o culto e preservação das casas, capelas e templo de Santa Quitéria…

Então, em dias de peregrinação anual, depois da chegada da procissão e comido o farnel em família, à sombra do frondoso terreiro, como havia certa atração em fazer um habitual circuito pela igreja, onde estava à entrada um quadro com imagem terrífica mas engraçada do inferno, indo depois ajoelhar ao pé do altar de Santa Quitéria, seguindo-se passagem pela casa das esmolas, perante visão grandiosa de grandes quadros com as caras dos benfeitores do santuário, enquanto se ouviam pessoas idosas a contar a lenda da Santa e seus milagres… até subirmos à torre, de forma a mirar o lindo panorama da paisagem sousã…

E com que encantamento ficamos então quando, um dia, tivemos finalmente em mãos um livro que meu avô materno guardava, um livrinho com alguns desenhos por entre muitas folhas escritas a falar de tudo aquilo do Monte das Maravilhas, que fora escrito precisamente pelo Padre Machado, de que tanto ouvia falar…

Ora, está aí a chegar às nossas mãos mais um livro sobre Santa Quitéria, publicado por estes dias, cuja apresentação ocorre neste mês de Nossa Senhora, o Maio das flores e dos amores, por ocasião celebrativa da data dedicada a Santa Quitéria. Sendo de louvar o seu aparecimento, sabendo-se que em Felgueiras rareiam obras histórico-literárias e o próprio concelho felgueirense quase nem está historiado a partir da Idade Média, faltando documentação publicada da era do concelho perfeito, nomeadamente desde o século XIX, quando foram extintos antigos Alfozes e os sucessivos concelhos de Unhão e Barrosas se irmanaram de vez no de Felgueiras. Ainda há pouco tempo, quando apresentamos o nosso recente livro sobre o autor da Casa das Torres, Luís Gonçalves, sentimos alguma surpresa em muita gente ao verem o original desenho do monumento da Imaculada e referência ao mesmo sr. Gonçalves, no caso, como autor do desenho da respetiva coluna e gradeamento envolvente, como aquilo estava à época.

Daí nosso apreço pela existência de mais este livro. Ainda que sobre o tema até haja diverso material, felizmente. Desde a existência de um ou outro manuscrito setecentista, havendo depois, em 1879, «O Monte Pombeiro de Felgueiras enobrecido pelo martírio da Virgem Santa Quitéria Bracarense», como em 1885 o trabalho «Vida de Santa Quitéria e Monte Pombeiro enobrecido», pelo Padre Joaquim Álvares de Moura. E mais, tal como 1903 teve publicação um livreto da «Reforma dos Estatutos da Confraria do Santíssimo Sacramento erecta na parochial de Santa Eulália de Margaride concelho de Felgueiras»; enquanto em 1909 teve luz o livro «Vida, Martírio e Milagres da Preclaríssima Virgem e Mártir Santa Quitéria-Glórias e Maravilhas do Monte Pombeiro», pelo Padre Henrique Machado - obra que teve 2ª edição em 1947; ainda naquele mesmo ano, anterior, saiu com data impressa de 1909 um «Relatório/Colégio de Santa Quitéria Felgueiras», que reflete à posteridade notas de referência informativa da sua existência e da vivência do santuário. Já em 1983 - embora escrito em 1972 - foi publicado pequeno livro do Padre Pinho Nunes, intitulado «Santa Quitéria», do qual surgiu em 1991 uma nova edição acrescentada. E no ano 2002 foi publicado um livro intitulado “Monte de Santa Quitéria, Felgueiras”, com o nome da terra em subtítulo, da autoria do Padre Carlos Moura. Isso tudo além de um outro recente, em 2010, ao género de ficção infantil (“A cerejeira que floriu em Maio”) de Nuno Higino e José Emídio.

Os livros são muito mais que simples conjuntos de folhas de papel, nem sendo simplesmente só páginas com carateres impressos e imagens fixadas. São fontes de saber e de exprimir sentimentos, em suma. Assim, aí está mais um, a bem da comunidade, dentro da temática felgueirista, quão importante será sempre o sentimento felgueirense. 

Armando Pinto

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terça-feira, 20 de maio de 2014

Longra: 100 anos após a passagem do comboio...


