sexta-feira, 15 de março de 2013

Crónica no SF sobre Sensações Felgueiristas…

 

Associando-nos ao momento presente do futebol felgueirense, escrevemos desta feita, no espaço regular mantido por colaboração no jornal Semanário, um artigo relacionado com antigas vivências do atrativo clubista concelhio. Através de crónica versando o caso, no virar de página da presente época futebolística e em homenagem ao clube que volta a colocar Felgueiras nas parangonas dos jornais por um bom motivo…

Desse escrito, para os efeitos de partilha, colocamos aqui imagens da respetiva coluna. Quanto ao que é publicado hoje no Semanário de Felgueiras, à página 12 da edição impressa desta sexta-feira 15 de Março.

   

Do mesmo, para leitura, colocamos o texto revertido conforme o original: 

Sensações Felgueirenses 

Correm tempos de recessão social, por extensão à malapata económica que se abateu sobre a sociedade, como se sabe e sente. Decorrendo por conseguinte uma fase de contração no ciclo monetário, derivando deste período de retração geral um manifesto desapego por motivos anteriormente despertos. 

Num ambiente assim, de inferioridade anímica, depara-se localmente por outro lado, ou melhor com outros horizontes, uma interessante vitalidade ao nível da representatividade desportiva, por mor do desporto-rei. Pois que o clube de futebol mais representativo de Felgueiras a nível superior, o F C Felgueiras 1932, vai de vento em popa na sua caminhada de recuperação – depois do desaparecimento do antecessor e histórico F C Felgueiras e surgimento do primeiro sucessor, CAF, até à situação afirmativa do presente com a denominação resultante. Efetivamente o Felgueiras está a ter um ótimo desempenho no campeonato da 3ª divisão nacional em que se conseguiu incluir, estando já apurado para a fase dos primeiros da sua série, terminada que está a 1ª Fase na situação de 2º classificado da Série B, a um escasso ponto do 1º lugar. Classificado como vice na respetiva fase regular da série composta por 12 equipas, das quais os 6 primeiros clubes passam à pule de apuramento dos dois melhores classificados, que terão acesso à subida à nova Divisão do Futebol Sénior. Augurando-se, então, possibilidade de nova ascensão, até mais decisiva arrancada, perante a realidade de reorganização das provas nacionais (que levará aos clubes que não conseguirem a subida, à divisão imediata, terem de se contentar com uma posição regional, qual será na novel divisão de elite distrital). 

Diante disto, porque o que é de nossa terra nos toca, não podemos ficar indiferentes. Não admirando que voltemos ao tema, embora, como nos lembra um poema em tempos cantado pelo Duo Ouro Negro, possamos também dizer, relevando o facto bem expresso na letra: “Minha terra é linda como flor e água no deserto... não levem a mal eu gostar tanto dela, não levem a mal eu falar tanto nela… não me queiram mal por querer tanto dela…” 

Obviamente que a deliciosa música da mesma canção melhor exprime a mensagem, mas é mesmo assim a realidade. Num turbilhão de sensações perpassadas defronte da memória de quanto já representou o Felgueiras, clube de futebol, para os felgueirenses. Quais imagens diluídas na penumbra dos tempos a dar conta de velhas histórias, algumas das quais passadas com rivais equipas de concelhos vizinhos, como Lousada e Paredes, que ora se reencontraram e a quem o Felgueiras se superiorizou na fase inicial do campeonato em curso. Ainda está de fresco na memória a recente vitória alcançada pelo FC Felgueiras 1932 em Lousada, coisa que nos tempos de antanho seria muito glosada nas hostes clubistas, mas desta feita foi deveras normalizada nas atenções públicas. Antigamente os prélios entre clubes vizinhos originavam grandes entusiasmos e disputas, recordando-se, a propósito, as receções ao Lousada, sempre distinguido à passagem de seus prosélitos, através de tarjas com dísticos provocatórios, sobre a estrada, normalmente por panos colocados na Longra (para evitar conflitos na fronteira dos concelhos, ao Alto do Unhão, onde entre a população coabitavam de um lado e doutro naturais simpatizantes das duas equipas). E na despedida, era na viragem para a rua velha da então vila de Felgueiras, na esquina da rua Rebelo de Carvalho, que se alinhavam os mais fervorosos adeptos felgueiristas, na saudação de lábios… Tanto como  em Lousada acontecia do mesmo, tendo num ano até sido colocada na aparelhagem sonora uma canção de escárnio e maldizer, alusiva... E nas outras terras ao redor igual ou pior... mas sempre com graça e interesse, como válvula ao entusiasmo existente. Algo, isso e muito mais, hoje tido por passado virando pó, espécie duma la minute de lembrança.

      
Na calha, ante a atualidade, apraz recordar tais coevos tempos do inicial crescimento do futebol felgueirense, quando era ainda ansiada a pioneira passagem de divisão. Entretanto, antes ainda, o F C Felgueiras tivera uma época em que conseguiu inclusive vencer a sua série (havia ainda a 3ª Regional, dividida em zonas), mas sem almejar depois a respetiva primeira subida, acontecida mais tarde. Vindo a talhe um vislumbre por uma equipa desse tempo, conforme se pode constatar. Vendo-se na mesma: a partir da esquerda, em cima - Barnabé, Zé Maria, Cardoso, Augusto, Pimenta e Mamede; em baixo - Roda, José Carlos Cabanelas, Zeca Pinto, Mendes e Sabú. Um simpático grupo de rapazes, então na flor da vida, que fizeram história. Faltando na foto, entre outros contemporâneos, uns Pacheco (careca), Monteiro, Mário e Zé Manel Estebainha, dos que vieram a fazer parte da equipa da 1ª subida de divisão, em 1964/65… Tal qual, daqui a uns anos serão os jovens da época atual a também poderem assim ser lembrados, na galeria dos que ao longo dos tempos fizeram sensação perdurável nos adeptos felgueiristas. 

Armando Pinto 

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