Passado um século desde que houve festivo começo do transporte ferroviário que passava na então povoação da Longra, está-se em período comemorativo dessa efeméride. Cujo programa teve início no próprio dia em que se completaram 100 anos desde então, comemorado com uma exposição na biblioteca de Felgueiras, reportando mostra de fotografias de outras estações desativadas de diversas vias férreas. A cujo ato estiveram presentes alguns naturais da Longra, a título particular e pessoal, notando-se contudo a falta de representantes oficiais do poder local. 

A mesma comemoração irá, por fim, ter sequência no próximo dia 31, com uma sessão solene na Casa de Valdomar, englobando homenagem ao Conselheiro de Rande, Dr. António Barbosa Mendonça, como elemento influente na existência do comboio que passou na Longra. Segundo foi explicado ao autor destas linhas, aquele tributo não ocorrerá na Casa de Rande, onde viveu o Conselheiro, por falta de condições atuais do mesmo solar; motivo que leva aquela evocação a ir ter lugar em Valdomar, precisamente devido a melhor situação de conservação, acrescido do facto daquela casa ter pertencido também à família direta do Conselheiro - ali tendo vivido duas suas irmãs solteiras, senhoras de grande respeito, que foram deveras salientes na vida local de outrora, in illo tempore.

Em vista disso, junta-se imagens da Longra atual, através de sequência panorâmica do centro da Vila da Longra e junção do diploma da aprovação da mesma, conforme página da agenda municipal, contendo fotos do arquivo pessoal do autor e gestor deste blogue.

Armando Pinto

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quinta-feira, 15 de maio de 2014

“Recuerdos” Longrino-Felgueirenses: Participação no desfile histórico do Centenário dos Bombeiros de Felgueiras


Corriam tempos de inícios do inverno em 1998 quando, numa pardacenta tarde de sábado, a cidade de Felgueiras sentiu um festivo ambiente colorido à passagem do desfile comemorativo do centenário dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras. Ocorreu aí um dos mais atraentes momentos de reconstituição histórica que foi possível presenciar nos idos finais do século XX, em Felgueiras, numa atrativa demonstração do percurso da Corporação local dos chamados Soldados da Paz.


Como ilustração, retiramos do baú de memórias mais umas imagens documentais, no caso, através de captações fotográficas, vendo-se alguns aspetos panorâmicos do cortejo, incluindo também instantâneos da participação de elementos  então integrantes do Rancho Infantil e Juvenil da Casa do Povo da Longra, dos jovens que levamos para efeito de colaboração e desfilaram nessa tarde como figurantes, prestando-se  com seus trajes a uma perspetiva de enquadramento ambiental da época antepassada, em apreço.


Armando Pinto


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segunda-feira, 12 de maio de 2014

O Zé – Figura típica atual da Longra


Um amigo conterrâneo, a viver relativamente distante da terra natal, enviou ao autor destas linhas, pelo facebook, uma foto interessante, captada em recente visita feita pelo mesmo à terra e à sua família. Daquelas fixações fotográficas que se fazem quando lembra ou há oportunidade, como em andanças pelos sítios que nos são queridos, e mais ainda a quem vem em romagem de saudade, por assim dizer.

Ora, essa foto, qual cliché capaz de vir a transmitir futuramente mais umas quantas lembranças, captou um instantâneo com um género de talismã da Longra, o Zé, como é normalmente conhecido, mas mais ainda por Zé Cuí, então todo risonho, na sua costumeira boa disposição. Sempre igual e por quem as pessoas que andam pela Longra têm certa simpatia, até, sendo por assim dizer acarinhado por quantos gostam de se “meter” com ele, para brincadeiras, em momentos de risota descontraída.

O amigo Zé, figura típica da atualidade na Longra. Quem sabe se, tal qual noutros casos (como no livro de contos "Sorrisos de Pensamento", por exemplo) já foi escrito qualquer coisa a perpetuar pessoas que foram referências e sempre lembrados popularmente... também sobre ele (o Zé que anda sempre pelo Café Longra, pela loja da Dores, pelo estabelecimento do Quim, etc), igualmente ainda, um dia, não haverá algo mais a descrevê-lo à posteridade...?!


© Armando Pinto

sábado, 10 de maio de 2014

Um comentário sobre o mais recente livro historiador felgueirense...


Com a devida venia, tomamos conhecimento e registamos com apreço um comentário colocado no facebook pelo poeta e jornalista felgueirense Mário Adão Magalhães, com a seguinte mensagem:

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Eis um dos livros que estou a ler, que foi apresentado em vinte e cinco de Janeiro, na Casa das Torres, na Avenida Magalhães Lemos e confluência com a Rua Costa Guimarães, de cujo engenheiro trata o livro do bom e grande amigo Armando Pinto, ou A P como eu gosto de dizer, numa edição patrocinada pela IMO.

De título "Luís Gonçalves: Amanuense-Engenheiro da Casa das Torres" e autoria de Armando Pinto, mais um interessante trabalho que trata de uma casa que entretanto quem esquecera pela degradação, tem-na aí restauradinha em folha...

A livro sobre o engenheiro, foi apresentado, na própria casa... Curioso!
Armando Pinto é um profícuo publicista com incidência para a história local.

Armando Pinto, que tem várias publicações, é também colaborador regular do jornal Semanário de Felgueiras.

Obrigado bom Armando Pinto.

Mário Adão Magalhães
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sexta-feira, 9 de maio de 2014

terça-feira, 6 de maio de 2014

Mais uma recordação da Longra de tempos passados…


Na sequência da anterior lembrança, desta feita tiramos do baú de memórias uma imagem a fazer reviver tempos também já passados da Longra, em época da Farmácia Vitelas, ao lado do antigo Centro Comercial, naquele tempo ainda ativo (na casa do sr. António Cândido e por volta da passagem à família de seu filho, sr. Artur Pedro); com a curiosidade de se ver o anúncio do totobola, porque havia ainda a máquina que hoje falta... Ali, aquilo tudo, na vizinhança também da Alfaiataria Cerqueira, do outro lado. Enquanto, mais acima, a encosta da Cimalha da Longra era uma inclinaçao de pequeno monte desarborizado. 

Desta vez, na foto,  não há  pessoas contemporâneas, daquela era, para possível identificação. Apenas se coloca tal cenário, que foi real, para avivar antigas existências e suas localizações, no interesse coletivo.

Armando Pinto

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domingo, 4 de maio de 2014

Recordações da Longra d'outras eras...


Como ainda há quem se lembre, até finais dos anos sessenta, do século XX, na região da antiga povoação da Longra e pela área circunvizinha, apenas havia o bar da Casa do Povo a servir de local público de cafetaria e convívio. Costumando, por via disso, juntar-se muitas pessoas (muito povo, como se dizia popularmente) em amenas conversas de passatempo no Largo da Longra… Quando ali no centro urbano havia o pinheiro central, na placa de praceta triangular, onde estavam então os engraxas, com suas caixas a aproveitar para ganharem uns cobres e fazerem jeito para tirar o pó dos sapatos, enquanto, por exemplo, por ali andava o João Taranta a fazer distrair conhecidos e desconhecidos, entre outros personagens típicos (quão ficou descrito no livro de contos “Sorrisos de Pensamento”…), etc. e tal. Até que surgiu o Café Longra, por inerência e por todos mais conhecido como Café da Longra, desde finais de 1969. Estabelecimento do sr. Manuel, como se sabe, o amigo sr. Manuel Marinho, de nome completo Manuel António Marinho da Silva, a quem aproveitamos para fazer uma homenagem com esta lembrança – o senhor Manuel das Mobílias, como era mais conhecido.


Ora, como por vezes faz bem lembrar outros tempos e recordar é viver, tal qual se diz normalmente, é do Café Longra a recordação que aqui colocamos, desta vez. Com umas imagens de tempos antigos, precisamente, embora já mais pelos anos setentas, no caso. Reparando-se no reclame do café. Etc. etc.


Em vista disso, colocamos um repto: Quem conhece, quem…?  –  Ou seja, quem saberá identificar quem está na foto de baixo, o empregado do estabelecimento e frequentadores desse tempo (bem refastelados, nessa ocasião, na esplanada) do Café Longra?!


Armando Pinto

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sexta-feira, 2 de maio de 2014

A “Feira de Maio” de Felgueiras em mais um artigo jornalístico


Entrado no calendário o mês mais primaveril, por excelência, no encanto da germinação e floração da natureza, aí está mais uma festiva Feira de Maio como é tradição anual em Felgueiras, há mais de um século já. Cuja realização este ano ocorre no presente fim de semana, desde sexta dia 2, até segunda-feira 5 de Maio.

Na inerência de tudo o que lhe está associado e por quanto significa esta ocorrência concelhia, procuramos dar mais ênfase à mesma festividade, em mais um artigo jornalístico, na sequência e complementação de anteriores crónicas sobre o mesmo tema, através de texto no jornal Semanário de Felgueiras.

Nesse âmbito, o habitual artigo do autor, da colaboração com que de quando em vez participamos no SF, desta vez versa sobre uma visão de enquadramento histórico correspondente.  Como aqui expomos e resguardamos, colocando a respetiva coluna publicada na página 10 do número de 2 de Maio.

                                  (CLICAR sobre o recorte digitalizado, para ampliar e ler)

Do mesmo texto, para facilitar a leitura, atendendo a quem tiver dificuldades em lidar com as formas de ampliação, colocamos também a versão escrita original, de seguida:

Secular Feira de Maio

Transmitia em 1901 o jornal Semana de Felgueiras a realização duma interessante feira, criada na sequência de atividades associativas do setor agrícola, de que resultara anteriormente a criação de um sindicato e o surgimento do próprio jornal Semana, como porta-voz informativo dos interesses dessa área extensiva à vida local. Num intuito alastrado a procurar uma maior intensidade dos laços de união histórica.

Com efeito, foi então criada essa mescla de feira festiva por deliberação camarária de Março de 1901, ao tempo também denominada por feira franca e de periodicidade anual, desde logo ficando assente, como era originalmente, que se devia realizar todos os anos no primeiro dia do mês de Maio. Sendo sugerida oficialmente por representantes do sindicato agrícola, teve apoio de comerciantes do concelho, os quais propuseram que a então feira anual de gado cavalar, com lugar a 28 de Junho dentro do programa das festas do concelho, passasse a ser uma realização independente e com fins de mais vasto alcance: pois, além das trocas e vendas de todas as espécies de gado, passou a incluir a generalidade das ofertas constantes do mercado normal de produtos, com laivos de festa e arraial por meio de concursos para o gado em exposição, mais atribuição de prémios para os melhores cavalos, melhor junta de bois e melhor touro. Ao que em anos seguintes foram acrescidas outras valências, como em 1902 foi inserido no cartaz um aliciante popular através dum despique de cantigas ao desafio, sendo instituído um prémio para o melhor par de cantores repentistas da feira. Enquanto, desde esses primeiros tempos, era presença tradicional a Banda do Aniceto a dar toque filarmónico, tão apreciada pelo povo que era a música de banda. E em caso como esse, já que a Feira de Maio depressa ganhou contornos de acontecimento anual; de tal forma que extravasou fama para lá do horizonte regional, chegando a fazer com que acorressem a Felgueiras nessa ocasião muitos feirantes de Trás-os-Montes e das Beiras, como deu conta uma reportagem inserta na revista Ilustração Portuguesa, publicação de grande impacto à época.

Passados esses tempos, manteve-se no decurso de longas décadas, na sede concelhia, essa assim ultra centenária e anual Feira de Maio, em Felgueiras. Com lugar no primeiro domingo e seguinte segunda-feira desse mês. «Importante feira» essa que, segundo registava a referida histórica revista “Ilustração Portugueza”, em sua edição de 2 de Junho de 1919, se realizava «no largo fronteiro» (ao antigo edifício da Câmara Municipal, depois casa do Tribunal). Transformada em certame de enraizado cunho expositor de gado, através de concursos pecuários de criadores agrícolas e competição alargada a corridas de cavalos, além de outros números de lazer. Sabendo-se, conforme referia o jornal Notícias de Felgueiras, anos mais tarde, que constava no rol um desfile etnográfico chamado Cortejo das Lavradeiras; tal como, em diversos anos, incluiu mesmo provas populares de ciclismo.

Realizavam-se essas festas de ano então ainda no centro da vila, ocupando área do campo da feira e depois outros espaços laterais das ruas, no mesmo centro. Presentemente o seu cunho tradicional tem-se diluído nas constantes mudanças de locais das realizações, indo para espaços vagos ou em obras e depois de estes ocupados para outros, sucessivamente durante anos, até que começou a ser colocada a Feira de Maio dentro da área aberta atrás da Cooperativa Agrícola, e ultimamente na urbanização das Portas da Cidade, enquanto o espaço entre os seus arruamentos tem estado vago, mais como parque de divertimentos anual, na atual cidade. Alternando nalguns anos com um programa abrangente em ideia de promoção da cultura e turismo do concelho, à mistura com animação, espaço de venda de produtos tradicionais, exposições e conferências, ao mesmo tempo que passou a ser apelidada de Feira das Tradições, com inclusão dum cortejo etnográfico e por vezes festivais folclóricos. Contudo a necessitar de reforço do carácter tradicional, esperando-se que ainda lhe seja destinado espaço próprio, um dia, para o efeito.

© Armando Pinto